quarta-feira, 28 de abril de 2010

Não se pode condenar a Igreja e o Papa pelos abusos de uns quantos, diz rabino

REDAÇÃO CENTRAL, 08 Abr. 10 (ACI) .- O rabino Jack Bemporad, Diretor do Centro para o Entendimento Inter-religioso em New Jersey, Estados Unidos, assinalou que "não se pode condenar coletivamente a Igreja pelo que alguns sacerdotes e indivíduos nela possam ter feito", perante a campanha mediática difamatória contra o Papa Bento XVI.

Em entrevista concedida à agência ACI Prensa logo depois de defender a comparação que fez o Pe. Raniero Cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia, equiparando os ataques contra a Igreja ao anti-semitismo, o rabino disse que ao final, o que o sacerdote tentou dizer "é correto" pois não se pode condenar o corpo pela falta de alguns.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Documento contra o Programa Nacional de Direitos Humanos

Leia a íntegra do documento contra o Programa Nacional de Direitos Humanos
proposto pela Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese do Rio e
do Leste 1

NOTA

A Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese de São Sebastião do
Rio de Janeiro e do Leste 1 se manifesta por meio desta Nota sobre a
proposta de implementação do Programa Nacional de Direitos Humanos 3
proposta pelo Governo.

1. O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) suscita graves
preocupações não apenas pela questão do aborto, do casamento de
homossexuais, das adoções de crianças por casais do mesmo sexo, pela
proibição de símbolos religiosos nos lugares públicos, pela transformação
do ensino religioso em história das religiões, pelo controle da imprensa,
a lei da anistia, etc, mas, sobretudo, por uma visão reduzida da pessoa
humana. A questão em jogo é principalmente antropológica: que tipo de
pessoa e de sociedade é proposto para o nosso país.

2. No programa se apresenta uma antropologia reduzida que sufoca o
horizonte da vida humana limitando-o ao puro campo social. Dimensões
essenciais são negadas ou ignoradas: como a dignidade transcendente da
pessoa humana e a sua liberdade; o valor da vida, da família e o
significado pleno da educação e da convivência. A pessoa e os grupos
sociais são vistos como uma engrenagem do Estado e totalmente dependentes
de sua ideologia.

3. Os aspectos positivos, que também existem, e que constituíram grandes
batalhas da CNBB e de outras importantes organizações da sociedade civil,
são englobados dentro de um sistema ideológico que não respeita a
concepção de vida humana da grande maioria do povo brasileiro. Por isso,
são de grande valia os pronunciamentos de tantos setores da sociedade, que
mostraram profunda preocupação com as consequências da aplicação desse
Programa.

4. Nesta 3ª edição do PNDH, estamos diante de uma cartilha de estilo
radical-socialista, que esta sendo implantada na Venezuela, no Equador e
na Bolívia, e que tem em Cuba o seu ponto de referência.

5. Trata-se de um projeto reduzido de humanidade destinado a mudar
profundamente a nossa sociedade.

6. Vida, família, educação, liberdade de consciência, de religião e de
culto não podem ser definidos pelo poder do Estado ou de uma minoria. O
Estado reconhece e estrutura estes valores que dizem respeito à dignidade
última da pessoa humana, que é relação com o infinito e que nunca pode ser
usada como meio, mas é um fim em si mesma. A fonte dos direitos humanos é
a pessoa e não o Estado e os poderes públicos.

7. O programa do Governo é um claro ato de autoritarismo que enquadra os
direitos humanos num projeto ideológico, intolerante, que fez retroceder o
país aos tempos de ditadura.

8. Diante desse instrumento de radicalização, somos todos interpelados
face às ameaças que dele derivam à eficácia de valores vitais, como os da
vida, da família, da pessoa, do trabalho, da liberdade e da Justiça.

9. Os membros da Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese de São
Sebastião do Rio de Janeiro e do Leste 1, posicionam-se fortemente contra
tal programa e desejam ver bem discutidas estas propostas de modo a
transformá-las, de ameaça que são, em um esforço útil a todo o Povo
Brasileiro.

A Paixão do Papa Bento. Seis acusações, uma questão

A pedofilia é somente a última arma apontada para Joseph Ratzinger. Cada vez mais, ele é atacado onde mais exerce seu papel de liderança. Um por um, os pontos críticos de seu pontificado.

Por Sandro Magister

ROMA, 7 de abril de 2010 – Os ataques ao Papa Joseph Ratzinger usando os escândalos envolvendo padres da Igreja como arma são uma constante em seu pontificado.

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São constantes porque cada vez mais, em terrenos diferentes, atacar Bento XVI significa atacar o homem que trabalhou e está trabalhando, nestes mesmos terrenos, com a melhor visão, direção e sucesso.

A tempestade que se seguiu à sua palestra em Ratisbona em 12 de setembro de 2006 foi o primeiro da série de ataques. Bento XVI foi acusado de ser inimigo do Islã, e um proponente incendiário do choque de civilizações. O mesmo homem que com clareza e coragem singulares havia revelado onde a raiz última da violência pode ser encontrada, em uma ideia de Deus mutilada de racionalidade, e então ensinou como superá-la.

A violência e até mesmo matanças que se seguiram às suas palavras foram a prova triste de que ele estava certo. Mas o fato de que ele tinha acertado na mosca foi confirmado acima de tudo pelo progresso que se viu daí em diante no diálogo entre a Igreja Católica e o Islã – não apesar da, mas justamente por causa da palestra em Ratisbona – do qual a carta ao Papa dos 138 intelectuais muçulmanos e a visita à Mesquita Azul em Istambul foram os sinais mais evidentes e promissores.

Com Bento XVI, o diálogo entre o Cristianismo e o Islã, bem como outras religiões, está atualmente prosseguindo com maior consciência sobre o que distingue, por virtude de fé, e o que pode unir, a lei natural escrita por Deus no coração de todo homem.

*

Uma segunda onda de acusações contra o Papa Bento o retrata como um inimigo da razão moderna, e em particular de sua expressão suprema, a ciência. O pico desta campanha hostil foi alcançado em Janeiro de 2008, quando professores forçaram o Papa a cancelar uma visita à principal universidade de sua diocese, a Universidade de Roma “La Sapienza”.

E, no entanto – como previamente em Ratisbona e então em Paris no “Collège des Bernardins” em 12 de setembro de 2008 – o discurso que o Papa pretendia dar na Universidade de Roma era uma defesa formidável da conexão indissolúvel entre fé e razão, entre verdade e liberdade: “Eu não venho impor a fé, mas exortar a ter coragem para a verdade”.

O paradoxo é que Bento XVI é um grande “iluminista” em uma época em que a verdade tem tão poucos admiradores, e a dúvida está no comando, ao ponto de se querer silenciar a verdade.

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A terceira acusação sistematicamente lançada contra Bento XVI é a de que ele seria um tradicionalista preso ao passado, um inimigo dos novos desenvolvimentos trazidos pelo Concílio Vaticano II.

Seu discurso à Cúria Romana em 22 de dezembro de 2005 sobre a interpretação do Concílio, e em 2007 sobre a liberalização do rito antigo da Missa são apontados como as provas nas mãos dos acusadores.

Na realidade, a Tradição à qual Bento XVI é fiel é aquela da grande história da Igreja, de suas origens até nossos dias, que não tem nada a ver com um apego formalista ao passado. No discurso à Cúria mencionado, para exemplificar a “reforma em continuidade” representada pelo Vaticano II, o Papa recordou a questão da liberdade religiosa. Para afirmá-la completamente – ele explicou – o Concílio precisou retornar às origens da Igreja, aos primeiros mártires, àquele “profundo patrimônio” da tradição cristã que nos séculos recentes havia sido perdido, e foi reencontrado, graças em parte à crítica da razão iluminista.

Quanto à liturgia, se existe um autêntico perpetuador do grande movimento litúrgico que floresceu na Igreja entre os séculos dezenove e vinte, de Prósper Guéranger a Romano Guardini, é justamente Ratzinger.

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Uma quarta linha de ataque segue a mesma linha da anterior. Bento XVI é acusado de atrasar o ecumenismo, de colocar a reconciliação com os Lefebristas acima do diálogo com outras confissões Cristãs.

Os fatos, entretanto, dizem o oposto. Desde que Ratzinger foi feito Papa, a jornada de reconciliação com as Igrejas Orientais tem dado passos extraordinários. Tanto com as Igrejas Bizantinas, que respondem ao patriarcado ecumênico de Constantinopla, e – mais surpreendentemente – com o patriarcado de Moscou.

E se isto ocorreu, foi precisamente por causa da reavivada fidelidade à grande Tradição – desde o primeiro milênio – que é uma característica deste Papa, além do que é a alma das Igrejas Orientais.

Do lado do Ocidente, novamente o amor pela Tradição é que está levando pessoas e grupos de comunhão anglicana a pedir para ingressar na Igreja de Roma.

Já quanto aos Lefebristas, o que está impedindo a sua reintegração é exatamente o apego deles às formas passadas da Igreja e da doutrina erroneamente identificadas como Tradição perene. A revogação da excomunhão de quatro de seus bispos, em Janeiro de 2009, nada fez quanto ao estado de cisma no qual eles permanecem, da mesma forma que em 1964 a revogação das excomunhões entre Roma e Constantinopla não curou o cisma entre Oriente e Ocidente, mas tornou possível um diálogo visando à unidade.

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Os quatro bispos Lefebristas cuja excomunhão Bento XVI levantou incluíam o inglês Richard Williamson, um antisemita e negador do Holocausto. No rito antigo liberado, há até mesmo uma oração para que os judeus “possam reconhecer Jesus Cristo como salvador de todos os homens”.

Estes e outros fatos ajudaram a alimentar protestos persistentes no mundo judaico contra o atual Papa, com pontos significantes de radicalismo. E é uma quinta linha de acusação.

A última arma deste protesto foi uma passagem de um sermão pregado na Basílica de São Pedro na Sexta-Feira Santa, na presença do Papa, pelo Pregador da Casa Pontifícia, Pe. Raniero Cantalamessa. O trecho incriminador foi uma citação de uma carta escrita por um Judeu, mas apesar disso o furor foi na direção exclusivamente do Papa.

E no entanto, nada é mais contraditório que acusar Bento XVI de inimizade com os judeus.
Nenhum outro Papa antes dele foi tão longe ao definir uma visão positiva de relacionamento entre a Cristandade e o Judaísmo, deixando intacta a divisão essencial sobre se Jesus é ou não o Filho de Deus. No primeiro volume de seu “Jesus de Nazaré” publicado em 2007 – e perto de ter completado o segundo volume – Bento XVI escreveu páginas esplêndidas a esse respeito, em diálogo com um Rabino americano ainda vivo.

Muitos judeus veem Ratzinger de fato como um amigo. Mas na mídia internacional, a coisa é diferente, o que se vê é praticamente e exclusivamente “fogo amigo” partindo dos judeus chovendo no Papa que melhor os entende e os ama.

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Finalmente, uma sexta acusação – bastante atual – contra ratzinger é que ele teria “encoberto” escândalos de sacerdotes que abusaram sexualmente de menores.

Aqui, da mesma forma, a acusação é contra o mesmo homem que fez mais que qualquer outro na hierarquia eclesiástica para sanar este escândalo, com efeitos positivos que já podem ser vistos aqui e acolá, em especial nos Estados Unidos, onde a incidência do fenômeno em meio ao clero católico tem diminuído de forma significante nos últimos anos.

Mas onde a ferida ainda está aberta, como na Irlanda, foi novamente Bento XVI que pediu que a Igreja daquele país se pusesse em um estado de penitência, uma exigência que ele formulou em uma carta pastoral sem precedentes em 19 de março último.

O fato é que a campanha internacional contra a pedofilia tem somente um alvo hoje, o Papa. Os casos desenterrados do passado o são sempre com a intenção de ligá-los a ele, tanto quando era Arcebispo de Munique quanto quando era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, além do tempo em Ratisbona pelos anos em que o irmão do Papa, Georg, dirigiu o coral infantil da catedral.

*

As seis linhas de acusação contra Bento XVI só levantam uma questão.

Porque este Papa está sob constante ataque, de fora da Igreja, mas também de dentro, apesar de sua inocência óbvia com respeito às acusações?

O início da resposta é que ele está sistematicamente sob ataque justamente pelo que ele faz, pelo que ele diz, e pelo que ele é.



A Paixão do Papa Bento. Seis acusações, uma questão
Arquivado em: Papa Bento XVI — Prof. Felipe Aquino at 5:07 pm on quinta-feira, abril 22, 2010
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Extraído de: Blog Veritatis
Publicação: Abril de 2010

Traduzido a partir do Inglês (versão de Matthew Sherry, Ballwin, Missouri, EUA. Original em italiano).
http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1342796?eng=y

Homossexualidade pode mudar, recorda líder pró-vida

SAN SALVADOR, 19 Abr. 10 (ACI) .- Um artigo publicado no Jornal Salvadorenho "El Diario de Hoy" fez referência ao estudo do Colégio de Pediatras dos Estados Unidos (ACP por suas siglas em inglês), para que os educadores tomem cuidado ao lidar com estudantes com possível atração por pessoas do mesmo sexo, pois a homossexualidade não é genética e pode mudar.

O presidente do Colégio de Pediatras dos Estados Unidos (ACP), Thomas Benton, enviou uma carta às 15 mil escolas nos EUA, em que dá valiosos dados, como que "o estilo de vida homossexual, especialmente para os homens, gera graves riscos de saúde" e que "em muitos jovens, a atração homossexual se desenvolve devido a experiências traumáticas ou negativas, como o abuso sexual. Estes estudantes necessitam terapia para o trauma e não a afirmação de uma 'identidade gay'".

"A homossexualidade não é uma característica determinada geneticamente nem impossível de mudar", explica a nota, que acrescenta: "A atração homossexual está determinada por uma combinação de influências familiares, ambientais, sociais e biológicas. Os rasgos hereditários ou que predispõem podem influir em alguns. Em conseqüência, a atração homossexual pode mudar".

Fonte: http://tinyurl.com/2e45tmk (em espanhol).

'O Papa chorou conosco', disse uma vítima de pedofilia em Malta

O papa "chorou conosco", declarou à AFP uma das vítimas dos abusos sexuais cometidos por religiosos em Malta, durante o encontro deste domingo com Bento 16 na nunciatura apostólica da capital Valletta.

"Fiquei impressionado com a humildade do papa. Ele tomou para si o constrangimento causado pelos outros. Ele foi muito corajoso. Nos escutou individualmente, rezou e chorou conosco", declarou Lawrence Grech. "Ele até benzeu uma cruz que eu carregava", acrescentou.

O Papa Bento 16 se reuniu em Malta com "um pequeno grupo de pessoas que sofreram abusos sexuais cometidos por religiosos", anunciou o Vaticano mais cedo em um comunicado. O papa mencionou a "profunda comoção provocada pelas histórias e expressou sua vergonha e lamentação pelas vítimas e pelo sofrimento de suas famílias".


segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Controle Remoto e a Cruz


O controle remoto é um aparelho bastante útil.
Durante qualquer filme nós podemos pular partes ou repetir cenas interessantes.

Quando um acidente ocorre, podemos voltar para o momento antes.
Quando uma pessoa fala algo que não devia, podemos retornar ao momento anterior ao que ela falou.
Podemos até parar uma bala no tempo e impedir que uma pessoa morra.
Tudo isso com o controle remoto.

Não seria bom se tivéssemos um controle remoto para a vida?

No filme “Click” (2006) Adam Sandler faz o papel de um arquiteto sobrecarregado, que descobre um controle remoto universal, o qual lhe permite parar tudo ao seu redor, enquanto ele faz o que quer.

Ele pode pular situações complicadas, ou adiantar momentos de vitória na sua vida pessoal. Ele pode até voltar ao passado.

Só tem um porém.
Ele não pode mudar o passado.

Você já quis mudar algo que você fez na vida?
Você já teve vontade de voltar atrás em algo que você falou?
Já quis apagar uma frase, ou retirar uma declaração?

Teve alguma situação na sua vida em que você fez algo pelo qual você daria qualquer coisa para desfazer?

Como seria bom se tivéssemos um controle remoto universal para voltar atrás em nossas vidas!

Aquela palavra ou aquele ato. Aquela reação, ou aquela atitude.
Como seria bom se pudéssemos voltar no tempo e mudá-los.

Mas, não podemos.

Você não tem um controle remoto que lhe permite voltar no tempo.
Você não tem como rebobinar sua vida.

Você não tem como desfazer seus pecados.
Não tem como retirar palavras que machucaram, atos que feriram, atitudes que magoaram.

Você não tem como fazer nada disso.

Mas, Jesus tem algo melhor.
Ele tem como limpar todo seu passado.
É isso que ele quer fazer para você a partir de hoje.

Jesus começou a obra na cruz do Calvário.
E ele quer terminá-la ainda hoje em sua vida.

Você está pronto para deixá-Lo?

A Páscoa não é sobre ovos de chocolate e coelhinhos.
Isso é para os comerciantes venderem suas mercadorias.

A Páscoa é sobre sangue, morte e redenção.
Tudo que a gente encontra num cântico favorito meu.

“Seja bendito o Cordeiro que na cruz por nós padeceu.
Seja bendito o Seu sangue que por nós pecadores verteu.
Eis nesse sangue lavados, com roupas que tão alvas são,
Os pecadores remidos, que perante seu Deus hoje estão!

Coro: Alvo mais que a neve! Alvo mais que a neve!
Sim, nesse sangue lavado, mais alvo que a neve serei!”
(“Doxologia” de Kleber Lucas)

Jesus pode perdoar os seus pecados?

Ele não só pode, como ele morreu na cruz para provar que pode e que quer.

“ Eu?”, você pergunta.
Jesus quer me perdoar?
Eu com tantos pecados e falhas?
Tão fracassado! Tão insignificante!
Por que Jesus perdoaria uma pessoa como eu?

Volte mais uma vez para o Calvário.
Pense nos últimos momentos da vida de Jesus.

Você lembra aquele último pedido feito a ele?
Aquele ladrão pendurado ao lado do Senhor?
Você lembra a resposta de Jesus?

Quem foi que Jesus escolheu para levar desta vida para a glória?
A quem ele prometeu que entraria na eternidade ao seu lado?

Foi a seu discípulo mais fiel?
Foi a um apóstolo ou pregador famoso?

Foi a um príncipe ou um profeta?
Nenhum destes.

Ele prometeu a um criminoso confesso, um pecador assumido, um Zé ninguém cujo nome até hoje é desconhecido - "Hoje estarás comigo no paraíso!"
O homem teve a ousadia de pedir a Jesus misericórdia.
Lembre como Jesus respondeu àquele humilde pedido.

Você quer pedir algo a Jesus?
Você precisa da misericórdia, do perdão dEle?

Agora você sabe a resposta.
Já dá para imaginar as bênçãos que lhe esperam.

Jesus está pronto.
Só falta você.

sábado, 24 de abril de 2010

Mesmo ferida, Igreja é memorial de referências e moralidade



Arcebispo sublinha presença indispensável da Igreja na vida da sociedade
BELO HORIZONTE, sexta-feira, 23 de abril de 2010 (ZENIT.org).- O arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, afirma que a Igreja, mesmo ferida, “é um memorial de referências e moralidade, indispensável”.

Em artigo enviado a ZENIT nesta sexta-feira, Dom Walmor recorda o ensinamento do apóstolo Paulo de que a Igreja é um corpo. “Paulo acentua que cada membro é diferente e importante. Sua condição, se ferida, ecoa em toda a sua extensão, em razão da insubstituível articulação entre os membros desse mesmo corpo”.

“Quando o Papa Bento XVI fala de uma Igreja ferida, nessa primeira década do terceiro milênio, está reconhecendo que há membros feridos, com repercussão em todo o corpo que é a Igreja”, afirma o arcebispo.

Segundo Dom Walmor, “as chagas que atingem o corpo que é a Igreja se configuram de muitas maneiras. Toda quebra da unidade, injustiça, disputa, exploração, desrespeito e irreverências ferindo a nobreza da dignidade humana, compõem a lista que pode fazer da Igreja corpo ferido”.

“A pedofilia, crime hediondo, conduta abominável, é uma ferida que afeta todo o corpo. Agrava-se quando membros servidores consagrados desse corpo são os instrumentos desses acontecimentos nefastos.”

Para o arcebispo de Belo Horizonte, “esse primeiro decênio da vida da Igreja nesse terceiro milênio, preconizado como o da mística e da espiritualidade, desafia a Igreja Católica a voltar, ainda mais, a suas fontes”.

“A Igreja Católica tem fontes e elas estão retratadas em memórias ricas, consignadas em experiências, monumentos, serviços, tradição imaterial, cultura gerada nos braços dos valores evangélicos.”

“A Igreja - ainda quando ferida nesses, por esses ou naqueles membros, e também pelas injunções da história de cada tempo, com suas mudanças e descompassos - contabiliza experiências, serviços, pessoas, muitos sacerdotes, alimentando e garantindo sua presença indispensável na vida da sociedade, um tesouro inestimável”, afirma Dom Walmor.

Se o seu corpo é ferido – prossegue o arcebispo –, “tem em seu coração o amor de Deus revelado no seu Mestre e Senhor, Jesus Cristo, que lhe garante uma incontestável envergadura moral, credibilidade e força própria para renascer e continuar sua missão”.

“Mesmo ferida, a Igreja é um memorial de referências e moralidade, indispensável, como se comprova, para a vida de povos e culturas”, escreve o prelado.

(Alexandre Ribeiro)

Cresce o catolicismo na internet


Por Antonio Gaspari

ROMA, quinta-feira, 22 de abril de 2010 (ZENIT.org). – Ainda que com certo atraso, a Igreja italiana, os grupos católicos, as paróquias e as ordens religiosas estão conquistando espaço cada vez mais vasto na galáxia telemática.

Uma pesquisa conduzida por pesquisadores do Instituto de Informática e Telemática do Conselho Nacional de Pesquisas Italiano de Pisa (II-CNR) mostrou que, com 30 mil sites, mais de meio milhão de páginas na web e quase 2 mil blogs, a religião católica conta com uma forte presença entre os sites italianos na internet.

O número de 562.574 páginas com conteúdo católico representa 1,76% do total analisado, mas este percentual se torna mais significativo quando se considera que as páginas destinadas a assuntos políticos representam cerca de 2,9% do total.

A força do catolicismo na rede e seu contínuo crescimento foram destacados por Francesco Diani, curador do site (www.siticattolici.it), o qual, trabalhando em sua tese “Pastoral e Informática”, iniciou a catalogar os diferentes sites católicos italianos, que ao final dos anos 90 eram apenas 243.

Hoje, já são quase 14 mil os sites catalogados por Diani. Destes, um quarto (3.460) está associado a paróquias, igrejas, oratórios ou grupos paroquiais. Seguem 2.545 sites de associações e movimentos eclesiais. Em terceiro lugar, estão as ordens e institutos religiosos, com 1.689 sites.

Em termos de crescimento, Diani revelou que nos últimos três anos foi verificado um crescimento constante de 24,2% ao ano – um dos maiores da web. Em termos de localização geográfica, a Lombardia está na frente com 740 sites, seguida de Triveneto (376), Sicília (334) e Lácio (314). Entre as ordens e institutos religiosos, os Franciscanos lideram, com 166 páginas.

No que diz respeito ao modo pelo qual os sacerdotes vêm fazendo uso das novas tecnologias em suas atividades pastorais, em 15 de abril passado, durante a coletiva de imprensa da convenção “Testemunhos digitais”, Lorenzo Cantoni, professor da faculdade de ciências da comunicação da Universidade da Suíça Italiana, ilustrou alguns resultados da pesquisa intitulada “Picture” – acrônimo de Priests’ Ict use in their Religious Experience.

O estudo foi conduzido com o apoio da Congregação para o Clero, e realizado pelos laboratórios NewMinE-New Media in Education Lab e pelo webatelier.net, da Universidade da Suíça Italiana, em colaboração com a Pontifícia Universidade da Santa Cruz de Roma.

Os resultados são surpreendentes: 92% dos padres entrevistados declararam acessar a internet todos os dias – um número ligeiramente superior à média mundial (90,4%).

No que se refere à utilização da rede no preparo das homilias, 49,5% dos sacerdotes na Itália buscam material na internet ao menos uma vez por semana; destes, 9,2% o fazem todos os dias. 32,5% fazem pesquisas ocasionalmente (uma vez por mês). Apenas 15,3% declaram não fazer uso da internet para esse propósito.

Para a formação, 27,7% dos sacerdotes italianos estudam on-line quase todos os dias, 59% ao menos uma vez por semana. Apenas 13,3% não o fazem nunca.

Dos sacerdotes entrevistados, 37,8% estão de acordo com a afirmação de que as tecnologias permitem melhorar a formação dos sacerdotes.

À pergunta sobre quais instrumentos eles consideram muito ou muitíssimo úteis para o aprendizado, 18,8% dos entrevistados indicaram os livros e as revistas, seguidos pelas ferramentas de busca (18,3%) e de notas de aula (16,4%).

Uma leitura combinada destes dados evidencia o grande interesse pelas tecnologias digitais, combinadas, porém, com as demais estratégias de aprendizagem.

Entre os sacerdotes italianos, 39,9% não fazem uso da internet para pregar, mas outros 19,1% fazem uso diário da internet para este fim (especialmente para recitar a liturgia das horas).

Apenas 14,2% dos sacerdotes na Itália consideram a internet muito útil para pregar (9,9% no mundo), enquanto que 40,1% não a consideram útil para este propósito (32,3% no mundo).

No entanto, mais de 51% dos sacerdotes consideram “muito positivo” o uso da internet para a difusão da fé, e mais de 63% estão “de acordo” ou “muito de acordo” ao considerar as novas tecnologias como meios de inculturação da fé.

Em particular, 61,1% estão “de acordo” ou “muito de acordo” com a afirmação de que as novas tecnologias permitem evangelizar melhor os jovens.

No que se refere à comunicação, 68,3% dos sacerdotes consideram a internet útil para se comunicar com outras pessoas. 30,6% acessam redes sociais na internet todos os dias, 17,1% semanalmente e 7,0% mensalmente, enquanto 36,4% declaram não fazer uso de tais redes.

À pergunta sobre o quanto as novas tecnologias melhoraram o modo pelo qual exercem sua missão sacerdotal, 33,4% consideram tal uso muito positivo (valores 4 e 5), 50,6% as consideram de alguma importância (valores 2 e 3), enquanto 15,9% consideram sua importância muito limitada ou nula (valores 0 e 1).

Quanto aos perigos associados a tais tecnologias, 35,7% afirmam que as oportunidades sejam superiores aos riscos, enquanto 18,1% acreditam que os perigos sejam maiores que as oportunidades oferecidas.

Os sites indicados como de maior utilidade na experiência sacerdotal são: vatican.va, qumran.net, chiesacattolica.it e avvenire.it, maranatha.it, lachiesa.it, zenit.org.

Papa aceita renúncia de bispo que cometeu pederastia

Dom Vangheluwe se retira da diocese belga de Bruges
BRUXELAS, sexta-feira, 23 de abril de 2010 (ZENIT.org).- Bento XVI aceitou hoje a renúncia ao governo pastoral da diocese belga de Bruges apresentada por Dom Roger Joseph Vangheluwe, quem, no passado, abusou sexualmente de um jovem. O Centro Interdiocesano de Bruxelas acolheu hoje uma coletiva de imprensa para explicar as causas da renúncia deste bispo.

O porta-voz da diocese de Bruges, Peter Rossel, leu uma mensagem de desculpas do bispo Vangheluwe, na qual ele reconhece que "quando eu era ainda um simples sacerdote e durante certo tempo, no começo do meu episcopado, abusei sexualmente de um jovem do meu ambiente próximo".

"Nas últimas décadas, reconheci diversas vezes minha culpa, diante dele e de sua família, e pedi perdão - reconhece o prelado. Mas isso não o pacificou. Nem sequer eu estou em paz."

"A tempestade midiática das últimas semanas reforçou o trauma - continua. Não se pode continuar nesta situação."

"Lamento profundamente o que fiz e apresento minhas mais sinceras desculpas à vítima, à sua família, a toda a comunidade católica e à sociedade em geral", assegura o prelado, em sua mensagem.

"Apresentei ao Papa Bento XVI minha renúncia como bispo de Bruges e esta foi aceita hoje - explica. Por isso, estou me retirando."

Demissão indispensável

O arcebispo de Malinas-Bruxelas afirmou aos jornalistas que assistiam à coletiva de imprensa: "Estamos enfrentando uma situação particularmente grave".

"Pensamos antes de tudo na vítima e em sua família, da qual muitos membros conheceram hoje a tremenda notícia - declarou. Para a vítima, trata-se de um longo calvário, que certamente não acabou."

"Quanto ao bispo Roger Vangheluwe, ele tem direito, como pessoa, à conversão, confiando na misericórdia de Deus", acrescentou.

"No entanto, no que se refere à sua função, é indispensável que, por respeito à vítima e à sua família, e por respeito à verdade, ele seja demitido do seu cargo", afirmou.

"É isso que foi feito - explicou. O Papa aceitou imediatamente a renúncia do bispo de Bruges, que neste momento é divulgada em Roma."

Destacou que "a Igreja insiste em que nestes assuntos não deve haver distorções" e acrescentou: "Esperamos contribuir, dessa forma, para o restabelecimento da vítima".

"Somos conscientes da crise de confiança que este fato causará em muitas pessoas", declarou.

"No entanto - acrescentou - nós nos atrevemos a esperar que a sensatez prevaleça e que os bispos - e sobretudo os sacerdotes - deste país não sejam, em conjunto, indevidamente desacreditados."

"A grande maioria vive de forma coerente com sua vocação e com uma fidelidade pela qual lhes agradeço publicamente", recordou.

A situação não se acalmava

Também interveio na coletiva de imprensa o bispo representante da comissão para a gestão das queixas por abusos sexuais em uma relação pastoral, Dom Guy Harpigny.

Este prelado explicou que ficou sabendo da situação do bispo que renunciou apenas na terça-feira, 20 de abril, "por meio de uma mensagem de conhecidos da vítima, dirigida aos bispados".

Naquele momento, "nenhum dos membros da Conferência Episcopal da Bélgica estava a par desta situação", precisou.

"Eu só soube que, no começo do mês, o cardeal Danneels - já emérito - teve um encontro com a família, a pedido da família da vítima e na presença de Dom Vangheluwe", explicou.

E prosseguiu: "Ele ouviu e constatou que a situação não se acalmava e não poderia continuar assim".

Ao mesmo tempo, a vítima contatou a comissão representada por Dom Harpigny.

Antídoto

O presidente desta comissão, Peter Adriaenssens, também interveio no ato de hoje, tentando responder à pergunta "Como reparar um passado que se tornou pesado demais?".

Para o especialista, "a história da vítima de Dom Vangheluwe é um caso exemplar que demonstra que crescer com um passado muito pesado pode causar dano, em todos os sentidos".

"O abuso sexual é, em primeiro lugar, uma questão de abuso de poder", explicou, caracterizado pelo "segredo imposto à vítima e ao pequeno círculo fechado no qual se encontra".

Adriaenssens propôs um "antídoto": "Frente ao abuso de poder, é preciso restabelecer o equilíbrio das dignidades"; "frente ao peso do segredo, está o direito de reencontrar o livre uso da sua palavra"; e, "frente ao que chegou diante da vista, está a transparência de uma comunicação aberta".

Para ele, "estes são os 3 caminhos de cura que podem ser oferecidos hoje à vítima e à sua família".

E concluiu: "Esperamos que as medidas claras, que afetam hoje o autor destes atos, permitam que a vítima se sinta orgulhosa de pertencer à sociedade".

Os primeiros 5 anos de Bento XVI


“Um humilde trabalhador da vinha do Senhor”

Por Carmen Elena Villa

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 19 de abril de 2010 (ZENIT.org) "Depois do grande Papa João Paulo II, os senhores cardeais me elegeram. Um simples e humilde trabalhador da vinha do Senhor": estas foram as primeiras palavras do então recém-eleito pontífice Bento XVI, quando, às 18h de Roma, a Capela Sistina deixou ver a fumaça branca, para que o cardeal chileno Jorge Arturo Medina Estevez pronunciasse as duas palavras mais esperadas nesse então pela opinião pública: "Habemus papam".

Era o terceiro conclave do qual participava Joseph Ratzinger, que foi elevado a cardeal por Paulo VI, em 1977. Durante 24 anos, serviu a Igreja como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Este grande humanista tem o recorde, entre todos os pontífices, de quem mais livros escreveu antes de subir ao trono de Pedro: são 142 obras publicadas que apresentam sua rica teologia e espiritualidade, caracterizada por explicar, em uma linguagem muito simples, os grandes mistérios da fé que podem ser entendidos em um interessante diálogo com a luz natural da razão.

Com características profundamente humanas, Bento XVI gosta de gatos, toca piano e seu compositor favorito é Mozart. Seus pais se chamavam José e Maria. É irmão do também sacerdote George Ratzinger; juntos, eles receberam o sacramento da Ordem, em 1951.

Seus ensinamentos

Depois de ter terminado o tema dos salmos, que o Papa João Paulo II havia iniciado nas catequeses das quartas-feiras, Bento XVI começou a falar sobre um tema que para ele sempre foi fundamental: a tradição do cristianismo e o pensamento dos primeiros séculos. Por isso, dedicou várias das audiências a falar de cada um dos apóstolos, de acordo com as Sagradas Escrituras e a Tradição. Depois, quis aprofundar nos padres da Igreja, mostrando quão atual é seu pensamento.

Bento XVI instituiu dois anos temáticos para ressaltar personagens e aspectos particulares do cristianismo: o primeiro foi o Ano Paulino, para comemorar os dois mil anos do nascimento de São Paulo. Sua inauguração e encerramento aconteceram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde, segundo a Tradição, jazem os restos do Apóstolo dos Gentios. Também dedicou várias de suas catequeses a este importante apóstolo, que se converteu ao cristianismo depois de ter perseguido a Igreja.

Igualmente, o Pontífice quis dedicar um ano aos sacerdotes, o qual será encerrado no próximo mês de junho. Dessa maneira, quis comemorar os 150 anos de falecimento de São João Maria Vianney, o Santo Cura de Ars, padroeiro dos párocos.

Em seu pontificado, escreveu o livro "Jesus de Nazaré", em qualidade de teólogo, não de Papa. Em sua obra, ele mostra a pessoa de Jesus Cristo como Filho de Deus, totalmente obediente ao Pai, sem perder uma só característica da sua humanidade. Espera-se, para o final deste ano, a publicação da segunda parte desta importante obra cristológica.

Três encíclicas evidenciaram seu incrível talento intelectual ao serviço da fé. A primeira foi Deus caritas est (fevereiro de 2006), dividida em duas partes: no início, recorda alguns pontos essenciais sobre o amor de Deus; depois, busca concretizar esse amor na entrega ao próximo.

Depois veio a encíclica Spe salvi (novembro de 2007), na qual assegura que, graças à esperança, o homem pode enfrentar o presente, por mais difícil que possa ser. Exortas as pessoas a terem sempre sua meta no que é eterno.

E na Caritas in veritate (julho de 2009), fala sobre a caridade baseada sempre na verdade, como caminho para o verdadeiro desenvolvimento. Bento XVI quis, nesta carta, prestar uma homenagem ao seu predecessor, Paulo VI, e à encíclica Populorum Progressio, publicada em 1967.

Beatificações e canonizações

Nestes 5 anos de pontificado, Bento XVI proclamou 516 beatos; as beatificações começaram a ser celebradas na diocese dos beatos e presididas por um arcebispo, em representação do Papa (em geral, Dom Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos).

O Papa também canonizou 28 novos santos, entre eles o sacerdote belga Damião de Veuster (1840-1889), o "apóstolo dos leprosos". Em outubro deste ano, canonizará também a primeira australiana, Madre Mary Mackillop (1842 - 1909), cofundadora das Religiosas de São José.

Fatos sem precedentes

Algumas publicações e pronunciamentos de Bento XVI fizeram história, entre eles a Anglicanorum coetibus (publicada em novembro de 2009), que institui ordinariados pessoais para permitir a outro credo que entre em comunhão com a Igreja Católica.

Durante estes cinco anos, ele visitou três sinagogas (em Colônia, Nova York e Roma), três mesquitas (em Istambul, Aman e Jerusalém) e teve um encontro com a comunidade islâmica de Roma, ao concluir o fórum católico-muçulmano de novembro de 2008.

Outra publicação sem precedentes foi a carta pastoral aos católicos da Irlanda, devido aos casos de abuso sexual a menores por parte do clero; tal documento foi resultado de uma reunião do Papa com os bispos irlandeses para examinar os casos, suas causas e medidas para que estes fatos não se repitam.

Peregrino

Dentre suas viagens fora da Itália, a primeira foi à Alemanha, onde presidiu a Jornada Mundial da Juventude de Colônia.

Também visitou a Polônia (maio de 2006), onde orou no campo de concentração de Auschwitz. Em julho do mesmo ano, participou, em Valência, do Encontro Mundial das Famílias e, em setembro, voltou à Alemanha e visitou Munique, Altötting e Ratisbona. Em dezembro, este na Turquia, onde se encontrou com o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I.

Sua primeira viagem à América Latina foi ao Brasil (maio de 2007), onde inaugurou a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida. Em setembro, viajou à Áustria, para celebrar os 850 anos da fundação do Santuário de Mariazell.

Esteve nos Estados Unidos em abril de 2008, para celebrar os 200 anos de arquidiocese metropolitana de Baltimore, fato que trouxe o nascimento de outras quatro dioceses: Nova York, Filadélfia, Boston e Louisville. Lá também se encontrou com judeus e com outras denominações cristãs do país.

Em Sydney (Austrália), em julho de 2008, celebrou a Jornada Mundial da Juventude, refletindo sobre receber a força do Espírito Santo para ser testemunhas de Cristo. Em setembro do mesmo ano, esteve na França, para comemorar os 150 anos das aparições de Nossa Senhora de Lourdes.

Em março de 2009, viajou à África, onde entregou o Insturmentum laboris do sínodo sobre a Igreja neste continente. Em maio, esteve na Terra Santa, alentando a Igreja do país. Em setembro, viajou à República Tcheca, onde visitou a imagem do Menino Jesus de Praga e recordou a figura de São Venceslau.

Sua última viagem fora da Itália foi à pequena República de Malta, para celebrar os 1950 anos dos naufrágios de São Paulo.

Nestes cinco anos, Bento XVI soube imprimir na Igreja suas melhores qualidades como pessoa: inteligência, sensibilidade, solidariedade, humanismo, firmeza e disciplina.

"Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e agir inclusive com instrumentos insuficientes; e me confio às vossas orações", disse.

"Na alegria do Senhor ressuscitado, confiando em sua ajuda contínua, continuemos adiante. O Senhor nos ajudará e Maria, sua Santíssima Mãe, estará ao nosso lado", afirmou.

Ratzinger: “Ninguém é maduro de verdade até que tenha enfrentado sua própria solidão!”.

Por Dom Henrique Soares, bispo auxiliar de Aracajú-SE

Nunca escondi meu profundo amor por Joseph Ratzinger. É antigo: desde 1981. Em novembro daquele ano, seminarista em férias, li um texto seu. Lá havia uma frase do então Cardeal Arcebispo de Munique: “Ninguém é maduro de verdade até que tenha enfrentado sua própria solidão!” Meus olhos marejaram (como marejam agora, neste momento). Pensei: quem afirma isto só pode ser um homem de verdade, só pode ser alguém que tem uma profunda experiência de Cristo! Eis aqui um homem de Igreja que continuou homem, com um coração, com sensibilidade, com retidão!

Um ano depois, dei com uma entrevista do Cardeal, agora nomeado Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Ele afirmava: “O primeiro dever do Bispo é defender a fé dos pequenos contra a prepotência de alguns teólogos…” Vibrei de alegria! O homem era realmente católico em cada fibra: sabia que a fé supera a razão e que o Mistério não se apreende em profundidade a não ser de joelhos e bebendo a límpida fé da Mãe Igreja, fé que se manifesta sobretudo nos pequenos, nos simples, no Povo de Deus em seu dia-a-dia.
Ratzinger tornou-se para mim uma referência. Doíam-me tanto as calúnias contra ele, as afirmações de muitos adeptos da Teologia da Libertação, que deformavam a imagem e o pensamento do Cardeal de modo vergonhosamente desonesto.

Lembro-me das declarações pervertidas de Leonardo Boff e companhia a respeito do Cardeal Prefeito que, generosamente, ajudara ao próprio Boff nos tempos de estudo na Alemanha… Aqui no Brasil, o censuravam metodicamente… Se algum seu escrito perdido aparecia, era dos menos expressivos e importantes… A imprensa só falava do Cardeal para criticá-lo,

A coisa intensificou-se quando da doença de João Paulo II. Agora era preciso queimar de vez o Cardeal da Inquisição, o Desumano, o Ditador… Foi uma pesada campanha dentro e fora da Igreja, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa… As pessoas nunca leram nada de Ratzinger, mas o antipatizavam de todo o coração.

Recordo do conhecido jornalista Alexandre Garcia, que confessou ter comprado livros de Ratzinger e lido seus textos. Tomou um susto: o homem que escrevera aquelas coisas não era nada daquele monstro que diziam… Eis: o preconceito, filho da ignorância e irmão da má-fé!

E veio o Conclave. Aquele que no céu tem o seu trono riu-se dos planos dos homens e zombou dos grandes e sabidos deste mundo. Ratzinger tornou-se Bento XVI! Ouvi entrevistas, vi matérias na imprensa nacional e internacional, simplesmente vergonhosas, vi entrevistas de teólogos – recordo de um da PUC de São Paulo à TV alemã – simplesmente revoltantes: mentirosas, desonestas, caluniadoras, sem caridade…
E aí está Bento XVI: amado por seu rebanho e por tantas pessoas de boa vontade, pela gente simples, cristã, de DNA católico; homem profundo, mergulhado em Cristo, nele alicerçado; homem doce e ao mesmo tempo tão firme; homem que não tem medo de proclamar a verdade, sem gritar, sem impor, mas sem jamais escondê-la: mostra-a inteira, límpida, serena, cortante, libertadora!
No tocante à vida moral do clero, menos de um mês antes de ser eleito Papa, na via-sacra do Coliseu, afirmou sem meias palavras, desgostando a muita gente: “E que dizer da terceira queda de Jesus sob o peso da cruz? Pode talvez fazer-nos pensar na queda do homem em geral, no afastamento de muitos de Cristo, caminhando à deriva para um secularismo sem Deus. Mas não deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento da sua presença, frequentemente como está vazio e ruim o coração onde Ele entra! Tantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem nos darmos conta sequer d’Ele! Quantas vezes se distorce e abusa da sua Palavra! Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta auto-suficiência! Respeitamos tão pouco o sacramento da reconciliação, onde Ele está à nossa espera para nos levantar das nossas quedas! Tudo isto está presente na sua paixão. A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: Kyrie, eleison – Senhor, salvai-nos (cf. Mt 8, 25)”.
Um homem assim não passa despercebido: ou é amado ou profundamente odiado! E há muitos que odeiam este santo e bendito Papa! Foi ele que, logo ao assumir, suspendeu o Padre Marcial Maciel e determinou que vivesse seu fim de vida de modo recluso e sem contato algum com os fieis, numa vida de oração e penitência.

O mesmo com o conhecidíssimo italiano Pe. Luigi (Gino) Burresi. Sua punição foi severíssima.

Aos Bispos sempre recomendou tolerância zero com a pedofilia. Em seus pronunciamentos sobre o tema, nunca, Papa algum foi tão direto, claro e radical: na Igreja não há lugar para pedófilos. Os pedófilos devem ser demitidos do estado clerical e os Bispos devem comunicar à justiça comum! Tanto que em seu pontificado os casos de pedofilia desabaram…

Mas, nada disso interessa à imprensa, sobretudo aos jornais anti-católicos como New York Times, La Repubblica, El País, Spiegel… Para estes não interessa a verdade: interessam os fatos distorcidos, as meia verdades que, somadas, dão uma enorme mentira, uma triste difamação, uma calúnia monstruosa… O mesmo fizeram com Pio XII… Qual o objetivo? Desautorizar um Papa incômodo, cuja única preocupação é testemunhar o Cristo com toda a inteireza da fé católica. E nada é tão incômodo e antipático quanto isto! Por isso mesmo, tudo quanto este Papa diga ou faça é distorcido, deformado e, depois, duramente criticado, até ao paroxismo…
Mas, Bento XVI seguirá seu caminho! No meu primeiro encontro com ele como Bispo novo com o Sucessor de Pedro, disse-lhe: “Santo Padre, o Povo de Deus lhe quer bem! Nós rezamos por Vossa Santidade, nós estaremos sempre ao lado de Vossa Santidade!” Ele sorriu aquele sorriso tímido, mas tão humilde e franco e disse: “Obrigado! Muito obrigado! Eu preciso tanto do vosso sustento!”

]Só quem não o conhece poderia pensar que ele se dobra! Ninguém é tão perigosamente livre, é tão docemente forte quanto o homem que fez de Cristo o seu refúgio, a sua luz, a sua certeza! Bento XVI – santo Bento XVI, bendito Bento XVI! – é assim.

Hoje, 29 anos depois daquele 1981, quando, de coração apertado, imagino a dor e a solidão deste homem de Deus, consolo-me pensando no gigante que ele é e vem-me forte, mansa, decidida, certa, a sua palavra: “Ninguém é maduro de verdade até que tenha enfrentado sua própria solidão!”

Bento XVI é maduro, Bento XVI não tem medo da própria solidão, pois ela é toda povoada por Cristo!

Deus o abençoe sempre, Padre Santo! Deus o abençoe e o livre das mãos de seus ferozes e maldosos inimigos!

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A perseguição ao Santo Padre decorre unicamente do fato de sua política de colocar ordem na Igreja, se ele estivesse deixando tudo "correr solto", a mídia não estaria fazendo tanto barulho.
As leis canônicas da Igreja são e sempre foram muito rígidas quanto aos abusos que porventura padres que se corrompem provocam. Basta aplicá-las e é isso que o Papa fez ainda antes de ser Papa e que continua fazendo agora, com uma sabedoria fantástica.
A Igreja, como sempre, está em boas mãos. Rezemos pelo Santo Padre, que ele precisa.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Sacerdotes casados???

Entrevista com o Pe. Laurent Touze, da Pontifícia Universidade da Santa Cruz

Por Carmen Elena Villa

ROMA, terça-feira, 9 de março de 2010 (ZENIT.org).- Um momento para a reflexão e o aprofundamento no tema do celibato sacerdotal foi realizado na Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma), nos dias 4 e 5 de março.

O evento acadêmico, do qual participaram centenas de sacerdotes de Roma e de diversas dioceses do mundo, assim como dezenas de leigos e religiosos, contou, entre outros, com a presença do prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Claudio Humes O.F.M, e do prefeito da Congregação para a causa dos Santos, Dom Angelo Amato.

Diferentes sacerdotes, leigos e acadêmicos falaram sobre a natureza do celibato, sua origem e sentido, assim como sobre as exceções que a Igreja permitiu, especialmente em alguns ritos orientais e nos sacerdotes ex-anglicanos que contraíram matrimônio e que desejam entrar em plena comunhão com a fé católica.

O Pe. Pablo Gafael, em sua conferência, “O celibato sacerdotal nas igrejas orientais”, reconheceu que, no tema das exceções que a Igreja permite, é preciso entrar “na ponta dos pés”, enquanto o Pe. Stefan Heid mostrou, em sua conferência, como a Igreja, ao longo da história, foi discernindo e assimilando a importância de que os sacerdotes vivam a continência perfeita pelo Reino de Deus.

Para esclarecer este tema, Zenit entrevistou o Pe. Laurent Touze, professor da Pontifícia Universidade da Santa Cruz de Roma, que participou desde congresso com a conferência “O celibato está vinculado ao sacramento da Ordem? Para uma teologia espiritual do celibato”.

-O celibato é um dogma de fé ou uma disciplina?

Laurent Touze: Nem um nem outro. Não é um dogma de fé, porque atualmente se vê na Igreja que existem sacerdotes casados, como, por exemplo, alguns da Igreja Católica oriental. Nem todos, mas alguns admitem sacerdotes casados ou, como se recordou recentemente no motu proprio do Santo Padre, Anglicanorum coetibus, publicado em 4 de novembro de 2009: entre os ex-anglicanos que querem voltar à comunhão com a Igreja Católica, serão admitidos sacerdotes casados.

-Com esta medida, você acha que o celibato poderia um dia chegar a ser voluntário também para os sacerdotes do rito latino?

Laurent Touze: Não, porque a Igreja está entendendo cada vez mais a relação entre o sacerdócio, o episcopado e o celibato. É algo que poderia se assemelhar à revelação de um dogma, ainda que não o seja neste momento e se tende sempre mais a entender que se deve promover entre todos os sacerdotes, e também entre os sacerdotes católicos orientais, uma prática que seja verdadeiramente similar à que se vivia nos primeiros séculos.

-Mas, se nos primeiros séculos havia tantos sacerdotes casados, entre eles os apóstolos…

Laurent Touze: Estudos demonstraram de forma convincente que este fato deve ser interrogado: não se vivia a continência de todos os clérigos, mas desde o momento da inclusão da ordem sacerdotal, estes homens deveriam viver a continência com a permissão da própria esposa, porque isso era um compromisso do casal.

-Então por que são feitas exceções?

Laurent Touze: Historicamente, porque houve uma manipulação de textos e penso que uma má tradução que a Igreja oriental, que se separou de Roma e reconheceu que havia declarado contrariamente à tradição, poderia ser aceita. Neste sentido, há verdadeiramente algumas exceções. A Igreja descobriu que tinha a possibilidade de admitir exceções, mas que deveriam ser entendidas dessa forma. Respeitavelmente, como sublinhou o Concílio Vaticano II, nas igrejas católicas orientais há sacerdotes casados santíssimos que contribuíram muito para a história da Igreja e da fé em épocas de perseguição, mas são verdadeiramente exceções.

-Mas, com os bispos, não são feitas estas exceções. O celibato episcopal tem algum significado especial?

Laurent Touze: É muito diferente, tanto teológica como historicamente. Mais ainda, o Concílio Vaticano II, com a constituição Lumen Gentium, definiu que o episcopado é a plenitude do sacramento da ordem. É necessário descobrir a especificidade do episcopado e, por conseguinte, o celibato episcopal. E pode ser demonstrado com o fato de que, no celibato ou continência do bispo, jamais foi feita uma exceção.

Isso é algo estudado pela Igreja, sobre o qual o pontificado romano teve de refletir mais recentemente na história contemporânea depois da Revolução Francesa, porque alguns bispos, ou melhor, ex-bispos, pediam para se casar.

Isso foi estudado e se disse que era impossível, que isso não deveria ser feito nunca, que estava em jogo o assunto dogmático ou, ainda mais recentemente, com a ordenação de homens casados e bispos esposados que se efetuaram na ex-Tchecoslováquia por imposição ou com a pressão do partido comunista ao poder. Também aí, a Igreja havia afirmado que o bispo sempre deve ser celibatário.

Namoro: ideias para acertar


Capelão universitário aventura-se em um livro sobre o tema

Por Miriam Díez i Bosch

BARCELONA, segunda-feira, 12 de abril de 2010 (ZENIT.org).- Alguns têm 80 anos. Outros têm 16. Mas todos se apaixonaram e vivenciaram um namoro. O livro do sacerdote Rafael Hernández Urigüen recolhe as experiências de diferentes pessoas e tira conclusões acerca do amor e do ato de apaixonar-se. Trata-se da obra “Namoro: Seguros? Ideias para acertar” ("Noviazgo: ¿Seguros? Ideas para acertar"), da editora Eunsa.

O livro deste professor e capelão universitário surge como fruto dos seminários mantidos com jovens no instituto universitário em que trabalha, o ISSA, http://www.issa.edu.

O autor explica a ZENIT que a obra oferece “pistas práticas para estabelecer um novo diálogo que evite os graves problemas que se estão detectando há anos nos casamentos”.

Desde a flechada até o compromisso, o itinerário da obra transcorre detendo-se em breves apontamentos de “características práticas e antropologia profunda do gênio feminino”, até a explicação da “castidade fundamentada em uma antropologia cristã inteligível e bem divulgada”.

Como escreve em seu prólogo o professor de psiquiatria Enrique Rojas, “quando o amor chega, pode ser cego, mas quando se vai é muito lúcido. Daí a importância de acertar na escolha”.

Hernández Urigüen recebeu consultas muito díspares desde a primeira edição do livro, em 2008. Um senhor de 80 anos perguntava por email onde podia adquirir o livro, já que com 50 anos de casado, apaixonadíssimo por sua mulher, jamais a compreendia por completo.

Uma jovem manifestava que depois de ler o livro e o que se afirma acerca da necessidade de respeito, sinceridade e horizonte de compromisso, tinha decidido romper com seu noivo, classificado como “romântico, mas imaturo e constantemente infiel”.

No livro se insiste na importância do período de namoro para se conhecer, no referido clima de “respeito, sinceridade e horizonte de compromisso”. Um slogan da obra é: “mais vale um trauma no namoro – romper se não tem boa perspectiva – que um matrimônio traumático”.

Mais que perguntar-se: “como saberei se isso vai ser para sempre?”, o autor propõe uma questão mais audaz: “como devo me comportar – como nos devemos comportar – para que isso seja para sempre?”.

Um aspecto muito importante, segundo o autor, é “a fé e a graça do sacramentos, que os cristãos veem como ajudas eficazes no cultivo da fidelidade, da ternura e da renovação do amor, também dando e recebendo o inestimável presente do perdão”.

O livro recorda “o papel fundamental dos sentimentos, que se devem harmonizar com a razão, a vontade e a prudência, para analisar as situações, e para que cada pessoa saiba discernir se está ‘cega’ ou se a intuição que sente tem fundamento e, sobretudo, futuro”.

Na internet, blog de Hernández Urigüen: http://noviazgosegurosideasparaacertar.blogspot.com

A confusão entre pedofilia e efebofilia

Conta o professor Tonino Cantelmi, psicoterapeuta e especialista em psiquiatria

Por Mirko Testa

ROMA, sexta-feira, 16 de abril de 2010 (ZENIT.org).- A origem da tempestade da mídia que caiu sobre o secretário do Estado do Papa, cardeal Tarcisio Bertone, é uma simplificação, muitas vezes alimentada pelos meios de comunicação, que fazem confusão entre pedofilia e efebofilia.

Disso está convicto o professor Tonino Cantelmi, que é presidente da Associação Italiana de Psicólogos e Pisiquiatras Católicos (AIPPC), e ensina Psicopatologia na Pontíficia Universidade Gregoriana de Roma.

Em declarações a ZENIT, o psicoterapeuta aponta os agentes informativos como causadores, em parte, do equívoco: “A confusão feita ao comparar a pedofilia com a homossexualidade, creio eu, que parte disso diz respeito a vocês, jornalistas.”

“Muitas vezes lemos: sacerdote acusado de pedofilia por ter abusado de um menino de 13 anos. Mas isso não é pedofilia!”, afirmou.

“Certamente - acrescentou Cantelmi - o cardeal Bertone se referia à efebofilia, ou seja, à atração sexual por adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos”.

“E os abusos cometidos por membros do clero têm a ver principalmente com as crianças pós-púberes, e têm como protagonistas pessoas homossexuais”, explicou.

“Por honestidade, devemos dizer que a pedofilia não tem nada a ver com a homossexualidade – continuou. A pedofilia é uma doença, uma perversão grave que não está ligada à orientação sexual”.

Além disso, continuou, “a causa da pedofilia não é o celibato. O que desencadeia a pedofilia é um transtorno da personalidade que na maioria das vezes é narcisista, maligno, ligado as pessoas muito manipuladoras, de perfil antissocial e sádico”.

O professor Tonino Cantelmi afirmou ainda que a comunidade científica internacional é unânime sobre esse ponto: “não há nenhuma prova que possa demonstrar que o celibato está na origem da pedofilia. O celibato não tem relação com isso”.

“Tanto é que, dos 10.000 pedófilos ativos na Itália, a maior parte está formada por heterossexuais e por pessoas que têm família”, concluiu.

Bispos dos EUA divulgam 10 conselhos para proteger as crianças


No Mês para a Prevenção do Abuso contra Crianças
WASHINGTON, D.C. quinta-feira, 15 de abril de 2010 (ZENIT.org). – A Conferência Episcopal dos EUA divulgou nesta semana uma série de conselhos para proteger as crianças de abusos, um esforço inovador das várias dioceses do país comprometidas com a segurança dos menores.

Nesta segunda-feira, a Conferência dos Bispos Católicos publicou uma lista com os dez pontos, elaborada pela diretora executiva do Secretariado para as Crianças e os Jovens, Teresa Kettelkamp.

Durante o mês de abril, definido como o Mês para a Prevenção do Abuso contra Crianças, os integrantes das dioceses norte-americanas discutem atualizações em seus próprios programas e esforços para a defesas dos jovens.

O episcopado sublinhou que constituiu um “esforço-chave” a elaboração da “Carta de 2002 para a Proteção das Crianças e dos Jovens”.

Com base nas informações coletadas pela Igreja na apuração de vários casos de abusos sexuais por membros do clero, Kettelkamp sintetizou as conclusões em 10 diretrizes ou ações.

Kettelkamp lembrou aos fiéis que “ninguém tem o direito de ter acesso às crianças”, e que “ninguém, não importa quem seja, ter direito automático de conviver com as crianças e os jovens confiados à Igreja sem que antes tenha passado por uma seleção adequada”.

Para a especialista, “é ingênuo supor que as pessoas conheçam automaticamente os limites, pelo que as organizações a as famílias devem estabelecê-los de modo muito claro”.

Barreiras de segurança

Para a diretora executiva do secretariado, “o abuso sexual de menores pode ser evitado”.

Para isso, exortou os membros da Igreja “a construir barreiras de segurança ao redor das crianças e dos jovens”, por meio de monitores, códigos de conduta, políticas e procedimentos, além da implementação de programas específicos de segurança”.

A lista de conselhos adverte que “a experiência mostra que a maior parte dos abusos ocorre por parte de alguém em quem a vítima confia, muitas vezes da própria família”.

“A formação e a educação permite que os adultos estejam a par das técnicas de prevenção do abuso”, prosseguiu.

“Alguns abusadores isolam uma vítima em potencial dando-lhe atenção excessiva ou presenteando-a com presentes caros”.

“Outro recurso comum de aproximação consiste em permitir que os jovens se engajem em atividades que seus pais ou responsáveis não aprovariam, como por exemplo ver material pornográfico, ingerir álcool ou consumir drogas, ou ainda, atividades que envolvam contato excessivo”.

Kettelkamp finalmente destacou que “avaliar precedentes em igrejas, escolas e outras instituições tende a manter distantes os abusadores, seja por que desencoraja eventuais ataques, ou porque permite identificar abusadores e proibi-los de ter contato com crianças”.

Os 10 conselhos podem ser consultados na página www.usccb.org/comm/archives/2010/10-066.shtml (em inglês).

Santa Sé publica guia de procedimentos sobre casos de abusos

Para explicar como a Congregação para a Doutrina da Fé age nestes casos

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 12 de abril de 2010 (ZENIT.org).- A partir de hoje, o site da Santa Sé oferece uma guia para compreender os procedimentos básicos da Congregação para a Doutrina da Fé frente a casos de denúncias por abusos sexuais. Assim afirmou a Rádio Vaticano, explicando que esta iniciativa "não é um novo documento, mas um resumo dos procedimentos operativos já definidos, que pode ser de ajuda para leigos e não-canonistas" na hora de compreender a atuação da Congregação.

Os procedimentos se remetem, segundo a emissora pontifícia, ao "Motu Proprio Sacramentorum sanctitatis tutela, de 30 de abril de 2001, junto com o Código de Direito Canônico de 1983".

Este procedimento, que está em vigor desde 2001, começa quando uma "diocese indaga sobre qualquer suspeita de abusos sexuais perpetrados por um religioso contra um menor. Se a suspeita for verossímil, o caso deve ser levado à Congregação para a Doutrina da Fé".

"O bispo local transmite todas as informações necessárias à Congregação para a Doutrina da Fé e expressa sua opinião sobre medidas e procedimentos que devem ser adotados. A lei civil referente à denúncia dos crimes às autoridades apropriadas deve ser sempre aplicada."

Da fase preliminar até a conclusão do caso, o bispo pode tomar medidas preventivas. "É conferido ao bispo local o poder de tutelar as crianças, limitando as atividades de qualquer sacerdote em sua diocese", seja antes, durante ou depois do procedimento.

Com relação ao procedimento, a Congregação estuda o caso e pede, se necessário, informações complementares.

A Congregação "pode autorizar o bispo local a instruir um processo penal judicial diante de um tribunal eclesiástico local". Também pode autorizá-lo a instruir um processo penal administrativo. Para apelar às sentenças emitidas por um tribunal eclesiástico, o sacerdote deve fazê-lo por meio da Congregação, cuja sentença será inapelável.

Ambos os procedimentos - judicial e administrativo penal - podem comportar certo número de penas canônicas, incluindo a demissão do estado clerical.

"Nos casos particularmente graves, em que um religioso durante um processo é declarado culpado de abusos sexuais contra menores ou que as provas sejam evidentes, a Congregação para a Doutrina da Fé pode decidir levar tal caso diretamente ao Santo Padre, a fim de que o Papa emita um decreto de demissão do estado clerical ‘ex officio'. Não existe recurso canônico contra o decreto papal."

Também apresentam ao Papa os casos de sacerdotes que, conscientes dos crimes cometidos, pedem a demissão.

"Nos casos em que o sacerdote acusado tenha admitido seus crimes e se proposto a viver uma vida de oração e penitência, a Congregação para a Doutrina da Fé autoriza o bispo local a emitir um decreto que proíbe ou limite o ministério público de tal sacerdote. No caso de violação das condições do decreto, não está excluída a destituição do estado clerical", informa a Rádio Vaticano.

A guia (em inglês) está disponível em http://www.vatican.va/resources/resources_guide-CDF-procedures_en.html

Papa: cristãos devem ter coragem de falar da vida eterna


Na Missa para os membros da Pontifícia Comissão Bíblica
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de abril de 2010 (ZENIT.org).- "A obediência a Deus tem a primazia" e torna o homem verdadeiramente livre, inclusive para opor-se à ditadura do conformismo. Esta foi a mensagem de Bento XVI na homilia da Missa celebrada hoje com os membros da Pontifícia Comissão Bíblica. De 12 a 16 de abril, de fato, está sendo realizado no Vaticano a plenária da Comissão, sob a presidência do cardeal Willian Levada, sobre o tema "Inspiração e verdade da Bíblia".

Segundo informou a Rádio Vaticano, o Papa, recordando as palavras de São Pedro no sinédrio, afirmou: "Deve obedecer-se antes a Deus do que aos homens. (...) E preciso sublinhar que a obediência a Deus dá a Pedro a liberdade de opor-se à suprema instituição religiosa.

"Pelo contrário, nos tempos modernos - observou Bento XVI - teorizou-se a libertação do homem, também da obediência a Deus: o homem seria livre, autônomo e nada mais."

"Mas esta autonomia - prosseguiu o Pontífice - é uma mentira, uma mentira ontológica, porque o homem não existe para si mesmo e por si mesmo; é uma mentira política e prática, porque a colaboração e a partilha das liberdades são necessárias e, se Deus não existe, se Deus não é uma instância acessível ao homem, permanece como suprema instância somente o consenso da maioria."

"Depois o consenso da maioria, torna-se a última palavra à qual devemos obedecer, e este consenso - sabemo-lo da historia do século passado - pode ser também um consenso no mal. Assim, vemos que a chamada autonomia não liberta o homem."

"As ditaduras estiveram sempre contra esta obediência a Deus", sublinhou o Papa.

"A ditadura nazista, assim como aquela marxista, não podem aceitar um Deus acima do poder ideológico e a liberdade dos mártires que reconhecem Deus... é sempre o cto da libertação, no qual chega a liberdade de Cristo a nós."

Hoje, no entanto, existem formas sutis de ditadura: "Um conformismo pelo qual se torna obrigatório pensar como pensam todos, agir como agem todos, e a sutil agressão contra a Igreja, ou também menos sutil, mostram como este conformismo pode realmente ser uma verdadeira ditadura".

"Para os cristãos - acrescentou Bento XVI -, obedecer antes a Deus do que aos homens supõe que se conheça verdadeiramente a Deus e querer verdadeiramente obedecer."

"Nós, muitas vezes, temos um pouco de medo de falar da vida eterna. Falamos das coisas que são úteis para o mundo, mostramos que o cristianismo ajuda também a melhorar o mundo, mas que a sua meta seja a vida eterna e que da meta venham depois os critérios da vida, não ousamos dizê-lo."

"Então - prosseguiu o Papa -, devemos, pelo contrário, ter a coragem, a alegria, a grande esperança de que a vida eterna existe, que é a vida verdadeira e que desta vida verdadeira vem a luz que ilumina também este mundo."

Nesta perspectiva - recolhe a Rádio Vaticano -, "a penitência é uma graça, graça que nós reconheçamos o nosso pecado, que reconheçamos que precisamos de renovação, de mudança, de uma transformação do nosso ser".

"Devo dizer que nós, cristãos, também nos últimos tempos - observou -, muitas vezes evitamos a palavra penitência, que nos parece dura demais. Agora, sob os ataques do mundo que nos falam dos nossos pecados, vemos que poder fazer penitência é graça e vemos como é necessário fazer penitência, isto é, reconhecer aquilo que está errado na nossa vida."

"Abrir-se ao perdão, preparar-se para o perdão, deixar-se transformar. A dor da penitência, isto é, da purificação e da transformação, esta dor é graça, porque é renovação, é obra da Misericórdia divina", concluiu.

Em panfleto, CNBB chama Lula de "novo Herodes" por plano de direitos humanos

Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Herodes, aquele que, segundo a Bíblia, ordenou a "matança dos inocentes", é como a Igreja Católica agora denomina o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em panfleto distribuído em São Paulo contra pontos dos quais discorda no 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado em dezembro pelo governo.

O que você achou do panfleto? E do programa de direitos humanos?

No livro de São Mateus, Herodes ordena o extermínio de todas as crianças menores de dois anos em Belém, na Judeia, para não perder seu trono àquele anunciado como o recém-nascido rei dos judeus, Jesus Cristo. Para a igreja, o "novo Herodes" autorizará o mesmo extermínio anunciando-se a favor da descriminalização do aborto.

No panfleto, intitulado "Presente de Natal do presidente Lula", a Comissão Regional em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), contesta este e outros pontos do já polêmico plano. "Herodes mandou matar algumas dezenas de recém-nascidos (Mt 2,16). Com esse decreto, Lula permitirá o massacre de centenas de milhares ou até de milhões de crianças no seio da mãe!", incita o documento.

A comissão que começou a distribuir panfleto divulgou uma nova versão

  • Reprodução
Segundo Dom José Benedito Simão, presidente da comissão e bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, a igreja não é contra o plano em sua totalidade, mas considera que quatro deles "agridem" os direitos humanos. Além da questão do aborto, são eles: união civil entre pessoas do mesmo sexo, direito de adoção por casais homoafetivos e a proibição da ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União.


"Não é uma campanha contra o projeto, mas alguns pontos em que acreditamos que ele agride e extrapola os direitos humanos e o direito à vida", critica Dom Simão. "O que nós contestamos é a falta de sensibilidade desse decreto, que funciona como um projeto, e não ajuda em nada ao Estado Democrático de Direito em que queremos viver. Não queremos cair em outra ditadura. Esse decreto é arbitrário e antidemocrático", completa.

Segundo Dom Simão, que também é bispo da Diocese de Assis, no interior de São Paulo, a intenção é ampliar a distribuição e divulgação do panfleto em todas as cidades do Estado e também pela internet. "Ele [o plano] não está a favor do Brasil. Agora vem o presidente dizer que não sabia, que assinou sem ler? Como vai assinar se não leu?"

Sobre a questão da retirada dos crucifixos, o bispo defende que não somente os símbolos da Igreja Católica estejam presentes, como também o de outras religiões. "Nós não queremos que retire, queremos é que se coloquem mais símbolos ainda. A igreja sempre defendeu os direitos humanos e vai apoiar o governo em tudo o que for a favor da vida. Mas esse plano tem que ser revisto sim. O governo só reviu a questão dos militares, mas nesses quesitos não está querendo rever. Que princípios o governo quer defender com esse projeto?"

A CNBB nacional também criticou os mesmos pontos no programa, por meio de nota oficial. Mas sua assessoria de imprensa disse desconhecer a distribuição do panfleto, alegando que o regional tem autonomia para determinadas ações, que não precisam passar pelo seu crivo. A assessoria informou ainda que a CNBB nacional não irá se manifestar sobre o panfleto.

Íntegra do PNDH-3



O Regional Sul 1 também informou que a comissão tem autonomia e que o panfleto não precisaria ser aprovado pelo presidente da sede para ser distribuído. O regional coordena oito subregionais: Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto 1, Ribeirão Preto 2, São Paulo 1, São Paulo 2 e Sorocaba, cada uma delas englobando pelo menos quatro cidades do Estado.

O UOL Notícias entrou em contato com a Presidência da República. A assessoria de imprensa informou que o governo não irá se pronunciar.

Em busca de direitos

A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que congrega 220 organizações congêneres, apoia o programa de direitos humanos. Em nota oficial, o presidente da entidade, Toni Reis, afirma que a associação participou da elaboração e defende que "os direitos sexuais de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais são direitos humanos e, por isso, direitos fundamentais a serem respeitados em uma sociedade democrática".

Atualmente, o aborto é considerado crime no Brasil, exceto em duas situações: gravidez decorrente de estupro e quando há risco de morte à mãe. No Código Penal, o aborto é enquadrado como crime contra a vida, com penas que variam de um a 10 anos de prisão.


O casamento homossexual também não é permitido, mas a união civil entre pessoas do mesmo sexo está em vias de ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal. A adoção por casais homoafetivos ocorre, mas é rara. Faz parte de uma jurisprudência ainda minoritária, formada por decisões favoráveis em primeira instância com base no direito constitucional à família.

O polêmico plano
Aprovado em dezembro, o PNDH-3 traça recomendações ao Legislativo para a futura elaboração de leis orientadas a casos que envolvam os direitos humanos no país. Um dos pontos mais controversos prevê a criação de uma Comissão da Verdade, para investigar casos de violação de direitos humanos durante a ditadura militar.

A medida gerou desentendimentos entre militares e a pasta de direitos humanos, e culminou em uma alteração no plano, assinada por Lula no último dia 14, suprimindo a expressão "repressão política", para englobar qualquer conflito no período.

A mudança não encerrou a discussão, já que outras polêmicas foram mantidas, como a tentativa de controle da imprensa e a não repreensão às invasões de terra, alvos de críticas de entidades como a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Em nota, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, que elaborou o programa, diz que ele incorpora propostas aprovadas em cerca de 50 conferências nacionais, realizadas desde 2003, e que sua versão preliminar esteve disponível durante 2009 para sugestões e críticas.

terça-feira, 13 de abril de 2010

CONFISSÃO COM O PADRE OU COM DEUS?


Por Marcos Paulo Teixeira

http://marcospauloteixeira.wordpress.com

Esse sacramento é tão questionado quanto incompreendido. É comum as indagações: EU SO ME CONFESSO COM DEUS! Ou “PARA QUÊ ME CONFESSAR AO PADRE SE ELE TAMBÉM PECA?!”

Isso é o mesmo que dizer: “eu não vou ao médico porque ele também fica doente”. Mas a questão é muito mais profunda.

Há perguntas frequentes como essa: “Onde diz na Bíblia que os homens pecadores podem perdoar pecados de outros pecadores?”

Jesus Cristo veio não para abolir a lei‚ mas para levá-la a perfeição (cf Mt 5‚17)‚ logo as indicações na lei de Moisés sobre o perdão dos pecados encontram sua perfeição no Sacramento da Confissão.

Analisemos o que diz São Paulo em II Cor 5‚ 18-20:

“Tudo isso vem de Deus‚ que nos reconciliou consigo‚ por Cristo‚ e nos confiou o ministério desta reconciliação. Porque é Deus que‚ em Cristo‚ reconciliava consigo o mundo‚ não levando mais em conta os pecados dos homens‚ e pôs em nosso lábios a mensagem da reconciliação. Portanto‚ desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo‚ e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio...”

Veja que para S. Paulo é Deus quem perdoa‚ mas ao mesmo tempo‚ confiou aos apóstolos o ministério da reconciliação. O sacerdote é o embaixador que desempenha essa função em nome de Cristo.

Ao anunciar o perdão dos pecados‚ o padre não está perdoando os pecados por contra própria‚ mas é o próprio Cristo que na pessoa no Sacerdote (seu embaixador) reconcilia o homem com Deus.

Só Cristo‚ que é Deus‚ pode perdoar os pecados. "Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, replicou-lhes: Que pensais nos vossos corações? Que é mais fácil dizer: Perdoados te são os pecados; ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados (disse ele ao paralítico), eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa. No mesmo instante, levantou-se ele à vista deles, tomou o leito e partiu para casa, glorificando a Deus" (Lc 5,22-25).”

Esse mesmo Cristo que provou ter autoridade de perdoar os pecados‚ conferiu aos seus apóstolos esta mesma autoridade:

" Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20,21-23).

Será que precisa ser mais claro do que isto? O próprio Jesus conferiu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados. Não é o apóstolo que perdoa‚ mas Cristo na pessoa do apóstolo que perdoa os pecados.

O que isso quer dizer? Por que Cristo criou esse sacramento?

Jesus estava mostrando a maneira ordinária de ter os pecados perdoados. Ou seja‚ a confissão é a maneira comum de ter os pecados remidos. Existem outras maneiras? Sim‚ no Batismo e na Unção dos enfermos! Mas a confissão é a maneira ordinaria. Deus é infinito‚ por isso tem infinitas maneiras de salvar o homem‚ mas existe a maneira ordinaria. A maneira extraordinária só Deus conhece.

Como pode se salvar um pagão que vive retamente e fiel a lei natural‚ mesmo sem nunca ter conhecido à Cristo? Pela maneira extraordinária. E essa só Deus sabe!

Como pode um protestante se salvar mesmo negando o sacramento da confissão? Só pode se salvar de mode extraordinário‚ se sua ignorância for invencível. Ou seja‚ que por suas forças nâo consiga vencer a barreira da ignorância que o separa da verdade.

Veja agora o que S. Tiago nos ensina:

"Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se ele cometeu pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande eficácia" (Tg 5,14-16).

A recomendação de Tiago é muito clara. Ele fala aí do sacramento da unção dos enfermos e da confissão. Os protestantes dizem que no Novo Testamento só existe o sacerdócio régio de todos os fiéis‚ mas S. Tiago vem mostrar que existem sim os sacerdotes da Igreja‚ aquele que receberam os sacerdócio ministerial de Cristo (Cf II Cor 5‚ 18-20). Devemos confessar os nossos pecados uns aos outros (os ministeriados) que receberam essa missão de Cristo.

Lutero não aboliu o sacramento da Confissão‚ a sua abolição veio por reforma dentro do próprio protestantismo. Tanto é que os luteranos e anglicanos ainda conservam a observância do sacramento da Confissão.

Alguns usa a passagem de Jeremias 17‚ 5 para negar a confissão:

Eis o que diz o Senhor: Maldito o homem que confia em outro homem‚ que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!”

A passagem é correta! Maldito o homem que confia em outro homem... Quem está certo‚ Jesus que deu autoridade aos apóstolos de perdoar os pecados‚ ou os homens que dizem o contrário?

Em Atos 19‚18 aconteceu que quando as pessoas creram foram confessar os seus pecados: "Muitos dos que haviam crido vinham confessar tudo o que tinham feito" (Atos 19,18). Isso é o que faziam os cristão verdadeiros‚ seguiam as orientações de Cristo e dos Apóstolos. Mesmo sabendo que só Deus perdoa os pecados‚ procuravam os apóstolos porque sabiam que‚ por eles‚ o perdão dos pecados acontecia.

A Igreja primitiva sempre professou a crença nesse sacramento. "Confessar-se na Igreja antes de receber o corpo de Cristo" (Didaqué; ano 70). Nesse ano muitos livros da Bíblia nem tinham sido ainda escritos.

COMO ME PREPARAR PARA A CONFISSÃO?

Como já foi dito‚ a confissão é o meio certo para receber o perdão de Deus. Ele mesmo quis assim. Foi Ele (Deus) que deu autoridade aos Bispos e padres para perdoar (em seu nome) os pecados.

O que precisa ter uma confissão bem feita?

1 – EXAME DE CONSCIÊNCIA - Lembrar de todas as faltas que cometemos contra Deus e contra os irmãos. Se necessário‚ pode-se usar um bloco de anotações neste momento para não esquecer os pecados.

Veja que a confissão é também uma acusaçâo do pecado. É ele que deve sair das nossas vidas. A partido do momento que os encontros‚ sei por onde posso recomeçar.

2 - ARREPENDIMENTO - não é remorso.

“O filho lhe disse‚ então: Meu pai‚ pequei contra o céu e contra ti.” (Lc 15‚22)

3 - PROPÓSITO – aqui deve ter uma vontade determinada de não cometer mais o erro.

4 – CONFISSÃO – contar os pecados ao Padre.

5 – SATISFAÇÃO – neste momento o sacerdote vai te dar alguma tarefa para satisfazer a tua confissão‚ seja uma oração ou uma ação.

O pecado esquecido também é perdoado se eu fizer bem o meu exame de consciência. Os pecados escondidos na confissão não são perdoados, devendo novamente buscar uma confissão sincera.

Por que não posso comungar sem me confessar? Porque ninguém serve comiga em pratos sujos. A confissão limpa a nossa alma para receber aquele que é todo santo‚ Jesus na Eucaristia.

Oração para o ato de Contrição.

Meu Jesus‚ meu senhor e meu Deus, me arrependo de todo o meu coração e peço com a vossa ajuda a graça de nunca mais pecar. Amém!

Que nesta Semana Santa‚ possamos viver bem o santo sacrificio da Cruz‚ tendo recebido o perdão dos pecados.

Marcos Paulo