Arcebispo sublinha presença indispensável da Igreja na vida da sociedade
Em artigo enviado a ZENIT nesta sexta-feira, Dom Walmor recorda o ensinamento do apóstolo Paulo de que a Igreja é um corpo. “Paulo acentua que cada membro é diferente e importante. Sua condição, se ferida, ecoa em toda a sua extensão, em razão da insubstituível articulação entre os membros desse mesmo corpo”.
“Quando o Papa Bento XVI fala de uma Igreja ferida, nessa primeira década do terceiro milênio, está reconhecendo que há membros feridos, com repercussão em todo o corpo que é a Igreja”, afirma o arcebispo.
Segundo Dom Walmor, “as chagas que atingem o corpo que é a Igreja se configuram de muitas maneiras. Toda quebra da unidade, injustiça, disputa, exploração, desrespeito e irreverências ferindo a nobreza da dignidade humana, compõem a lista que pode fazer da Igreja corpo ferido”.
“A pedofilia, crime hediondo, conduta abominável, é uma ferida que afeta todo o corpo. Agrava-se quando membros servidores consagrados desse corpo são os instrumentos desses acontecimentos nefastos.”
Para o arcebispo de Belo Horizonte, “esse primeiro decênio da vida da Igreja nesse terceiro milênio, preconizado como o da mística e da espiritualidade, desafia a Igreja Católica a voltar, ainda mais, a suas fontes”.
“A Igreja Católica tem fontes e elas estão retratadas em memórias ricas, consignadas em experiências, monumentos, serviços, tradição imaterial, cultura gerada nos braços dos valores evangélicos.”
“A Igreja - ainda quando ferida nesses, por esses ou naqueles membros, e também pelas injunções da história de cada tempo, com suas mudanças e descompassos - contabiliza experiências, serviços, pessoas, muitos sacerdotes, alimentando e garantindo sua presença indispensável na vida da sociedade, um tesouro inestimável”, afirma Dom Walmor.
Se o seu corpo é ferido – prossegue o arcebispo –, “tem em seu coração o amor de Deus revelado no seu Mestre e Senhor, Jesus Cristo, que lhe garante uma incontestável envergadura moral, credibilidade e força própria para renascer e continuar sua missão”.
“Mesmo ferida, a Igreja é um memorial de referências e moralidade, indispensável, como se comprova, para a vida de povos e culturas”, escreve o prelado.
(Alexandre Ribeiro)
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