quinta-feira, 20 de outubro de 2011

UNÇÃO E TÉCNICA MUSICAL

O músico precisa ter cuidado para não se preocupar somente com a música ou com a técnica musical; deve buscar um equilíbrio em sua caminhada, deixando que o Espírito Santo conduza sua vida ao deserto, para a provação e libertação e, em seguida, o mesmo Espírito o conduza para o meio do povo, a fim de libertar e curar por intermédio da música.

Muitos músicos ainda não foram "aprovados" no deserto, estão sendo reprovados diante das provações e tentações; não se entregaram à graça do Espírito Santo para vencer o pecado. No entanto, se preocupam em estar no meio do povo, mas sem consciência de que sua presença não tem autoridade diante do demônio e, muito menos, sua música pode libertar alguém. Muitos músicos precisam ser libertos para depois sair e ajudar as pessoas a se libertarem.

Como ajudar alguém a sair do adultério se nós não conseguimos sair dele? Como ajudar alguém a se libertar dos vícios se ainda não vencemos essa tentação em nossas vidas? Como falar em roubo, masturbação, mentira, irresponsabilidade se no deserto nos entregamos a tudo isso? O músico precisa ter equilíbrio e estar aberto para as libertações que Deus precisa fazer nele.

Muitos querem tocar para Deus todo o tempo que puderem, porém, não entendem que a verdadeira música do céu não pode ser tocada sem o Espírito os conduzir ao deserto. É no deserto que Ele os liberta dos males e dos pecados, lhes dá a vitória sobre o inimigo e, em seguida, os conduz a fazer um "barulho de Deus" nos corações das pessoas.

Nos grupos de oração, o músico pode até tentar exorcizar com seu canto, mas o que faz a diferença é se ele já foi aprovado no deserto. Caso não, as pessoas vão embora no mesmo estado em que entraram no grupo.


Trecho do livro: "O Músico e a Arte de Servir a Deus"
Fonte: www.cancaonova.com

COMUNHÃO DOS SANTOS


Meus irmãos, a frase protestante “Igreja não salva, quem salva é Jesus”, traz uma conclusão falsa: “Igreja não importa”. Logo, as pessoas podem participar de qualquer igreja e ao mesmo tempo podem não congregar em nenhuma. Esse relativismo religioso deixa a doutrina apostólica da comunhão dos Santos de lado.

A Igreja Católica não é uma instituição puramente compreensível neste mundo. Ela possuí três estados, porém continua sendo a mesma Igreja Católica, fundada por Cristo e apascentada por Pedro.

A Igreja Católica é composta por uma igreja visível, dita militante que caminha neste mundo (que somos nós), uma igreja que está se purificando no purgatório (Igreja Padecente) e uma Igreja triunfante que já está na glória, junto de Deus. Porém a comunhão espiritual e a comunhão de bens entre os santos não é rompida com a morte. Isso deriva do lógico: Se Cristo venceu a morte, como poderia ela ainda nos separar?

A Comunhão dos Santos é a união entre todos os membros da Igreja e a palavra de Deus nos mostra essa realidade. Vejamos:

“Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. Assim o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos.” (I Cor 12, 12-14)

Paulo mostra que quando somos batizados, somos agora um só corpo. Essa é a graça de receber o Espírito do Ressuscitado que nos torna filhos de Deus e membros do corpo de Cristo, isto é a Igreja.

A morte já não seria mais uma barreira para os que estão na graça de Deus. Logo, os santos que morreram na graça de Deus também participam dessa comunhão e podem manifestar essa comunhão também com intercessão. Vejam:

“Quando recebeu o livro‚ os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro‚ tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)” (Ap 5‚8).

São João mostra que diante do cordeiro as orações dos santos são como taças cheias de perfumes.

Agora uma observação: Nem todos os mortos podem interceder, apenas os que estão na presença de Deus. Aquelas almas condenadas ao inferno não participam dessa comunhão, como mostro nas passagens que seguem.

“Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida” (Ecl 9‚5)

“Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria.” (Ecl 9‚10)

Esses mortos que Eclesiastes cita, não são os mesmo mortos que diante do trono de Deus clamam por Justiça. Confira:

“Depois disso‚ vi uma grande multidão que ninguém podia contar‚ de toda nação‚ tribo‚ povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro‚ de vestes brancas e palmas na mão‚ e bradavam em alta voz: “A salvação é obra de nosso Deus‚ que está assentado no trono‚ e do cordeiro.” (Ap 7‚9-10)

“Quando abriu o quinto selo‚ vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz‚ dizendo: “Até quando tu‚ que és o Senhor‚ o Santo‚ o Verdadeiro‚ ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra?” (Ap 6‚ 9-10)

Viram a diferença? Os que podem interceder estão dentro da grande comunhão dos Santos.

Há testemunho da Igreja primitiva sobre essa comunhão? Sim, vou citar alguns:

São Clemente (Século I) : “Os que suportaram com confiança, herdaram glória e honra; foram exaltados, e Deus os inscreveu no seu memorial pelos séculos dos séculos. Amém.”

Orígenes, pelo ano 250 d.C., afirmava que: “virtudes nesta vida são definitivamente aperfeiçoadas no além. Ora, a mais valiosa de todas é a caridade; esta, portanto, na outra vida é ainda mais ardente do que na vida presente. Por conseguinte, os santos exercem seu amor sobre os irmãos na terra, mediante a intercessão dirigida a Deus em favor das necessidades destes peregrinos.”

Santo Inácio no ano 107 d.C, antes do seu martírio, escreveu: "Meu espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus"

Então meus caros amigos, a Comunhão dos Santos não é uma doutrina nova. Ela é apostólica!

Mas a Comunhão dos Santos se resume em intercessão? Não! É algo muito maior.

No Catecismo lemos: “Uma vez que todos os crentes formam um só corpo, o bem de uns é comunicado aos outros... assim, é preciso crer que existe uma comunhão dos bens na Igreja. Mas o membro mais importante é Cristo, por ser a Cabeça... Assim, o bem de Cristo é comunicado a todos os membros, e essa comunicação se faz por meio dos sacramentos da Igreja.” [Sto. Tomás de Aquino, Symb. 13]. “Como esta Igreja é governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens que ela recebeu se tornam necessariamente um fundo comum.” (CIC 947).

“O termo “comunhão dos Santos” tem, pois, dois significados intimamente interligados: “comunhão nas coisas santas (sancta)” e “comunhão entre as pessoas santas (sancti)”. (CIC 948)

Vamos entender: os bens espirituais da Igreja, pertencem a todos os santos (não apenas os canonizados), mas todos nós que buscamos a santidade.

Pela comunhão dos santos, um ato de virtude, caridade, etc...torna-se patrimônio da Igreja podendo auxiliar um outro membro da Igreja que se precipita no abismo do pecado, porém, um ato pecaminoso pode ter conseqüência a todos os membros, pois somos um único corpo místico.

A comunhão dos Santos é também comunhão entre os três estados da Igreja (Militante, padecente e triunfante) e as orações da Igreja desta terra pode contribuir para a purificação das almas do purgatório, bem como as orações dos santos diante de Deus contribuem para a nossa vida enquanto Igreja militante.

É por isso que dizemos que um monge, que nunca sai do mosteiro, pode contribuir imensamente com Igreja. Pois os seus méritos diante de Deus são compartilhados por todos. Quando estamos em estado de graça conservamos essa graça no corpo (a Igreja) e esse bem espiritual é usufruído por todos.

Em Atos 4, Lucas mostra que essa comunhão é espiritual e também material: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuíam, mas tudo entre eles era comum.” (At 4,32).

A Igreja é um só coração e uma só alma. E em relação aos bens, a Igreja passou a se ajudar mutuamente. Por isso que pagamos o dízimo diferente dos protestantes, para eles o dízimo que os Judeus pagavam para sustentar os levitas deve continuar ainda hoje, porém não mais aos levitas e sim as igrejas. Nós, porém usamos o termo “dízimo”, mas é a comunhão a nossa lei.

Obs: Já adiantando, pois sei que os leitores protestantes pedirão fundamentação bíblica do purgatório, já gostaria de indicar esse texto disponível em http://marcospauloteixeira.wordpress.com/2008/12/13/deve-se-acreditar-no-purgatorio/ , e também um texto sobre a intercessão dos santos disponível em http://marcospauloteixeira.wordpress.com/2010/03/12/jesus-e-o-unico-intercessor/ .

Termino com a frase de S. Domingos moribundo a seus irmãos: “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida.”

Em Cristo,

Marcos Paulo