segunda-feira, 27 de junho de 2011

Marcha COM Jesus = CORPUS CHRIST

Por Marcos Paulo Teixeira

Hoje a única Igreja criada, planejada e sonhada por Cristo celebra o corpo do Senhor. Neste dia a Igreja sai em procissão com Jesus na Eucaristia, reafirmando a sua fé bimilenar na presença real de Cristo na hóstia consagrada.

Nesse mesmo dia, uma multidão de várias “igrejas” cristãs diferentes, saem às ruas numa “Marcha PRA Jesus”, mas diga-se de passagem: sem Jesus presente em seu corpo e sangue!

Ao assistir a reportagem do jornal Hoje e ver a repórter dizer que a Eucaristia simboliza o corpo de Cristo, me motivou a escrever esse texto.

Será mesmo que a Eucaristia é o corpo de Cristo? Ou apenas é um símbolo de Cristo, como fazem os protestantes nos seus cultos?

Pois bem...

As Sagradas Escrituras, nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e na primeira carta aos Coríntios, narram a última ceia e a instituição da Eucaristia. São quatro narrações equivalentes, onde não se usa metáfora e nem parábola. Vejamos:

“Eu recebi do Senhor o que vos transmitir: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim.” Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim.” (ICor 11,23-25)

Veja que Cristo falou ISTO É, e não “isto representa” o meu corpo, e pede para que os apóstolos repitam esse gesto. E a Igreja primitiva atendeu esse pedido de Jesus: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações.” (At 2,42).

Veja meus amigos, como a Igreja deve perseverar:

1 –Na doutrina dos apóstolos - Posso eu fundar uma igreja e criar minhas próprias doutrinas?

2 – Nas reuniões em comum – Posso eu alegar que as diferentes igrejas cristãs são na verdade uma só Igreja de Cristo, já que teologicamente elas diferem entre si?

3 – NA FRAÇÃO DO PÃO – A Igreja vive da Eucaristia! Não se pode só falar de Jesus, é precisar experimentar o corpo do Senhor (PÃO). Ele mesmo falou isso, veja: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.”(Jo 6,51). Quer mais clareza que essa? Então veja Jesus repetir:

“A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: “Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?” Então Jesus lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos.” (Jo 6,52-53).

Realmente é difícil compreender como um pedaço de pão se tornará corpo e um pouco de vinho se tornará sangue, mas existe algo impossível para Cristo? Claro que não!

Então ele insiste:

“Quem como a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.” (Jo 6,55).

ATENÇÃO PROTESTANTES, essas são palavras de Jesus: “Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente.” (Jo 6,58).

Você deve até estar se perguntando: E quem não come deste pão? Pois é.. eu não sei! Só sei que Jesus falou que aquele que come este pão viverá eternamente.

E por último: 4 – Viver uma vida de oração! Não só a pessoal, mas as orações da comunidade, isto é, a liturgia.

Bom, agora vamos aprofundar o assunto.

1) Jesus é o cumprimento das promessas feitas no antigo testamento.

Na ceia dos judeus, se comia um cordeiro imolado para lembrar a saída do Egito e clamar a entrada no novo reino, o messiânico. Para nós católicos, Jesus é o cordeiro imaculado: “Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum...” (1Pd1,18-19)

É ele que tira o pecado do mundo e a nossa verdadeira páscoa: “Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.”(I Cor 5,7).

Essa é a nossa certeza, ele é o nosso cordeiro. Comemos o corpo do Senhor na certeza da real presença dele na hóstia, assim como ele mesmo falou.

Jesus se entregou como vítima de expiação dos nossos pecados, como sinal da nova Aliança. Se não houvesse verdadeira presença de cristo no pão, não haveria verdadeiro sacrifício!

ATENÇÃO: A palavra “anámnesis”, que quer dizer memória, usada por Cristo ao dizer fazei isso em memória de mim, não significa recordação psicológica. Esse termo deve ser aplicado com o mesmo sentido com que os judeus davam ao memorial da Páscoa. Para o Judeus a páscoa não era uma data que relembrava o acontecido, mas que atualizava o ato salvífico de Deus. Também os apóstolos entendiam a celebração eucarística dessa mesma maneira. Não é um relembrar, mas um viver e experimentar a mesma paixão e única paixão de Cristo.

A Eucaristia faz a Igreja ser unidada: “Embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos de um único pão” (I Cor 10,17).

Nesse entendimento, a Igreja Católica sempre celebrou a partilha do pão, ou seja, a ação de graça = EUCARISTIA. É ação de graça porque o Espírito impregna o pão que o faz transubstanciar-se no corpo de Cristo. Esse sempre foi a essência da Igreja de Cristo: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o pão...” (At 20,7).

Vários milagres, cientificamente provados, comprovam a transformação real do pão no corpo divino de Jesus, basta procurar na internet para encontrar as fotos.

Portanto, neste dia afirmamos a fé recebida dos apóstolos: NA EUCARISTIA ESTÁ VERDADEIRAMENTE PRESENTE O CORPO, SANGUE, ALMA E DIVINDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!


http://marcospauloteixeira.wordpress.com/

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A fé do bispo contra os partidos

http://diasimdiatambem.com/2011/06/13/a-fe-do-bispo-contra-os-partidos/

O bispo mais polêmico da campanha vai se aposentar sem deixar a pregação.

A ditadura gay não vai poupar ninguém, nem mesmo nossos filhos. Da sede da diocese de Guarulhos, o bispo dom Luiz Gonzaga Bergonzini prepara um texto para publicar em sua página na internet. A frase é o título de um artigo divulgado em seu blog, que fala dos riscos que as famílias correm com o kit gay, que seria distribuído em escolas pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Se [o kit] não é assédio, aliciamento e molestamento sexual pró-sodomia, então o que é?, questiona o documento compartilhado pelo religioso na internet. O bispo usa o site para se comunicar com as famílias católicas e alerta, em outro texto: Conspiração da Unesco transformará metade do mundo em homossexuais.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini criou o blog no ano passado (www.domluizbergonzini.com.br)
, quando ficou conhecido nacionalmente por defender o voto contra Dilma e o PT. À frente da diocese da segunda cidade mais populosa de São Paulo (1,3 milhão de habitantes), o religioso ajudou a colocar o aborto na pauta eleitoral. Há um ano, antes do início oficial da campanha, publicou um artigo no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em que dizia que os verdadeiros católicos e cristãos não poderiam votar na candidata petista. No decorrer da campanha, articulou a distribuição de folhetos em igrejas defendendo o voto anti-PT.

A pregação de dom Bergonzini se dá além dos limites da diocese. O religioso considera o blog um instrumento da voz do Reino de Deus, como registra em um dos textos publicados em sua página na internet, e expressa suas ideias no jornal Folha Diocesana, do qual é fundador e jornalista responsável. O bispo, com 75 anos, é jornalista profissional, com registro adquirido por atuar na área desde seus tempos de padre.

"Tenho bom relacionamento com petistas mas não aceito o PT, é o partido da morte"

Pela internet, o bispo mostra sua influência em decisões que extrapolam o foro íntimo dos fiéis. No início do mês, dom Bergonzini recebeu na diocese o presidente da Dersa (empresa estadual responsável pela manutenção das rodovias), Laurence Casagrande Lourenço, para discutir o traçado do Rodoanel Norte. A obra é vitrine da gestão do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Tudo foi noticiado no blog.

No mês passado, o religioso mobilizou sua base católica e uniu-se a evangélicos em duas lutas: contra o KIT ANTI-HOMOFOBIA, preparado pelo governo federal para ser distribuído em escolas, e contra o projeto de lei 122, que criminaliza a homofobia. O kit gay abriu novas frentes de protesto contra Dilma e o governo teve de recuar e reformular o material. Já o PL 122, que tem a petista Marta Suplicy (SP) como relatora no Senado, é considerado heterofóbico por religiosos.

O resultado do engajamento é contado pelo bispo com um sorriso. Em 2010, depois de sua pregação contra a candidata a favor do aborto, Dilma perdeu no segundo turno em Guarulhos, apesar de ter ganho no primeiro turno no município. Antes das eleições, Dilma falou que era um atraso o Brasil ainda condenar o aborto. Bati firme, deu segundo turno e ela perdeu. E olha que a tradição aqui é petista, diz. Isso dá uma ideia de como o artigo funcionou. A cidade é comandada há três gestões pelo PT e em 2002 e 2006 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou lá nos dois turnos.

Dom Luiz Bergonzini lembra de outro caso em que sua intervenção foi sentida nas urnas. Em 1996, se revoltou com declarações do ex-prefeito Pascoal Thomeu, candidato à prefeitura de Guarulhos, e partiu para o ataque. Thomeu teria ofendido a igreja em um comício e o bispo chamou os católicos a boicotar o ex-prefeito. O religioso publicou um artigo no jornal da diocese contra o político e o texto foi distribuído pelos opositores do candidato. Ele perdeu redondamente, diz, ao recordar do ex-prefeito do PTB, morto em 2006.

Reprodução do blog

Em pelo menos outros dois episódios o bispo usou sua influência contra candidatos. Quando era vigário em sua cidade natal, São João da Boa Vista, no interior paulista, diz que também derrubou o prefeito ao tomar atitudes semelhantes, sem recordar em que ano foi nem quem era o prefeito. Na campanha de 1985 pela Prefeitura de São Paulo, engrossou o coro contra Fernando Henrique Cardoso, depois que o candidato gaguejou ao ser questionado sobre a existência de Deus. Naquela eleição, FHC foi taxado de ateu.

O bispo relata as ameaças que sofreu. Na campanha de 2010, depois do primeiro turno, foi acordado numa madrugada por barulhos de rojões e gritos de que iria ser morto. Não fiquei com medo. Se acontecesse qualquer coisa comigo seria uma alta propaganda contra o PT, comenta. Não arredei o pé.

Dom Bergonzini não gosta do PT e diz que nunca votou no partido. Todo radicalismo é exagerado e o PT sempre foi um partido radicalista, comenta. Para o religioso, é o partido da morte. O motivo? Em dois congressos o partido fechou questão a favor da liberação do aborto. Em vez de promover a vida, promovem morte, diz. Os petistas, segundo ele, foram contaminados. Tenho um bom relacionamento com petistas, mas não aceito o partido, declara. Cita como exemplo o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida. Eu o respeito e nos entendemos muito bem, mas lamento que seja do PT. Posso aceitar a pessoa, mas não posso apoiar um petista.

Sentado em sua sala na diocese, o religioso ajeita os cabelos com as mãos, ajeita o crucifixo no peito e começa a frase com um minha filha, ritual que repete quando demonstra incômodo.

Não aceito nenhum partido; Sou contra todos eles, diz. Minha filha, já falei mal do partido A, B, C. Não me prendo a nenhum. Para o bispo, as legendas não deveriam nem existir depois das eleições.

Os partidos e lideranças locais cortejam o religioso, que já foi convidado três vezes para disputar para a prefeitura: duas vezes em Guarulhos e uma em São João da Boa Vista. Não aceitou. O bispo não diz quais siglas o convidaram, mas afirma que não foi o PT.

A pressão do religioso contra o PT intensificou-se durante o governo Lula. Em 2005, o Ministério da Saúde editou uma norma técnica para os casos de aborto permitidos por lei e determinou que a vítima de estupro não precisaria apresentar um Boletim de Ocorrência (BO) para fazer o aborto, com base no Código Penal. Para o bispo, foi uma ação para flexibilizar a prática e tornou-se uma brecha.

Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil, comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] Não queria, não queria, mas aconteceu..., diz. Então sabe o que eu fazia? Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. Eu falava: bota aqui, pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. Entendeu, né? Tem casos assim., do ah, não queria, não queria, mas acabei deixando. O BO é para não facilitar o aborto, diz.

O bispo continua o raciocínio. A mulher fala ao médico que foi violentada. Às vezes nem está grávida. Sem exame prévio, sem constatação de estupro, o aborto é liberado, declara, ajeitando o cabelo e o crucifixo.

O religioso conta de uma ação para dificultar o aborto em Guarulhos. Sua mobilização fez com que o Ministério Público notificasse o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e o sindicato dos profissionais de saúde de Guarulhos, Itaquaquecetuba e Mairiporã sobre a proibição da prática sem o BO, inquérito policial e autorização judicial.

Dom Bergonzini acha que a pessoa que se julga vítima tem de fazer o BO e apontar o nome do agressor. Filha, não existe nada debaixo do sol que não seja conhecido. É muito difícil. Se a pessoa fizer questão mesmo, vai fazer exame de espermatozoide, etc, vai descobrir [quem é agressor]. A Justiça tem de ir atrás. Para o bispo, com essa ação em Guarulhos, a igreja deu um passo à frente, embora, mesmo nesses casos, o aborto seja inaceitável.

A discussão sobre o aborto logo voltará ao centro do debate no país e o bispo diz estar preparado para orientar os fiéis. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal deve julgar a jurisprudência dos casos de anencefalia fetal.

Dom Bergonzini argumenta que a ciência não é infalível e, por isso, nada garante que o bebê nascerá sem cérebro. O bispo diz conhecer um caso em que foi diagnosticado anencefalia e recomendado o aborto, mas que a criança nasceu perfeitamente sã.

A profissão de fé do bispo, jornalista e blogueiro é a luta pela defesa da vida, contra o aborto. O tema é um dos mais abordados em seu blog. Na internet, os textos em defesa da vida são os que levam sua assinatura. Os artigos que debatem o homossexualismo são assinados por terceiros.

Dom Bergonzini lembra que durante a campanha de 2010 recebeu mais de mil e-mails. Nem 10% foram de críticas. As pessoas me falavam parabéns. Escreviam: ainda bem que o senhor teve coragem de falar, nós temos um bispo que usa calça comprida, nessa linha, relata.

O artigo de sua autoria, contra o PT, chegou à Espanha, Portugal, Bélgica, Alemanha e Holanda, segundo o bispo. Apanhei, mas bati bastante.

A maior polêmica se deu com os mais de 20 mil folhetos distribuídos em igrejas de vários Estados, reforçando o voto anti-PT. Antes do primeiro turno, o texto foi escrito por um padre da diocese de Guarulhos, assinado por três bispos e impresso pela regional Sul 1, da CNBB de São Paulo. A fama, no entanto, ficou com dom Bergonzini, que assumiu a autoria do texto. O conteúdo reiterava o que o religioso já tinha publicado no jornal da diocese. Os folhetos foram apreendidos pela Polícia Federal e mesmo depois de a distribuição ser proibida, o texto circulou entre católicos.

A polêmica fez com que parte da CNBB fizesse ressalvas à atuação do bispo e dissesse que não era a opinião da igreja. O religioso discorda. Não é a minha posição. É a posição da igreja que eu defendo. Está no Evangelho.

A atuação religiosa de dom Bergonzini se mistura com suas intervenções em temas políticos. Ainda padre em São João da Boa Vista, foi diretor-responsável de um jornal local. Escrevia sobre a cidade e quando tinha problema religioso, escrevia sobre isso também, conta. Anos depois de chegar a Guarulhos, em 1992, fundou o jornal da diocese, que publica artigos com temas ligados à igreja e com sua opinião.

O bispo analisa que é natural a igreja indicar para seus fiéis, nas eleições, quem são os bons candidatos. Minha filha, diz, a igreja tem obrigação de defender a fé e a moral, então tem que alertar o povo na eleição, discorre. Os políticos não fazem isso? Se eles têm o direito de falar mal de um partido, por que a igreja e um padre não podem manifestar sua opinião? É questão de coerência.

O Chalita pra mim é pessoa não confiável

Os seis primeiros meses de governo Dilma não arrefeceram o ânimo de dom Bergonzini contra a presidente. A qualquer momento, diz, o governo tentará avançar em direção ao aborto. Em sua análise, Dilma escolheu para a equipe uma abortista confessa, que tentará emplacar mudanças, sem citar um nome. É a história do macaco que queria tirar uma castanha do fogo, mas, para não se queimar, pegava a mão do gato e tirava a castanha, explica. Dilma está fazendo isso. Ela não quer botar a mão lá, porque se queima.

Nas próximas eleições, o religioso não pretende sair da linha de frente dos debates envolvendo a igreja e a política, apesar de estar prestes a se aposentar. Pelo menos um político já está na mira: o deputado federal Gabriel Chalita. Eleito com a segunda maior votação em São Paulo, Chalita é ligado à igreja carismática e é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. O Chalita - pode colocar isso porque já falei na cara dele, não tenho medo - para mim não é pessoa confiável. Em questão de meses pertenceu a três partidos. A escolha que ele faz é de interesse próprio, não da comunidade, diz. No início do mês, o deputado migrou do PSB para o PMDB, depois de já ter passado pelo PSDB. Ele usou a Canção Nova para se eleger e provocou uma cisão por lá ao apoiar Dilma. Isso contrariou a nossa filosofia religiosa, afirma. Só a campanha contra coaduna com sua doutrina.

Dom Bergonzini deve deixar o cargo de bispo às vésperas da eleição de 2012. Ao completar 75 anos, em 20 de maio, pediu aposentadoria ao papa Bento XVI, como é a praxe, e ficará na função até seu sucessor ser nomeado. O prazo médio é de um ano. Depois, será nomeado bispo emérito e não comandará mais a diocese. O religioso, no entanto, quer continuar em Guarulhos.

Licenciado em filosofia e teologia, dom Bergonzini está há 30 anos na cidade, dos quais 19 anos como bispo. Celebro missa desde que fui ordenado, comungo desde o dia de minha primeira comunhão, 23 de outubro de 1940, diz. O religioso ressalta que pode e deve continuar rezando missas, mesmo aposentado. E ameaça: não vai sair de cena.

Deputado gay Jean Wyllys ofende cristãos e declara guerra aos 'inimigos'




Deputado Gay ex-bbb ofende Cristãos e declara Guerra
O recém-eleito deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual militante que conseguiu alguma notoriedade participando do programa Big Brother Brasil da Rede Globo, lançou, na semana passada, uma campanha de combate ao cristianismo.
Em sua página do Twitter, Jean publicou várias mensagens dizendo que cristãos são doentes, homofóbicos, preconceituosos, violentos, ignorantes e fanáticos, e que ele se dedicará ainda mais a eliminar a influência do cristianismo na sociedade. O deputado enfatizou que seu mandato tem como foco a defesa dos interesses da militância gay e o combate a seus “inimigos”.
O deputado, que é membro da Frente Parlamentar LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e travestis) no Congresso Nacional, aproveitou para convocar seus seguidores para se juntar a ele em sua guerra particular. Jean obteve respostas diversas: angariou o apoio previsível de seus seguidores militantes da causa gay, e provocou a reação de inúmeros outros usuários da rede social, indignados com as ofensas do parlamentar aos cristãos e com seus ataques à liberdade de expressão, religião e comunicação.
Jean promove uma campanha de censura a usuários do Twitter que são contrários às idéias que ele defende, como o “casamento” homossexual, as cartilhas de suposto combate à “homofobia” do MEC (mais conhecidas como Kit Gay) e o PLC 122/2006 (lei da mordaça gay), projeto de lei que pretende transformar em crime qualquer crítica ou oposição ao comportamento homossexual ou às pretensões do lobby gay.
Uma das primeiras vítimas da campanha censória de combate ao cristianismo deflagrada por Jean Wyllys foi o usuário Carlos Vendramini.
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Valendo-se do direito que qualquer cidadão possui em uma democracia, Vendramini fez, no Twitter, críticas ao Kit Gay, ao PLC 122/06 e a outros projetos dos militantes gays e aos parlamentares que os apóiam, como Jean Wyllis, Marta Suplicy e Cristovam Buarque, dentre outros. Incomodado com as críticas, o deputado disse, em seu blog, que estava acionando advogados da Frente LGBT para censurar o perfil de Vendramini, que Jean imagina ser “membro fundamentalista de uma parcela conservadora da direita católica em São Paulo” (sic) e estar praticando “perseguição” a ele.

Enquanto nos calamos e acomodamos, ocorre isso... Qual o medo?
JESUS DISSE:
"Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos." (Marcos 8 : 38)Ap PAULO DISSE:
"Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados." (I Coríntios 4 : 14)
Precisamos nos posicionar, não podemos nos calar diante dos que falam contra o que a Bíblia diz:
Levítico 18:22 "Nenhum homem deverá ter relações com outro homem; Deus detesta isso"
Romanos 1:26-29:"Por causa das coisas que essas pessoas fazem, Deus as entregou a paixões vergonhosas. Pois até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. E também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros. Homens têm relações vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa dos seus erros.
E, como não querem saber do verdadeiro conhecimento a respeito de Deus, ele entregou os seres humanos aos seus maus pensamentos, de modo que eles fazem o que não devem. Estão cheios de todo tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas, mentiras e malícia. Caluniam 30e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos, orgulhosos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos, orgulhosos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem aos pais, são imorais, não cumprem a palavra, não têm amor por ninguém e não têm pena dos outros. Eles sabem que o mandamento de Deus diz que aqueles que fazem essas coisas merecem a morte. Mas mesmo assim continuam a fazê-las e,
pior ainda, aprovam os que fazem as mesmas coisas que eles fazem. "

ICoríntios 6:9-11 " Vocês sabem que os maus não terão parte no Reino de Deus. Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os homossexuais, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão parte no Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim. Mas foram lavados do pecado, separados para pertencer a Deus e aceitos por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus."

Passem adiante, por favor. Deus vai à nossa frente.

Mas,
"Agindo Deus, quem impedirá?"

Tenham uma semana de milagres!!!!

Lembre-se: Para que o mal vença, basta apenas que os Homens de bem não façam nada. Papa Paulo VI.
Eu não tenho medo da ousadia dos maus; eu tenho medo é do silêncio dos covardes. Dom Helder Camara.

Religioso deixará função em Teresina, onde era arcebispo desde 2008. Comunicado oficial foi recebido nesta quarta.

O Arcebispo de Teresina, Dom Sérgio da Rocha, irá deixar o comando do religioso da capital piauiense. Ele foi chamado pelo Vaticano para assumir a mesma função na cidade de Brasília. O comunicado foi recebido oficialmente na manhã desta quarta-feira (15).


De acordo com a assessoria de imprensa da Diocese, Dom Sérgio ficará ainda mais dois meses em Teresina. O religioso viaja hoje à capital federal e deve retornar na próxima sexta-feira.

"Deverei dar continuidade às atividades nesses dois meses. O bispo vai administrar o que já existe, sem muitas alterações. Mas, iniciativas que já tinham sido tomadas serão continuadas", comentou.

Dom Sérgio assumiu como arcebispo de Teresina em setembro de 2008. Ele recebe o cargo de Dom Celso José, que se aposentou das funções. A arquidiocese não tem ainda data definida para nomear um novo arcebispo.


Carlos Lustosa Filho

sábado, 11 de junho de 2011

O que é a Festa de Pentecostes?


- Pentecostes, do grego, pentekosté, é o qüinquagésimo dia após a Páscoa. Comemora-se o envio do Espírito Santo à Igreja. A partir da Ascensão de Cristo, os discípulos e a comunidade não tinham mais a presença física do Mestre. Em cumprimento à promessa de Jesus, o Espírito foi enviado sobre os apóstolos. Dessa forma, Cristo continua presente na Igreja, que é continuadora da sua missão.

A origem do Pentecostes vem do Antigo Testamento, uma celebração da colheita (Êxodo 23, 14), dia de alegria e ação de graças, portanto, uma festa agrária. Nesta, o povo oferecia a Deus os primeiros frutos que a terra tinha produzido. Mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19, 1-16).

No Novo Testamento, o Pentecostes está relatado no livro dos Atos dos Apóstolos 2, 1-13. Como era costume, os discípulos, juntamente com Maria, mãe de Jesus, estavam reunidos para a celebração do Pentecostes judaico. De acordo com o relato, durante a celebração, ouviu-se um ruído, "como se soprasse um vento impetuoso". "Línguas de fogo" pousaram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.

Pentecostes é a coroação da Páscoa de Cristo. Nele, acontece a plenificação da Páscoa, pois a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração, na vida e na missão dos discípulos.

Podemos notar a importância de Pentecostes nas palavras do Patriarca Atenágoras (1948-1972): "Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos". O Espírito traz presente o Ressuscitado à sua Igreja e lhe garante a vida e a eficácia da missão.

Dada sua importância, a celebração do Domingo de Pentecostes inicia-se com uma vigília, no sábado. É a preparação para a vinda do Espírito Santo, que comunica seus dons à Igreja nascente.

O Pentecostes é, portanto, a celebração da efusão do Espírito Santo. Os sinais externos, descritos no livro dos Atos dos Apóstolos, são uma confirmação da descida do Espírito: ruídos vindos do céu, vento forte e chamas de fogo. Para os cristãos, o Pentecostes marca o nascimento da Igreja e sua vocação para a missão universal.

Multidão em defesa da família, contra o PLC 122, a “lei da homofobia”

Contra essa multidão está o politicamente correto Pe. Fábio de Mello que a chama de "fanática".
Se obedecer os mandamentos é ser "fanático", assim ele deveria considerar Jesus Cristo,
que se tivesse tantos dedos em defender a verdade para "não parecer feio" ante uma sociedade corrompida, nunca teria sido crucificado.
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Multidão em defesa da família, contra o PLC 122, a “lei da homofobia”
2, junho, 2011

Cerca de 40 mil pessoas reuniram-se em Brasília para dizer NÃO ao PLC 122, a "lei da homofobia"

Daniel F. S. Martins

Duas horas da tarde. O imenso gramado em frente ao Congresso Nacional já começava a borbulhar de gente. Enquanto isso, ônibus e mais ônibus chegavam de diversas partes do país (houve gente até do Maranhão!). Às 15h, já era uma multidão, com faixas e banners em defesa da família, contra o famigerado PLC 122, a “lei da homofobia”.
Enquanto alguns parlamentares e líderes discursavam nos trios elétricos, uma delegação foi entregar o abaixo- assinado de 1 milhão de assinaturas ao Sen. Sarney, contra o PLC 122/2006. A manifestação durou cerca de 3 horas.

A 1 km dali, um magote de membros do movimento homossexual fazia sua contra-manifestação. Havia um anúncio em seu site dizendo a seus filiados para levarem bíblias, que seriam supostamente queimadas em frente à catedral de Brasília. Ainda não nos chegaram provas de tal ato (aliás, criminoso). Se houver provas, publicaremos. O fato é que os 20 ativistas ficaram provocando os aproximadamente 40 mil manifestantes* pró-família. No fim, o magote ensaiou um pequeno drama, atraindo as câmeras de certa mídia, sempre benevolente ao movimento homossexual…

Mas tudo não passou de um acidente de percurso. O fato é que a capital federal foi palco de uma imensa mobilização, que provou mais uma vez que o Brasil em bloco diz NÃO ao PLC 122.

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira teve presença expressiva, com diversos voluntários distribuindo o folheto “Em defesa de uma lei superior – 10 razões para rejeitar o PLC 122, a “lei da homofobia”" . Foi uma ocasião excelente, em que conhecemos muitos participantes do Instituto pessoalmente. Foram vários os que nos procuraram, dizendo que tinham assinado em nosso site o protesto aos senadores, contra a “lei da homofobia”. Chamou muito a atenção o banner preparado pelo Instituto para a ocasião, representando “Os novos criminosos do PLC 122″: um padre, uma mãe de família, um universitário e um empresário.

Banner representa um sacerdote, uma mãe de família, um universitário e um empresário presos por causa do PLC 122


Rezemos para que essa reação cresça cada vez mais, e que o PLC 122, bem como todo o pacote de medidas contra a família, sejam de uma vez por todas arquivados.

Um ponto apenas – mas muitíssimo importante – temos a lamentar. É a ausência inexplicável dos párocos e dos fiéis católicos que, dado o teor do protesto, poderiam estar em massa na Esplanada dos Ministérios. Uma senhora nos procurou, parabenizando-nos pelo fato de estarmos ali. Ela havia convidado diversos padres, que lhe responderam simplesmente: “não, deixa disso, esse projeto já foi arquivado…”. Alguns padres, de fora de Brasília, estiveram presentes. Outros grupos, como o núcleo católico da UnB, também se fizeram presente. Houve, portanto, honrosas exceções. Mas continua sem explicação a ausência gritante de grupos católicos mobilizados, que deveriam ter comparecido em muito maior número. A que se deve essa ausência? Não sabemos.

Sabemos apenas que Nossa Senhora saberá recompensar aqueles que reagem, furando a rede de omissão.

*Tomamos como base de cálculo a quantidade de folhetos que distribuimos: 10 mil. Como a multidão estava muito aglomerada, não era possível distribuir para boa parte dos presentes, como aliás acontece em ocasiões assim. Portanto, afirmamos que havia pelo menos de 35 a 40 mil pessoas. As agências que estão afirmando que havia 50 mil pessoas não estão longe da realidade.

http://www.ipco.org.br/home/noticias/multidao-em-defesa-da-familia-contra-o-plc-122-a-lei-da-homofobia

Ouse ser um padre como Ele



Ouse ser um padre como Ele


“Ouse ser um padre como eu!” diz o Cristo no anúncio canadense de 1984

A peça publicitária acima ganhou o prêmio “Marketing Gold” de melhor outdoor, em 1984. A imagem do Cristo crucificado fitando quem passasse pela rua tem como fundo uma metrópole e emociona com a frase “Ouse ser um padre como eu”. O responsável pelo outdoor? A arquidiocese de Toronto, no Canadá, em uma tentativa de estimular as vocações sacerdotais.

Como o olhar do Cristo do cartaz acima deve ser o padre: alguém disposto a constranger a cada um daqueles que passam. Constranger-nos para sermos o que somos chamados a ser! Isso é uma característica do amor de Deus e vivê-la com propriedade exige um dom e um comprometimento muito grande. É tanto assim que desconfio não haver muito tempo para o sacerdote fazer outra coisa que não constranger-nos com o amor divino.

Mas sem tanto amor esse constrangimento-virtude enlouquece e distorce o que há de mais bonito em nós: a capacidade de transcendermos para Deus. E essa distorção idiotiza-nos! Pois quem não consegue mais transcender para Deus volta-se a si mesmo e é privado de sentido, encarcerado em suas inquietações.

Assim é o poder de um sacerdote não identificado com sua missão.

Hoje faz uma semana que provamos, novamente, do amargor de tal virtude enlouquecida! Haverá remédio? Espero conhecê-lo nesta noite, por volta das 22h30, na TV.


http://diasimdiatambem.com/2011/06/08/ouse-ser-um-padre-como-ele/

Pentecostes

Vamos meditar sobre a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Nos Atos, além do primeiro Pentecostes, há vários outros pentecostes e pentecostinhos: quando a comunidade está em oração durante a perseguição (At 4,31); quando Pedro acolhe o primeiro não judeu (At 10,44-46); quando se reúnem para enviar os primeiros missionários (At 13,22) etc. Além disso, muitas pessoas aparecem animadas pelo Espírito Santo: Pedro (At 4,8); Estevão (At 6,5); Barnabé (At11,24). O espírito Santo atua em tudo, desde a redação do documento final da Assembléia de Jerusalém (At 15,28) até as coisas mais comuns da vida, como o planejamento do roteiro da viagem dos missionários (At 16,6.7).

Hoje também acontecem muitos Pentecostes, momentos fortes da caminhada, de tomada de consciência, de luta, de celebração, de descoberta, de testemunho. Tantos momentos! Sempre de novo, sem parar, o Espírito faz nascer e renascer a Igreja e as comunidades! Vejamos:

  • Houve algum fato na vida da sua comunidade, em que vocês reconheceram a presença e a ação do Espírito Santo? Conte.
  • Já aconteceu alguma vez algo assim na sua vida pessoal?
  • E na história das Igrejas do Brasil e da América Latina, houve algum Pentecostes? Qual?

Nossa missa de Pentecostes será Paroquial , dia 12/06 as 19:00 Igreja Bom Jesus, Zona Norte daqui de Teresina Piauí.

Como saber se somos luz?

“Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade. Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente. Porque as coisas que tais homens fazem ocultamente é vergonhoso até falar delas. Mas tudo isto, ao ser reprovado, torna-se manifesto pela luz." Ef 5, 8-13

Proceder dos filhos de Deus

Nós costumamos ler esta passagem para justificar a nossa atitude ao denunciar as coisas erradas que os outros fazem, porém esquecemos um detalhe muito importante: só quem é luz pode lançar luz sobre as circunstâncias e sobre os outros. Se a treva tem a pretensão de lançar luz, ela só lançará mais trevas, gerará confusão, discussões, julgamentos arbitrários e divisões.

Como saber se somos luz? Como saber se temos autoridade espiritual para denunciar o erro? Essa passagem de Efésios nos esclarece, ao dizer: o fruto da luz é bondade, justiça, verdade. Se estivermos agindo com bondade, realmente querendo a edificação dos outros e não estamos agindo por vingança, por despeito, para ver os outros se darem mal, então estamos na luz. Se estivermos agindo com base na verdade e não nos boatos, nas suposições, nos preconceitos, então estamos na luz. Se formos justos, dando aos outros o direito que eles têm à dignidade e ao respeito, então estamos na luz. Estamos na luz quando seguimos os ensinamentos daquele que á a Luz, a Verdade, a Vida, quando o amamos e colocamos sob seu Senhorio toda a nossa vida.

Devemos denunciar as obras das trevas, não nos calarmos, mas lembremos: a luz só se derramará sobre a situação denunciada se nós formos luzes. Para os seguidores de Jesus Cristo é assim, tudo deve ser feito com coerência de vida e testemunho, com profunda adesão ao evangelho e com temor de Deus.

ORAÇÃO: Senhor, envia teu Espírito para santificar as motivações do meu coração e as justificativas que eu dou para fazer as coisas. Que eu possa sempre ter como justificativa dos meus atos o desejo de fazer a tua vontade, segundo a tua Palavra e os teus ensinamentos. Que o Espírito Santo revelador venha em todos os momentos me revelar como a tua Palavra se coloca diante das situações e explica os acontecimentos. Amém.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

Oração e sentido religioso

O papa Bento XVI conduz semanalmente, durante a oração do Ângelus (ou do Regina Coeli, durante o tempo pascal), um momento de catequese. O tema desses ensinamentos é oração.

Queridos irmãos e irmãs

Hoje eu gostaria de continuar refletindo sobre como a oração e o sentido religioso fazem parte do homem ao longo de toda a sua história.

Vivemos em uma época na qual são evidentes os sinais de secularismo. Parece que Deus desapareceu do horizonte de muitas pessoas ou que se tornou uma realidade diante da qual se permanece indiferente. Vemos, no entanto, ao mesmo tempo, muitos sinais que nos indicam um despertar do sentido religioso, uma redescoberta da importância de Deus para a vida do homem, uma exigência de espiritualidade, de superar uma visão puramente horizontal, material da vida humana. Analisando a história recente, fracassou a previsão daqueles que, na época do iluminismo, anunciavam o desaparecimento das religiões e exaltavam a razão absoluta, separada da fé, uma razão que teria afastado as trevas dos dogmas religiosos e que teria dissolvido "o mundo do sagrado", restituindo ao homem a sua liberdade, sua dignidade e sua autonomia de Deus. A experiência do século passado, com as duas trágicas guerras mundiais, colocou em crise aquele progresso que a razão autônoma do homem sem Deus parecia poder garantir.

O Catecismo da Igreja Católica afirma: "Pela criação, Deus chama todos os seres do nada à existência. (...) Mesmo depois de, pelo pecado, ter perdido a semelhança com Deus, o homem continua a ser à imagem do seu Criador. Conserva o desejo d'Aquele que o chama à existência. Todas as religiões testemunham esta busca essencial do homem" (n. 2566). Poderíamos dizer - como mostrei na catequese anterior - que não houve nenhuma grande civilização, desde os tempos mais antigos até os nossos dias, que não tenha sido religiosa.

O homem é religioso por natureza, é homo religiosus, assim como é homo sapiens e homo faber: "O desejo de Deus - afirma também o Catecismo - está inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus" (n. 27). A imagem do Criador está impressa em seu ser e sente a necessidade de encontrar uma luz para dar resposta às perguntas que têm a ver com o sentido profundo da realidade - resposta que ele não pode encontrar em si mesmo, no progresso, na ciência empírica. O homo religiosus não emerge somente do mundo antigo, mas atravessa toda a história da humanidade. Para este fim, o rico terreno da experiência humana viu surgir diversas formas de religiosidade, na tentativa de responder ao desejo de plenitude e de felicidade, à necessidade de salvação, à busca de sentido. O homem "digital", assim como o das cavernas, busca na experiência religiosa os caminhos para superar sua finitude e para assegurar sua precária aventura terrena. No demais, a vida sem um horizonte transcendente não teria um sentido completo; e a felicidade à qual tendemos se projeta ao futuro, rumo a um amanhã que ainda se cumprirá. O Concílio Vaticano II, na declaração Nostra aetate, sublinhou isso sinteticamente. Diz assim: "Os homens esperam das diversas religiões resposta para os enigmas da condição humana, os quais, hoje como ontem, profundamente preocupam seus corações: que é o homem? qual o sentido e a finalidade da vida? que é o pecado? donde provém o sofrimento, e para que serve? qual o caminho para alcançar a felicidade verdadeira? que é a morte, o juízo e a retribuição depois da morte? finalmente, que mistério último e inefável envolve a nossa existência, do qual vimos e para onde vamos?" (n.1). O homem sabe que não pode responder por si mesmo à sua própria necessidade fundamental de entender. Ainda que seja iluso e acredite ainda que é autossuficiente, tem a experiência de que não se basta a si mesmo. Precisa abrir-se ao outro, a algo ou a alguém, que possa dar-lhe o que lhe falta; deve sair de si mesmo rumo Àquele que pode saciar a amplidão e profundidade do seu desejo.

O homem carrega dentro de si uma sede do infinito, uma nostalgia da eternidade, uma busca da beleza, um desejo de amor, uma necessidade de luz e de verdade, que o empurram em direção ao Absoluto; o homem carrega dentro de si o desejo de Deus. E o homem sabe, de alguma forma, que pode dirigir-se a Deus, que pode rezar-lhe. São Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos da história, define a oração como a "expressão do desejo que o homem tem de Deus". Esta atração por Deus, que o próprio Deus colocou no homem, é a alma da oração, que se reveste de muitas formas e modalidades segundo a história, o tempo, o momento, a graça e, finalmente, o pecado de cada um dos que rezam. A história do homem conheceu, de fato, variadas formas de oração, porque ele desenvolveu diversas modalidades de abertura ao Alto e ao "mais além", tanto que podemos reconhecer a oração como uma experiência presente em toda religião e cultura.

De fato, queridos irmãos e irmãs, como vimos na última quarta-feira, a oração não está vinculada a um contexto particular, mas se encontra inscrita no coração de toda pessoa e toda civilização. Naturalmente, quando falamos da oração como experiência do homem enquanto tal, do homo orans, é necessário ter presente que esta é uma atitude interior, antes que uma série de práticas e fórmulas; um modo de estar frente a Deus, antes que de realizar atos de culto ou pronunciar palavras. A oração tem seu centro e fundamenta suas raízes no mais profundo da pessoa; por isso, não é facilmente decifrável e, pelo mesmo motivo, pode estar sujeita a mal-entendidos e mistificações. Também neste sentido, podemos entender a expressão: rezar é difícil. De fato, a oração é o lugar por excelência da gratuidade, da tensão com relação ao Invisível, ao Inesperado e ao Inefável. Por isso, a experiência da oração é um desafio para todos, uma "graça" a ser invocada, um dom d'Aquele a quem nos dirigimos.

Na oração, em todas as épocas da história, o homem se considera a si mesmo e à sua situação frente a Deus, a partir de Deus e com relação a Deus, e experimenta ser criatura necessitada de ajuda, incapaz de procurar por si mesmo o cumprimento da própria existência e da própria esperança. O filósofo Ludwig Wittgenstein recordava que "rezar significa sentir que o sentido do mundo está fora do mundo". Na dinâmica desta relação com quem dá sentido à existência, com Deus, a oração tem uma de suas típicas expressões no gesto de colocar-se de joelhos. É um gesto que leva em si mesmo uma radical ambivalência: de fato, posso ser obrigado a colocar-me de joelhos - condição de indigência e de escravidão - ou posso me ajoelhar espontaneamente, confessando meu limite e, portanto, minha necessidade de Outro. A ele confesso que sou fraco, necessitado, "pecador". Na experiência da oração, a criatura humana expressa toda a sua consciência de si mesma; tudo que consegue captar de sua existência e, ao mesmo tempo, dirige-se, toda ela, ao Ser frente ao qual está; orienta sua alma àquele Mistério do qual espera o cumprimento dos seus desejos mais profundos e a ajuda para superar a indigência da própria vida. Neste olhar para o Outro, neste dirigir-se ao "Mais Além", está a essência da oração, como experiência de uma realidade que supera o sensível e o contingente.

No entanto, somente no Deus que se revela, a busca do homem encontra sua plena realização. A oração que é a abertura e elevação do coração a Deus, torna-se uma relação pessoal com Ele. E, ainda que o homem se esqueça do seu Criador, o Deus vivo e verdadeiro não deixa de convidar o homem ao misterioso encontro da oração. Como afirma o Catecismo: "Na oração, é sempre o amor do Deus fiel a dar o primeiro passo; o passo do homem é sempre uma resposta. À medida que Deus Se revela e revela o homem a si mesmo, a oração surge como um apelo recíproco, um drama de aliança. Através das palavras e dos atos, este drama compromete o coração e manifesta-se ao longo de toda a história da salvação" (n. 2567).

Queridos irmãos e irmãs, aprendamos a estar mais tempo diante de Deus, do Deus que se revelou em Jesus Cristo; aprendamos a reconhecer no silêncio, na intimidade de nós mesmos, sua voz que nos chama e nos reconduz à profundidade da nossa existência, à fonte da vida, ao manancial da salvação, para fazer-nos ir muito além dos limites da nossa vida e abrir-nos à medida de Deus, à relação com Ele, que é Infinito Amor.

Obrigado!

No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:

Queridos irmãos e irmãs

Dando continuidade à reflexão sobre a oração, iniciada na semana passada, lembro que o homem é um ser religioso por natureza. Ele sente necessidade de sair de si mesmo ao encontro d'Aquele que é capaz de plenificar a grandeza e a profundidade do seu desejo: o homem tem em si o desejo de Deus. E, o homem sabe que pode dirigir-se a Deus, sabe que Lhe pode rezar. São Tomás de Aquino define a oração como expressão do desejo que o homem tem de Deus. Esta atração, que o próprio Deus colocou no homem, é a alma da oração que depois se reveste de muitas formas e modalidades. Na dinâmica desta relação com Deus que dá sentido à existência, a oração tem uma das típicas expressões no gesto de ajoelhar, declarando ter necessidade d'Ele. Assim, a oração, que é abertura e elevação do coração a Deus, se torna relação pessoal com Aquele que nunca se esquece do homem, tomando Deus a iniciativa de chamá-lo ao misterioso encontro da oração.

Amados peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, particularmente aos fiéis brasileiros vindos das paróquias em Goiânia e Teresópolis, e aos grupos da Família Franciscana e de Schoenstatt. Aprendei a reconhecer no vosso íntimo a voz de Deus que, na oração, chama à profundidade da vossa existência, à fonte da vida e da salvação. Que Ele vos abençoe a vós e as vossas famílias!

Fonte: Zenit

ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS

Texto escrito pelo Pe. José Carlos Fonsatti; acréscimos do Pe. Lourenço Mika.
Toda e qualquer colaboração, enviar para:
lmaikol@uol.com.br

NORMAS GERAIS

A celebração da Missa é o memorial da morte e ressurreição de Jesus. Não é apenas uma recordação do que aconteceu há tantos anos atrás. Não é um teatro e nem uma representação. Mas em cada celebração da eucaristia, atualiza-se nos nossos altares aquele único e supremo sacrifício de Cristo na cruz. Por isso. a Eucaristia deve ser celebrada com muito respeito e devoção.
Devemos evitar dois exageros na celebração:
- o legalismo, que é o apego às normas, um rigorismo fechado não dando lugar a uma criatividade sadia prevista pelas normas litúrgicas;
- o liberacionismo, que desconhece ou passa por cima das normas litúrgicas, desrespeita o essencial da celebração, confunde criatividade com novidade, invencionices e caprichos pessoais.

* Quem atua na celebração deve ter uma postura de fé e dignidade. Evite-se qualquer exibição, autopromoção. Tudo deve ser feito para a Glória de Deus e ajudar os fiéis na oração. Deus merece ser louvado com arte e bom gosto. E o povo tem direito a uma celebração bonita e digna.

* Os participantes da equipe de celebração devem ter um especial cuidado com a roupa: vestidos muito curtos ou decotados, bermudas, camisas de clubes de futebol, camisetas com estampas de bandas de rock, chinelos etc... Os MECEs tenham sempre seus jalecos ou túnicas bem limpos.

* Na celebração da Eucaristia há várias atribuições e funções. Cada um deve fazer o que lhe compete, cumprir a sua obrigação sem invadir o que é de competência de outro.

* A equipe de celebração deve informar o padre que presidirá a missa, sobre o que será feito: cantos, procissões, ação de graças... Tudo deve ser feito em sintonia, união e comunhão. Isto pode ser feito mediante a Ficha Litúrgica, a ser preenchida com antecedência e entregue para o padre antes do início da celebração (modelo no final deste arquivo).

1 - O AMBIENTE

1.1 - A Sacristia
A palavra "sacristia" quer dizer "lugar sagrado". Assim, não deve ser um depósito de papéis, vasos, objetos, material de limpeza. Deve ter uma mesa onde o padre possa colocar seus pertences e preparar-se para celebrar dignamente. Na sacristia cria-se o clima de concentração para a celebração. Não deve ser lugar de "corre-corre", barulho, falatório, risadas...
Durante a celebração da missa ou do culto, as pessoas não devem ficar na sacristia, conversando, rindo... O sacristão/ã ou pessoa responsável pela igreja/capela deve ser informado sobre o que vai acontecer na celebração para preparar com antecedência o que for necessário: flores, velas, vestes, imagens, sobretudo o material para o batismo, quando houver.
Os coroinhas devem se vestir com antecedência e se postar na Procissão de Entrada. Em certas localidades, os coroinhas ficam esperando o padre na porta da igreja e correm para a sacristia para se vestir quando vêem o padre chegar, já em cima da hora.

1.2 - A igreja (igreja paroquial/capela)
A igreja, sede da paróquia ou capela, é um lugar sagrado, onde se reúne a verdadeira Igreja, Corpo Místico de Cristo. Deve estar sempre bem limpa e preparada para a celebração. Os responsáveis pela celebração devem evitar conversar em voz alta ou ficar andando de um lado para o outro, antes e depois da missa. Tudo deve ser preparado com antecedência.

1.3 - O Presbitério
O presbitério é o lugar onde está o altar da celebração. Durante a celebração, apenas o celebrante, os coroinhas e os ministros devem ocupar o presbitério. É importante que cada um ocupe seu lugar, que haja cadeiras suficientes para todos. Ninguém deve ficar de costas para o altar. Quando houver batismo, pais e padrinhos podem ocupar os primeiros bancos para acompanhar a celebração.

a) O ALTAR
É o centro de toda celebração. É a Mesa da Eucaristia. Deve ficar vários degraus acima do povo, de acordo com o tamanho do ambiente, para que todos os fiéis possam enxergar o padre. Velas e flores devem ficar fora do altar; no altar, unicamente, Missal Romano (no início), e depois, corporal-cálice-patena-cibório-sangüínio. O altar representa Jesus Cristo. Por isso, é importante que esteja sempre bem arrumado, com toalhas limpas e bem passadas. As toalhas podem ser da cor litúrgica ou branca. Também não devemos guardas coisas debaixo do altar. O altar não é prateleira de flores e outros objetos, nem estante para se fixar cartazes.
As flores e enfeites devem ser colocados de modo que não escondam o altar. Nunca sobre ele. É preferível não usar flores do que usar flores artificiais ou flores murchas. No Advento e na Quaresma convém evitar o uso de flores. Nem mesmo as imagens devem ser colocadas sobre o altar. Para isso, se prepara uma mesa ou estante no lugar mais apropriado.

O AMBÃO
O ambão ou Mesa da Palavra Deve ser do mesmo material e da cor do altar. Ali devem ser proclamados as leituras e o evangelho. A Mesa da Palavra não deve ser usada pelos comentaristas, cantores ou para dar os avisos. Pode ser coberta por uma toalha ou faixa de tecido, desde que da mesma cor da toalha do altar. O ambão pode ter a Bíblia Sagrada, aberta e voltada para o povo; e, obrigatoriamente, o Lecionário Dominical (ou Semanal), voltado para quem proclama a Liturgia da Palavra. No ambão, não se use o folheto litúrgico. A homilia e as Preces da Comunidade podem ser feitas da Mesa da Palavra.
Em todas as comunidades, é necessário possuir o Missal Romano e o Lecionário (Dominical, Semanal e Santoral).

e) A SEDE

A Sede, também chamada de "cadeira do padre" deve ser colocada num lugar onde o celebrante possa ver a Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia (altar). O padre preside a celebração, tanto a Liturgia da Palavra como a Liturgia Eucarística. A sede não deve ser ocupada pelos MECEs.ou outros que farão a celebração da Palavra

2 - AS FUNÇÕES

2.1- A Equipe de Acolhida
A equipe de acolhida, onde houver, deve chegar antes ao local da celebração para acolher as pessoas que chegam. A acolhida deve ser feita com alegria, simpatia e simplicidade. Tudo com muita naturalidade. As desavenças pessoais não devem dificultar um sorriso e um aperto de mão à porta da igreja. O membro da equipe de acolhida podem entregar os folhetos para a celebração ou deixar essa função com as crianças ou para os coroinhas. Cabe à equipe de celebração acompanhar os idosos até o banco; providenciar um lugar para as mães com crianças de colo ou para as grávidas. É também dever da equipe de acolhida fazer com que as pessoas entrem na igreja e não fiquem paradas na porta. Sempre que necessário, a equipe de celebração poderá organizar as procissões, principalmente a das ofertas. No final da celebração a equipe estará na porta da igreja agradecendo a presença das pessoas e convidando para a próxima celebração.

2.2 - Os coroinhas
É muito louvável que haja coroinhas. Mas eles devem ser instruídos. Por exemplo, explicar-lhes que devem levar ao altar primeiramente o cálice, os cibórios com hóstias a serem consagradas e depois o vinho e a água. O trabalho principal deles é servir o altar. Cabe a eles trazer ao altar as ofertas do pão e do vinho, quando não houver procissão das ofertas. Também cabe a eles segurar as velas ao lado do padre na hora da leitura do Evangelho. E também trazer ao altar as ofertas dos fiéis.

2.3 - O comentarista
O comentarista deve ser o animador da celebração. Não é um pregador, nem um professor, muito menos locutor de rádio. Não é papel dele fazer sermões, dar "broncas", chamar atenção das pessoas. Muito menos, é um militar que dá ordens. Portanto nunca deve dizer: "de pé", "sentados"... como dando ordens. Mas faça um convite educado: "podemos ficar sentados", "fiquemos em pé".
Não é tarefa do comentarista ler as intenções de missas, anunciar cantos ou rezar o Salmo Responsorial. A tarefa principal dele é ajudar a comunidade a celebrar dignamente. Por isso, deve estar bem preparado, e não ser um simples leitor do folheto. Deve estar vestido com sobriedade. Cabe ao comentarista dar as boas-vindas aos presentes, mas com naturalidade e não insistindo para que o povo responda, assim: "Não ouvi! Bom Dia a todos!" Fazer o comentário inicial e convidar o povo para o inicio da celebração; fazer o comentário antes das leituras e no ofertório se houver a procissão das ofertas. Os avisos podem ser feitos pelo comentarista, mas, preferencialmente, é uma atribuição do coordenador da comunidade.

2.4 - Os MECEs
Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, como o nome diz, devem auxiliar o padre na distribuição da comunhão aos fiéis durante a celebração. Não devem ocupar o lugar dos coroinhas. Depois do Pai-nosso, já devem buscar os cibórios do sacrário e deixá-los no altar.

2.5 - Os Cantores
O canto na liturgia é sempre uma oração. É preciso cantar com o coração e não dar um show ou fazer espetáculo. Deve-se cantar o canto certo na hora certa. O canto acompanha a ação litúrgica. Por isso deve estar integrado ao momento da celebração. Assim: o canto de entrada termina quando o presidente chega no altar; o canto de ofertório só tem sentido enquanto o padre apresenta as ofertas e o canto de comunhão durante a comunhão dos fiéis. Não se deve cantar todas as estrofes dos cantos, mas apenas as necessárias para acompanhar os ritos.
Os cantos devem ser escolhidos com critérios, apropriados para cada momento da celebração. Sobretudo nas partes fixas da missa: Ato Penitencial, Glória, Santo, Cordeiro de Deus. Esses cantos devem ser cantados inteiros.
Não é porque na letra do canto tem a palavra Santo ou Glória que seja adequado para aquele momento. Por exemplo: na hora do Santo, cantar o canto "O Senhor é Santo, Ele esta aqui..."; ou na hora do Glória, o canto "Na beleza do que vemos Deus nos fala ao coração..."; ou "João viu o número dos redimidos...". Há muitos cânticos, que, embora contendo uma mensagem linda, não são litúrgicos.
É louvável cantar os refrões da Oração Eucarística e, sobretudo, o Amém da doxologia final. Mas, é preciso que os cantores estejam atentos para não deixar silêncios na oração.
O presidente da celebração deve ser avisado antes da missa sobre as partes fixas que serão cantadas: Ato Penitencial, Glória, Santo, Refrões da Oração Eucarística, Amém da doxologia, Cordeiro; tudo isso deve constar na Ficha Litúrgica.
Quanto ao "Cordeiro de Deus...", quando não for cantado, deve ser iniciado por um cantor; ou, o comentarista, ou um ministro... Não cabe ao padre iniciá-lo.
O canto não é patrimônio de alguns. Toda a assembléia deve cantar e não "assistir um grupo cantar". A função do grupo de cantos é ajudar o povo a cantar. Ninguém deve cantar no lugar do povo. É preciso também evitar cantos exclusivos de um ou outro movimento de espiritualidade. Por exemplo: cantar somente cantos da Renovação Carismática só porque eles são os responsáveis pela celebração. A Missa não é exclusividade dos movimentos eclesiais.
É preciso estar atento para uma certa "inflação de cantos", sobretudo no início da missa. Canta-se o canto de entrada, o Sinal da Cruz, o ato penitencial e o Glória.
Os ensaios de canto não devem ocupar todo o tempo até em cima da hora da missa. E nos ensaios é preciso evitar repreensões, broncas, exibicionismos...
Os instrumentos musicais devem ser afinados antes e não quando a igreja já está repleta de gente. O mesmo se faça com o ajuste dos microfones.
O som dos instrumentos musicais não deve abafar a voz da assembléia, mas apenas sustentar o canto.
Alguém do grupo deve anunciar os cantos com clareza: "Cantemos o canto número...". Ao anunciar o canto é bom esperar o povo levantar-se ou sentar-se, porque o barulho impede que se ouça o que é dito. Ao anunciar o canto de entrada nunca dizer: "Fiquemos em pé para receber o celebrante com o canto...". O canto de entrada não é para receber o padre, e sim para iniciar a celebração.

2.6 - Os leitores
Quando na Igreja se lêem as Escrituras, é Deus que fala. O leitor empresta a sua voz a Deus. Conclui-se daí que os leitores devem preparar bem a leitura, isto é, a Proclamação. O leitor deve proclamar a Palavra de Deus e não apenas ler. As palavras devem nascer do coração e não apenas dos lábios. Por isso, é preciso escolher pessoas que lêem bem. Os leitores usem trajes adequados para a celebração.
As leituras sejam feitas do Lecionário ou da Bíblia e não do folheto. O lugar adequado para as leituras é a Mesa da Palavra ou Ambão.
O leitor não se faça esperar. Coloque-se à Mesa da Palavra para iniciar a leitura sem demora, não deixando um 'vazio' na celebração. Não deve dizer: Primeira Leitura; Segunda Leitura; muito menos ler a citação bíblica. Mas iniciar diretamente a Leitura citando o Livro bíblico de onde foi tirado o texto: Leitura da Profecia de...; Leitura da Carta de São Paulo aos...
A procissão solene da Palavra não precisa ser feita em todas as missas. O Lecionário deve ser levado na procissão de entrada por um dos leitores.
Quando houver uma entrada solene da Palavra, que seja bonita e não demorada; as pessoas devem caminhar com naturalidade e não com passos de câmara-lenta. A Bíblia ou Lecionário usado na procissão deve ser usado para as leituras. Não tem sentido trazer um livro e ler a Palavra de Deus de outro. Não se leva a Bíblia no ofertório, porque a liturgia da Palavra termina com a Oração dos fiéis.

2.7 - O Salmista
O Salmo responsorial faz parte da Liturgia da Palavra e não pode ser substituído por outro canto. Cantado ou rezado, o Salmo Responsorial é a resposta à Leitura proclamada. De preferência deve ser cantado ou rezado na Mesa da Palavra.
O salmista canta ou lê o refrão e a assembléia repete. Depois de cada estrofe se repete o refrão apenas uma vez. O mesmo vale para o final do salmo. Onde não há folheto litúrgico, o refrão pode ser projetado com datashow, com retropetor, ou, simplesmente, escrito num cartaz. No final de cada estrofe, o salmista pode levantar a cabeça para que a assembléia saiba que é sua vez de repetir o refrão. Evite-se repetir após as estrofes a ordem: "todos". O salmista não se faça esperar, criando um 'vazio na celebração'. Esteja posicionado perto da Mesa da Palavra para iniciar o Salmo logo após a primeira leitura.

3 - A CELEBRAÇÃO

3.1 - As intenções da missa
Devem ser lidas antes do inicio da celebração e não durante. Se forem muitas as intenções, que sejam lidas alguns minutos antes do início da celebração. Não se deve retardar o inicio da missa porque alguém que chegou em cima da hora quer fazer sua intenção. É aconselhável orientar que os que desejarem fazer suas intenções cheguem antes, pois, normalmente, são sempre as mesmas pessoas. É bom separar as intenções: pelos falecidos, pedidos, agradecimentos... Evite-se as repetições dos sobrenomes e, sobretudo, a fórmula: "pela alma de...". É mais bonito dizer: "Nesta missa rezaremos pelo descanso eterno de nossos irmãos...."; ou, "Hoje rezamos por nossos irmãos/as falecidos...." "Pedimos ao Senhor por...."; "Agradecemos as graças recebidas...."

3.2 - Comentário inicial
O comentarista, antes de tudo, saúda as pessoas com naturalidade e simpatia. O comentário não deve ser uma simples leitura do folheto. Alguns lêem tudo: "Deus Conosco". "Vigésimo Domingo do Tempo Comum"... "Deus Conosco" é o nome do folheto e não faz parte do comentário inicial. É mais bonito dizer: "Hoje celebramos o Vigésimo Domingo do Tempo Comum".
Quando é o folheto litúrgico (O Domingo, Deus Conosco...) é distribuído para a comunidade, a equipe de celebração deve ler os comentários e preces constantes no folheto; não adianta criar outros comentários e preces porque aí o povo não acompanha nem o folheto e nem a redação inovadora.

3.3 - Procissão de entrada
A ordem da procissão de entrada é a seguinte: A Cruz Procissional, o Círio Pascal (sobretudo no tempo pascal), os leitores, MECEs, coroinhas e o celebrante. Nas missas ou cultos com batizados, os pais podem entrar com as crianças logo depois da cruz. O sentido da procissão de entrada é lembrar que somos um povo peregrino em direção da casa do Pai. Significa também o desejo sincero de buscar e encontrar Deus.
É importante avisar o presidente se haverá ou não a Procissão de Entrada. Não tem sentido o padre se paramentar na sacristia e depois atravessar toda a igreja para iniciar a procissão de entrada. Isso tira o sentido da ação litúrgica.
Na Procissão de Entrada, devemos andar com passos normais e com boa postura. Não se deve correr nem caminhar devagar demais. A equipe de celebração deve entrar duas a duas e não uma na frente da outra.
Durante a procissão de entrada, a Cruz ou o Lecionário/Bíblia deve ser levantado acima da cabeça, e não estar à altura do umbigo.
A entrada da imagem de Nossa Senhora ou do Santo Padroeiro, pode ser feita antes da procissão de entrada ou na mesma. Nesse caso, a imagem vai depois da cruz.
Chegando ao altar, não é preciso virar-se para o povo com a cruz, Bíblia e velas e esperar terminar o canto de entrada. Isso acontece, sobretudo com os coroinhas. Ao chegar ao altar cada objeto deve ser colocado imediatamente no seu lugar.
É importante que cada um saiba o lugar a ocupar no presbitério. Ao chegar em frente o altar, fazer genuflexão onde houver o Santíssimo e uma inclinação onde não houver.
A procissão começa com o canto de entrada.

3.4 - A Liturgia da Palavra
(confira o que foi dito sobre os leitores)

3.5 - Apresentação das ofertas
Esse momento da liturgia chama-se APRESENTAÇÃO DAS OFERTAS e não "ofertório". A igreja oferece a Deus o Corpo e Sangue de Jesus. Por isso, o verdadeiro ofertório acontece logo depois da consagração. Esse é o momento de apresentar os dons, sobretudo do pão e do vinho que serão transformados no Corpo e Sangue de Jesus. Por isso, é importante apresentar o pão e o vinho que serão consagrados. Os outros objetos trazidos ao altar deveriam ser doados aos pobres, ou repartidos após a celebração. Não tem sentido apresentar a Deus alguma coisa e depois da missa ir buscar e levar para casa.
Quando houver procissão das ofertas, o comentarista deve explicar o sentido daquilo que é trazido ao altar. Os objetos apresentados devem ser colocados no lugar apropriado, à parte. Nunca sobre o altar. Apenas o pão e o vinho usados na celebração devem ser colocados sobre o altar. Se os objetos forem colocados diante do altar, é preciso tomar cuidado para não esconder o altar.
As ofertas devem ser trazidas numa atitude de apresentação: à altura do peito, ou do rosto. Não é preciso ficar parado diante do altar mostrando-as à assembléia.

3.6 - Ação de Graças
Se a houver Ação de Graças (canto ou oração), deve ser feita logo depois da comunhão. A Ação de Graças deve concordar com o sentido da celebração. Ao contrário, as homenagens são feitas após a oração de conclusão da comunhão.

3.7 - Avisos
Cabe ao coordenador da comunidade dar os avisos, ou designar alguém para isso. Os avisos devem ser feitos depois da oração que conclui a comunhão.

Cristãos unidos jamais serão vencidos

Logo no início da encíclica “Ut Unum Sint” (Que todos seja um), sobre o ecumenismo, o Papa João Paulo II lembra que os cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes) precisam se unir para enfrentar a atual “corrente anticristã”. São essas as suas palavras:

“Afirmei então que, unidos na esteira dos mártires, os crentes em Cristo não podem permanecer divididos. Se querem verdadeira e eficazmente fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz. A Cruz! A corrente anticristã propõe-se dissipar o seu valor, esvaziá-la do seu significado, negando que o homem possa encontrar nela as raízes da sua nova vida e alegando que a Cruz não consegue nutrir perspectivas nem esperanças: o homem — dizem — é um ser meramente terreno, que deve viver como se Deus não existisse” (UUS,1).

Mais do que nunca hoje é preciso esta união, pois forças gigantescas se movem contra a fé cristã. Nesta quarta feira (1/6/2011) cerca de cinqüenta mil cristãos (católicos e protestantes) se uniram em manifestação pública em Brasilia para contestar o projeto de Lei 122 que criminaliza quem discordar da prática homossexual, que o Catecismo da Igreja chama de “depravação grave” (§2375). E o pastor Silas Malafaia entregou ao Presidente do Senado José Sarnei um abaixo assinado com mais de um milhão de assinaturas pedindo o cancelamento do Projeto famigerado. (http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=281980)

O projeto é malicioso e maldoso; vai contra o Artigo 5º da Constituição Federal que defende a livre expressão. Já existem leis para coibir quem ofende, discrimina ou zomba de qualquer pessoa, seja homossexual ou não; mas o que o projeto visa é muito mais: é impedir que se pregue contra o pecado; é colocar na cadeia quem se posicionar contra a prática homossexual (não contra a tendência).

Os cristãos correm risco de serem presos se pregarem contra a prática homossexual, ainda que defendam o direito da pessoa fazer esta opção sem sofrer qualquer violência, discriminação ou zombaria. O que se deseja com este Projeto é estimular a prática homossexual mais do que garantir o direito da pessoa assumir esta opção.

Precisamos amar os homossexuais, respeitá-los, jamais discriminá-los ou zombar deles, mas não podemos negar a Lei de Deus e o ensino da Igreja sobre a prática homossexual, como pecado grave (sodomia).

“Esse projeto pode transformar em criminosa qualquer pessoa ou instituição que tenha posição contrária ao incentivo e prática homossexual”, explica o vigário episcopal da Arquidiocese de Brasília, padre Paulo Sérgio Casteliano. Se a lei for aprovada, não poderemos pensar diferente, sob pena de crime.

A posição da Igreja não muda. Portanto, é hora de união de todos os cristãos, deixando de lado o que nos divide, e deixando de nos ferirmos mutuamente, para defender a Lei santa de Deus.

Precisamos exigir dos parlamentares (por carta, email, telefone, manifestação pública, etc.) que este maldoso e disfarçado Projeto seja arrancado desde as raízes, enquanto é tempo. Depois não adiantará chorar. Não podemos ficar em nossas grupos de “consolo mútuo”, onde cada um chora no ombro do outro e não faz nada. “Cristãos unidos jamais serão vencidos”, como no primeiro século da Igreja.

Todos precisamos nos manifestar, especialmente o clero em suas homilias, pregações, sites, etc., como muitos já estão fazendo graças a Deus.


Prof. Felipe Aquino – Professor aposentado da USP (Lorena,SP), doutor em Engenharia pela UNESP; professor de História da Igreja no Seminário da Canção Nova, tem 60 livros publicados, realiza o Programa Escola da fé na TV Canção Nova.

Terapias alternativas ou manipulação psicológica?

Uma análise das pseudoterapias "New Age"

Por Álvaro Farías Díaz*

MADRI, sexta-feira, 27 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Publicamos, a seguir, o artigo de Álvaro Farías Díaz, psicólogo pela Universidade do Uruguai "Dámaso A. Larrañaga", membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES) e diretor do Serviço de Estudo e Assessoria em Seitas do Uruguai (SEAS)

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Poderíamos nos perguntar por que têm tanto êxito filmes como "Harry Potter", "O Senhor dos Anéis", ou livros como "O alquimista"... Por que florescem, cada dia mais, as expressões do pensamento imaginário ou mágico? Por que, ainda que a modernidade o considerava moribundo, Deus continua resistindo tão bem? Como evoluíram as religiões históricas, em contato com as novas crenças e as novas formas de espiritualidade marcadas com o selo do individualismo e do pragmatismo? E, no final das contas, como compreender esta exuberância de crenças e práticas que está diante dos nossos olhos, essa religiosidade flutuante, "a la carte", que se desenvolve dentro da nossa sociedade?

Vemos hoje como os homens e mulheres da nossa cultura, afetados pelos transtornos do humor, são medicados com a mesma gama de medicamentos frente a qualquer coisa. Por um lado, confiam na medicina científica e, por outro, aspiram a uma terapia que, reconhecendo sua identidade, dê lugar à palavra.

Como diz Elisabeth Roudinesco, "assistimos, nas sociedades ocidentais, a um crescimento inacreditável do mundinho dos curandeiros, dos feiticeiros, dos videntes e dos magnetizadores. Frente ao cientificismo erigido em religião e diante das ciências cognitivas, que valorizam o homem-máquina em detrimento do homem desejante, vemos florescer, em contrapartida, toda sorte de práticas, ora surgidas da pré-história do freudismo, ora de uma concepção ocultista do corpo e da mente: magnetismo, sofrologia, naturopatia, iridologia, auriculoterapia, energética transpessoal, sugestologia, mediunidade, etc. Ao contrário do que se poderia supor, essas práticas seduzem mais a classe média - funcionários, profissionais liberais e executivos - do que os meios populares".

As pseudoterapias Nova Era

O termo "Nova Era" abrange um conglomerado de ideias que torna difícil sua concreção: alguns sustentam que é uma nova forma de enfrentar a vida e de expressá-la, enquanto outros afirmam que é um sincretismo tão grande, que o único que pretende é confundir e recolher o fruto de tal confusão.

Nosso momento atual dista muito de desconhecer o fascínio pelo sagrado, que irrompe por caminhos que pareciam já pouco transitados ou reservados aos marginalizados da religião. Quem se surpreende ainda diante de certos programas de televisão, certos programas de rádio, certos avisos em jornais e revistas nos quais aparecem "ofertas religiosas" misturadas com "ciência": radiestesia, controle mental, reiki, budismo, meditação transcendental, viagens astrais, Jesus cósmico, igrejas neopentecostais, grupos gnósticos etc.? Mas o que está acontecendo realmente? As tentativas de explicação são variadas.

A Nova Era tem suas raízes na tentativa de encontrar pontos de contato entre ciência e religião, entre a razão e a magia, entre o Oriente e o Ocidente. Pretende-se criar um novo paradigma. Trata-se de uma fuga do tradicional rumo ao alternativo.

É preciso esclarecer o que, na Nova Era, se entende por "Deus". Deus seria a "energia" que, em um determinado momento, desceu sobre Jesus Cristo, Buda, Maomé, e mais perto na história, sobre o conde Saint Germain. Os adeptos da Nova Era interpretam a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo dentro de um contexto esotérico, como um símbolo da libertação da energia crística e sua difusão em forma de gás vivificador do céu novo e da terra nova, manifestação esta que chegará a todo o seu esplendor quando ocorrer o advento da "Nova Era" ou da "Era de Aquário". O Cristo interior é a "faísca" interior, desprendida da energia ou ou Cristo cósmico. Qualquer um pode chegar a ser "Cristo" e para isso é preciso recorrer às técnicas da Nova Era e, sobretudo, provocar estados alterados de consciência (transes místicos, fenômenos de channeling, etc.), ao mesmo tempo em que é preciso conectar-se com a ecologia, conduto da energia cósmica.

O maior problema com tudo isso é a utilização perversa destas crenças e técnicas. Cada um é livre para pensar e acreditar no que lhe parecer mais oportuno. O ruim é quando, sem aviso prévio, vão lhe introduzindo crenças que não compartilhava em primeira instância, aproveitando circunstâncias pouco éticas através de um processo de manipulação psicológica.

Na maioria destes casos, não há, à frente deste tipo de ofertas terapêuticas, um profissional idôneo, isto é, um psicólogo ou psicoterapeuta formado para o exercício de tal função. Quando há, dão-se fenômenos de intromissão profissional e abuso terapêutico.

A clínica com pacientes que viveram este tipo de experiências e com seus familiares nos mostra que esses "terapeutas" acabam sendo verdadeiros manipuladores, já que, com sua forma de agir, denotam um desconhecimento da ética profissional, transgredindo seus limites; fazem mau uso das técnicas psicoterapêuticas e levam a cabo uma manipulação da relação terapêutica para seu benefício pessoal.

Há muito por fazer. Por tudo o que foi exposto anteriormente, parece-nos suficientemente clara a necessidade e a oportunidade de pesquisar sobre o tema das seitas e grupos manipulativos, assim como sobre os processos sociais e psicológicos da própria manipulação psicológica, tanto aqui no Uruguai como no resto do mundo.