terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Padre Léo - Palestras



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A Coragem e a Força do Coração
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Dom Bruno Forte: teologia, escola de humildade contra o niilismo


Arcebispo de Chieti-Vasto, Itália, analisa o pensamento teológico de Bento XVI

Por Mirko Testa

ROMA, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).– Em uma época que assistiu ao ocaso de uma razão totalitária, a teologia, entendida como escola de humildade e de escuta da palavra de Deus, pode constituir um antídoto contra o sentimento de abandono , filho do niilismo.

Nesta entrevista concedida à ZENIT, Dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto (Itália) e presidente da Comissão para a Doutrina da Fé, Anúncio e Catequese da Conferência Episcopal Italiana, analisa as últimas intervenções de Bento XVI em matéria de teologia.

–No ano passado, na homilia da missa celebrada na presença dos membros da Comissão Teológica Internacional, o Papa explicou que o verdadeiro teólogo não é aquele que busca medir o mistério de Deus por meio da própria inteligência, mas sim aquele que é consciente das próprias limitações. Naquela ocasião, o Papa identificou na humildade o caminho para a verdade, fazendo assim uma advertência aos teólogos presunçosos que se comportam como os antigos escribas. O senhor pensa que essa advertência se referia a uma tendência própria dos nossos dias?

–Dom Bruno Forte: Acredito que este seja o ponto fundamental que distingue a teologia cristã de qualquer forma de gnose. A diferença fundamental é que na teologia, tudo nasce do ouvir, e portanto do auditus Verbi, enquanto que, para a gnose, tudo é uma produção intelectual autônoma do sujeito. Este é o verdadeiro motivo pelo qual a gnose constitui a única autêntica heresia cristã: a presunção de auto-redenção do homem, que não necessita da intervenção de um Outro proveniente do Alto, isto é, de Deus. Uma teologia fundamentada na Revelação não pode deixar de ser, acima de tudo, um ouvir, e portanto, é humilitas: uma atitude de profunda abertura e docilidade perante a ação de Deus, que se manifesta na história de maneira surpreendente, enquanto a confirma em sua dignidade, abrindo-a ao novum adveniens de sua promessa.

Um tema que Ratzinger, como teólogo, destacou repetidas vezes, e que deriva de sua leitura de Agostinho - o gênio do intellectus fidei vivido no ouvir, no uso da inteligência a serviço do ouvir a Palavra de Deus – e que também se encontra em São Boaventura. Diria que é a influência agostiniana-fransciscana que predomina na formação teológica de Joseph Ratzinger, que se manifesta em seu ministério papal na forte ênfase conferida ao humilitas e ao auditus. Acrescentaria, ainda, que esta temática é especialmente relevante nos dias de hoje, em uma sociedade que conheceu a embriaguez da razão, e portanto a tentação gnóstica, nas várias faces da ideologia moderna, e que hoje, nesta inquietude própria da pós-modernidade, se não for capaz de se abrir ao ouvir e ao humilitas, corre o risco de sucumbir ao niilismo, isto é, à ausência de sentido. Em outras palavras: quem pode nos salvar? A esta pergunta não podemos responder a não ser: o Outro que vem a nós, o Deus vivo, e isto exige humildade e espírito de acolhida. A gnose de nossa sociedade pós-moderna, na qual a razão totalizante conheceu uma crise profunda que evidenciou a necessidade de sua superação crítica, está fundamentada na mesma convicção fundamental, o absolutismo do sujeito e de sua capacidade de conhecer ou produzir a verdade.

–Em setembro de 2007, ao visitar a abadia cisterciense de Heiligenkreuz, o Papa denunciou “certas teologias que já não respiram no espaço da fé”, e buscou resgatar aquela “teologia de joelhos” – recorrendo à bela expressão cunhada por Hans Urs von Balthasar. Da mesma forma, ao evocar a figura de São Bernardo de Claraval durante uma audiência geral, Bento XVI disse que sem fé e oração, a razão por si mesma é incapaz de encontrar a Deus, e a teologia torna-se um "exercício intelectual inútil”. É este o panorama da teologia atual?

–Dom Bruno Forte: O primeiro fator decisivo é que, justamente por se tratar de ouvir a Palavra de Deus, a teologia não só necessita de um Humilitas radical, mas também de uma forma de acolhida amorosa, uma atitude de oração. Von Balthasar insistiu muito sobre este assunto, argumentando que a santidade não constitui uma condição supérflua ao exercício da teologia, mas sim uma condição fundamental. Não é por acaso que os grandes teólogos, especialmente os Padres da Igreja, também foram santos. Daí segue que a necessidade de se ajoelhar diante do mistério e ouvir, de viver o auditus não apenas com humildade, mas com amável e perseverante aceitação da fé, está na própria essência da teologia cristã. E também nesse sentido, o pensamento de Joseph Ratzinger contém não apenas as influências de Agostinho e Boaventura, mas também outra intuição muito importante, já retomada no Concílio Vaticano II: a existência de uma ligação íntima entre a vida cristã, o pensamento cristão e a liturgia.

A liturgia, enquanto Culmen et fons, como diz o Concílio Vaticano II, é fonte e ápice de toda a existência cristã, seja na vida prática ou em sua dimensão reflexa. É por isso que uma teologia sem alma litúrgica, isto é, sem a capacidade de louvar e invocar a Deus, torna-se um fútil exercício intelectual. Torna-se uma outra forma daquela gnose que ameaça poluir a capacidade humana de se abrir para Deus.

Na grande visão teologia cristã-católica, o homem foi feito capax Dei: mas essa capacidade está condicionada, por um lado, ao humilitas, e de outro, à capacidade de invocar o dom de Deus e de deixar-se mergulhar em uma atitude doxológica e litúrgica, isto é, de glorificação de Deus. Quando tudo isso é tornado palavra, é que nasce propriamente a teologia.

Há aqui outra consideração a ser feita sobre a relação entre teologia e espiritualidade. Experimentamos uma crise nesta relação na época da teologia moderna, isto é, da teologia influenciada pela contraposição iluminista entre Vernunftswahrheit e Geschichtswahrheit, verdade de razão e verdade de fato.

Na concepção iluminista, somente a verdade de razão é verdadeira, porque seria dotada de um caráter absoluto e universal, e que as verdades de fato não contêm.

O cristianismo, ao contrário, baseia-se numa verdade de fato: a revelação histórica de Deus. À época, parecia que para uma teologia de matiz iluminista-liberal, havia dificuldade em conciliar o exercício teológico puro com alguma forma de espiritualidade, que talvez devesse ser deixada para a devoção.

Este descompasso entre a teologia e a espiritualidade produziu grandes danos na era da teologia moderna, manifestados principalmente na teologia liberal e em algumas formas de modernismo católico, mas continuou a produzir danos quando, por exemplo nos anos 60 e 70, algumas formas de teologia cristã deixaram-se condicionar por ideologias revolucionárias modernas. Hoje testemunhamos, ao contrário, um movimento em direção ao estatuto fundamental da teologia, para o qual o exercício teológico consiste em trazer ao pensamento a experiência do Mistério revelado, ouvido e celebrado na liturgia, vivido e testemunhado na fé e na caridade.

Assim, a teologia não é apenas docta fides, isto é, uma fides quaerens intellectum, mas também docta caritas, isto é, o levar à palavra a experiência do amor, o dom do amor de Deus expresso na liturgia e na Graça dos Sacramentos, e que deve posteriormente ser testemunhado com gestos e com a silenciosa eloquência da caridade. Teologia e espiritualidade, desse modo, reencontram a ligação fundamental que delas faz uma teologia e uma espiritualidade cristãs. Uma teologia sem espiritualidade corre o risco de se tornar uma teologia vazia, assim como uma espiritualidade desprovida de teologia corre o risco de se tornar cega, para parafrasear a conhecida afirmação de Kant sobre intuições e conceitos.

–A adesão, por parte da Santa Sé, à “Declaração de Bolonha”, conduziu a um reordenamento global da formação teológica na Itália, com uma consequente recalibração dos padrões curriculares existentes. Para o senhor, as exigências de adaptação aos critérios de “cientificidade” não favoreceriam um abandono das concepções que pressupõem a fé na pesquisa teológica?

–Dom Bruno Forte: Esta é uma questão antiga e recorrente na história da teologia. Gostaria de apresentar duas respostas: uma de caráter histórico e outra de caráter atual, mas com um certo “sabor metodológico”. A primeira é a resposta dada por São Tomás à mesma pergunta, quando abre sua Summa Teologica com uma audácia impensável nos tempos dos Padres da Igreja. Tomás se pergunta: utrum praeter philosophicas disciplinas aliam doctrinam haberi? Isto é, não questiona a legitimidade das disciplinas filosóficas, mas sim a legitimidade da teologia, num tom absolutamente moderno que parece revindicar a autonomia da razão. A resposta que dá a questão é que a racionalidade exigida pelas disciplinas científicas é principalmente voltada para identificar causas, scire per causas, para conhecer através das conexões entre premissas e deduções. Ora, este saber a partir das causas pode ser exercido de duas formas: partindo dos primeiros princípios inerentes à ciência, das assim chamadas ciências subalternantes (ele menciona como exemplo a matemática, a qual, a partir de seus princípios intrínsecos, que não são demonstráveis – e nesse ponto Tomás já antecipa as idéias de Godel – deduz todas as consequências); e, por outro lado, há as ciências subalternas, que recorrem a princípios extraídos de outras ciências.

A esse propósito, Tomás toma como exemplo o caso intrigante da música, cujas harmonias e proporções dependem da matemática. Analogamente, diz Tomás, a teologia também depende da scientia Dei et beatorum, isto é, da Revelação. Em outras palavras, a fonte do conhecimento teológico é lumen fidei por natureza, embora, porém, em suas argumentações, tenha o mesmo estatuto epistemológico das demais ciências, e portanto, goza da plena dignidade de universitas scientiarum.

Como devemos nos posicionar hoje frente aos avanços da teologia e da epistemologia modernas? A essa pergunta, respondo fazendo uma referência àquela que talvez seja a maior das conquistas filosóficas e teológicas do século XX: a redescoberta da hermenêutica, a ciência das interpretações. Quando, há muitos anos atrás, o decano da Faculdade Teológica de Nápoles convidou para uma quaestio quodlibetalis Hans-Georg Gadamer, o pai da hermenêutica contemporânea, autor de “Verdade e Método”, um jovem estudante do primeiro ano lhe fez a seguinte pergunta: “o que é a hermenêutica”? E Gadamer, após alguns momentos de reflexão, respondeu: “Hermenêutica significa que quando eu e você falamos um com o outro, nos esforçamos para alcançar o mundo vital que se esconde por de trás das palavras, e do qual elas provêm”.

Assim, a epistemologia iluminada pela hermenêutica busca não só compreender o imediatamente perceptível, o visível, o fenômeno, o racional, mas também compreender, ou ao menos tentar alcançar, estes mundos vitais dos quais estas expressões provêm. Neste contexto, descobre-se que ciência não é apenas aquela dos fenômenos, mas que existe também um conjunto de ciências, as do espírito, que se esforçam em alacançar um “não dito”, um “não dizível”, algo que não pode ser totalmente tematizável, mas que, no entanto, é o mundo vital no qual se desenvolvem os processos humanos, os processos históricos e assim por diante.

E que há, para além, outro nível que remete àquela experiência do mistério da vida e do mundo que todos nós experimentamos, e que não pode ser reduzida a uma mera fórmula linguística ou racional. Há um transbordar do Mistério que envolve o mundo e a vida de cada um de nós, e que cada um de nós elabora continuamente na surpresa, de forma estupefata, e que apenas em parte conseguimos expressar com palavras.

Ora, uma ciência que leve a sério o espanto diante deste Mistério, que acate a possibilidade de que este se expresse sem se trair - isto é, a possibilidade da Revelação - e que faça disso seu objeto de estudo, é uma ciência preciosíssima.

Em tal dimensão hermenêutica, interpretativa da realidade, que não se atém no imediato, mas que busca sempre colher o que está para além, nas conexões profundas, a teologia se apresenta como uma ciência da qual o homem necessita para viver e para morrer, da mesma forma que necessita de Deus e do sentido da vida.

–Em 1986, falando em Brescia, em uma reunião organizada pela redação do jornal italiano "Communio", Ratzinger disse que na consciência defendida pela teologia católica, a autoridade da Igreja é vista frequentemente como uma instância alheia à ciência, no sentido de algo que limita ou até mortifica a pesquisa. Para o senhor, principalmente após o advento da Teologia da Libertação, permanece atual essa visão?

–Dom Bruno Forte: A tarefa do Magistério da Igreja não é uma tarefa regressiva, mas sim uma tarefa quase perspectiva. Em um famoso ensaio de 1953, que fez história no debate teológico, Karl Rahner, interrogando-se sobre o Concílio de Calcedônia e sua definição dogmática - a qual é obrigatória para todos os cristãos, seja qual for a sua filiação confessional - de Cristo como uma pessoa divina em duas naturezas, uma humana e outra divina, sua resposta foi muito clara: o dogma não representa um fim, não constitui uma prisão para o pensamento, mas estabelece marcos a partir dos quais não se volta mais atrás; pois, nesse caso, voltar atrás significaria, ou cair em alguma forma de arianismo, numa visão meramente humana e mundana de Cristo – na qual Cristo já não seria mais o mediador da Aliança nem Salvador – ou, em alguma forma de modalismo, ao pensar num Deus que se fez presente entre os homens, mas não assumiu verdadeiramente nossa carne mortal, não se comprometendo de fato com a humanidade.

Dizia Karl Rahner, precisamente, que a definição dogmática de Calcedônia constitui um baluarte contra o retrocesso, não contra o progresso. Ilario di Poitiers, por sua vez, foi capaz de intuir a belíssima dimensão deste discernimento magisterial da Igreja. Dizia ele: “o dogma é estabelecido por uma exigência de caridade, para auxiliar a não perder a direção, a não deixar a estrada indicada por Deus”; também seu ponto de vista é claramente perspectivo, e não defensivo ou repressivo.

O caso da Teologia da Libertação, que você mencionou, é um exemplo apropriado. As principais intervenções a este respeito, realizadas pela Congregação para a Doutrina da Fé, foram duas: uma altamente crítica, que evidenciou as limitações frequentemente associadas à dependência ideológica dessa teologia; e outra, que ao contrário, ilustrou as conquistas e contribuições positivas de uma teologia inspirada em suas bases pela caridade e pelo serviço. Acredito que, nesse episódio, o magistério agiu de acordo com o que disse Poitiers e, mais recentemente, Karl Rahner – não uma atitude repressiva que faça esmoecer a vida, mas sim de promoção da vida autêntica que apenas a verdade de Deus é capaz de infundir em nós.

Para concluir, lembrarei o trecho de João 8, 32, que João Paulo II tanto gostava de repetir, e que nos disse quando trabalhávamos na Comissão Teológica Internacional, no documento “Memória e reconciliação”: “A verdade vos fará livres”.

Assim, quanto mais se serve à causa da verdade, quanto mais o Magistério se coloca a serviço do testemunho da verdade, tanto mais se favorece a liberdade, a liberdade autêntica que confere sentido, plenitude, vida e salvação ao coração do homem.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Entrevista de Zilda Arns a ZENIT em 2001

Sobre a Pastoral da Criança, candidata a Nobel da Paz

ROMA, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Entre os candidatos ao Prêmio Nobel da Paz do ano 2001 estava a Pastoral da Criança, fundada e coordenada pela médica Zilda Arns. Na ocasião, a sanitarista conversou em Roma com o editor-chefe da ZENIT, o jornalista Jesús Colina. Em homenagem a Zilda Arns, morta no terremoto do Haiti, publicamos a entrevista, inédita em português.

* * *

–Qual é a contribuição que a Pastoral da Criança oferece à luta contra a desnutrição e mortalidade infantil no Brasil?

–Zilda Arns Neumann: Respondo-lhe com alguns dados. Os 150.000 voluntários [hoje são 260.000, N. do R.] da Pastoral da Criança trabalham cada um deles com entre 10 e 20 famílias. Ensinam coisas muito simples –costumam ser pessoas com um grau de instrução muito baixo–, mas indispensáveis para a saúde das crianças: nutrição de mães gestantes, lactância materna, reidratação oral, vacinas. Ocupamo-nos da educação de 1,6 milhão [hoje 1,8 milhão] de crianças desde que nascem até os seis anos. Cada ano, além disso, ensinamos 32.000 adultos a ler e a escrever, quase sempre mães. Tudo isso influi na alfabetização e na redução da mortalidade infantil em todo o país. A desagregação familiar no Brasil é uma chaga. Os homens, frequentemente, abandonam a mulher e os filhos.

–De modo que sua atividade em grande parte se dirige às mulheres?

–Zilda Arns Neumann: Sim, as mulheres têm muito interesse em ser agentes de transformação. Querem aprender para poder criar melhor seus filhos. De nossos 150.000 voluntários, 130.000 são mulheres que pertencem ao mesmo ambiente. Aprendem com rapidez e na Pastoral encontram uma família e têm como ponto de referência Deus.

–Portanto, nas comunidade pobres existe uma forte orientação religiosa?

–Zilda Arns Neumann: Muitas de nossas voluntárias não praticam nenhuma religião. Mas os princípios que lhes ensinamos são profundamente cristãos, como a solidariedade e a justiça social.

–Qual foi seu maior êxito nesses 17 anos?

–Zilda Arns Neumann: A redução de 60% da mortalidade infantil e da desnutrição em 50%, e a diminuição da violência dentro das famílias. Nunca houve este tipo de educação popular na história do Brasil. A porcentagem de crianças que vivem na miséria é altíssima.

–Pensa que o governo do Brasil deve se comprometer mais em melhorar a vida dessas crianças?

–Zilda Arns Neumann: Os indicadores demonstram que a assistência à escola está aumentando e também o nível de saúde. Isso prova que o compromisso do governo é efetivo e está aumentando. Mas a Pastoral pensa que, para obter melhores resultados, faz falta uma grande atenção ao tecido social. Por isso, nós, entre outras coisas, tentamos criar redes de solidariedade nas comunidades dos pobres. O objetivo é aumentar a autoestima dos pobres e seu potencial humano. Encontramos às vezes mulheres com 4 ou 5 filhos, analfabetas, que se sentem uma nulidade. Quando a Pastoral as tira da privação, as alfabetiza e lhes dá esperança, elas conseguem começar uma vida nova para si mesmas e para seus filhos.

–Quais são os objetivos nos próximos anos?

–Zilda Arns Neumann: Estamos concentrando muitos recursos para instruir a população sobre estes temas: nutrição, saúde, cidadania e educação para a paz. Temos organizado debates sobre estes problemas em todas as comunidades, de modo que cada pessoa que seguimos encontre um caminho de paz para a própria família. A Pastoral é consciente de que os problemas das pessoas nascem em um contexto hostil. Onde há analfabetismo, pobreza, falta de oportunidades, é mais provável que haja delinquência e tráfico de drogas. Por isso, a Pastoral centra-se nas crianças menores de seis anos e nas mães gestantes, para que se libertem deste contexto hostil e tanto a criança nascida como a por nascer possam desenvolver o máximo de suas capacidades. Temos 100 espaços comunitários, nos quais as crianças permanecem algumas horas, acompanhadas pelos pais, para que seus familiares aprendam o valor do desenvolvimento infantil. Deste modo, também as mães se socializam e melhoram sua saúde mental. Nos próximos anos, serão criados outros 200 destes espaços, todos em áreas de extrema pobreza.

–Em todo este trabalho social, como se insere a educação para a paz?

–Zilda Arns Neumann: A campanha “A paz começa em casa” foi lançada em 1999 e se dirige a prevenir a violência contra as crianças no ambiente doméstico. Ensinamos as famílias, por meio de encontros mensais, a assumir posturas que ajudam a melhorar as relações familiares e a construir uma cultura da paz. Em toda esta pedagogia, está presente a mensagem cristã da corresponsabilidade. Não esperar apenas a ajuda dos demais, mas ver o que podemos fazer nós mesmos.

Haiti: situação muito dolorosa, diz secretário da CNBB

Dom Dimas Lara esteve no país em comitiva do governo brasileiro
BRASÍLIA, sexta-feira, 15 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Dimas Lara, afirmou que o Haiti passa por uma “situação muito dolorosa” após o terremoto de terça-feira.

Dom Dimas falou à assessoria de imprensa da CNBB ao chegar a Brasília na madrugada de hoje, vindo da capital haitiana, em voo da Força Aérea Brasileira.

O bispo acompanhou a comitiva do ministro da defesa, Nelson Jobim. Dom Dimas expressou sua preocupação em dar apoio espiritual e humanitário às vítimas da tragédia, em especial aos soldados brasileiros em missão de paz no Haiti.

“O arcebispo de Porto Príncipe, dois bispos e centenas de religiosos morreram soterrados, e outras centenas estão desaparecidas no meios dos escombros. Em um sobrevoo pela capital, percebemos que a cidade está em ruínas”, disse Dom Dimas.

Segundo o secretário-geral da CNBB, vários militares brasileiros “só estão com a roupa do corpo, perderam tudo, pois até as condições das bases do Brasil foram seriamente danificadas, tamanha a força do terremoto”.

“Nesse momento eu gostaria de fazer uma homenagem aos nossos soldados. São uns verdadeiros heróis. Trabalhando incessantemente enquanto podem, inclusive chorando as perdas dos companheiros de farda”, disse.

SOS

A CNBB lançou a Campanha SOS Haiti. Em nota divulgada hoje, a presidência do organismo episcopal chama “todas as comunidades eclesiais, paróquias e dioceses a promoverem, no próximo domingo, dia 17, ou no dia 24 de janeiro, ou em outra data conveniente, orações e coletas em dinheiro para as vítimas do terremoto no Haiti”.

“Assim, nos unimos à campanha mundial promovida pela Caritas Internationalis em resposta ao apelo do papa Bento XVI”, afirma a nota.

As doações podem também ser depositadas nas contas: Banco do Brasil - Agência: 3475-4 - Conta Corrente: 23.969-0; Caixa Econômica Federal - OP: 003 - Agência: 1041 - Conta Corrente: 1132-1; Banco Bradesco - Agência: 0606 - Conta Corrente: 70.000-2.

Igreja Católica ajuda o Haiti

Várias organizações católicas se mobilizam
MADRI, sexta-feira, 15 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- A Igreja está se mobilizando para ajudar a população atingida pelo terremoto no Haiti, em resposta ao chamado de Bento XVI a que os católicos sejam generosos com esse país caribenho.

Após seu apelo internacional, o Papa disse que a Igreja Católica será ativada “imediatamente” através de suas instituições de caridade para ajudar a população afetada.

A nota informativa do Vaticano afirma que, “como no passado, em ocasião de outras tragédias desse tipo, os católicos já estão presentes com sua assistência concreta e diversas agências católicas estão trabalhando e enviando equipes”.

O Conselho Pontifício Cor Unum está em contato direto com Catholic Relief Services, uma agência humanitária dos bispos dos Estados Unidos, que se encarregará de coordenar a ajuda: “A equipe que já se encontra no Haiti e conta com mais de 300 membros ativos está lá faz algum tempo, a experiência passada, a capacitação e os recursos de CRS permitiram uma rápida e eficaz coordenação dos esforços da Igreja que devem ser generosos e concretos”.

O Papa pediu generosidade com o Haiti e os bispos italianos responderam com o anúncio de dois milhões de euros para as primeiras emergências, o dobro do que foi prometido pelo governo italiano.

A Conferência Episcopal Espanhola encorajou os católicos a serem solidários, enquanto que a Cáritas e as ONGs católicas estão somando esforços para recuperação econômica através de várias contas bancárias no âmbito nacional e diocesano.

Nos Estados Unidos, onde vivem milhares de católicos de origem haitiana, no dia 24 de janeiro será realizada uma coleta nacional na América Latina que boa parte será em prol do Haiti, mas também amanhã e domingo haverá coletas adicionais, a pedido do cardeal Francis George, presidente dos bispos norte-americanos, os quais já prometeram cinco milhões de dólares.

A Igreja na República Dominicana oferece orações e uma coleta em todas as paróquias do país. O cardeal Nicolás López, arcebispo de Santo Domingo, pede ajuda “às nações irmãs da América e de outros continentes”.

O presidente da Cáritas Internacional, cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, expressou seu desejo de que “sejam produzidos os compromissos necessários para aliviar a miséria dos haitianos e a pobreza estrutural desta assediada nação”.

A zona afetada cobre quatro dioceses (Porto Príncipe, Jacmel, Gonaives e Jeremie), com seis milhões de habitantes. Antes do terremoto havia 150 paróquias, com quatro milhões de católicos, 450 sacerdotes e mais 600 religiosas.

O diretor do escritório de Ajuda à Igreja que Sofre na Inglaterra, Neville Kyrke-Smoth, ressaltou que “nos últimos 50 anos, o povo haitiano experimentou as consequências de uma política agitada, de violência e de catástrofes naturais. Agora o terremoto parece o golpe final para um dos países mais pobres do mundo”.

A organização Mãos Unidas abriu uma conta de emegência cuja arrecadação será destinada a aquisição de produtos de primeira necessidade e, posteriormente, a trabalhos de reconstrução do país.

“A cidade está desolada, muita gente está vagando pela rua sem rumo e existem muitos mortos. Não sabemos onde estão nossos colegas”, explicou o jesuíta espanhol Ramiro Pampols, membro da ONG Entreculturas.

Essa organização está coordenando sua atuação de emergência com o Serviço Jesuíta para Refugiados. Ambas organizações já se mobilizaram para dar uma primeira resposta. Mesmo assim, os centros da Companhia de Jesus na República Dominicana organizaram uma rede de ajuda para socorrer as vítimas do país vizinho.

“Mais uma vez o Haiti sofre um drama”, contava desolado o superior regional da Companhia de Jesus no Haiti, Kawas François, que descreveu como estão sendo os primeiros dias depois desse choque fatal para um país que vivia na miséria: “Todo mundo está em estado de choque. As comunicações estão cortadas e estamos passando sérias dificuldades para ajudar nossos vizinhos”.

O Serviço Jesuíta para Refugiados na República Dominicana formou comissões, uma de emergência humanitária, para recolher todas as doações de alimentos e medicamentos, e outra em conjunto com instituições do Estado.

Além disso, os jesuítas estão incentivando a que cada país da região da América Latina onde se encontram as obras da Companhia de Jesus tome uma iniciativa de solidariedade a respeito do povo haitiano.

(Nieves San Martín)

Portugal: Igreja “radicalmente contra” adoção por homossexuais

Porta-voz da CEP falou após assembleia plenária do episcopado
FÁTIMA, terça-feira, 12 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Em reunião do Conselho Permanente da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa), realizada hoje no Santuário de Fátima, os bispos portugueses abordaram o tema da recente legalização do casamento homossexual em Portugal.

Após o encontro, os bispos portugueses reafirmaram, em conferência de imprensa, que uma “questão tão profunda e delicada como é o casamento” merecia “mais ponderação, reflexão, tempo para ver quais as consequências”; informa o departamento de imprensa do Santuário de Fátima.

Os bispos enfatizaram que não poderia haver uma “precipitação”, que poderá “beliscar a qualidade da democracia”, uma vez que “pôs de lado o pedido de cerca de uma centena de milhar de cidadãos” que solicitava um referendo sobre esta questão.

“Mas se não se considera a possibilidade de um referendo numa questão tão profunda e delicada como é a estrutura familiar baseada no casamento entre um homem e uma mulher, pergunta-se se haverá alguma vez razão para promover um referendo", declarou o porta-voz da CEP, padre Manuel Morujão.

O porta-voz disse ainda que a Igreja está “radicalmente contra” a possibilidade de adoção de crianças por casais homossexuais.

"Todas as pessoas merecem ser tratadas com todo o respeito, mas também a família e o casamento devem ser tratados com todo o respeito", disse.

Homem que atirou em João Paulo II vai recuperar liberdade

Ali Agca pretende se associar com o escritor Dan Brown para escrever um livro
ROMA, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Ali Agca, o homem que atirou em João Paulo II no dia 13 de maio de 1981, sairá da prisão de Sincan, na periferia de Ankara, no próximo dia 18 de janeiro. A notícia foi confirmada por seu advogado, Haci Ali Ozhan.

O prisioneiro alega que, uma vez livre, quer fazer duas coisas: visitar o túmulo de João Paulo II e escrever um livro para contar sua vida.

Para fazer isso, Ali Agca afirmou que entrou em contato com o escritor norte-americano Dan Brown, autor do famoso livro de ficção “O Código Da Vinci”.

“Vou proclamar a perfeita cristandade que o Vaticano nunca entendeu”, disse Ali Agca, de 52 anos, em uma carta enviada ao diário The Sunday Times.

Depois de recuperar sua liberdade, Agca fará uma entrevista exclusiva estimada em dois milhões de dólares com uma emissora de TV cujo nome é desconhecido.

O homem que disparou contra João Paulo II pagou uma pena de quase 29 anos, não somente pela tentativa de assassinato, mas também por assassinar o jornalista Abdi Ipekci diretor do jornal liberal Millyet, na capital turca, em 1978.

Agca era um assassino profissional que trabalhou na Bozkurtlar e Lobos Cinzentos, organizações terroristas de extrema direita e muito próximas à atmosfera do fundamentalismo islâmico.

A mão que desviou a bala

O atentado contra João Paulo II ocorreu em 13 de maio de 1981, quando o pontífice saudava os peregrinos no papamóvel, antes de iniciar a audiência pública na praça de São Pedro. Nesse momento, Agca disparou contra o Papa. O primeiro tiro atingiu o abdômen, seu dedo desviou o segundo tiro, que estava a ponto de acabar com sua vida.

Para esse dia João Paulo II tinha preparado uma catequese dedicada a comemorar os 90 anos da publicação da Encíclica Rerum novarum, de Leão XIII.

O Papa caiu para trás nos braços de seu secretário que hoje é cardeal e arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz. O segundo tiro atintiu o cotovelo. Nesse episódio dois peregrinos ficaram feridos, Annie Odre, de origem polonesa e Rose Hall, jamaicano.

O Papa foi transferido de imediato à Policlínica Gemelli, onde foram realizas intervenções cirúrgicas que duraram cinco horas, enquanto os peregrinos começaram a chegar de maneira espontânea à praça.

Alguns poloneses colocaram na cadeira onde o Papa ia se sentar uma imagem da virgem de Czestochwa, à qual tinha uma devoção especial.

Depois de retomar a consciência, João Paulo II começou a orar pelo irmão que havia disparado contra ele, a quem tinha dado o sincero perdão.

Durante sua recuperação, João Paulo II se dedicou a escrever a encíclica Laborem Exercens, sobre os direitos humanos dos trabalhadores, que foi publicada em 14 de setembro do mesmo ano. As audiências públicas foram suspendidas até o dia 8 de outubro de 1981.

Um ano depois do atentado, João Paulo II viajou a Fátima para agradecer a Virgem por seu estado de saúde. Dois anos mais tarde visitou Ali Agca na cadeia. Anos depois recebeu a sua mãe Muzeyen Agca em audiência privada.

João Paulo II repetia constantemente que uma mão foi a que disparou a bala e outra - a da Virgem de Fátima - a que desviou.

Por Carmen Elena Villa

Estados Unidos: Igreja propõe “Dez ações para promover as vocações”

Por iniciativa do Ofício para o Clero, a Vida Consagrada e as Vocações
ROMA, quinta-feira, 14 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Entre os dias 10 a 16 de janeiro, a Igreja Católica dos Estados Unidos promove a Semana Nacional de Conscientização Vocacional.

Para incentivar os católicos a promover as vocações, Pe. David Toups, Diretor interino do Ofício para o Clero, a Vida Consagrada e as Vocações, da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), apresentou "Dez ações" que os católicos podem tomar para promover os chamados ao sacerdócio é à vida religiosa.

As cinco primeiras “ações” são dirigidas a todos os católicos e as demais são, essencialmente, um convite aos jovens católicos a dizer "sim" à vocação religiosa.

Dentre as ações direcionadas a todos os católicos, padre Toups convida em primeiro lugar “a orar por um aumento das vocações sacerdotais e para a vida consagrada”, e em seguida a “ensinar os jovens a orar”.

“O Papa Bento XVI declarou que se não se ensina aos nossos jovens como orar, estes jamais sentirão o chamado de Deus por uma relação mais profunda com Ele no discipulado da Igreja”, observou.

A terceira ação destacada pelo presbítero é a necessidade de “convidar jovens e adolescentes ativos a considerar uma vocação para o sacerdócio”, e que é também necessário “torná-la atraente”, mostrando que o sacerdócio constitui um “convite para atuar como um pai espiritual para toda a família da fé”.

Da mesma forma, acrescentou que “a vida consagrada para uma jovem é um chamado a unir-se a Cristo de um modo único, e para ser mãe espiritual para todos aqueles com quem irá se deparar ao longo de seu serviço”.

“O desafio para os sacerdotes e para as religiosas é serem exemplos de alegria em suas vocações”.

Sugestões aos jovens para identificarem sua vocação

Padre Toups dedica as últimas cinco ações aos jovens que começam a discernir sua vocação religiosa convidando-os antes de tudo a “praticar sua fé”. “O objetivo de nossa vida é crescer numa relação profunda, íntima e amorosa com Deus. Entender isso é o primeiro passo que deve ser dado por um jovem que deseja discernir um chamado em sua vida”.

Depois, é preciso “entrar no Silêncio”, “chave para a santidade e a completude”. “Só poderemos ouvir a voz de Deus se estivermos em silêncio”, explica o sacerdote. “Devem tentar ter 15 minutos diários de oração tranquila, pois é aí que será possível começar a receber uma indicação mais clara para a vida”.

“Perguntem a Deus o que quer de suas vidas e saibam que Ele quer sempre o melhor para vocês”.

“Se de fato tiverem sido convidados para o sacerdócio ou a vida consagrada, este será seu caminho para a alegria e a satisfação”.

“Se sentirem que Deus os convida a serem “provados”, procurem um seminário ou uma ordem religiosa. Tenham sempre em mente que o seminário é um lugar de tomada de consciência. Vocês não serão ordenados nem requisitados para fazer voto antes de muitos anos; mas lhes será dada uma ampla oportunidade de explorar as possibilidades de um chamado ao sacerdócio ou à vida religiosa”, concluiu.

(Roberta Sciamplicotti)

Fundadora da Pastoral da Criança morre no terremoto do Haiti


Médica Zilda Arns, 75 anos, é irmã do cardeal Paulo Evaristo Arns

SÃO PAULO, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- A fundadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns, 75 anos, morreu no terremoto que atingiu o Haiti nesta terça-feira.

Além da morte de Zilda Arns, o governo do Brasil confirmou a morte de mais 11 brasileiros até o momento. Há ainda oito desaparecidos e nove feridos. O comandante do Exército, Enzo Peri, disse porém que esses números mudam a todo momento.

Os militares brasileiros falecidos na tragédia integram a MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti, sigla em francês).

De acordo com informações do governo, Dra. Zilda caminhava pelas ruas de Porto Príncipe, ao lado de dois soldados, no momento do terremoto. Ela se encontrava no Haiti para uma missão da Pastoral da Criança.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), sensibilizada pela tragédia, enviou o secretário-geral do organismo, Dom Dimas Lara Barbosa, nesta manhã, para Porto Príncipe, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).

Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns é irmã do arcebispo emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Mãe de cinco filhos e viúva desde 1978, dedicou a vida a causas humanas e solidárias.

Fundou a Pastoral da Criança em 1983, organismo de ação social ligado à CNBB, que tem como objetivo o desenvolvimento integral das crianças pobres e que promove, em função delas, também suas famílias e comunidades.

A Pastoral da Criança atua no Brasil por meio de 261 mil voluntários, que acompanham mais de 1,8 milhão de crianças e 95 mil gestantes, em mais de 42 mil comunidades de 4.066 municípios brasileiros.

O cardeal Evaristo Arns, em nota à imprensa, confirmou que ouviu “emocionado a notícia de que minha caríssima irmã Zilda Arns Neumann sofreu com o bom povo do Haiti o efeito trágico do terremoto”.

“Que nosso Deus, em sua misericórdia, acolha no céu aqueles que na terra lutaram pelas crianças e os desamparados. Não é hora de perder a esperança”, afirma o arcebispo emérito de São Paulo.

Em seu último discurso, que seria proferido ontem em Porto Príncipe, durante a Conferência dos Religiosos do Haiti, Zilda Arns afirmaria que a razão de estar ali era o “forte chamado a difundir no mundo a boa notícia de Jesus”.

“A boa notícia, transformada em ações concretas, é luz e esperança na conquista da Paz nas famílias e nas nações. A construção da Paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no Amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em Fraternidade e corresponsabilidade social.”

“Como discípulos e missionários, convidados a evangelizar, sabemos que a força propulsora da transformação social está na prática do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o Amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover montanhas”, escreveu Zilda Arns.

(Alexandre Ribeiro)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Luto: Morre Zilda Arns

Caros amigos,
perdemos uma batalhadora pela Vida... Nossa solidariedade à família neste momento de dor, com a certeza de que sua vida VALEU A PENA.

Terremoto mata Zilda Arns no Haiti - http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2010/01/13/ult1859u2192.jhtm
Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns era fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, órgão de Ação Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Dra Zilda esteve conosco no Fórum Social Mundial 2002 em Porto Alegre quando discutimos a questão da Globalização e Controle Populacional (veja as fotos no link www.defesadavida.com.br/fotos_fsm2002.htm )...

Sempre se colocou contra a descriminalização/legalização do Aborto no Brasil... Abaixo uma pequeno exemplo de sua posição:

""Como exemplo, Zilda citou o Chile, país onde o aborto é totalmente proibido. “O Chile registra 17 [mortes de mulheres grávidas] por 100 mil [crianças nascidas vivas], enquanto que o Brasil tem 67 por 100 mil. Não tem nada a ver, não é pela mortalidade materna que se vai legalizar o aborto porque o caminho não é esse. O caminho é melhorar o sistema de saúde e ter mais recursos, mais capacitação de pessoal, medicamentos e uma logística de acesso melhor”, defendeu.""

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/02/06/materia.2008-02-06.8444669162/view

Mais posições e participações da Dra Zilda na questão do Aborto, acesse http://www.google.com.br/search?q=zilda+arns+aborto

Conheça também a posição da Pastoral da Criança sobre a questão do Aborto, em carta enviada ao Congresso Nacional em 1997, acessando o link http://www.rebidia.org.br/noticias/saude/aborto.html
Veja um pequeno trecho:

""10. Sob o ponto de vista de políticas de saúde, seria muito mais econômico à nação investir em qualidade de vida prestando melhor assistência à saúde, do que investir contra o ser humano indefeso, assim como é incomparavelmente mais barato investir na educação e solidariedade do que na recuperação de marginais.""

VIDA E PAZ PARA TODOS...

MDV - Movimento em Defesa da Vida - mdv@defesadavida.com.br
Porto Alegre - RS - Brasil
"Defenda a Vida desde a sua concepção" - clique www.defesadavida.com.br
08/OUTUBRO - DIA NACIONAL PELO DIREITO À VIDA


*** MDV - MOVIMENTO EM DEFESA DA VIDA - www.defesadavida.com.br
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*** Presidente Lula, DESISTA de legalizar o Aborto no Brasil
***
*** Defenda a vida desde a sua concepção
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Os 10 melhores filmes atuais do ponto de vista espiritual

Segundo o diretor do Departamento de Cinema do arcebispado de Barcelona
BARCELONA, quarta-feira, 6 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Como todos os anos, o Prof. Peio Sánchez, diretor do Departamento de Cinema do arcebispado de Barcelona (Espanha), oferece sua avaliação sobre os 10 melhores filmes do ponto de vista espiritual.

Sánchez afirma que, ao fazer este elenco, ele o apresenta “como um material válido para a recuperação educativa e pastoral através do DVD. (...) Parece-nos hoje imprescindível escolher bem o que vemos para sermos pessoas melhores. E acreditamos que esse tipo de cinema convida a aprofundar nos grandes interrogantes, propõe um olhar aberto ao mistério de Deus”.

1. Gran Torino (2008), Clint Eastwood

“Em Gran Torino, Clint Eastwood soube contar uma história simples com uma enorme força dramática, apresentando temas espirituais de fundo, como o sentido do perdão, a redenção como sacrifício e o caminho da conversão. E do ponto de vista cristão, não somente apresenta uma imagem positiva da Igreja, representada no Pe. Janovich, mas também oferece uma poderosa imagem crítica nas decisões finais do protagonista.”

2. Jornada pela liberdade (2006), Michael Apted

“Esta homenagem a William Wiberforce – um parlamentar da Câmara dos Comuns, que dedicou, desde a sua juventude, sua atividade política à luta contra a escravidão e as injustiças sociais – apresenta-se com uma magnífica produção e uma série de atuações excepcionais. Marcada profundamente pela perspectiva social cristã, é um filme imprescindível para conhecer a força ética do Evangelho e sua herança em nossa cultura.”

3. Katyn (2007), Andrzej Wajda

“Surpreendente filme do mestre polonês Andrezej Wajda. Este testamento fílmico do genocídio de Katyn, perpetrado pelo comunismo soviético em 1940, afetou pessoalmente o diretor, já que seu pai era um dos 20 mil oficiais e cidadãos poloneses assassinados. Narrada a partir da perspectiva dos sobreviventes, especialmente mulheres, é um hino à reconciliação, da memória que busca a verdade. A fé católica é mostrada com intensidade em diversos momentos, mas de forma mais contundente nos últimos minutos.”

4. Quem quer ser um milionário? (2008), Danny Boyle

“O diretor Danny Boyle, de formação e convicções cristãs, soube contar uma dura história sobre a superação da miséria à vitória. Narrado como um conto de fadas, acompanha a história de três garotos que nascem nas barracas de Calcutá e como, a partir do protagonista Jamal, verão o triunfo da bondade e do amor, muito além da injustiça e da violência. A história nos apresenta uma intriga que move o espectador à esperança e que convida a reconhecer a presença da Providência, que acompanha os acontecimentos respeitando a liberdade, mas estimulando a bondade.”

5. O visitante (2007), Thomas McCarthy

“É a história de uma visita gratuita na qual se vê envolvido um obscuro professor universitário, genialmente interpretado por Richard Jenkins, que, após ficar viúvo, vive sem sentido e cuja vida se transformará em seu encontro com Tarek. Este sírio, que carrega a perseguição em seu coração, representa a alegria e a vontade de viver que faltam ao protagonista. Neste itinerário de transformação, veremos como cresce nele a sensibilidade e o compromisso, a capacidade de amar e o exercício responsável da liberdade. Um filme que, além do mais, é um grito contra a injustiça das leis migratórias.”

6. A caixa de Pandora (2008), Yesim Ustaoglu.

“O mal de Alzheimer da avó abrirá a caixa de Pandora da uma família que vive às margens da infelicidade, como se uma maldição caísse sobre eles quando a anciã, uma genial Tsilla Chelton de 89 anos, desaparece de casa. Com esta fuga, começa uma viagem rumo à verdade que envolverá todos eles, quando vão a uma aldeia de montanha na costa do Mar Negro. A lucidez da demência não conseguirá dobrar o desvario dos instalados na comodidade ou no fracasso; mas conseguirá mover os que sentem que a vida vai muito além e que sempre estão dispostos a subir uma montanha, ainda que as forças já sejam escassas. Uma aliança na qual os mais velhos transmitem a esperança aos mais jovens.”

7. A partida (2008), Yojiro Takita

“Daigo, um violoncelista desempregado, descobre sua vocação quando abandona Tóquio com Mika, sua mulher, e vai à cidade e à casa em que viveu sua infância. Um processo lento e surpreendente o converterá em um especialista em nôkan, ritual mortuário japonês que supõe uma recordação do defunto desde o ato de embalsamento. Em sua aprendizagem, vão se cruzando várias histórias de reconciliação dos vivos com os mortos e ele irá, pouco a pouco, abrindo sua própria história a um caminho de pacificação. O filme nos permite contemplar a morte com uma perspectiva diferente.”

8. O curioso caso de Benjamin Button (2008), de David Fincher

“Baseada em uma novela de F. Scott Fitzgerald, conta a vida singular de Benjamin: um estranho bebê que nasce sendo idoso e que, com o passar do tempo, acabará transformando-se em um bebê. Este estranho personagem, que terá um corpo que cresce ao contrário do seu espírito, oferece-nos um personagem que amadurece de uma forma diferente e que também terá que amar Daisy – seu fiel e verdadeiro único amor – de uma forma diferente, ainda que não por isso impossível.”

9. Le Hérisson (2009), Mona Achache

“Adaptação do famoso livro de Muriel Barbery, ‘A elegância do ouriço’, e que supõe o primeiro longa-metragem da diretora francesa Mona Achache. Baseia-se no contraste de dois personagens: por um lado, uma menina com um rico a inteligente mundo interior; por outro, a porteira do número 7 da rua Grenelle, uma mulher descuidada e um pouco antipática. Mas ambas terão um segredo que virá à tona com a chegada de Kakuro Ozu, um elegante viúvo japonês. Esta revelação servirá de desculpa para compreender o segredo profundo das pessoas e como às vezes o essencial não está nas aparências.”

10. Rio congelado (2008), de Courtney Hunt

“História sobre a resistência e a amizade de duas mulheres que começam em conflito, mas que criarão um profundo laço de solidariedade que tem como origem comum uma maternidade transcendida e o desejo de amar inclusive acima de suas forças. Dirigido por Courtney Hunt, apresenta os personagens com grande veracidade. A dureza e a desolação nas imagens nos permitem encontrar na alma das protagonistas uma generosidade desmedida, que devolve a confiança no ser humano, inclusive nas situações de solidão e limite que enfrentam.”

América, o continente mais perigoso para os missionários

37 testemunhas no Evangelho foram assassinadas no mundo em 2009

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- No ano passado foram assassinadas no mundo 37 testemunhas do Evangelho, segundo noticiou a agência Fides. A maior parte dos homicídios aconteceu na América.

A agência subordinada à Congregação vaticana para a Evangelização dos Povos destaca que se tratou do número mais elevado da última década.

Foram mortos 30 sacerdotes, três religiosas, dois seminaristas e três evangelizadores laicos de diferentes nacionalidades.

Nesse ano, o continente mais violento foi a América, “banhada pelo sangue de 23 agentes evangelizadores (18 sacerdotes, dois seminaristas, um religioso e dois leigos)”, assassinados no Brasil, na Colômbia, no México, em El Savador, nos Estados Unidos, na Guatemala e em Honduras, explica Fides.

Entre os seis sacerdotes assassinados no Brasil, país com o maior número de vítimas missionárias, encontra-se o espanhol Ramiro Ludeña, que trabalhou 34 anos a favor de crianças e meninos de rua. Ele perdeu a vida nas mãos de um jovem de 15 anos em uma tentativa de roubo.

O presbítero e missionário italiano Ruggero Ruvoletto foi assassinado em uma paróquia, na qual furtaram 50 reais.

O padre Evaldo Martiol foi assassinado por dois jovens durante um roubo que acabou em homicídio.

“Seu método de evangelização era a benevolência”, afirmou o bispo durante o funeral do padre Gisley Azevedo Gomes, assessor da seção de juventude da Conferência de Bispos Católicos do Brasil, assassinado por vários jovens, durante um assalto.

Na Colômbia, em 2009, foram assassinados cinco sacerdotes e um leigo, se tornando, assim, o segundo país com o maior índice de vítimas missionárias. Todos os presbíteros foram vítimas de roubos que terminaram em tragédia.

No México, foram assassinados no último ano um sacerdote e dois seminaristas, quando iam a uma reunião da pastoral vocacional, de carro. Os assassinos obrigaram-lhes a sair do carro e dispararam com armas de fogo.

Uma particular comoção despertou-se no universo católico com a morte, em Cuba, de dois sacerdotes espanhóis: Eduardo de la Fuente Serrano, assassinado em uma rua na periferia de Habana, e Mariano Arroyo Merino, morto em sua paróquia. Seu corpo foi amarrado, amordaçado e parcialmente queimado.

Duas das vítimas faleceram em El Salvador. Ainda uma religiosa foi assassinada no continente. Marguerite Bartz, das Irmãs do Santíssimo Sacramento, morta em seu convento situado em Saint Berard, na zona indígena de Navajo, no Novo México (Estados Unidos). Era conhecida pela sua paixão ao promover a paz e a justiça.

Nos Estados Unidos também foi assassinado o padre Ed Hinds, sacerdote da Igreja de São Patrício, em Chatham, Nova Jersey, cujo corpo sem vida apareceu na casa paroquial, coberto de golpes e feridas de arma branca.

Na Guatemala, o padre Lorenzo Rosebaugh, dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, também encontrou a morte. Foi vítima de um assalto por dois homens armados em uma estrada rural.

Por último, perdeu a vida em uma província oriental da Guatemala o sacerdote capuchinho guatemalteco Miguel Angel Hernandez, sequestrado dias antes.

O outro continente onde mais vidas de evangelizadores tiveram um triste fim foi o africano: nove sacerdotes, um religioso e um leigo; seguido do asiático, com dois sacerdotes assassinados, e do europeu, com uma vítima na França.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

UMA VEZ SALVO‚ SEMPRE SALVO?


Os protestantes alegam que já estão salvos e que não podem perder essa salvação baseando-se em passagens como esta da primeira carta de S. João:

“E o testemunho é esse: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem possui o Filho possui a Vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Isto vos escrevi para que saibais que tendes a vida eterna‚ vós que credes no nome do Filho de Deus.”(I Jo 5‚ 11-13)

É notório que as vezes as escrituras parecem se contradizer‚ como acontece na questão das imagens: Ora Deus proíbe e ora Deus manda fazer! Então como compreender essa ambiguidade‚ se Deus não tem duas palavras?

Se você analisa apenas essa passagem para justificar uma doutrina tão profunda‚ pode-se incorrer no erro protestante de alegar que uma vez aceitando o Filho de Deus‚ nâo poderemos mais perder a vida eterna.

A vida eterna‚ caracterizada como posse atual do Cristão‚ é descrita pelos teólogos como ESCATOLOGIA REALIZADA‚ ou seja‚ significa que os Cristãos experimentam e participam de uma forma limitida naquilo que só experimentarão com maior plenitude no Reino dos Céus. Veja o que São Paulo diz:

“Hoje vemos como por um espelho‚ confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente‚ como eu sou conhecido.” (I Cor 13‚ 12-13)

São Paulo‚ apesar de já ter aceitado Jesus como Salvador‚ sabe que experimentará de um modo mais profundo o que já começou nesta vida. Isso‚ porém‚ não significa que aqueles que agora gozam desse Reino não o possam perder.

Veja o que escreve S. Paulo aos Hebreus: “Porque somos incorporados a Cristo‚ mas sob a condição de conservarmos firme até o fim nossa fé dos primeiros dias...” (Hebreus 3‚14).

e mais:

“Porque aqueles que foram uma vez iluminados saborearam o dom celestial‚ participaram dos dons do Espírito Santo‚ experimentaram a doçura da palavra de Deus e as maravilhas do mundo vindouro‚ e, apesar disso‚ caíram na apostasia‚ é impossível que se renovem outra vez para a penintência‚ visto que‚ da sua parte‚ crucificaram de novo o Filho de Deus e publibcamente o escarneceram.”(Hebreus 6‚ 4-6)

É evidente que essa doutrina protestante “uma vez salvo‚ sempre salvo” não existia na Igreja Primitiva e foi inculturada depois do século XVI pelos “Reformadores”‚ que ao contrário do que o nome propõe‚ foram na verdade destruidores da Sã Doutrina.

A Bíblia se refere à Vida Eterna com algo que virá‚ ou seja‚ é promessa de futuro. Analise as passagens que se seguem:

“E todo aquele que por minha causa deixar irmâos‚ irmãs‚ pai‚ mãe‚ mulher‚ filhos‚ terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.” (Mt 19‚ 29)

“Paulo‚ servo de Deus‚ apóstolo de Jesus Cristo para levar aos eleitos de Deus a fé e o profundo conhecimento da verdade que conduz á piedade‚ na esperança da vida eterna prometida em tempos longínquos por Deus veraz e fiel‚...” (Tito 1‚ 1-3)

“Conservai-vos no amor de Deus‚ aguardando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo‚ para a vida eterna.” (Judas 21)

Não há dúvidas que a Salvação é algo vindouro‚ ou seja‚ é futuro. Isso não implica que na agora não possamos começar a saborear essa salvação no uso dos dons‚ nos sacramentos‚ na oração e na vida da Igreja.

Mas essa salvação precisa ser fundamentada na nossa fidelidade aos seus mandamentos.

“Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe peruntou: “Mestre‚ que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Disse-lhe Jesus: “Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida‚ observa os mandamentos” (Mt 19‚ 16-17)

Veja que não basta apenas acreditar em Deus‚ mas é preciso observar os seus mandamentos para conseguir a vida eterna. Isso quer dizer que nós podemos um dia não observar os mandamentos de Deus‚ logo‚ perder o que conseguimos.

Confira em Mt 25‚ 46 quando Jesus separará as ovelhas dos cabritos usará os seguintes critérios para a Salvação: “porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim.” (Mt 25‚ 35-36)

É evidente que precisamos perseverar na retidão para recebermos a salvação que foi preparada para nós.

Veja: “O vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida‚ e o proclamarei diante do meu Pai e dos seus anjos.” (Ap 3‚ 5)

A salvação é uma promessa para aqueles que vencem esse mundo‚ sendo fiel a Jesus e a sua Igreja.

Mas é necessário crer no Filho para ter a vida eterna: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; quem não crê no Filho não verá a vida‚ mas sobre ele pesa a ira de Deus.”(Jo 3‚36). Comparando essa passagem com as anteriores‚ chega-se a conclusão que é necessário crer em Jesus para ter a vida Eterna‚ mas essa não é a única condição. É preciso ser fiel aos seus mandamentos.

Note que aqui‚ a simples prática da “caridade” sem a fé em Cristo também não garante a vida eterna‚ como acontece com os espíritas que ajudam instituições de caridade. Eles visitam os presos‚ eles dão comida aos que tem fome‚ dão roupa aos que estão nus‚ mas não creem no Filho de Deus.

O oposto acontece com os protestantes que afirmam que as obras não são necessárias para a salvação.

São Paulo aos Romanos escreve: “Mas‚ pela tua obstinação e coração impenitente‚ vais acumulando ira contra ti‚ para o dia da cólera e da revelação do justo juízo de Deus‚ que retribuirá a cada um segundo as suas obras: a vida eterna aos que‚ perseverando em fazer o bem‚ buscam a glória‚ a honra e a imortalidade;...” (Rm 2‚ 5-8)

Sobre os deveres dos ricos‚ S. Paulo escreve: “Que pratiquem o bem‚ se enriqueçam de boas obras‚ sejam generosos‚ comunicativos‚ ajuntem um tesouro sólido e excelente para seu futuro‚ afim de conquistarem a verdadeira vida.” (II Tm 6‚18-19)

Tiago escreve sobre a misericórdia: “Falai‚ pois‚ de tal modo e de tal modo procedei‚ como se estivésseis para ser julgados pela lei da liberdade. Haverá juízo sem misericórdia para aqueles que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento.” (Tiago 2‚12-13)

Veja esse belíssimo texto de S. Paulo: “Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele‚ com ele viveremos. Se soubermos perseverar‚ com ele reinaremos. Se‚ porém‚ o renegarmos‚ ele nos renegará. Se formos infieis... ele coninua fiel‚ e não pode desdizer-se.” (II Tm 2‚ 11-13)

Aqui há uma condição: Se soubermos perseverar‚ com ele reinaremos. Logo‚ é preciso a fidelidade até o fim para obter a vida eterna.

A tese protestante que só a fé salva não existia antes da Reforma de Lutero. A Bíblia mesmo atesta que as obras são necessárias para a Salvaçâo.

“Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.” (1 Coríntios 13,2-3).

Esse texto é muito claro‚ S. Paulo diz que mesmo se tivesse toda a fé‚ se não tiver caridade nada sou. Como um protestante pode argumentar isso?

Agora o texto de Tiago‚ que não há como ser mais claro:

“De que aproveitará‚ irmâos‚ a alguém dizer que tem fé‚ se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? (Tiago 2‚ 14)

Só há uma maneira de contextar isso‚ se argumentar que o livro de Tiago e que as cartas de São Paulo são livros apócrifos!

“Assim também a fé: se não tiver obras‚ é morta em si mesma Mas alguém dirá: “Tu tens fé‚ e eu tenho obras.” Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Crês que há um só Deus. Fazes bem. Também os demônios crêem e tremem.” (Tiago 2‚ 19).

Pode continuar lendo esse texto de Tiago até o versículo 26.

Outro excelente texto de S. Lucas mostrando como as obras são importantes:

“Havia em Cesaréia um homem por nome Cornélio, centurião da corte que se chamava Itálica. Era religioso: Ele e todos os de sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas esmolas ao povo e orava constantemente. Este homem viu claramente numa visão, pela hora nona do dia aproximar-se dele um Anjo de Deus e o chamar: Cornélio! Cornélio fixou nele os olhos e, possuído de temor, perguntou: Que há Senhor? O Anjo replicou: As tuas orações e as tuas esmolas subiram à presença de Deus como uma oferta de lembrança.” (Atos 10,1-4)

Mais um texto sobre o julgamento pelas obras:

“Vi, então, um grande trono branco, e aquele que nele se assentava. Os céus e a terra fugiram de sua face, e já não se achou lugar para eles. Vi os mortos, grandes e pequenos, de pé, diante do trono. Abriram-se livros, e ainda outro livro, que é o livro da vida. E os mortos foram julgados conforme o que estava escrito nesse livro, segundo as suas obras. O mar restituiu os mortos que nele estavam. Do mesmo modo a morte e a morada subterrânea. Cada um foi julgado segundo as suas obras. A morte e a morada subterrânea foram lançados no tanque de fogo. A segunda morte é esta: O tanque de fogo. Todo o que não foi encontrado inscrito no livro da vida foi lançado ao fogo” (Apocalipse 20,11-15)

O texto mais importante para os protestantes para alegar a doutrina da fé sem as obras é Rm 3. 28: “Porque julgamos que o homem é justificado pela fé‚ sem as observâncias da lei.

Aqui‚ Paulo escreve para os Romanos que eram pagãos e acostumados a adorar ídolos e deuses falsos‚ por isso que Paulo acentua a necessidade de uma fé total em Cristo. Paulo não está se contradizendo pois também escreveu “Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.” (1 Coríntios 13,2-3)‚ nem contradizendo o próprio Jesus “Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe peruntou: “Mestre‚ que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Disse-lhe Jesus: “Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida‚ observa os mandamentos” (Mt 19‚ 16-17) quando fala da observância dos mandamentos. Muito menos Paulo está contrariando Tiago quando diz “De que aproveitará‚ irmâos‚ a alguém dizer que tem fé‚ se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? (Tiago 2‚ 14)

Mas o problema não pára por aí. Uma interpretação dupla da fé foi dada por Johannes Agrícola que dizia que enquanto as boas obras não são necessárias para a salvação, as más obras não a impede) para entender essa confusão sugiro a leitura desse texto: http://www.veritatis.com.br/article/1851

Concluindo‚ a Bíblia nos mostra que a Fé em Cristo é necessária para a Salvaçâo do ser humano, porém‚ as suas obras contribuem para que essa fé nâo seja morta. Logo‚ a fé com obras garantem a salvação desde que mantindas até o fim.

Em Cristo e Maria Imaculada‚

Marcos Paulo



Por Marcos Paulo Teixeira

http://marcospauloteixeira.wordpress.com