sábado, 30 de julho de 2011

Vivei sempre contentes

“Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias daí graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus, em Cristo Jesus.” I Tess 5, 16-18.

O Papa Paulo VI, na sua encíclica sobre a alegria cristã, disse que o nosso tempo multiplicou as ocasiões de prazeres, mas não é capaz de gerar alegria, pois a verdadeira alegria é serena.

É muito oportuno meditarmos sobre suas palavras. Temos buscado essa alegria cheia de ruído e de prazeres para os sentidos que o mundo nos oferece, ou temos buscado encontrar a verdadeira alegria que vem de um coração que confia em Deus e se alegra pela sua salvação e por isso recebe essa alegria profunda e serena que é fruto do Espírito Santo?

Em tudo o que nos acontece, nos momentos bons e nos momentos difíceis, devemos fazer uma digestão dos acontecimentos, filtrar tudo no amor a Deus e ao próximo, colher tudo o que a vida nos oferece, colher alegria, colher sofrimento, colher a dificuldade e transformar em amor, para daí sim, poder colher a alegria que vem de Deus.

A alegria nunca vem de fora, mas vem, de dentro. No meio da dor, do sofrimento devemos cavar a alegria que está dentro de nós, a alegria que é fruto do amor, fruto do Espírito, pois “A esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Rm 5,5

Em tudo o que nos acontece, portanto, devemos pedir: “Espírito Santo, me ajuda a amar nesta situação!” É amando e fazendo o bem, confiando em Deus e esperando nas suas promessas que a alegria vai brotando de dentro de nós.

A alegria como virtude é um esforço, um exercício que vem da presença de Deus em nós. Se eu abraço a minha dor para transformar em amor para os outros, para transformar em sorrisos para os outros, a minha dor vai sendo mitigada. Às vezes, o Senhor faz um processo formativo conosco, permitindo que soframos e passemos por dificuldades, mas não podemos esquecer: “Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios.” Rm 8,28

O amor de Deus coloca tudo no seu lugar. Uma vez ouvi uma frase de Dom Alberto Taveira que nunca esqueci. Ele disse: “O Senhor une todos os acontecimentos da nossa vida para transformar em história de salvação.”

Cultivar a tristeza, a amargura é pecado, porque a pessoa fica egoísta, toda voltada para si mesma. São Francisco tinha a seguinte oração: “Senhor, tu que és alegria, eu te peço perdão por ter deixado habitar na tua casa a filha dileta do demônio que é a tristeza.”

A moção para nós, portanto, é cultivar a alegria, sairmos de nós mesmos, olhar para o Senhor e acolhermos com amor tudo o que nos acontece, pois nada acontece na nossa vida sem que Deus o permita, Ele é Senhor de tudo, se permite que coisas aconteçam na nossa vida é porque faz parte da nossa história de salvação.

Maria Beatriz Spier Vargas
Secretária-geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL

Os discípulos do amanhã

A grande maioria das pessoas que frequenta a Igreja aspira, pretende e se identifica como discípulo de Jesus Cristo. E é muito bom que assim o seja. É muito bom que cada pessoa na Igreja tenha no coração este desejo de querer aprender da vida de Jesus, de ser continuamente instruído em Sua doutrina, de “frequentar” a escola de tão Divino Mestre. Mas Jesus não quer apenas “discípulos”. Jesus não nos quer “eternamente” alunos, como simples aprendizes de um ofício que nunca exercitamos, nunca assumimos e para o qual estamos sempre sendo treinados...

Não. A Igreja está por demais povoada de “discípulos do amanhã”, que sempre que convidados a assumir uma tarefa mais séria, uma atividade mais comprometedora com a Boa Nova, pondo em risco e oferecendo ao desgaste a própria vida pela causa do Reino, recusam-se, alegando não estar ainda “preparados” para tal serviço, não ter ainda “condições” de se doar como o trabalho em questão exige. Preferem continuar “discípulos”, apenas. Preferem continuar tendo “ótimas ideias” e “planos impressionantes”, mas... para os outros executarem! E passam a vida “se preparando”, deliciando-se com os ensinamentos recebidos de outrem, às vezes criticando quem trabalha, contestando isso e aquilo, para, quem sabe, num amanhã que nunca chegará, oferecer ao Senhor os “restos” de suas vidas egoístas e medrosas...

João Paulo II, em sua Exortação Apostólica Catechesi Tradendae nos chamava a atenção para o fato de que uma das missões do Espírito Santo é exatamente a de transformar aquele que é discípulo em testemunha de Jesus Cristo (CT 72). Ou seja, depois de testemunhar Jesus em nós e nos tornar discípulos, o Espírito quer que nós mesmos testemunhemos a Jesus, trabalhando por manifestá-lo a outros que não O conhecem (Jo 15,26-27). E não precisamos nos sentir “despreparados” ou incapacitados. A capacitação para testemunhar a Jesus vem do Espírito, e não de nosso “muito tempo” na escola da fé. Pois esta foi a promessa feita por Jesus a um grupo especial de discípulos: “... Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força e sereis minhas testemunhas (...) até os confins do mundo” (At 1,8). De maneira que todo aquele que, na Igreja, não dá testemunho de sua fé em Cristo, precisa se perguntar discípulo de quem realmente é... e se, na verdade, está se deixando habitar e conduzir por Seu Espírito. Porque a consequência de quem busca viver na plenitude do Espírito é dar testemunho de Jesus...

Na Audiência Geral de 24 de maio de 1989, em Roma, o hoje beato João Paulo II nos ensinava: “A ação do Espírito Santo é a de dar testemunho! E uma ação interior, tri-imanente, nos corações dos discípulos, que então se tornam capazes de dar testemunho de Cristo eternamente... Ao testemunhar Cristo, o Paráclito é um assíduo Advogado e Defensor da Obra de Salvação e de todos aqueles que estão engajados nesta Obra”. Seu predecessor – Paulo VI – na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (n.75), já enfatizava: “”. Não poucas pessoas são motivadas, atualmente, a ansiar por uma renovada efusão do Espírito Santo em suas vidas. Querem “o poder do alto”, prometido (cf. At 1,5-8). Mas nem sempre se mostram dispostas a estender a visão a respeito dessa força recebida para além do exterior aspecto glorioso que a pode acompanhar, e usá-la para aquele propósito primeiro indicado por Jesus Cristo de sermos, por causa dela, suas destemidas testemunhas (cf. At 1,8), capazes de por Ele correr riscos, fazer sacrifícios e suportar afrontas... Falando aos jovens na Jornada Mundial de Sidney, na Austrália (20/07/2008), momentos antes da cerimônia do Crisma, o papa Bento XVI se perguntava (e respondia!): “Que significa receber o ‘selo’ do Espírito Santo?... Significa ficar indelevelmente marcados, significa ser novas criaturas. Para aqueles que receberam este dom, nada mais pode ser como antes. Ser “batizados” no Espírito significa ser incendiados pelo amor de Deus, “beber” do Espírito (cf. 1 Cor 12,13) significa ser refrescado pela beleza do Plano de Deus sobre nós e o mundo, e tornar-se por sua vez uma fonte de frescor para os outros. Ser ‘selados com o Espírito’ significa além disso não ter medo de defender Cristo, deixando que a verdade do Evangelho permeie a nossa maneira de ver, pensar e agir, enquanto trabalhamos para o triunfo da civilização do amor...”

Jesus era ainda um simples menino quando seus pais O encontraram – em meio aos doutores da lei – trabalhando pela causa do Reino, junto ao templo de Jerusalém. Perguntado por que fazia aquilo, naquelas circunstâncias, respondeu: “Acaso não sabíeis que devo me ocupar das coisas de meu Pai?” (Lc 2,41-52). Se é que temos o mesmo Pai a que se refere Jesus, a hora de ocuparmo-nos de Sua obra é hoje, é agora! Aliás, colaborar efetivamente com as obras que buscam promover a glória de Deus e testemunhar a Jesus é a condição para que Ele também um dia dê testemunho a nosso favor diante do Pai que está nos céus (Mt 10,32-33). Amém!

Por Reinaldo Beserra dos Reis – Assessor para as Comunidades da RCCBRASIL
Grupo de Oração Elena Guerra

Vaticano publica importante documento sobre a confissão


VATICANO, 13 Jul. 11 / 03:21 pm (ACI/EWTN Noticias) O Vaticano acaba de publicar o documento "O sacerdote, confessor e diretor espiritual: Ministro da misericórdia divina", um manual de instruções sobre como ser bons confessores, elaborado pela Congregação para o Clero.

O texto leva as assinaturas do Prefeito do dicastério, Cardeal Mauro Piacenza e o secretário, Dom Celso Morga, que fizeram votos para que "os sacerdotes possam descobrir de novo o valor pastoral destes meios simples, muito comuns, que parece que não têm força pastoral mas que são muito potentes se sabemos administrar bem e se valorizarmos o estar disponíveis para administrá-los".

A primeira parte do texto explica no que consiste o sacramento da Penitência e dá indicações práticas sobre como administrá-lo e recebê-lo melhor. Por exemplo, inclui um exame de consciência só para sacerdotes.

"Que os sacerdotes sejam muito disponíveis para as confissões e a direção espiritual e que ao mesmo tempo, eles, também eu, confessemo-nos freqüentemente e tenhamos a direção espiritual", disse Dom. Morga.

A segunda metade do texto explica a doutrina sobre a direção espiritual, ensina a ajudar a outras almas, e como deixar-se ajudar por um diretor espiritual.

Bento XVI está decidido a dar ele mesmo o exemplo sobre o valor do sacramento da confissão e a direção espiritual. Ele o fará com um gesto bastante expressivo: este verão se sentará em um confessionário durante a Jornada Mundial da Juventude de Madrid e administrará este Sacramento a vários jovens.

"É necessário voltar ao confessionário, como lugar no qual celebrar o sacramento da reconciliação, mas também como lugar onde " habitar " com mais frequência, para que o fi el possa encontrar misericórdia, conselho e conforto, sentir-se amado e compreendido por Deus e experimentar a presença da Misericórdia Divina, ao lado da Presença real na Eucaristia".

Com estas palavras, o Santo Padre Bento XVI se dirigia durante o recente Ano sacerdotal aos confessores, indicando a todos e cada um a importância e a conseguinte urgência apostólica de redescobrir o Sacramento da Reconciliação, tanto na qualidade de penitentes, como na qualidade de ministros.

O texto completo em português pode ser visto ou baixado na página da Congregação para o Clero:
http://www.clerus.org/clerus/dati/2011-05/20-13/Sussidio_per_Confessori_pt.pdf

Não vos canseis de praticar o bem



SÃO PAULO, quarta-feira, 13 de julho de 2011 (ZENIT.org) - Diversas podem ser as expressões de religião e religiosidade: o rito, mediante o qual se dirige a Deus a adoração, louvor, ação de graças e súplica; a obediência a Deus, mediante a qual se procura viver conforme a vontade de Deus. Ou ainda o rito mágico, mediante o qual se tenta "capturar" ou apossar-se da potência divina, para sujeitá-la ao desejo e à vontade do homem.

Sem aceitar a magia, por ser considerada desrespeitosa em relação a Deus, nossa fé tem muitas e ricas expressões de vida cristã e eclesial. Não pode a fé ser apenas um "fato intelectual"; ela precisa expressar-se na vida, de muitas maneiras: nos ritos e atitudes de adoração, louvor, agradecimento, súplica e pedido de perdão, na acolhida dos dons de Deus. Não pode faltar a prática das boas obras, como expressão da obediência a Deus; nem podemos deixar de lado o exercício da ascese, para corrigir o que está errado em nossa vida, ou a prática das virtudes, como busca da perfeição evangélica, segundo "aquilo que aprendemos de Cristo".

Na "Oração do dia", do 15º Domingo do tempo comum, celebrado no dia 10 passado, pedimos a Deus a graça de "rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome". Essa bela prece indica a dupla dimensão do viver cristão: a superação dos vícios e de tudo aquilo que contradiz a dignidade de filhos de Deus, recebida no Batismo e, por outro lado, o esforço para o viver coerente com a condição nova de cristãos.

São João diz que é preciso "viver como filhos da luz"; e São Paulo recorda, de diversas maneiras, que é preciso abandonar aquilo que é do "homem velho", para viver como "homens novos"; ou ainda, que devemos viver segundo o Espírito, abandonando as obras da carne"; e que a perfeição do novo modo de viver cristão é a caridade, na qual se expressa a perfeição da vida cristã.

O mesmo São Paulo, na Carta aos Gálatas, enfrenta vários problemas vividos naquela comunidade e os exorta a viverem com coerência a vida cristã. É uma carta franca e vigorosa, marcada pelo zelo do apóstolo, que não quer ver os fiéis desviarem-se do caminho de Cristo. Já perto da conclusão da carta, Paulo convida a "carregar os fardos uns dos outros, para cumprir a lei de Cristo" (cf 6,2); por certo, ele recorda que Jesus carregou na cruz, por amor a nós, nossos pesos... E convida, como a resumir todo o esforço da vida cristã: "não esmoreçamos na prática do bem, pois no devido tempo colheremos os frutos, se não desanimarmos".

Dom Julio Akamine, novo bispo auxiliar de São Paulo ordenado no sábado, dia 9 de julho, escolheu este expressivo lema episcopal: "bonum facientes infatigabiles" - "sede incansáveis na prática do bem" (Gl 6,9). Em outra passagem, Paulo repete mais uma vez: "não vos canseis de fazer o bem" (2Ts 3,13). O cristão deve ser operoso e incansável na prática do bem, sem nunca ceder à tentação do desânimo. O papa Bento 16, há alguns dias, recordou também outra exortação de São Paulo: "detestai o mal e apegai-vos ao bem" (Rm 12,9). Nada de compactuar com o mal. O próprio Jesus nos ensinou a pedir, no Pai Nosso, que Deus nos livre do mal. O cristão não deve aliar-se jamais ao mal, nem ser agente do mal. Seria trágico!

A Palavra de Deus desse mesmo domingo ainda nos ensinou que Deus espera de nós os frutos da sua Palavra, que veio ao mundo e foi dada a conhecer aos homens, como semeadura abundante: "saiu o semeador a semear" (cf Mt 13). A semente é boa e capaz de produzir; mas o terreno, que somos nós, pode ser duro, cheio de pedras, de pouca profundidade, tomado de espinhos e mato; e pode ser bom, bem preparado e acolhedor para a semente. Somente esse último terreno produz frutos.

No entanto, Deus semeia, esperando que todos os terrenos produzam fruto, como nos recorda o profeta Isaías: "como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam, sem antes ter irrigado a terra, feito germinar a semente e produzir o fruto, assim a palavra que sai de minha boca não voltará vazia para mim, sem ter produzido os efeitos que pretendi, ao enviá-la" (cf Is 55, 10-11).

O viver cristão não é um crer estéril, sem frutos, mas um crer operoso e frutífero. Não bastam boas palavras e intenções que, porém, nunca se traduzem em comportamentos coerentes, em obediência a Deus e vida digna, conforme a altíssima vocação cristã: ser filhos do Pai celeste! Portanto, irmãos, não nos cansemos de praticar o bem!

Publicado em O SÃO PAULO, edição de 12/07/2011

Cardeal D. Odilo Pedro Scherer é arcebispo de São Paulo

Expectativas ilusórias: "casamento" gay e fidelidade


14 de julho de 2011 (Notícias Pró-Família) - Sem dúvida alguma você já ouviu amigos - até mesmo amigos cristãos - dizerem: "Veja bem, por que é que os gays não deveriam ter o direito de se casar como todas as outras pessoas? Que mal isso fará? Não afetará o casamento, e os ajudará a construir famílias estáveis".
Com certeza, não foi essa forma de raciocínio que alcançou a vitória no estado de Nova Iorque, o qual acabou de legalizar o tão chamado casamento gay.
Mas nada poderia estar mais longe da verdade, conforme esclareceu um recente artigo do jornal [esquerdista] New York Times, intitulado "Married, With Infidelities", (Casado, com infidelidades). O escritor, Mark Oppenheimer, perguntou se "fazemos exigências ilusórias" acerca do casamento. As "exigências ilusórias" sobre as quais ele está falando é a monogamia.

Para obter uma resposta, Oppenheimer recorreu a Dan Savage, um colunista especialista em dar conselhos. Savage é um homem gay "casado" que muitas vezes "xinga a obsessão dos americanos com uma fidelidade rígida". Essas são as palavras de Oppenheimer, não minhas.
De acordo com Savage, embora a monogamia tenha suas "vantagens", não é para todos, pois, diz ele, a monogamia leva ao "tédio, desespero, falta de variedade, morte sexual e rotina".
Por isso, Savage aconselha uma ética mais flexível. De acordo com ele, as "expectativas ilusórias" de fidelidade "destroem mais famílias do que salvam".
Savage pratica o que prega: ele confessa que já teve nove "encontros extraconjugais", os quais ele insiste foram uma "força estabilizadora" em seu tão chamado "casamento".

Obviamente, Oppenheimer gosta de Savage e escreve que "é duro considerar que alguém que pensa como Savage seja uma figura subversiva". Será mesmo? Para mim, ele parece claramente subversivo.
Para os principiantes, toda essa conversa de exigências e expectativas "ilusórias" ignora um fato fundamental: a vasta maioria das pessoas casadas evita a infidelidade. O artigo citou um estudo realizado em 2010 pela Universidade de Chicago que revelou que 14 por cento das esposas e 20 por cento dos maridos confessaram que tinham casos extraconjugais.

Esclarecendo em outras palavras, 86 por cento das mulheres casadas e 80 por cento dos homens casados são fiéis a seus votos de casamento. Isso indica que o problema pode estar nos 14 e 20 por cento, não em nossas expectativas.
Há um grupo, conforme reconhece o artigo, em que a monogamia não é esperada nem praticada: "o considerável grupo de homens gays em parcerias de longo prazo abertas ou [semiabertas]".
Oppenheimer está ciente das implicações para a causa do casamento de mesmo sexo. O que é incrível, ele escreve, é que "não se sabe se os hábitos gays", isto é, a promiscuidade sexual, "sobreviverão ao advento da igualdade gay".
Entretanto, não há absolutamente nada de "mistério" acerca disso. A evidência que Oppenheimer cita e o próprio conselho de Savage deixam muito claro que provavelmente o casamento não mudará os hábitos dos homens gays. Mas, conforme Oppenheimer comenta: Savage acredita que os casais normais aprenderão o exemplo das duplas gays. Por isso, o "casamento gay" inevitavelmente minará todos os casamentos. Essa é uma notícia muito ruim para a nossa sociedade.

Não é de admirar que Oppenheimer confesse que as opiniões e ações de Savage darão "munição para todas as forças. que dizem que seria melhor determos [os casamentos gays] antes que arruínem o que sobrou do [verdadeiro] casamento".
Portanto, na próxima vez que você escutar os amigos questionarem que mal o casamento gay fará, por que não falar do artigo do New York Times - e perguntar-lhes se eles acham que a fidelidade, "renunciando a todos os outros", é uma parte do casamento, famílias estáveis e uma sociedade saudável.

***

Papa convida a usar o escapulário


"Sinal particular da união com Jesus e Maria"

CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 18 de julho de 2011 (ZENIT.org) - Bento XVI convidou, neste domingo, a usar o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, como "um sinal particular da união com Jesus e Maria".

O Pontífice recomendou, em polonês, que se use este objeto de tecido, de cor marrom, que se pendura no pescoço, no final do seu encontro com os peregrinos por ocasião do Ângelus.

Não parece coincidência que o Santo Padre tenha dito estas palavras em polonês, pois João Paulo II usava o escapulário desde a sua juventude e via nele um símbolo de "defesa nos perigos, selo de paz e sinal do auxílio de Maria".

As palavras de Bento XVI ressoavam um dia depois da celebração da memória de Nossa Senhora do Carmo, que recorda este gesto de devoção.

"O escapulário é um sinal particular da união com Jesus e Maria - disse. Para aqueles que o usam, constitui um sinal do abandono filial na proteção da Virgem Imaculada. Em nossa batalha contra o mal, que Maria, nossa Mãe, nos cubra com seu manto", concluiu.

Como explica a Ordem dos Carmelitas Descalços no seu site, o escapulário, em sua origem, era um avental que os monges usavam sobre o hábito religioso durante o trabalho manual. Com o tempo, assumiu o significado simbólico de querer carregar a cruz de cada dia, como os verdadeiros seguidores de Jesus.

A própria Ordem esclarece que o escapulário não é "um objeto para uma proteção mágica (um amuleto)", "em uma garantia automática de salvação", "nem uma dispensa para não viver as exigências da vida cristã, muito pelo contrário!".

(Jesús Colina)


sexta-feira, 22 de julho de 2011

PARA ENTENDER O PROTESTANTISMO

Por D. Estevão Bittencourt

O Protestantismo partiu, no século XVI, de uma intuição muito válida e oportuna: restaurar a estima e o culto da Palavra de Deus, com todo o seu poder de santificação. Se tivessem tirado as conseqüências lógicas deste princípio, os reformadores teriam corroborado e abrilhantado a única Igreja de Cristo. Pois a Palavra de Deus na Bíblia remete constantemente à Palavra viva da Tradição oral, que na Igreja, assistida por Cristo, passa de geração em geração; é a Palavra oral o critério abalizado para se entender e interpretar a Bíblia. Admitindo a Igreja como depositária e intérprete da Palavra, os protestantes teriam admitido outrossim a autoridade da Igreja para santificar ou recriar o homem mediante a Palavra de Deus, pois esta é não apenas ensinamento para a inteligência mas força viva que restaura o homem. A Palavra de Deus desenvolve toda a sua eficácia quando se torna não apenas audível, mas visível nos sacramentos (água batismal, pão e vinho eucarísticos, óleo sagrado…); assim os sacramentos, como a própria Igreja, estão implícitos na revalorização da Palavra de Deus apregoada pelos reformadores do século XVI.

Infelizmente, porém, estes deixaram-se influenciar por teses da filosofia nominalista e do subjetivismo dos séculos XV/XVI. Arrancaram a Bíblia do seu berço e do seu ambiente co-natural, que é a Palavra de Deus oral; assim a Bíblia foi paradoxalmente desvalorizada, porque feita letra morta, sujeita ao arbítrio tanto de “profetas” fantasiosos como de estudiosos racionalistas liberais.

Lembrar estas verdades é aplainar o caminho para a reunião dos cristãos; os protestantes afirmam um princípio muito válido, que eles não devem renegar, mas apenas desenvolver segundo a lógica exigida por essa premissa mesma.

O fenômeno protestante, com as suas diversas afirmações, vai-se impondo à atenção do público, especialmente dos católicos. Variado como é, exige que distingamos entre o Protestantismo clássico, dito “histórico” ou “tradicional”, que é o de Lutero, Calvino, Knox (século XVI) e o Protestantismo recente, oriundo principalmente dos Estados Unidos da América (pentecostais, mórmons, adventistas, e suas subdivisões … ). É mais difícil dialogar com o Protestantismo moderno, pois este se torna cada vez mais distante das fontes do Cristianismo: os mórmons têm uma “nova Bíblia” (o Livro de Mórmon); os adventistas e as testemunhas de Jeová retornam ao Antigo Testamento, com detrimento da mensagem propriamente cristã; os pentecostais enfatizam unilateralmente os fenômenos extraordinários, os estados psicológicos e a ação do demônio, seguindo muitas vezes as emoções mais do que o raciocínio e a fé esclarecida… Ao contrário, o diálogo com o Protestantismo clássico tem sido efetuado entre teólogos num clima sereno, que permite remover atitudes passionais e favorece a compreensão mútua.

Entre os nomes que mais se destacam nesse diálogo, está o do francês Louis Bouyer, que foi fervoroso ministro protestante; guiado pelo estudo objetivo, tornou-se católico e hoje é sacerdote oratoriano, muito interessado em fomentar a aproximação de católicos e protestantes. L. Bouyer escreveu diversas obras sobre o seu itinerário espiritual, das quais merecem destaque “Du Protestantisme à VEglise” (Paris 1954) e “Parole, Eglise et Sacrements dans le Protestantisme et le Catholicisme” (traduzido com o título “Palavra, Igreja e Sacramentos no Protestantismo e no Catolicismo”, São Paulo, Ed. Flamboyant 1962). Este último livro é especialmente significativo; daí o propósito de apresentarmos o seu conteúdo nas linhas que se seguem, focalizando precisamente os três pontos em que Protestantismo e Catolicismo mais parecem divergir entre si.

Bouyer frisa sempre que, para compreender o Protestantismo e aplainar o caminho de re-união, os católicos não o devem considerar apenas como um conjunto de heresias, mas, sim, como a afirmação de certos princípios autenticamente cristãos, que necessitavam de ser re-enfatizados no século XVI, mas que infelizmente foram desenvolvidos de maneira heterogênea por influência da filosofia nominalista (o Nominalismo é uma escola que, entre outras coisas, depreciava a razão ou a inteligência humana) dos séculos XV/XVI.

É na base desta observância que Bouyer elabora suas condições, que vamos acompanhar sucintamente.

1. A Palavra

No Protestantismo

A estima da Bíblia é o que de mais típico se encontra na espiritualidade e na teologia protestantes; foi precisamente lendo a epístola aos Romanos que Lutero descobriu a verdade mais fundamental da Revelação cristã: não somos nós os primeiros a amar a Deus, mas é Deus que nos ama primeira e gratuitamente, sem mérito da nossa parte (cf. Rm 5,6-10; 1Cor 4,10-19); não é o homem que toma a iniciativa de procurar a Deus, mas é Deus quem começa por procurar o homem (cf. Rm 9,16).

Em conseqüência, o culto protestante consiste em leituras bíblicas, entre as quais se inserem cantos e orações, e que têm no sermão subseqüente a sua atualização concreta. Após este encontro com a Palavra, o crente procura responder-lhe em seu coração e traduz sua resposta numa conduta de vida adequada.

Mais precisamente: o protestante clássico coloca-se diante da Palavra de Deus como o pecador necessitado de salvação, e ouve a mensagem de que só a graça o salva; isto o leva a uma atitude de confiança no dom de Deus; a Este, e não a si mesmo, o crente atribui a sua purificação interior; a Deus só, e não a si (homem), o protestante tributa a glória.

Além disto, o Protestantismo guardou a consciência – já existente entre os judeus do Antigo Testamento – de que a Palavra de Deus é criadora eficaz; é tão viva que realiza o que ela anuncia (cf. Gn 1,3s; Si 32,9; Is 48,13; Jo 1,3). Abraçando essa Palavra pela fé, o crente se julga renovado interiormente ou “uma nova criatura” (cf. 2Cor 5,17).

Examinemos agora a posição católica frente à Palavra.

No Catolicismo

As afirmações da teologia protestante atrás mencionadas nada têm que se oponham à tradição católica.

Com efeito. O culto cristão, desde as suas origens, sempre incluiu a leitura da Palavra de Deus acompanhada de cantos e orações; a Eucaristia antigamente era, não raro, celebrada na madrugada do domingo após uma noite de vigília em contato com a Bíblia. Nunca até hoje a Missa foi celebrada em circunstâncias normais sem a Liturgia da Palavra, a tal ponto que o Concílio do Vaticano II fala da mesa da Palavra e do Corpo do Senhor. ‘Verdade é’ que o uso do latim, devido a circunstâncias contingentes, e hoje ultrapassadas, dificultou o entendimento da Bíblia durante séculos; mas hoje se acha removido, de modo a possibilitar a compreensão dos fiéis interpelados pela S. Escritura.

Na piedade pessoal antiga, a S. Escritura ocupava lugar primacial; S. Jerônimo (+421) foi um dos grandes mestres que incutiram aos discípulos o recurso às Escrituras; é este doutor que afirma: “Ignorar as Escrituras é ignorar o Cristo”. Para São João Crisóstomo (+407), como para Lutero, o conhecimento íntimo das epístolas de São Paulo é a entrada obrigatória para a compreensão mais profunda do Cristianismo. Nos mosteiros, a lectio divina (leitura meditada das coisas de Deus) versava sobre a Bíblia, como alimento de oração e união com Deus.

É também clássica na Tradição cristã a afirmação de que a Palavra de Deus é viva, eficaz ou, em linguagem católica, um sacramental: santifica não apenas na medida da compreensão que dessa Palavra temos, mas também na proporção da fé e do amor com que a lemos.

Por conseguinte, as afirmações protestantes a respeito da Palavra de Deus procedem do coração de um vasto movimento de retorno às fontes que se iniciou no século XV e que no século XVI teve protagonistas entre os próprios católicos: Ambrósio Traversari (+1439), John Colet (+1519) e Tomás Moro (+1535), o Cardeal Ximánez de Cisneros (+1517)… 0 próprio Cardeal Caetano de Vio (+1534), um dos mais firmes adversários de Lutero, considerava que o único meio eficaz para renovar a Igreja no século XVI seria a restauração bíblica, no seio da qual a Reforma protestante ia surgindo. Não é, portanto, o amor à Bíblia uma característica exclusiva do Luteranismo.

Acontece, porém, que a Bíblia, por motivos independentes dela mesma, veio a ser utilizada no século XVI como arsenal de heresias propaladas pelos Reformadores. Foi isto que tornou as Escrituras um livro suspeito aos olhos dos católicos. Diante dos variados arautos de “novos Cristianismos” pretensamente deduzidos da Bíblia traduzida para o vernáculo e diante da confusão assim instaurada, a Igreja julgou oportuno, naquela época, proibir aos fiéis o uso das Escrituras traduzidas para o vernáculo; esta atitude certamente marcou a piedade católica nos tempos subseqüentes. Hoje em dia, porém, verifica-se que as medidas drásticas tomadas no século XVI já não são necessárias nem convenientes.

Pergunta-se então: por que a volta à Bíblia, tão sadia e autêntica como era no século XVI, degenerou entre os Protestantes em fonte de heresias ou de doutrinas contrárias à própria Tradição cristã, a tal ponto que hoje algumas denominações oriundas do Protestantismo, conservando a Bíblia nas mãos, já não são cristãs (tenham-se em vista as Testemunhas de Jeová, os Mórmons…)?

Em resposta, dir-se-á que o Protestantismo, na sua estima à Palavra de Deus escrita, esqueceu que esta tem seu berço na Palavra de Deus oral; o Senhor no Antigo e no Novo Testamento falou e não escreveu; a Palavra escrita é a cristalização ocasional da Palavra de modo que, para entender autenticamente a Escritura, se requer a fiei ausculta da Palavra oral. Se arrancamos a Escritura da Tradição oral, que é o seu ambiente anterior e concomitante, temos uma Palavra que já não se explicita por si mesma; é letra que perde a sua vitalidade e fica sujeita a todo tipo de interpretação que os seus leitores lhe queiram dar. Ora a Tradição oral não é algo de vago e indefinido; ela continua viva na Igreja, que fala pelo seu magistério assistido pelo Senhor Jesus (cf. Mt 16,16-19; Lc 22,31s; Jo 14,26; 16,13s).

Em outros termos: para salvaguardar a autoridade da Bíblia, não é necessário negar a autoridade da Igreja; não há oposição, mas, sim, complementação entre uma e outra. Quem realiza essa separação, deixa de reconhecer aos poucos a autoridade da própria Escritura, pois cada intérprete faz a Bíblia dizer aquilo que ele subjetivamente concebe ou pensa; esse subjetivismo redunda em manipulação ou distorção da Palavra de Deus, donde resulta a fragmentação e o esfacelamento do Protestantismo; este se desmembra em correntes que se opõem umas às outras, baseando-se em textos arrancados do seu contexto. 0 individualismo dos intérpretes protestantes, desligados da Tradição oral viva na Igreja e no seu magistério, chegou a produzir (além das denominações não cristãs já citadas) as teorias liberais e racionalistas de Rudolf BuItmann e de escolas congêneres; estes vêem na Bíblia um aglomerado de mitos ou um discurso mítico do qual só se pode depreender um apelo à conversão ou a exortação a que passemos de uma vida não autêntica para uma vida autêntica; tem-se assim a morte da Palavra sagrada e do próprio Cristianismo que ela veio anunciar.
A experiência do Protestantismo é, pois, suficiente para nos dizer que nenhum texto bíblico, tomado a sós, fora do seu contexto oral originário, é capaz de se defender contra as interpretações subjetivas e arbitrárias que tendem progressivamente a minimizar a autoridade da Escritura, embora a proclamem soberana.

O Catolicismo responde a esta problemática, afirmando que não há que acrescentar uma autoridade humana à autoridade divina das Escrituras, mas é necessário reconhecer que o próprio Deus, ao entregar-nos a sua Palavra, quis que ela fosse proclamada, lida e interpretada na caudal da Tradição oral, da qual é autêntica intérprete a Igreja, Corpo de Cristo, vivificado pelo Espírito Santo. A autoridade da Igreja está, portanto, incluída no desígnio divino de entregar a Palavra aos homens, de tal modo que esta permaneça incólume em meio às efusões do subjetivismo humano: o Senhor nunca pensou em deixar-nos sua Palavra abandonada ao mero bom senso ou fervor dos homens; Ele mesmo, vivo na Igreja, quis garantir a transmissão autêntica da sua Revelação.

Esta temática leva-nos a considerar diretamente a questão da Igreja no Protestantismo e no Catolicismo.

2. A Igreja

No Protestantismo

A grande dificuldade dos protestantes em relação à Igreja Católica é a autoridade doutrinária que ela reivindica. Julgam que tudo o que se conceda à autoridade da Igreja, é subtraído à autoridade da Palavra de Deus na Bíblia.

A autoridade da Igreja poderia também, segundo eles, ser considerada uma forma de opressão das consciências individuais.

Por que os protestantes da primeira geração assim pensavam?

Porque confundiam certas interpretações subjetivas e errôneas da Palavra de Deus com a própria Palavra de Deus. Em conseqüência, a Igreja, ciosa de conservar o autêntico sentido da Palavra, qual depositária responsável, só podia parecer-lhes um estorvo. Mais: a fobia da autoridade da Igreja facilmente se transformou em fobia de toda autoridade doutrinária no protestantismo liberal e racionalista dos séculos XIX/XX.

Cedo os próprios reformadores protestantes e seus sucessores perceberam que, rejeitando a autoridade da Igreja, estavam dando ocasião à anarquia doutrinal. Procuraram então um substitutivo para aquela, substitutivo que tomou cinco modalidades principais:

1. Lutero partiu da idéia de que, a religião sendo religião do Estado (como fora o Cristianismo desde o Imperador Romano Teodósio,(+395), o Estado deveria zelar pela incólume preservação das verdades da fé ou pela autoridade da Bíblia tal como Lutero a interpretava. 0 príncipe civil seria como que o “bispo supremo”. Este princípio não podia deixar de ocasionar arbitrariedades ou o predomínio de interesses políticos sobre os religiosos.

2. Na Renânia foi estipulado que magistrados eleitos pelo povo luterano teriam a incumbência de defender a autoridade da Palavra de Deus. Verificou-se, porém, que a solução era precária, pois os magistrados de uma cidade ou região não diziam a mesma coisa que os de outra cidade.

3. Calvino procurou uma fórmula mais bíblica: verificou que São Paulo, ao evangelizar as cidades da Ásia Menor, constituía em cada qual um colégio de presbíteros ou anciãos, que ficavam responsáveis pela respectiva comunidade sob a jurisdição do Apóstolo (cf. At 14,23; ver também At 11,30; Tt 1,5). Calvino resolveu, pois, instituir presbíteros ou anciãos nas comunidades calvinistas, encarregados de tutelar a autoridade das Escrituras e a organização eclesial.

4. Na Inglaterra e na Nova Inglaterra, a autoridade foi confiada à própria congregação dos crentes: estes não poderiam desfazer-se dela em benefício de pessoa alguma. Assim teve origem o Congregacionalismo, segundo o qual os fiéis, de comum acordo, devem submeter-se à autoridade da S. Escritura e dela tirar as diretrizes concretas, dia por dia, para a vida da Igreja.

5. Algumas comunidades protestantes conservam o episcopado; tais foram as da Prússia e da Escandinávia (Luteranas) e as anglicanas (episcopaliarias). A autoridade de tais prelados nunca foi bem definida: ou seriam simples funcionários da Coroa, incumbidos principalmente de aplicar as decisões do “supremo bispo” (=o monarca) ou seriam moderadores de Concílios ou assembléias, representando o conjunto dos crentes ou grupos destes.

Na verdade, nenhuma destas soluções substitutivas do magistério da Igreja foi capaz de garantir a conservação intacta e fiel da Palavra de Deus; mas esta foi sendo, no decorrer dos quase cinco séculos de protestantismo, mais e mais estraçalhada mediante centenas e centenas de interpretações diferentes, que deram origem a centenas e centenas de ramos do protestantismo.

Pergunta-se: era necessário chegar a esse impasse do protestantismo? Como precisamente o Catolicismo considera a autoridade da Igreja diante da Palavra de Deus?

No Catolicismo

1. A Igreja Católica atribui a si uma autoridade doutrinária pelo fato de ser a Igreja instituída por Cristo sobre o fundamento dos Apóstolos.

Que significa isto exatamente?

Jesus Cristo se apresentou como o enviado do Pai e, por sua vez, enviou os Apóstolos a continuar a sua missão:

-”Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21).

- ”Como Tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (Jo 17,18).

- ”Quem vos recebe, a mim recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou” (Mt 10,40; cf. Lc 9,48; Mc 9,37).
o “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza; e quem me despreza, despreza aquele que me enviou” (Lc 10,16).

- ”Quem crê em mim, não é em mim que ele crê, mas naquele que me enviou” (Jo 12,44; cf. Jo 13,20).

Donde se vê que a Boa-Nova cristã procede do Pai; passa por Cristo e é confiada aos Apóstolos para que a difundam no mundo inteiro. Mais: Jesus prometeu aos Apóstolos sua assistência infalível até o fim dos séculos; onde haja a continuidade da sucessão apostólica, existe a certeza da presença atuante de Cristo na sua Igreja; disse o Senhor aos Apóstolos:

- ”Toda autoridade no céu e na terra me foi entregue. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,18-20).

Depreende-se, pois, que a autoridade dos Apóstolos e, conseqüentemente, a da Igreja é a autoridade do próprio Cristo, que se serve de instrumentos e os adapta à sua obra, recorrendo a critérios objetivos: a apostolicidade ou a sucessão apostólica através dos séculos. Vê-se também que a autoridade da Igreja assim instituída não se restringe ao campo doutrinal, mas se estende à vida e à configuração espiritual dos cristãos; a Palavra de Deus proferida pelos Apóstolos e seus sucessores não tem valor apenas acadêmico, mas é eficiente e restauradora. Diz o Senhor Jesus:

- ”Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, serão retidos” (Jo 20,22s).

- ”Tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu; tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu” (Mt 18,18).

Os Apóstolos recebem, pois, o Espírito do Pai, que é também de Cristo, e, assim habilitados, têm o poder de recriar o homem.

2. A esta altura, porém, coloca-se uma objeção, formulada pelo famoso exegeta protestante Oscar Cullmann: dado que os Apóstolos e, em especial, Pedro tinham o poder de ligar e desligar de maneira autêntica, é de crer que essa autoridade era intransferível; não passou para os sucessores dos Apóstolos. Sim; os Apóstolos eram, após Cristo, os fundadores da Igreja; ora tal função não se podia repetir. Após os Apóstolos, toca à Igreja tão somente permanecer na doutrina dos Apóstolos, fixada por eles nos livros do Novo Testamento; por isto a Igreja pós-apostólica não precisa de uma autoridade que continue a dos Apóstolos e a de São Pedro em particular; bastam-lhe os livros sagrados que os Apóstolos lhe entregaram.

Que responder a isto?

A Igreja não afirma que os bispos e os Papas sejam outros Apóstolos no sentido de fundadores da Igreja, independentes da primeira geração. Os bispos e o Papa são apenas guardiães e transmissores, credenciados por Cristo, do depósito sagrado que receberam dos Apóstolos. A fé da Igreja é simplesmente a fé dos Apóstolos; a Palavra que os seus bispos anunciam, há de ser aquela que os Apóstolos ensinaram por primeiro. Não se criam novos dogmas mas explicita-se o que está contido no depósito sagrado ou no tesouro “do qual se tiram coisas novas e velhas” (Mt 13,52). A autoridade dos bispos, assim entendida, pode manter viva a Palavra que os Apóstolos trouxeram à Igreja primitiva, com uma vida tão pujante quanto a tinha naquele tempo.

Ademais, no tocante a Pedro em particular, pode-se observar o seguinte: se Cristo o constituiu fundamento visível da sua Igreja (cf. Mt 16,16-19) e se a Igreja deve perdurar indefinidamente apesar das invectivas adversárias, é lógico que o fundamento Pedro há de perdurar em seus sucessores; em caso contrário, o edifício, sem fundamento, cairia por terra.

Aliás, notamos: através de toda a história da Igreja jamais em documento algum aparece a idéia de que a autoridade, após os Apóstolos, passou a residir unicamente nos Livros Sagrados. Todos os dizeres dos doutores e escritores antigos e medievais professam que a verdade do Evangelho continua presente na Igreja por uma tradição viva, que passou do Pai a Cristo, de Cristo aos Apóstolos, dos Apóstolos aos seus primeiros sucessores, e depois de bispo para bispo, iluminando os escritos sagrados que procederam dessa tradição oral.

A inegável continuidade histórica da Igreja Católica com a Igreja primitiva é a base desta afirmação. Se alguém precisa de provar sua origem divino-apostólica, não é a Igreja Católica. “É, pelo contrário, a tese tardia e despojada de precedentes, segundo a qual, com a morte do derradeiro Apóstolo, a verdade da Palavra de Deus, na Igreja, teria deixado de ser confiada a um grupo de responsáveis, revestidos da autoridade do seu Mestre; teria também deixado de ser a verdade de um livro” (L. Bouyer, livro citado, pp. 14s). A Igreja afirma que a verdade da Palavra de Deus está sujeita a ser deteriorada e alterada se é apenas a verdade de um Livro, entregue tão somente ao fervor ou ao acume dos seus leitores, sem que haja mandatários dotados do carisma da verdade para transmitir e interpretar autenticamente essa Palavra.

É nestes termos que, a partir da própria S. Escritura, tão cara aos protestantes, se pode demonstrar a necessidade e a existência real da Igreja com seu magistério assistido por Cristo. Os reformadores, se fossem conseqüentes consigo mesmos, não teriam abandonado a Igreja fundada por Cristo para garantir a incolumidade da Palavra; dizendo “não” à Igreja, expuseram as Escrituras à perda de sua vitalidade e ao arbítrio dos homens.

3. Os Sacramentos

No Catolicismo os sacramentos são os sete ritos pelos quais a graça do Pai, feita presente em Cristo e na Igreja, é aplicada a cada indivíduo desde o nascer até a morte. Ser cristão não é apenas ser discípulo do Mestre Jesus Cristo, mas é ser ramo do tronco de videira (cf. Jo 15,1-5) e membro do Corpo de Cristo (cf. 1Cor 12,12-27) – o que significa: comungar com a vida mesma do Tronco ou da Cabeça… com a vida de Cristo e, mediante Cristo, com a vida do Pai.

No protestantismo

1. Ora os protestantes rejeitam a maneira como os católicos entendem os sacramentos. Aliás, guardaram apenas o do Batismo e o da Eucaristia; o matrimônio no protestantismo é um contrato que o ministro ou pastor abençoa sem lhe atribuir o valor de sacramento.

Mesmo em relação ao Batismo e à Santa Ceia os protestantes têm conceitos um tanto vagos: apontam a ordem explícita do Salvador (cf. Mt 28,18-20; Jo 3,3; Mt 26,26-29…), mas explicam de diversas maneiras o significado desse rito.

0 Batismo, por exemplo, em algumas denominações, só é ministrado a jovens e adultos que “se tenham convertido”; é um testemunho da fé e da mudança de vida já existentes naquele que recebe o Batismo; é, portanto, mais um gesto do homem para Deus e a comunidade do que um gesto de Deus em favor do homem. Os luteranos e as denominações mais antigas conservaram um conceito mais tradicional ou mais próximo do Catolicismo com relação a este sacramento.

A Santa Ceia, em caso nenhum, para os protestantes, é a perpetuação do sacrifício do Calvário. Lutero ainda admitiu a empanação ou a presença de Cristo dentro do pão consagrado; Calvino condicionou essa real presença à fé do comungante. Zwínglio, porém, rejeitou-a por completo. A Santa Ceia geralmente no protestantismo é a memória ou a recordação simbólica da última refeição de Cristo, mediante a qual os crentes em sua fé e seu amor se unem a Cristo.

2. Pergunta-se: por que assumem os protestantes posição tão distante da católica?

Podem-se apontar dois motivos:

a) a piedade do fim da Idade Média se apegara demais às coisas ou aos sinais concretos: relíquias, medalhas e outros sacramentais eram objeto de estima por vezes excessiva, ao passo que o sentido da Eucaristia era menos compreendido e vivido pela piedade popular; as práticas religiosas assumiam caráter mecânico, desligadas que eram de uma perspectiva teológica mais profunda;

b) o conceito de opus operatum escandalizava os reformadores. Na teologia católica, opus operatum é toda ação sagrada eficaz pela realização do próprio rito, independentemente dos méritos daquele que a efetua. Assim são os sete sacramentos: algo de objetivo através deles se processa, desde que os sinais sagrados (água, pão, vinho, óleo e palavras) sejam aplicados aos fiéis por um ministro devidamente instituído, mesmo que este não tenha as qualidades morais desejáveis; explica a teologia que em tais casos é Cristo quem opera os efeitos de santificação mediante o ministro, que é mero instrumento. É sempre Cristo quem batiza, quem consagra o pão e o vinho no seu corpo e no seu sangue, quem absolve os pecados… Por isto é que num hospital, quando uma criança está para morrer sem Batismo, qualquer pessoa (mesmo um ateu) pode batizá-la, desde que tenha a intenção de fazer o que Cristo e a Igreja fazem no caso, e aplique água natural com as palavras: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Assim, os sete sacramentos não são obra nossa, mas obra de Deus nas mãos dos homens; são os mais belos dons da misericórdia divina.

Do opus operatum distingue-se o opus operantis, que é uma ação sagrada cuja eficácia é condicionada ao fervor da Igreja ou, mais precisamente, do fiel que a executa: assim a leitura da Bíblia é um sacramental, cuja eficácia dependerá não só da compreensão do leitor, mas também, e principalmente, da fé e do amor com que lê.

Ora os reformadores não entenderam o conceito de opus operatum; identificaram-no, antes com ato mágico, pelo qual o homem tenta obrigar Deus a agir como a criatura deseja; seria um “truque” para dominar a Onipotência Divina. É claro que esta interpretação equivale a um mal-entendido, que faz dos sacramentos precisamente o contrário daquilo que eles são: pura graça soberana de Deus, que se dá aos homens sem que o homem possa dizer que o mereceu.
Vejamos agora a resposta que o Catolicismo dá a esta posição protestante.

No Catolicismo

1. O Catolicismo julga que os reformadores protestantes afirmaram duas grandes verdades que, se tivessem sido autenticamente desenvolvidas, teriam levado os protestantes ao reconhecimento dos sacramentos depurados das deformações e contrafacções que a piedade popular dos séculos XV/XVI lhes impusera. Com efeito, os reformadores enfatizaram:

a) o valor comunitário do culto católico. Apesar do individualismo que os afetava, proclamaram a índole pública da piedade e dos ritos litúrgicos, que se obscurecera no fim da Idade Média. A Santa Ceia seria celebração da assembléia, cujos membros participariam todos do símbolo sagrado;

b) o conceito de verbum Dei visibile (palavra visível de Deus), conceito formulado por S. Agostinho e muito valorizado por Lutero e Calvino. Como entender tal conceito?
Para os reformadores, a Palavra de Deus não é simples vocábulo, mas acontecimento (“diabhar”, em hebraico) ou intervenção de Deus em nossa vida, que ela transforma pela sua eficácia criadora. Ora a noção de Palavra visível de Deus vem a coincidir com a de sacramento no sentido católico; este é palavra associada à matéria (água, pão, vinho, óleo…),… matéria que torna visível o conteúdo da Palavra e, ao mesmo tempo, realiza o que a Palavra significa. 0 pão de trigo sobre o qual Cristo, por meio do seu legítimo ministro, diga: “Isto é o meu corpo”, torna visível tal palavra, pois vem a ser o Corpo de Cristo. Da mesma forma o vinho de uva sobre o qual se diga: “Isto é o meu sangue”, torna visível tal palavra, pois vem a ser o sangue de Cristo. Nos sacramentos a Palavra de Deus toca o homem por meio de sinais concretos para enxertar-lhe a vida de Cristo, que é a vida do País.

Infelizmente os reformadores não chegaram a esta conclusão, embora estivesse na lógica das suas premissas. Ao contrário, entenderam verbum Dei visíbile no sentido meramente intelectual, como se fosse uma palavra de menor valor, destinada aos iletrados, que só podem compreender mediante imagens ou através do sistema audio-visual. Conseqüentemente os templos protestantes foram mais e mais assumindo o aspecto de salas de aula, em que se ministram ensinamentos mediante palavras e gestos, mas em que falta o complemento lógico da Palavra que é o sacramento (=sinal eficaz de graça).
Desta forma a Palavra de Deus, tão legítima e oportunamente exaltada pelos reformadores, foi-se paradoxalmente depauperando contra toda lógica.

Chamar a atenção para estas verdades é abrir o melhor caminho para que o protestantismo possa recuperar a clássica doutrina relativa aos sacramentos.

2. Positivamente, a Igreja Católica ensina: nos sacramentos fala-nos e atua em nós a Palavra anunciada por aqueles que Cristo enviou, como se fosse Ele em pessoa que a anunciasse. Não são os nossos méritos nem a nossa fé que podem efetuar tão grandes coisas, como a comunhão com Cristo pelo Batismo, a Eucaristia, a Penitência…, mas é unicamente Deus, que falou uma vez por todas em Cristo,… em Cristo que continua a falar nos seus Apóstolos e na Igreja Apostólica que os prolonga. Ainda os sacramentos recebem toda a sua eficácia da Palavra de Deus, Palavra que os instituiu durante a vida terrestre de Cristo, Palavra que Cristo transmitiu aos seus Apóstolos e, depois destes, aos que lhes sucedem, de tal maneira que, onde quer que eles falem em nome de Cristo, repetindo o que Cristo disse, é sempre o Senhor Jesus quem fala e, falando, realiza o que Ele diz.

Vê-se, pois, que as palavras do Batismo, da consagração da Eucaristia, da absolvição dos pecados nada têm de mágico ou de “truque”, mas são eficazes unicamente porque Jesus Cristo, mediante os Apóstolos e seus sucessores, continua presente e atuante na sua Igreja. Esta presença é perpetuada naqueles que Jesus escolheu como seus ministros, para falar em Seu Nome, através dos séculos, comprometendo-se a dar à sua Palavra nos lábios deles a mesma força que ela tinha nos lábios de Cristo. Pois, naqueles que Ele enviou, é Ele que está presente, fala e age, para manter sempre atuante o mistério da sua Cruz e Ressurreição, o mistério da sua Igreja e dos sacramentos,… mistério que é a derradeira Palavra que a Palavra de Deus tinha a nos dar.

4. Conclusão

O percurso traçado nas linhas anteriores pode ser assim compendiado:

Os reformadores (Lutero, Calvino… ) no século XVI partiram de uma intuição genial: restaurar a estima e o culto da Palavra de Deus, com todos os predicados de santificação que ela possui. Procederam muito bem, pois as Escrituras Sagradas vinham sendo empalidecidas por mentalidade fantasiosa e por escolas filosóficas decadentes no fim da Idade Média.

Se tivessem tirado as conclusões contidas neste seu princípio básico, só teriam reforçado e abrilhantado a única Igreja fundada por Cristo, pois afirmavam algo de genuinamente cristão e eclesial. Infelizmente, porém, arrancaram a Palavra de Deus escrita do seu berço anterior e do seu ambiente concomitante, que é a Palavra de Deus proferida oralmente, único critério adequado para se interpretar a Palavra escrita ou a Bíblia. Em conseqüência, esta perdeu sua vida, sua eloqüência própria e ficou sujeita às interpretações dos homens, animados, sem dúvida, de fé e fervor, mas marcados pela falibilidade e o subjetivismo; daí o paradoxal depauperamento da Palavra de Deus, que por último tem sido julgada (em vez de julgar) por intuições imaginosas do protestantismo moderno (mórmons, pentecostais, adventistas…) ou pelos princípios racionalistas do protestantismo liberal.

Ao invés desta caminhada, pode-se propor outra trilha: quem lê objetivamente as Escrituras, verifica que elas remetem constantemente o fiel à Palavra oral que a antecedeu e que a explica (2Ts 2,15; 3,6; lTs 3,4; 4,16; lCor 11,23-25…). Essa Palavra ou Tradição oral não perece, mas continua viva através dos séculos na Igreja, que não é mera sociedade humana, e sim o Corpo de Cristo prolongado; a este o Senhor concede sua assistência infalível desde que se guarde a sucessão apostólica (cf. Mt 28,18-20).

A autoridade da Igreja, portanto, credenciada pelas Escrituras não derroga à autoridade da Bíblia, mas serve a esta. Mais: é autoridade não apenas para ensinar, pois a Palavra de Deus não ensina apenas (como numa escola), mas é autoridade também para transformar o homem, comunicando-lhe a vida de Deus, pois a finalidade da obra de Cristo não é simplesmente ensinar, e sim levar à comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo (cf. lJo 1,1-3). Por isto, o Senhor dizia aos Apóstolos: “Fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Nem a palavra da pregação vale sem o rito sacramental, nem o sacramento sem a pregação…

Em conseqüência, a Igreja, na qual Cristo vive e atua, tem a missão de oferecer aos homens não só a Palavra audível, mas também a Palavra visível de Deus ou a Palavra cujo significado é corroborado por sinais sagrados, de modo a transmitir através destes a vida de Deus; tais são os sacramentos. Sem estes, estaria incompleta a obra de Cristo e da Igreja; seria truncada a eficácia da Palavra de Deus.

Quem aceita a Igreja como Corpo Místico de Cristo dotada de autoridade doutrinal e eficácia santificadora garantidas por Cristo, aceitará conseqüentemente tudo o que daí decorre ou tudo o que a Igreja ensina como verdades de fé deduzidas da Palavra de Deus: o purgatório, a veneração dos santos e das suas imagens, o Papado, as indulgências, a Confissão auricular, etc. Cada um destes temas se prende à Palavra de Deus escrita, lida e explicitada pela Tradição oral.

Assim se vê que o protestantismo parte de afirmações positivas, às quais ele não deve renunciar; importa-lhe, porém, renunciar a princípios filosóficos que os séculos XV e seguintes lhe comunicaram, deturpando sua intuição inicial. Oxalá isto possa acontecer nesta época, em que o diálogo ecumênico vem sendo carinhosamente cultivado! Para tanto, toca grande responsabilidade aos fiéis católicos: requer-se que se despojem não só de toda imperfeição moral, mas também de toda mescla de doutrinas e atitudes heterogêneas, que empalideçam o brilho do Cristianismo tal como nos foi entregue através dos séculos pela Palavra de Deus escrita e oral.

Notas:

1. 0 Anglicanismo ou Episcopalianismo apresenta dois ramos: a “High Church” (Alta Igreja), próxima do Catolicismo, e a “Low Church” (Baixa Igreja), mais sujeita às influências dos Reformadores do século XVI… Os anglícanos descontentes com a índole “católica” da Igreja oficial, emigraram para os Estados Unidos, onde têm sido vítimas de subjetivismo crescente, que vai esfacelando o bloco protestante: multiplicam-se os fundadores de “igrejas” na base de intuições pessoais; essas diversas “igrejas” têm sua ascensão e seu declínío, dando lugar a um reavivamento (‘revival’), que por sua vez declina e, conseqüentemente, ocasiona outro reavivamento…

2. As objeções dos protestantes contra as imagens e os Santos, o purgatório, a S. Escritura, o Santo Sacrifício da Missa, o Papado… decorrem da posição assumida por eles no tocante à Palavra, à Igreja e aos sacramentos. Feito o acordo sobre estes três pontos, os demais deixarão de causar dificuldades.
“A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, já que, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo de Cristo o pão da vida, e o distribui aos fiéis” (Constituição Dei Verbum no 21). Ver Presbyterorum Ordinís no 18, Perfectae Caritatis nº 6.

3. Podemos lembrar que, durante as disputas políticas que se seguiram ao brado reformador de Lutero, ficou estabelecido que cada território alemão teria oficialmente a religião do seu governante: “Cuius regio, eius refigio”.

4. Quando se diz que a Igreja é “una, santa, católica e apostólica”, não se entende diretamente a índole missionária da Igreja, mas o fato de que ela está fundada sobre Cristo e, necessariamente mediante os Apóstolos, chega até nós… Em conseqüência, percebe-se que a Igreja fundada por Cristo não pode ser recomeçada, por mais evidente que seja a fragilidade dos seus membros. Quem rompe com a Igreja de Cristo e funda “sua Igreja” (luterana, calvinista, wesleyana… adventista, batista…) perde a garantia da presença indefectível do Senhor prometida aos Apóstolos e seus sucessores até o fim dos tempos (cf. Mt 28,18-20). Institui uma sociedade que só tem o valor e a eficácia dos homens que a compõem e que, portanto, está sujeita a ser substituída por outra sociedade humana, devida a outro ‘fundador’, sempre em condições muito precárias. São tantas e tantas as “igrejas” protestantes, umas derivadas das outras!

fonte: http://www.veritatis.com.br/article/3063

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Anuncie as maravilhas do Senhor em sua vida

Envie seu testemunho para o Portal da RCCBRASIL


“Cantai-lhe hinos e cânticos, anunciai todas as suas maravilhas. Gloriai-vos do seu santo nome, rejubile o coração dos que procuram o Senhor.” (Sl 104, 2 - 3)

Neste trecho bíblico, podemos notar a importância de anunciar as bênçãos que recebemos de Deus e falar o quanto Ele é bom e nos ampara em todos os momentos da nossa existência.

Tantas vezes usamos o espaço de nossos encontros e Grupos de Oração para testemunhar graças recebidas? Nestas ocasiões, muitas pessoas se identificam e tomam este testemunho como incentivo para suas próprias vidas.

Testemunhar é edificante tanto para quem o faz, quanto para quem o ouve. Portanto, para que deixá-lo restrito apenas as pessoas de seu círculo de amizades ou de sua cidade?Partilhe as maravilha de Deus com todos!

Aqui, no Portal da RCCBRASIL existe um espaço destinado aos testemunhos. Pessoas do país inteiro nos mandam mensagens relatando suas missões, eventos e tantas outras ocasiões nas quais Deus agiu poderosamente.

Não há regras. Podem ser textos curtos ou longos, sobre qualquer assunto. Não deixe passar esta oportunidade.

Envie seu testemunho, com o seu nome completo e de seu Grupo de Oração para o e-mail dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br e publique para todo mundo as obras do Senhor!

Jovens ousados no Espírito Santo

Animados pelo tema do ano da RCC e impulsionados pelo Espírito Santo, carismáticos da diocese de Osório no Rio Grande do Sul, saíram em missão pelas ruas da cidade de Santo Antônio da Patrulha no dia 18 de junho. As abordagens tinham o objetivo de anunciar o Amor de Deus e convidar as pessoas para o Cenáculo, encontro que aconteceria no outro dia. A evangelização foi oportunidade de testemunhar grandes obras do Senhor. Leia o relato de dois jovens missionários:



Já estávamos indo embora. Eu e a minha dupla, Juliana, já tínhamos caminhado bastante e evangelizado várias pessoas naquela tarde. Foi ai que eu vi três jovens tocando violão em uma praça e senti na hora que devíamos ir até lá falar de Deus para eles. Os jovens estavam com toucas na cabeça, pareciam meios disfarçados. A Juliana disse que talvez não fosse bom abordarmos eles porque estávamos sozinhos. Realmente, a cara daqueles meninos olhando para nós também não era nada agradável. Mas eu sabia que tinha que ir lá. Nos encorajamos e fomos.

Chegando lá, comecei a falar do amor de Deus e vi que aqueles garotos eram vazios por dentro. Enquanto eu ia falando a máscara deles ia caindo e eles diziam que sabiam que estavam no caminho errado. Comecei a dizer que o efeito do Espirito Santo era bem maior do que tomar qualquer coisa. Eles queriam saber que efeito era esse, e continuei falando e disse que o efeito do Amor de Deus é muito mais poderoso que o da maconha. Quando eu falei isso eles se apavoraram e me perguntaram como se fazia para sentir esse amor. Eu disse que se eles fossem no cenáculo iam sentir esse amor. Um deles me questionou se era certo que ele sentiria esse "EFEITO". Eu disse que sim. Antes de irmos embora, pedi o violão emprestado e toquei uma música. Eles ficaram surpresos com a nossa ousadia.

No outro dia no Cenáculo, olhei para trás e vi os três mesmos jovens lá, nas cadeiras do outro lado do ginásio. No intervalo fui lá e perguntei para eles se o Amor de Deus não era maior do que qualquer coisa. Eles me disseram que o coração deles estava batendo muito forte e que eles nunca tinham sentido uma sensação tão boa como aquela. Vi que Deus age e que precisamos ser ousados e confiar no Senhor! E só para completar, no final um dos jovens me perguntou se aquilo viciava e eu disse: "Amar a Deus é o melhor vício da minha vida".

Jonata Santos Dariva e Juliana Martin
Grupo de Oração Jovem João Paulo II

Envie você também seu testemunho, pelo e-mail dpto.comunicacao@rccbrasil.org.br

Tempo de cumprimento de profecias

Leia o artigo sobre a Missão Europa

Em 2011, a Renovação Carismática Católica, através de um ‘sim’ ousado por parte da sua juventude, irá lançar-se na sua primeira missão fora do Brasil. Impulsionados pelo mandato de Jesus, jovens do nosso Movimento irão à Diocese de Pamplona, no norte da Espanha, pregar as maravilhas do Amor de Deus para um povo cada vez mais afastado do Evangelho de Jesus Cristo. Leia o artigo do coordenador dessa ação missionária, Ademilson Bernardineli.




A juventude da RCCBRASIL, sob coordenação do Ministério Jovem, se prepara para uma ação missionária internacional. É uma missão que há tempo o Senhor vem nos pedindo através de profecias: “Vou alargar vosso campo de missão, e os levarei além fronteiras”. Tudo isso é decorrente, portanto, do chamado que o Senhor Jesus tem feito a todos os batizados. Um exemplo claro é a forte palavra de Igreja, por ocasião da Conferência de Aparecida, nos convocando ao discipulado e à missionariedade.

A Missão Europa é uma resposta do Amor de Deus a um povo fiel que percebe em sua cultura os males de um secularismo perverso e ateu. Cremos que Deus tem algo novo para aquele continente, através de uma nova evangelização, onde seu Amor é anunciado das mais diversas formas: arte, anúncio do Querigma em praças, casas, ruas, instituições de apoio social, dentre outros.

Dessa forma, nós, latino-americanos, queremos contribuir através do nosso papel na evangelização e assim ser um sinal de esperança para o mundo. Aliás, a palavra ESPERANÇA resume bem o sentimento que nossos irmãos europeus têm pelos brasileiros. Em visita a Pamplona, a diocese que acolherá a missão na Espanha, pudemos constatar o quanto eles esperam de nós. Assim nos dizia Dom Francisco, bispo diocesano de Pamplona: “Venham!” Padres e comunidades inteiras esperam por nós, e é lindo ver o entusiasmo dos jovens que aguardam ansiosos a ação missionária de jovens brasileiros.

Ir à Europa é também um gesto de gratidão pelos muitos missionários que, no passado, vieram nos apresentar o Evangelho de Jesus. Não por acaso a Espanha foi escolhida pelo nosso Papa para receber a Jornada Mundial da Juventude. O Santo Padre espera que, através dos espanhóis, muitos europeus se voltem ao Senhor. A Espanha é considerada hoje o país mais católico da Europa e, por causa disso, é alvo de muitos ataques contra a fé.

Estamos em fase final de preparação para à missão. Somos aproximadamente 200 jovens de todo o Brasil, nos preparando, estudando o idioma, o Querigma, as formas de evangelizar, e também realizando promoções para custear toda a viagem, vendendo latinhas para reciclagem, chocolate, organizando eventos, realizando missões em preparação e, sobretudo, rezando. A juventude católica do Brasil tem revelado um rosto missionário. Essa ação missionária, com certeza, não será a única, e nem a primeira, pois muitos povos anseiam pelo Evangelho, muitas portas estão abertas; adentrá-las é a vontade do Pai e o nosso desejo.

Assim, queremos pedir a você, leitor, que nos ajude em oração, em apoio aos missionários e, de algum modo, participe conosco desse novo tempo que o Senhor tem reservado para todos nós, porque a promessa e o chamado são para todos, e sua realização também depende de todos.

Ademilson J. Bernardineli
Responsável pela Missão Europa

Grupo de Oração Ágape

Ministério para Seminaristas realiza retiro regional em Teresina

O evento acontecerá entre os dias 11 a 15 de julho, no Piauí, e a Arquidiocese de Teresina será a anfitriã.

O RENASEM é o Retiro organizado pelo Ministério para Seminaristas da RCC e acontece de duas maneiras: nacional e regionalmente. No Nordeste é chamado de "Nordestão" do RENASEM. O evento acontecerá entre os dias 11 a 15 de julho, no Piauí, e a Arquidiocese de Teresina será a anfitriã.

O tema segue a mesma direção do que propõe a Renovação Carismática Católica do Brasil para 2011: Por causa da Tua Palavra, lançaremos as redes (cf. Lc 5,5). Mergulhando na missionaridade proposta pela RCCBRASIL, o lema será: Anunciavam com ousadia a Palavra de Deus (cf. At 4,31).

Os pregadores do "Nordestão" serão Dom Sérgio da Rocha (Administrador Apostólico da Arquidiocese de Teresina/PI e Arcebispo Metropolitano nomeado de Brasília/DF), Dom Celso José (Arcebispo Emérito de Teresina/PI), Padre Eduardo Braga (Arquidiocese do Rio de Janeiro/RJ) e o Coordenador Nacional do Ministério para Seminaristas, João Paulo Veloso.

Estarão presentes ainda o Bispo de Parnaíba/PI e presidente do Regional Nordeste 4 da CNBB, Dom Eduardo Ziélski, bem como Dom Juarez Sousa, Bispo de Oeiras e vice-presidente do Regional Nordeste 4.

O Retiro acontecerá no Seminário Maior Interdiocesano Sagrado Caração de Jesus, na Rodovia PI 130, km 08, Caixa Postal 496, CEP 64001-970, Bairro Angelim, em Teresina. Mais detalhes pelo telefone (86) 3227-3848, com o Coordenador Estadual do Ministério, Walfran Rios.

Grupo de Oração, ambiente privilegiado de missão

Dentre as profecias que o Senhor apresentou à Renovação Carismática Católica do Brasil em 2007, resgataremos uma que toca de maneira singular nossos corações: "No início, vocês se maravilhavam com o grande mistério do meu amor. Sabiam que estavam diante de uma realidade maravilhosa, grande, magnífica, que ultrapassava o vosso entendimento, e ficavam na expectativa de poderem ser tocados pela minha graça. Vocês esperavam milagres de mim. Quero que voltem a esperar milagres e a enfrentar os problemas de suas vidas com fé".

E não foi exatamente assim que nos sentimos quando, pela primeira vez, participamos em um Grupo de Oração? Não foi exatamente esta a experiência que fizemos? Não ficamos nós maravilhados e animados pela extraordinária e simples maneira com que Deus agiu em nós e por meio de nós?

Quando nos falou o Senhor, pediu uma volta profunda ao início, ao entusiasmo e à alegria do primeiro amor. Para que com fé expectante esperássemos novamente esses mesmos sentimentos, que perpassaram nosso coração quando entramos por essa porta permanentemente aberta que é o Grupo de Oração.

E podemos atualizar esta profecia sobre nós e nossos Grupos. Clamemos o poder desta moção sobre todos os que estão abatidos, indiferentes. Se nosso primeiro amor arrefeceu (cf. Ap 2,4), se esfriamos e não mais enfrentamos com fé as adversidades da caminhada, podemos e devemos tornar a profecia atual, pedindo ao Senhor que em sua misericórdia conceda os efeitos e benefícios que ela contém.

Ainda não cessaram as chuvas copiosas que Deus quer derramar (cf. Joel 2, 23), sobretudo quando estamos sob um tema profético que nos convoca a lançar as redes por causa da Palavra de Jesus. E temos grandes motivos para lançá-las em nossos Grupos de Oração:

1º - Eles são ambientes privilegiados de missão: muitas pessoas semanalmente vão a um grupo, sedentas do anúncio da boa e única notícia que as podem salvar! Quantas pessoas têm entrado por esta porta aberta e têm, assim como nós, encontrado sentido às suas vidas? Quantos adeptos da sinagoga de Satanás (cf. Ap 3, 9) Deus tem enviado, conforme prometeu em Sua Palavra, para que O reconhecesse como único Senhor e Salvador? Quantos chegam enfermos: física, psíquica e espiritualmente e, se não acolhidos, ficarão a mercê dos maus pastores, mercenários que abandonam as ovelhas quando veem o lobo? (cf. Jo 10,12)

2º - Existe um pedido explícito da Igreja na América Latina: “Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atrativo testemunho de unidade ‘para que o mundo creia’(Jo 17,21)” (DA 362) Espera-se ambientes que facilitem o encontro pessoal com Jesus Cristo, onde Pentecostes seja perene. O Grupo de Oração é um espaço caloroso de oração, local do derramamento do Espírito Santo. A partir desta experiência, vidas são transformadas. Muitos redescobrem o operar do Espírito, retomam ou iniciam práticas espirituais. Descobrem o valor dos sacramentos. Sentem necessidade de ler e meditar a Sagrada Escritura. Fortificam seu amor àVirgem Maria e, principalmente, à Igreja. Passam a ter um novo relacionamento com Deus.

3º- Jesus nos pediu para lançar as redes (cf. Lc 5,4) – Ele é quem ordena! E por Sua Palavra, a mesma que do nada criou todas as coisas (cf. Hb 11,3). Ainda que o “mar não esteja para peixe”, Ele nos convida a jogar as redes. Mesmo se passamos toda a noite pescando e nada apanhamos, podemos ouvir o incentivo do Senhor que nos diz: “Tentem mais uma vez: a vocês cabe lançá-la; a Mim, enchê-la”. Certamente, testemunharemos milagres como os que os discípulos testemunharam: apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia (Lc 5, 6).

O nosso Grupo de Oração é um excelente lago onde muitos peixes poderão ser apanhados para o Senhor. Todas as pessoas que o encontram têm o direito de experimentar a mesma graça que nos enche sempre que a pedimos. Por isso, cada vez que nos empenhamos para possibilitá-la a todos, nosso grupo se torna ainda mais um ambiente de missão. E para que isto aconteça, precisamos cuidar dele.

Ações
Além disso, estamos reconstruindo as nossas muralhas, ou em outras palavras, consertando as nossas redes. Podemos melhorar nosso espaço primeiro de missão, começando por resgatar aquilo que lhe é próprio: nossa identidade carismática. Elementos da reunião de oração como o louvor, o batismo no Espírito Santo, a manifestação carismática, a escuta profética, a pregação querigmática e poderosa da Palavra de Deus não podem faltar e devem ser conduzidos sob a unção do Espírito Santo. Preparar uma boa acolhida, equipe para as crianças, providenciar lembrancinhas, entre outros, ajudam na ambientação.

Propiciar momentos de formação e espiritualidade para a equipe de serviço auxilia na preparação para a missão que toda semana assumem. Promover vigílias, Seminários de Vida no Espírito, de Dons e sobre o Batismo no Espírito Santo. Cuidar e pastorear os novos, pois isso permite que eles também cresçam junto com os demais. São várias as frentes missionárias no Grupo de Oração.

As palavras proféticas para a RCC do Brasil também encontram nele espaço, pois um ambiente missionário tem essa capacidade de unir. E todos precisam saber o que Deus tem nos falado para também participar e buscar as consequências benéficas de cada profecia. Por exemplo, Deus tem nos orientado a confrontar nossa vida com quatro princípios: da consciência da nossa identidade, da verdade, da partilha (justiça) e do bem (confira o texto completo com as Moções Proféticas no encarte da revista Renovação 67 ou em nosso portal). Como estamos trabalhando esses norteadores no Grupo de Oração? E o projeto Amigo de Deus, são os participantes são incentivados também a vivê-lo?

O Senhor está pedindo acesso ao nosso barco, que é o nosso Grupo de Oração, para dele falar ao Seu povo. Também somos chamados a levar nossas embarcações mar adentro, com o sopro potente do Espírito Santo, sem medo das tormentas, seguros de que a Providência de Deus nos proporcionará grandes surpresas (cf. DA 551) Amém, aleluia!

Por Rita de Cássia de Sá – coordenadora da Comissão Nacional de Formação da RCCBRASIL

Vida Para Além da Morte

O último artigo do nosso Credo diz: “Creio na vida eterna”.

A maior esperança cristã é esta: a vida não termina na morte, mas continua no além. E muitos perguntam ” o que virá depois? “. Somente a fé católica tem resposta clara para esta questão. A Carta aos hebreus diz que “está determinado que os homens morram uma só vez e em seguida vem o juízo” (Hb 9,27). Para nós católicos, isso liquida de vez com a mentira da reencarnação, que engana tantas pessoas, e as deixa despreparadas diante da morte, acreditando neste erro, e com uma falsa idéia de salvação.

São Paulo ensinava aos cristãos de Corinto, muito influenciados pela mitologia grega que dominava a região, que “ao se desfazer esta tenda que habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e não por mãos humanas, uma habitação eterna, no céu ” (2Cor 5,10). Mas, Paulo não deixou de dizer que “teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Alí cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo” (2Cor 5,10).

A Igreja nos ensina que logo após a morte vem o Juízo particular da pessoa. Diante da justiça perfeita de Deus, seremos julgados. Mas é preciso lembrar que o Juíz é o mesmo que chegou até o lenho da Cruz para que ninguém fosse condenado, e tivesse à sua disposição, através dos Sacramentos da Igreja, o perdão e a salvação que custaram a Sua Vida.

Afirma o nosso indispensável Catecismo que: “Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja através de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre” (§ 1022).
Isto mostra que imediatamente após a morte a nossa alma já terá o seu destino eterno definido: o céu, mesmo que se tenha de viver o estado de purificação antes (purgatório), ou o inferno.

Sobre o céu diz São Paulo que “o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor 2,9). O Papa Bento XII (1335-1342), assegurou através da Bula “Benedictus Deus”, que as almas de todos os santos, mesmo antes da ressurreição dos mortos e do juízo geral, já estão no céu. A Igreja, desde o tempo dos primeiros mártires acredita, sem dúvida, que eles já estam no céu, intercedendo pelos que vivem na terra. São muitos os documentos antigos que confirmam isto.

Sobre o purgatório a Igreja também não tem dúvida, já que esta verdade de fé foi confirmada em vários concílios ecumênicos da Igreja: Lião(1245), Florença (1431-1442), Trento (1545-1563), com base na Tradição e na Sagrada Escritura (1Cor 3,15; 1Pe1,7; 2Mac 12,43-46 ).

Ensina o Catecismo que: “A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados”(§1031). As almas do Purgatório já estão salvas, apenas completam a sua purificação para poderem entrar na comunhão perfeita com Deus. Diz a Carta aos hebreus que “sem a santidade, ninguém pode ver o Senhor” (cf. Hb 12,14).

Mais do que um estado de sofrimento, o Purgatório é, ensina São Francisco de Sales, doutor da Igreja, um estado de esperança, amor, confiança em Deus, e paz, embora a alma sofra para se santificar.
Para os que rejeitarem a Deus e sua graça, isto é, que deixaram o coração endurecer, o destino será a vida eterna longe de Deus, para sempre, e junto daqueles que também rejeitaram a Deus. Jesus diz que alí haverá “choro e ranger de dentes”.

É preciso dizer aqui que Jesus foi ao extremo do sacrifício humano para garantir a todos os homens a salvação; logo, Ele fará de tudo para que ninguém seja condenado. Mas Deus respeita a liberdade de cada um, e, como disse Santo Agostinho, Ele que nos criou sem precisar de nós, não pode nos salvar sem a nossa ajuda. Ao falar do inferno, o Catecismo diz que: “Deus não predestina ninguém para o inferno; para isto é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal), e persistir nela até o fim. São Pedro diz que Deus “não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se” (2Pe 3,9).

Se a lembrança do inferno trouxer medo ou insegurança ao seu coração, lembre-se daquilo que disse um dia São Bernardo, doutor da Igreja: “Nenhum servo de Maria será condenado”. Sem dúvida a Mãe de Deus saberá salvar aqueles que foram seus fiéis devotos aqui na terra. Ela é, afinal, a Mãe do Juiz!

A Igreja nos lembra ainda que na segunda vinda de Cristo, a Parusia, que ninguém sabe quando será, haverá o Juízo final ou geral. O Catecismo ensina que: “A ressurreição de todos os mortos, ‘dos justos e dos injustos’ (At 24,15), antecederá o Juízo Final” (§ 1038). O Magistério da Igreja ensina que esta será “a hora em que todos os que repousam no sepulcro ouvirão a Sua voz e sairão, os que tiverem feito o bem para uma ressurreição da vida; os que tiverem praticado o mal para uma ressurreição de julgamento” (Jo 5,28-29). “Então Cristo virá em sua glória e todos os seus anjos com Ele…” (Mt 25,31).

Portanto, a ressurreição dos corpos ainda não aconteceu nem mesmo para os santos. Os seus corpos ainda aguardam a ressurreição do último dia. Somente Jesus e Maria já ressucitaram e têm seus corpos já glorificados. Quanto a este grande Dia da volta gloriosa do Senhor, a Igreja não quer que se faça especulações sobre ele; pois o próprio Cristo o proibiu. Muitos foram enganados e a fé desacreditada por muitos que ao longo dos séculos ousaram marcar a hora da volta do Filho de Deus.

Sobre isto, o Papa João Paulo disse recentemente: “A história caminha rumo à sua meta, mas Cristo não indicou qualquer prazo cronológico. Ilusórias e desviantes são, portanto, as tentativas de previsão do fim do mundo (L’Osservatore Romano, n.17 – 25/4/98). Muitas vezes a Igreja já se pronunciou sobre esta questão. No Concílio ecumênico do Latrão, em 1516, assim afirmou:

“Mandamos a todos os que estão, ou futuramente estarão incumbidos da pregação, que de modo nenhum presumam afirmar ou apregoar determinada época para os males vindouros para a vinda do Anticristo ou para o dia do juízo. Com efeito a Verdade diz: “Não toca a vós ter conhecimento dos tempos e momentos que o Pai fixou por Sua própria autoridade. Consta que os que até hoje ousaram afirmar tais coisas mentiram, e, por causa deles, não pouco sofreu a autoridade daqueles que pregam com retidão. Ninguém ouse predizer o futuro apelando para a Sagrada Escritura, nem afirmar o que quer que seja, como se o tivesse recebido do Espírito Santo ou de revelação particular, nem ouse apoiar-se sobre conjecturas vãs ou despropositadas. Cada qual deve, segundo o preceito divino, pregar o Evangelho a toda a criatura, aprender a detestar o vício, recomendar e ensinar a prática das virtudes, a paz e a caridade mútuas, tão recomendadas por nosso Redentor”.

Diz o nosso Catecismo: “Só o Pai conhece a hora deste Juízo, só Ele decide do seu advento. Através do seu Filho Jesus Ele pronunciará a sua palavra definitiva sobre toda a história. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação”(§ 1040).

Prof. Felipe Aquino

Profeta desastrado

Tendo contactos periódicos com acadêmicos de várias Faculdades, descobri que, além dos bons Professores, existem nas escolas superiores aqueles que praticam um apostolado ao inverso. São evangelizadores ao contrário. Procuram extinguir a fé, sob a alegação de espírito aberto. Dando uma de modernos, exigem que os alunos façam resumos de livros de escritores decididamente ateus, como Crick, Hawkings, Marx, Freud. São apóstolos do ateísmo. Jamais vi esses mestres da dúvida, mandarem ler "A linguagem de Deus" de Francis Collins, ou "A fé e a razão" de João Paulo II, ou "Jesus de Nazaré" de Joseph Ratzinger. Quando os alunos são forçados a ler a cartilha agnóstica, podem não concordar com seus ditos. Como não há quem lhes explique a verdade, sobra no seu espírito uma ponta de dúvida que, muitas vezes, se traduz em esfriamento da fé. Concordo que os próceres da vida sem Deus, tenham a liberdade de existir, e continuem fazendo o esforço árduo de provar que o Criador não existe.

Entre eles, especialmente os mais abertos - eles existem - apareceram algumas dúvidas. As grandes profecias do ateísmo, sombrias, falharam. Feuerbach previu a "morte da religião". Os dez milhões de romeiros, que freqüentam Aparecida anualmente, o desmentem. Freud, Marx e Nietzche, com absoluta certeza prognosticaram a "substituição da religião" e a "morte de Deus". Os milhões e milhões de jovens nas Jornadas Mundiais que se reúnem nos encontros internacionais, nem tomam conhecimento da profecia. As tragédias do século XX, sim, fizeram morrer o socialismo ateu. Este parecia ter fôlego de gato, mas estertorou em asfixia mortal. Na Rússia houve uma inversão do "ópio do povo" atribuído à religião. Agora é o marxismo que é acusado de ser droga para enganar o povo. O "Catecismo da Igreja Católica", vendeu vários milhões de exemplares, num mundo que se dizia farto de religião. E pode-se crer na presunção dos arautos da vitória da "ciência", que vaticinaram a regressão irreversível da fé, diante dos funerais do Papa João Paulo II? Nunca mais multidões se reunirão em tão grande número. "O profeta que fala com presunção, não o temais" (Dt 18, 22). Todos recomendam aos ateus profetas, mais cautela. Agora, se quiserem dialogar, estamos abertos.

***
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo de Uberaba (MG)

O mundo inteiro virou gay?

por Jerry Newcombe

5 de julho de 2011 (Notícias Pró-Família) - Um marciano que visitasse os Estados Unidos de hoje poderia muito bem achar que metade da população é homossexual, e que a outra metade deseja ser homossexual.
Isso é bizarro, principalmente quando olhamos para as reais estatísticas que mostram que um número insignificante de 2% da população geral se identifica como "gay".
Escrevendo em maio no jornal USA Today, Michael Medved, apresentador de um programa de rádio conservador, comentou: "O Instituto Williams de Direito e Políticas Públicas sobre Orientação Sexual ofereceu uma nova estimativa de identificação homossexual, concluindo que 1,7% dos americanos dizem que são gays, e um grupo levemente maior (1,8%) se identifica como bissexual."
Apesar dos números pequenos (e Medved cita um estudo diferente que coloca o número numa percentagem de apenas 1,4), essa questão parece estar na vanguarda em todas as partes.

Quando o enredo dos Flintstones cantou de alegria pela primeira vez "teremos um tempo como nos tempos velhos e gays [gay em inglês costumava significar 'feliz']", teria sido difícil imaginar como o sentido dessa frase mudou e virou um fenômeno que está varrendo o país inteiro.
Junho pode ter sido o mês do casamento do ano passado nos EUA, mas em junho deste ano o presidente declarou: "Agora, pois, eu, Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América, pela virtude da autoridade garantida a mim pela Constituição e leis dos Estados Unidos, proclamo por meio desta junho de 2011 Mês do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual e Transgênero".

Olhe para os programas de TV. Em setembro de 2010, o jornal [esquerdista] The New York Times comentou que havia um número recorde de personagens homossexuais de televisão.
Olhe para as escolas, onde as crianças poderiam aprender fatos básicos de história e matemática, mas estão lendo livros que valorizam famílias com duas lésbicas como mães.
De ponta a ponta do país, as pressões a favor do casamento de mesmo sexo estão nas manchetes. A Proposta 8, que foi o polêmico referendo na Califórnia para os eleitores defenderem a definição do casamento como entre um homem e uma mulher, foi derrubada num tribunal federal (anulando os votos de sete milhões de pessoas) e está sob recurso. Em Nova Iorque, a assembleia legislativa acabou, mediante votação, de legalizar o casamento de mesmo sexo. Historicamente, essas coisas estão sendo impostas, por um ativismo judicial, contra a liberdade do povo decidir.

O primeiro casamento oficial de mesmo sexo nos Estados Unidos foi entre duas lésbicas de Massachusetts em 2004, ocasionado por uma ação judicial da ACLU. Graças ao ativismo judicial nesse estado, a constituição de 1780, escrita em grande parte por John Adams, foi torcida pelo mais elevado tribunal desse estado para impor o casamento de mesmo sexo.
Incidentalmente, esse primeiro casamento legal de mesmo sexo já terminou em divórcio.
O que aconteceu em Massachusetts como consequência da legalização do casamento de mesmo sexo?
Para os principiantes, a agenda da militância homossexual começou a dominar. A Igreja Católica, que durante séculos ajudou a colocar órfãos em lares amorosos, já não pode mais trabalhar em Massachusetts porque a Igreja Católica não pode, em sã consciência, colocar essas crianças em lares homossexuais. Assim, as crianças acabam azaradas.

Enquanto isso, os alunos do primeiro grau de Massachusetts têm acesso a camisinhas nas escolas públicas. Conforme Peter Sprigg do Conselho de Pesquisa da Família comenta: O que é que crianças do primeiro grau poderiam fazer com camisinhas, a não ser talvez brigar jogando balões de água umas nas outras?
Penso que tudo isso é muito trágico, pois coloca outro prego no caixão da família americana. O estado da sociedade reflete o estado da família.
Por outro lado, uma das mais importantes, mas uma das menos divulgadas, histórias sobre homossexuais nos EUA é uma história de redenção.
Como produtor de alto escalão e apresentador do programa de televisão A Verdade que Transforma (que no passado era chamado de A Hora da Igreja de Coral Ridge), tive o privilégio de entrevistar mais de vinte cinco ex-homossexuais. Em vez de descrever vidas de felicidade, eles descreveram uma vida cheia de sofrimento, amor condicional e rejeição (apesar de que a sociedade os estava abraçando totalmente).

Como um deles me disse: "Se você separá-los, um a um, há algumas pessoas bastante miseráveis, que estão sofrendo profundamente".
Mas por meio do poder do Evangelho, esses ex-homossexuais foram libertos de seu estilo de vida do passado.
Alguns até chegaram a se casar (com alguém do sexo oposto - suponho que hoje em dia temos de esclarecer essas coisas). Um dos que entrevistei estava casado há uma década, e agora tinha três belos filhos.
Eles são eternamente gratos pela transformação em seus corações e são parte de uma associação chamada Exodus International.

Um ex-homossexual me disse: "Nunca senti felicidade de ser gay, porém ninguém nunca me ofereceu uma saída". Mas quando alguém realmente me ofereceu uma saída, ele a aproveitou e foi transformado de dentro para fora.
Como outro ex-gay explicou: "Nunca sonhei que a orientação fosse embora, que mudaria, que me levaria ao ponto na minha vida em que não mais seria uma tentação. Nunca é tarde demais para mudar - porque eu mudei quando decidi que não ia mais me envolver com a homossexualidade".
Há alguns ex-gays que voltaram aos velhos hábitos? Claro que sim. Esses casos me fazem recordar de ex-fumantes. Só porque alguns ex-fumantes voltam a fumar não significa que outros não tenham a capacidade de abandonar a homossexualidade para sempre.
Eu só desejaria que, ao visitar a terra, o marciano ficasse sabendo de ex-gays e ex-lésbicas, pois eles são uma parte importante desse quadro.

Esta coluna apareceu originalmente no ChristianPost.com