quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Como transformar a doença em uma experiência espiritual positiva

 



Philip Kosloski - publicado em 04/01/22

São João Paulo II acreditava que a doença só tem sentido quando vista à luz de Jesus Cristo

Às vezes, desprezamos naturalmente qualquer doença que aparece em nosso caminho. Mas ela atrapalha nossos planos e, nos casos mais graves, pode até levar à morte.

Fora da fé em Deus, a doença é vista como uma maldição que precisa ser eliminada.

No entanto, segundo São João Paulo II, a doença pode ser transformada em um momento profundo de encontro com Deus.

Ele reflete sobre isso em sua mensagem para o primeiro Dia Mundial dos Doentes em 1992:

“A doença, que na experiência cotidiana é percebida como uma frustração da força natural da vida, torna-se para os crentes um apelo a “ler” a nova situação difícil  na perspectiva própria da fé. Além da fé, como podemos descobrir no momento da prova a contribuição construtiva da dor? Como podemos dar sentido e valor à angústia, ao mal-estar e aos males físicos e psíquicos que acompanham nossa condição mortal? Que justificativa podemos encontrar para o declínio da velhice e a meta final da morte, que, apesar de todo progresso científico e tecnológico, permanece inexorável?”

A doença aproxima de Deus

No entanto, para João Paulo II, a doença pode nos aproximar de Deus:

“Sim, só em Cristo, Verbo encarnado, Redentor da humanidade e vencedor da morte, é possível encontrar respostas satisfatórias a tais questões fundamentais.

À luz da morte e ressurreição de Cristo, a doença não aparece mais como um evento exclusivamente negativo, é vista como uma “visita de Deus”, uma oportunidade “para liberar o amor, para fazer nascer obras de amor para com o próximo, para transformar toda a civilização humana em uma civilização do amor” (Carta Apostólica Salvifici doloris, n. 30).

A história da Igreja e da espiritualidade cristã oferece um amplo testemunho disso. Ao longo dos séculos, páginas brilhantes foram escritas sobre o heroísmo no sofrimento, aceito e oferecido em união com Cristo. E páginas não menos maravilhosas foram traçadas através do serviço humilde aos pobres e enfermos, em cuja carne atormentada foi reconhecida a presença do pobre e crucificado Cristo.”

Testemunhos

Embora seja certamente natural desprezar qualquer doença, o testemunho dos santos nos desafia a encará-la como um dom que pode ser unido à cruz de Jesus Cristo.

Quando nossa doença é oferecida a Deus, podemos encontrar significado na dor e no sofrimento, além de conseguir enxergar a luz nas trevas.

Fonte:
https://pt.aleteia.org/2022/01/04/como-transformar-a-doenca-em-uma-experiencia-espiritual-positiva/?utm_campaign=EM-PT-Newsletter-Daily-&utm_content=Newsletter&utm_medium=email&utm_source=sendinblue&utm_term=20220105

A maior causa de mortes de 2021 não foi a covid-19, mas sim o aborto

 



Francisco Vêneto - publicado em 04/01/22 - atualizado em 03/01/22

O número de abortos cometidos só em 2021 é mais de 7 vezes superior ao total de mortes por covid-19 somadas em 2 anos de pandemia

Segundo as estatísticas publicadas no último dia 31 de dezembro pelo portal Worldometers.info, a maior causa de mortes em 2021, no total contabilizado em todo o planeta, não foi a covid-19, muito embora essa trágica pandemia provocada pelo novo coronavírus e suas mutações tenha deixado e continue deixando um histórico rastro de dor em milhões e milhões de famílias de todos os países.

A tragédia da covid-19

Desde a primeira morte causada na China, a pandemia de covid-19 já matou cerca de 5,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 3,5 milhões em 2021. Os três países com o maior quantitativo de perdas de vidas humanas em sua decorrência são os Estados Unidos, com 824 mil, o Brasil, com 619 mil, e a Índia, com 483 mil – embora a confiabilidade dos números indianos seja amplamente questionada dentro e fora daquele país devido ao seu altíssimo histórico de subnotificações; estimativas independentes chegaram a apontar, ainda no início de 2021, que as mortes pela doença na Índia seriam superiores a 1 milhão. Há indícios de forte subnotificação também na Rússia (oficialmente 304 mil mortos) e no México (oficialmente 300 mil), além de dezenas de outros países.

Mesmo que o número real de vítimas da covid-19 ao longo de 2020 e 2021 fosse 7 vezes maior, o que não é estimado nem sequer pelos mais pessimistas dos estatísticos, ainda assim ele seria inferior ao total de vítimas fatais provocado pela causa número 1 de mortes propositais registradas no planeta somente em 2021: a principal causa de mortes no ano recém-terminado foi, mais uma tristíssima vez, o aborto.

Aborto foi a maior causa de mortes de 2021

O proposital extermínio de bebês em gestação também superou a soma de todas as mortes humanas decorrentes de câncer, aids, malária e doenças ligadas ao abuso de álcool e tabaco.

Segundo os números informados pelo Wordometers, as mortes causadas por quaisquer outras razões exceto o aborto em 2021 somaram 58,7 milhões.

O aborto sozinho respondeu pela morte de 42,6 milhões de seres humanos até o último meio-dia do ano passado:

Sobre o Worldometers

A respeito da credibilidade do Wordometers, trata-se de um portal online que apresenta dados estatísticos em tempo real e que foi reconhecido pela American Library Association (ALA) como um dos melhores sites gratuitos de referência estatística em todo o mundo, servindo de fonte a governos e meios de comunicação de dezenas de países.


fonte: https://pt.aleteia.org/2022/01/04/a-maior-causa-de-mortes-de-2021-nao-foi-a-covid-19-mas-sim-o-aborto/?utm_campaign=EM-PT-Newsletter-Daily-&utm_content=Newsletter&utm_medium=email&utm_source=sendinblue&utm_term=20220105


quarta-feira, 20 de julho de 2016

Por que existe o sofrimento? (Tanquerey)

Do ponto de vista natural, pode-se dizer que o sofrimento decorre da própria natureza do homem.

Todo ser dotado de sensibilidade está sujeito à dor, assim como à alegria. Quando os objetos ou as pessoas estão em harmonia com sua sensibilidade, ela experimenta prazer; quando, ao contrário, ferem essa sensibilidade, ele sofre. É possível, portanto, sofrer sem culpa própria.

Mas a fé nos ensina que o sofrimento entrou no mundo por causa do pecado. Por um ato de bondade infinita e essencialmente gratuita, Deus havia preservado o homem da dor.

Criado em lugar de delícias, ele devia, se fosse fiel a Deus, passar deste Paraíso terrestre diretamente para o Céu, para nele gozar por toda a eternidade, de uma felicidade sem sombras.

O pecado de Adão, transmitido a seus descendentes, veio transtornar este belo plano. Com o pecado, a dor e a morte entraram no mundo, não somente como uma consequência natural da sensibilidade, mas também como um castigo pelo pecado.

Era justo: pois, tendo o homem pecado por um amor desordenado ao prazer, para satisfazer o seu orgulho e a sua sensualidade, era bom que ele sofresse para expiar a sua falta, e para sentir-se mais inclinado a evitar toda a transgressão, vendo que há uma justiça imanente e que o culpado é punido por seu pecado.

Assim, o sofrimento que parece ser um mal, torna-se um bem na ordem moral, uma reparação e um preventivo contra novas transgressões.

Essa ideia se torna mais clara com o grande mérito da Redenção.

Para reparar a ofensa infinita cometida contra Deus por nossos primeiros pais e por sua posteridade, o Filho de Deus consente em fazer-se homem, e tornar-se o representante da Humanidade culpada, em assumir sobre si o peso de nossas iniquidades, em expiá-las por trinta e três anos de sofrimentos e, sobretudo, pela imolação no Calvário.

Assim, o sofrimento é reabilitado, enobrecido e divinizado. Já não é mais somente um castigo mas um ato de obediência aceito voluntária e generosamente por amor, um ato que, na pessoa de Jesus Cristo, tem um valor infinito.

Por ele, Jesus glorifica a Deus muito mais do que o pecado que O havia ofendido, e coloca o homem, sob vários pontos de vista, a um estado superior ao de Adão inocente.

Esse ato tem para nós, portanto, as mais felizes consequências. Associando nossos sofrimentos aos seus, Nosso Senhor lhe confere um valor incomensurável.

Eles se tornam, não mais um castigo, mas uma reparação: nós havíamos pecado por desobediência e por egoísmo; ao sofrer com Jesus e por suas intenções, reparamos nossa falha por um ato de obediência e de amor.

Mas, além disso, utilizamos o sofrimento para progredir na santidade: cada dor pacientemente suportada por amor a Jesus aproxima-nos de Deus e aumenta nosso amor por Ele.

E aumenta, ao mesmo tempo, a glória que nos caberá no Céu: como afirma São Paulo, nossas tribulações são breves e fáceis de suportar, em comparação com a glória imensa e eterna que receberemos em recompensa!

Por isso o apóstolo se alegra em suas enfermidades e se gloria em suas tribulações, feliz por uni-las às do Cristo Jesus e completar assim Sua Paixão, para o maior bem da Igreja e das almas.

Milhões de santos, caminhando nas pegadas do Mestre, sofreram e sofrem com alegria; dentre eles, muitos se ofereceram como vítimas, seja à Justiça divina para expiar suas faltas e as dos outros, seja ao Amor, para serem consumidos pela Divina Caridade, para viver e morrer como mártires e assim ter uma parte maior na eterna visão e no eterno amor.


Fonte:  TANQUEREY, A. “A Divinização do Sofrimento”
Imagem: Michael O’Brien
Colhido no site do Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Sou tão pecador, a santidade é mesmo para mim?


Nosso Senhor, quando desceu a este mundo, não veio para os justos, mas para os pecadores.

Quantas vezes, examinando a nossa consciência, não nos angustiamos com as ofensas que já cometemos contra Deus! Talvez sejam pecados passados, e até já confessados; podem ser quedas que experimentamos ainda agora em nossa caminhada... Em um instante, porém, parece que todos os nossos erros vêm à tona e sentimo-nos frágeis e impotentes diante do mal, incapazes de levantar a cabeça e seguir em frente, rumo ao Céu.
Quando observamos as Sagradas Escrituras e a Tradição da Igreja, no entanto, encontramos um grande alívio para a nossa alma. É a certeza de que não estamos sozinhos. As tristezas e interrogações que acometeram os grandes santos e santas de Deus são capazes de lançar uma luz extraordinária no nosso próprio sofrimento. Basta ler um pouco de suas histórias e de seus escritos para que imediatamente sejamos consolados e o nosso coração seja apaziguado. Mais do que isso, a grande família dos servos de Deus nos precede no Céu. Por isso, o que ela tem a oferecer-nos é muito maior do que algumas letras impressas nas páginas de algum livro antigo. Nossa união com os santos – ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica (§ 946-962) – é uma verdadeira comunhão espiritual. Como "nada nos pode separar do amor de Deus" (Rm 8, 38), eles intercedem por nós e verdadeiramente nos auxiliam em nossos combates nesta terra.
Assim, quem está com a consciência manchada pelo pecado é chamado a recordar, por exemplo, o Salmo 50, composto por ninguém menos que Santo Davi, o rei do Antigo Testamento.
Nesta obra-prima da literatura religiosa, o salmista aflito pede que a misericórdia de Deus apague o seu pecado, o qual está sempre diante dele. Oferecemos abaixo a tradução que consta na Liturgia das Horas. Aproveite para rezar com o Autor Sagrado:
"Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado,
e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Mostrais assim quanto sois justo na sentença,
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

Mas vós amais os corações que são sinceros,
na intimidade me ensinais sabedoria.
Aspergi-me e serei puro do pecado,
e mais branco do que a neve ficarei.

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria,
e exultarão estes meus ossos que esmagastes.
Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!

Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Dai-me de novo a alegria de ser salvo
e confirmai-me com espírito generoso!
Ensinarei vosso caminho aos pecadores,
e para vós se voltarão os transviados.

Da morte como pena, libertai-me,
e minha língua exaltará vossa justiça!
Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,
e minha boca anunciará vosso louvor!

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!

Sede benigno com Sião, por vossa graça,
reconstruí Jerusalém e os seus muros!
E aceitareis o verdadeiro sacrifício,
os holocaustos e oblações em vosso altar!" (Sl 50, 3-21)
Esse belo texto bíblico merece uma meditação profunda, porque descreve de modo exato a situação em que se encontram muitas almas, atormentadas pelas "cabeçadas na parede" que deram durante a vida.

O que fazer com os nossos pecados?

A primeira coisa a fazer com os nossos pecados é indicada por Santa Teresinha do Menino Jesus: devemos lançar todos eles na fornalha ardente do amor de Deus [1]. Diante do mal que cometeu, o cristão deve dar o passo do rei Davi, que reconheceu a sua iniquidade e implorou o perdão divino. O pecador verdadeiramente arrependido, comenta Orígenes, "se inquieta e se aflige devido ao seu pecado". Ao contrário, "há quem, depois de ter pecado, se sinta completamente tranquilo e não se preocupe com o seu pecado nem tocado pela consciência do mal cometido, mas viva como se nada tivesse acontecido. Sem dúvida, esse não poderia dizer: Tenho sempre consciência do meu pecado (Sl50, 5)" [2].
"Foi contra vós, só contra vós que eu pequei", ajunta Davi. Com isso, o salmista aponta o destinatário de sua prece e, ao mesmo tempo, o único que lhe pode trazer a reconciliação: Deus. Por isso, quando erramos, não nos basta o conforto humano. Um ombro amigo e as palavras de um psicólogo podem ser muito úteis, mas não substituem a nossa relação íntima com Cristo. Para readquirir a paz da alma, é preciso muito mais do que os ouvidos dos homens, incapazes que são de perdoar os nossos pecados.
"E a Confissão, então, o que é?", alguém pode perguntar. A Confissão – entenda-se, aos sacerdotes da Igreja – é o remédio que o próprio Cristo encontrou para, ao mesmo tempo, dispensar o perdão divino e saciar o nosso anseio por consolo humano. Nas mãos que traçam o sinal da Cruz e dizem: "Eu te absolvo dos teus pecados", estão as próprias mãos do Redentor, porque Ele mesmo prometeu a Sua assistência aos padres da Igreja (cf. Jo 20, 22-23). O protestante que diz se trancar no quarto para "confessar diretamente a Deus" certamente pode ser perdoado, mas nunca receberá o alívio de ouvir da boca de um verdadeiro ministro e representante de Deus, que os seus pecados foram realmente apagados e que a sua alma, agora, passou do vermelho escarlate ao branco da neve (cf. Sl 50, 9).
Este é, pois, o primeiro passo a tomar: arrepender-se, propor-se firmemente a não mais pecar eacusar os próprios pecados diante de Deus e da Igreja.
Mas, para restaurar plenamente a nossa comunhão com Deus, é preciso ir além. A palavra "penitência" – que as pessoas geralmente usam para designar os Pai-nossos e as Ave-Marias que os sacerdotes nos mandam rezar após a Confissão – diz respeito a uma atitude interior, que devemos manter continuamente viva em nosso coração. É por isso que Davi diz que o seu pecado estásempre à sua frente. Devemos ter as nossas faltas a todo momento diante de nós, seja para não as cometermos de novo, seja para lembrarmos que somos sempre necessitados, mendigos da misericórdia do Senhor.
Isso, porém, não significa, de jeito nenhum, "chorar sobre o leite derramado". Há pessoas que, mesmo depois de terem recebido o perdão de Deus – que verdadeiramente absolve os pecados no tribunal do sacramento da Confissão –, ainda ficam remoendo as suas culpas, incapazes que são de se perdoarem a si mesmas.
Para elas, é preciso lembrar a vida dos grandes santos que, antes de se determinarem realmente por Deus, eram em verdade grandes pecadores. Quem nunca ouviu, por exemplo, a história de Santo Agostinho? São Jerônimo, como ele mesmo conta, não era mais virgem depois que começou a seguir a Cristo. Santa Maria Egipcíaca, depois de muitos anos na prostituição, abandonou tudo e viveu uma invejável vida de penitência no deserto... O bem-aventurado Bártolo Longo chegou a ser sacerdote satânico antes de se converter!
Como esses, há tantos outros exemplos, não só na história da Igreja, como nos próprios Evangelhos: afinal, quem foi Maria Madalena, antes de ser santa; quem era Zaqueu, antes de conhecer Nosso Senhor?
Mais importante que o nosso passado, porém, é o que Deus, em Sua providência maravilhosa, reserva para cada um de nós. Por isso, é preciso concordar com Oscar Wilde, quando diz que "todo santo tem um passado e todo pecador tem um futuro" [3].
Você, que lê estas linhas e tem verdadeiramente horror pelos seus pecados, acredite firmemente que Deus quer fazer de você um grande santo. Não se inquiete porque você foi isto ou aquilo, porque tem este ou aquele vício, ou porque já perdeu a sua pureza, ou porque tem tal ou qual defeito. Se caiu, levante-se! "O grave não é que aquele que luta, caia, mas que permaneça caído", já dizia São João Crisóstomo [4]. Não pergunte, portanto: "Sou tão pecador, a santidade é mesmo para mim?", porque Jesus Cristo, Nosso Senhor, quando desceu a este mundo, não veio para os justos, mas para os pecadores (cf. Mt 9, 13). Deixe que o sangue d'Ele, derramado na Cruz, cure e transforme a sua vida.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog/sou-tao-pecador-a-santidade-e-mesmo-para-mim

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O perigo do marxismo

marxismoAinda hoje o marxismo encanta muita gente, especialmente nas universidades, e acaba enganando até mesmo jovens cristãos que pouco ou quase nada conhecem de Marx e do marxismo. Pior ainda é quando teólogos católicos querem misturar o marxismo com o Evangelho e geram uma tal de teologia da libertação de cunho marxista, tão bem condenada especialmente por São João Paulo II e Papa Emérito Bento XVI, que tão bem conheceram seus amargos frutos.
O “Livro Negro do Comunismo”, do ex-comunista Stephen Courtoir (Bertrand Russell, 2005) fala em cem milhões de mortos do comunismo marxista. Em números absolutos, os autores dos maiores crimes contra a humanidade foram o chinês Mao Tsé-tung e o georgiano Josef Stalin (líder da ex-URSS). Em percentual da população, superou-os Pol Pot, que assassinou dois milhões de pessoas quando comandou o regime maoísta do Khmer Vermelho, entre 1976 e 1979, no Camboja. Ele e seus asseclas dizimaram um quarto da população do país embalados pelo comunismo marxista.
Mao iniciou, a partir de 1950, um programa de reforma agrária e coletivização da agricultura que provocou a maior fome da História. Em meados dos anos 60, lançou a Revolução Cultural para preparar a população chinesa para o socialismo. Atribuem-lhe mais de 50 milhões de mortes.
Para fazer triunfar o socialismo marxista, Stalin implantou um regime de terror, e também de fome. Estão na biografia dele mais de 40 milhões de cadáveres.
Por isso, publico aqui um bom artigo do conceituado Cônego José Vidigal (KARL MARX, ATEU RADICAL),  por mais de quarenta anos professor de teologia do Seminário Arquidiocesano de Mariana, MG, que nos mostra muito bem o rosto de Karl Marx.
Karl Marx, ateu radical
Karl Marx foi sempre um ateu radical. G. Siewerth patenteia que para Marx, “a fé em Deus é, pois, ao mesmo tempo, uma divisão da consciência e uma ilusão. Urge, portanto, desmascarar esta ilusão a fim de restituir ao homem a dignidade perdida da sua interioridade infinita”. Karl Marx tende, ab ovo, ao antitranscendentalismo. É o materialismo prático.
Escreve ele: “A luta contra a religião implica a luta contra o mundo do qual a religião é o aroma espiritual”. Como verdadeiro discípulo de Feuerbach, Marx conclui que a adesão a Deus tira ao homem a consciência de sua grandeza: é uma alienação. Eis seu asserto contundente: “Mais o homem coloca realidade em Deus e tanto menos resta de si mesmo”.
A ação de um Deus Supremo impede sua independência total. Sua emancipação exige “a priori” a morte de Deus. É exatamente o trabalho que permite ao homem construir-se enquanto homem.
Fica claro, pois, que o ateísmo não é acidental ao marxismo, impossível ser um “bom” marxista, permanecendo crente.
Marx é taxativo: “O ateísmo é uma negação a Deus e por esta negação coloca a existência humana”.  Entre a razão e a fé o conflito é peremptório. Diria depois Lénine: “O marxismo é o materialismo. Por este título ele é tão implacavelmente hostil à religião, quanto o materialismo dos enciclopedistas do século XVIII ou o materialismo de Feuerbach”. Prossegue ele: “Devemos combater a religião. Isto é o a-b-c de todo o materialismo e, portanto, do marxismo”. Não se trata de um conselho facultativo. Fala categoricamente: “Nossa propaganda compreende necessariamente a do ateísmo”.
É a própria religião, sob a forma mais pura, que o marxismo considera como alheação perigosa da equidade do homem. O comunismo, que é o herdeiro mais fiel de Karl Marx, se revela, pois, em lógica consequência, intransigente neste ponto.
Lénine assim se manifestou também, em 1905: “A religião é uma espécie de mau vodka espiritual no qual os escravos do Capital afogam seu ser humano e suas reivindicações para com uma existência ainda pouco digna do homem”.
Marxismo e ateísmo não podem ser dissociados. O ateísmo é intrínseco ao marxismo. É-lhe medular, parte integrante. O ateísmo não é em Marx uma superestrutura. A própria consciência que o homem tem de si exclui, completamente, a possibilidade de Deus. Daí ser um erro primário querer abstrair dos escritos de Marx o ateísmo. É desestruturá-los. Não há meio termo. Há uma contestação terminante à Transcendência.  (Por Cônego Vidigal – 17/07/2008)
Prof. Felipe Aquino

A função da música na Liturgia

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O Catecismo da Igreja Católica aponta-nos que: “O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por ‘estarem intimamente ligados à ação litúrgica’, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unanime da assembleia nos momentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis: ‘Quando chorei ouvindo vossos hinos, vossos cânticos, os acentos suaves que ecoavam em vossa Igreja! Que emoção me causava! Fluíam em meu ouvido, destilando a verdade em meu coração. Um grande elã de piedade, e elevava, e as lágrimas corriam-me pela face, mas me faziam bem”’.
E se resta-nos alguma dúvida sobre o que é uma música litúrgica e, ao mesmo tempo, seu uso, a CNBB nos mostra de forma bastante clara: “Quanto mais uma obra musical se insere e se integra na ação litúrgica e em seus diversos ritos, ‘aqui e agora’, e na celebração comunitária, tanto mais é adequada ao uso litúrgico. Ao contrário, quanto mais uma obra musical se emancipa do texto, do contexto, das leis e ritos litúrgicos, muito embora se torne demonstração de arte e de cultura ou de saber humano, tanto mais é imprópria ao uso litúrgico”.
Assim, podemos perceber que o canto é extremamente importante na Celebração dos Santos Mistérios, de forma especial da Santa Missa e da Liturgia das Horas. A Igreja nunca deixou de afirmar, mas sempre salientou e o continua fazendo de que há uma maior nobreza e solenidade ao usar o canto da Liturgia, sendo a música sempre sua expressão profunda.
Como colocado acima, o canto é necessário e desejado sendo que, inclusive, por meio dele se atinge uma participação ativa e frutuosa na Missa. Porém, por mais que a Igreja incentive os cantos, não tolhendo nenhuma forma cantual ou musical, ela nos concede uma liberdade para escolhê-los, dentro de normais gerias que, na verdade, nada mais são que expressões simples de bom senso daqueles que têm o ministério musical.
A primeira regra é que os cantos da Santa Missa devem ser escolhidos segundo o Tempo Litúrgico, a tônica da Celebração e seu próprio lugar dentro dela. A outra norma geral é que, há sempre necessidade de fidelidade às normas litúrgicas ao se escolher os cantos, especialmente ao não se substituir hinos litúrgicos por cânticos que falam uma o u duas palavras da forma original (não é porque um canto diz “Glória” que ele poderia ser usado no Hino de Louvor). Por fim, há uma terceira regra geral e que, de certa forma, gera as outras duas: é um direito de todo cristão católico ter música de boa qualidade e idônea na celebração da Santa Missa.
Independentemente de que forma musical foi escolhida, é dever de todos sempre zelar pela universalidade da Liturgia, neste caso, os fiéis devem aprender a cantar sua parte me vernáculo e, sempre que possível, em latim, também pro um pedido expresso do Concílio ao dizer-nos que: “A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia solene”. Abaixo, falaremos mais sobre a possibilidade de implementação e retorno ao patrimônio musical da Igreja para nossas celebrações.
Ao falarmos de repertório, porém, recordamos que nem sempre se é possível achar um cântico bom (ou seja, que tenha conteúdo, melodia…) e que encaixe-se dentro de determinada parte da Santa Missa ou da Liturgia católica, por isso, a Igreja expressou-nos a sua preocupação atual sobre a música ao dizer que: “Portanto, é necessária uma renovada e mais profunda consideração dos princípios que devem estar na base da formação e da difusão de um repertório de qualidade. Somente assim se poderá permitir que a expressão musical sirva de modo apropriado a sua finalidade última, que ‘é a glória de Deus e a santificação dos fiéis”’.
Trecho retirado do livro: Entrarei no altar de Deus
FONTE: http://cleofas.com.br/a-funcao-da-musica-na-liturgia/

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Qual penitência escolher para viver este período da Quaresma?

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Conheça algumas sugestões…
Com a chegada da Quaresma, muitos católicos sentem-se perdidos sobre quais penitências devem adotar neste tempo de reflexão e preparação para a Páscoa.
Pensando nisso, o Padre José Eduardo separou algumas sugestões de mortificação:
1) Penitências gastronômicas:
– Trocar a carne por peixe, ovos ou queijo (ou mesmo comer puro);
– Comer menos arroz, feijão, pão, macarrão, para sair da mesa com um pouco de apetite;
– Eliminar todos doces, refrigerantes, chocolate e demais guloseimas;
– Nas refeições, acrescentar algo que seja desagradável, como diminuir a quantidade de sal ou colocar um condimento que quebre um pouco o sabor;
– Comer algum legume ou verdura que não se goste muito;
– Diminuir ou mesmo tirar as refeições intermediárias (como o lanche da tarde);
– Tomar café sem açúcar, ou água numa temperatura menos agradável;
– Reservar algum dia para o jejum total ou parcial.
2) Penitências corporais:
(Apenas para ajudarem a não perdermos o sentido do sacrifício ao longo do dia, a não sermos relaxados, devendo ser pequenas e discretas).
– Dormir sem travesseiro;
– Sentar-se apenas em cadeiras duras;
– Rezar alguma oração mais prolongada de joelhos;
– Não usar elevadores ou escadas rolantes;
– Trabalhar sem se encostar na cadeira;
– Cuidar da postura corporal;
– Descer um ponto antes do ônibus e fazer uma parte do caminho à pé;
– Deixar de usar o carro e pegar um transporte coletivo.
3) Penitências Morais:
(São as mais importantes)
– Não reclamar das contrariedades do dia, mas agradecer e louvar a Deus;
– Sorrir sempre, mesmo quando haja um nervoso;
– Moderar a frequência às redes sociais, celular e computador (reduzir a poucas vezes ao dia);
– Desligar as notificações do celular;
– Fazer os serviços mais incômodos na casa e no trabalho, ajudando os outros;
– Acordar mais cedo para fazer oração;
– Não ouvir música no carro;
– Não assistir TV, mas dedicar este tempo à leitura;
– Não usar jogos eletrônicos, caso seja viciado;
– Fazer algum trabalho voluntário;
– Rezar mais pelos outros, do que por si mesmo;
– Reservar dinheiro para dar esmolas, mas sobretudo, atenção aos mendigos;
– Não se defender quando alguém lhe acusa;
– Falar bem das pessoas que se gostaria de criticar;
– Ouvir as pessoas incômodas sem as interromper;
– Dormir no horário, mesmo sem vontade.
Padre José Eduardo
Sacerdote da Diocese de Osasco. Pároco da Paróquia São Domingos. Doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma).
https://www.facebook.com/Pe.JoseEduardo