sábado, 16 de janeiro de 2010

Igreja Católica ajuda o Haiti

Várias organizações católicas se mobilizam
MADRI, sexta-feira, 15 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- A Igreja está se mobilizando para ajudar a população atingida pelo terremoto no Haiti, em resposta ao chamado de Bento XVI a que os católicos sejam generosos com esse país caribenho.

Após seu apelo internacional, o Papa disse que a Igreja Católica será ativada “imediatamente” através de suas instituições de caridade para ajudar a população afetada.

A nota informativa do Vaticano afirma que, “como no passado, em ocasião de outras tragédias desse tipo, os católicos já estão presentes com sua assistência concreta e diversas agências católicas estão trabalhando e enviando equipes”.

O Conselho Pontifício Cor Unum está em contato direto com Catholic Relief Services, uma agência humanitária dos bispos dos Estados Unidos, que se encarregará de coordenar a ajuda: “A equipe que já se encontra no Haiti e conta com mais de 300 membros ativos está lá faz algum tempo, a experiência passada, a capacitação e os recursos de CRS permitiram uma rápida e eficaz coordenação dos esforços da Igreja que devem ser generosos e concretos”.

O Papa pediu generosidade com o Haiti e os bispos italianos responderam com o anúncio de dois milhões de euros para as primeiras emergências, o dobro do que foi prometido pelo governo italiano.

A Conferência Episcopal Espanhola encorajou os católicos a serem solidários, enquanto que a Cáritas e as ONGs católicas estão somando esforços para recuperação econômica através de várias contas bancárias no âmbito nacional e diocesano.

Nos Estados Unidos, onde vivem milhares de católicos de origem haitiana, no dia 24 de janeiro será realizada uma coleta nacional na América Latina que boa parte será em prol do Haiti, mas também amanhã e domingo haverá coletas adicionais, a pedido do cardeal Francis George, presidente dos bispos norte-americanos, os quais já prometeram cinco milhões de dólares.

A Igreja na República Dominicana oferece orações e uma coleta em todas as paróquias do país. O cardeal Nicolás López, arcebispo de Santo Domingo, pede ajuda “às nações irmãs da América e de outros continentes”.

O presidente da Cáritas Internacional, cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, expressou seu desejo de que “sejam produzidos os compromissos necessários para aliviar a miséria dos haitianos e a pobreza estrutural desta assediada nação”.

A zona afetada cobre quatro dioceses (Porto Príncipe, Jacmel, Gonaives e Jeremie), com seis milhões de habitantes. Antes do terremoto havia 150 paróquias, com quatro milhões de católicos, 450 sacerdotes e mais 600 religiosas.

O diretor do escritório de Ajuda à Igreja que Sofre na Inglaterra, Neville Kyrke-Smoth, ressaltou que “nos últimos 50 anos, o povo haitiano experimentou as consequências de uma política agitada, de violência e de catástrofes naturais. Agora o terremoto parece o golpe final para um dos países mais pobres do mundo”.

A organização Mãos Unidas abriu uma conta de emegência cuja arrecadação será destinada a aquisição de produtos de primeira necessidade e, posteriormente, a trabalhos de reconstrução do país.

“A cidade está desolada, muita gente está vagando pela rua sem rumo e existem muitos mortos. Não sabemos onde estão nossos colegas”, explicou o jesuíta espanhol Ramiro Pampols, membro da ONG Entreculturas.

Essa organização está coordenando sua atuação de emergência com o Serviço Jesuíta para Refugiados. Ambas organizações já se mobilizaram para dar uma primeira resposta. Mesmo assim, os centros da Companhia de Jesus na República Dominicana organizaram uma rede de ajuda para socorrer as vítimas do país vizinho.

“Mais uma vez o Haiti sofre um drama”, contava desolado o superior regional da Companhia de Jesus no Haiti, Kawas François, que descreveu como estão sendo os primeiros dias depois desse choque fatal para um país que vivia na miséria: “Todo mundo está em estado de choque. As comunicações estão cortadas e estamos passando sérias dificuldades para ajudar nossos vizinhos”.

O Serviço Jesuíta para Refugiados na República Dominicana formou comissões, uma de emergência humanitária, para recolher todas as doações de alimentos e medicamentos, e outra em conjunto com instituições do Estado.

Além disso, os jesuítas estão incentivando a que cada país da região da América Latina onde se encontram as obras da Companhia de Jesus tome uma iniciativa de solidariedade a respeito do povo haitiano.

(Nieves San Martín)

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