Ali Agca pretende se associar com o escritor Dan Brown para escrever um livro
O prisioneiro alega que, uma vez livre, quer fazer duas coisas: visitar o túmulo de João Paulo II e escrever um livro para contar sua vida.
Para fazer isso, Ali Agca afirmou que entrou em contato com o escritor norte-americano Dan Brown, autor do famoso livro de ficção “O Código Da Vinci”.
“Vou proclamar a perfeita cristandade que o Vaticano nunca entendeu”, disse Ali Agca, de 52 anos, em uma carta enviada ao diário The Sunday Times.
Depois de recuperar sua liberdade, Agca fará uma entrevista exclusiva estimada em dois milhões de dólares com uma emissora de TV cujo nome é desconhecido.
O homem que disparou contra João Paulo II pagou uma pena de quase 29 anos, não somente pela tentativa de assassinato, mas também por assassinar o jornalista Abdi Ipekci diretor do jornal liberal Millyet, na capital turca, em 1978.
Agca era um assassino profissional que trabalhou na Bozkurtlar e Lobos Cinzentos, organizações terroristas de extrema direita e muito próximas à atmosfera do fundamentalismo islâmico.
A mão que desviou a bala
O atentado contra João Paulo II ocorreu em 13 de maio de 1981, quando o pontífice saudava os peregrinos no papamóvel, antes de iniciar a audiência pública na praça de São Pedro. Nesse momento, Agca disparou contra o Papa. O primeiro tiro atingiu o abdômen, seu dedo desviou o segundo tiro, que estava a ponto de acabar com sua vida.
Para esse dia João Paulo II tinha preparado uma catequese dedicada a comemorar os 90 anos da publicação da Encíclica Rerum novarum, de Leão XIII.
O Papa caiu para trás nos braços de seu secretário que hoje é cardeal e arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz. O segundo tiro atintiu o cotovelo. Nesse episódio dois peregrinos ficaram feridos, Annie Odre, de origem polonesa e Rose Hall, jamaicano.
O Papa foi transferido de imediato à Policlínica Gemelli, onde foram realizas intervenções cirúrgicas que duraram cinco horas, enquanto os peregrinos começaram a chegar de maneira espontânea à praça.
Alguns poloneses colocaram na cadeira onde o Papa ia se sentar uma imagem da virgem de Czestochwa, à qual tinha uma devoção especial.
Depois de retomar a consciência, João Paulo II começou a orar pelo irmão que havia disparado contra ele, a quem tinha dado o sincero perdão.
Durante sua recuperação, João Paulo II se dedicou a escrever a encíclica Laborem Exercens, sobre os direitos humanos dos trabalhadores, que foi publicada em 14 de setembro do mesmo ano. As audiências públicas foram suspendidas até o dia 8 de outubro de 1981.
Um ano depois do atentado, João Paulo II viajou a Fátima para agradecer a Virgem por seu estado de saúde. Dois anos mais tarde visitou Ali Agca na cadeia. Anos depois recebeu a sua mãe Muzeyen Agca em audiência privada.
João Paulo II repetia constantemente que uma mão foi a que disparou a bala e outra - a da Virgem de Fátima - a que desviou.
Por Carmen Elena Villa
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