sexta-feira, 1 de julho de 2011

Dom Odilo Scherer chateado com a parada gay

“Quem apela para a Constituição Nacional para afirmar e defender seus direitos, não deve esquecer que a mesma Constituição garante o respeito aos direitos dos outros, aos seus símbolos e organizações religiosas. Quem luta por reconhecimento e respeito, deve aprender a respeitar. Como cristãos, respeitamos a livre manifestação de quem pensa diversamente de nós. Mas o respeito às nossas convicções de fé e moral, às organizações religiosas, símbolos e textos sagrados, é a contrapartida que se requer.” – Cardeal Dom Odilo Scherer
Leia o artigo do cardeal: Parada Gay, respeitar e ser respeitado
***
Não resisto a um comentário: me arrepia perceber o completo desconhecimento – por parte de lideranças do prestígio de um cardeal – a respeito do papel político de um lobby que se passa por movimento social como é o lobby gayzista! Essa é de longe a grande vantagem deles. Enquanto as reações contrárias a esse “movimento” se mantiverem num sentido discursivo completamente desinteressado em estratégias políticas, os crimes de vilipêndio religioso vão continuar indo muito bem, obrigado. Veja o que já acontece na Espanha
Provavelmente os “vilipendiários” já contavam com isso. Já sabiam que nada de mais iria acontecer além da reprovação sentimental. Não estou dizendo que o instrumento jurídico, “processar” os provocadores que encheram a avenida com imagens de santos em contexto homoerótico, seria a única saída – eu sou o último a pensar nisso, acreditem… – e que, portanto, a arquidiocese de São Paulo tinha que fazê-lo. Claro, as possibilidades de enfrentar tudo isso são várias! Um artigo inclusive! Mas desde que ele seja a manifestação de uma estratégia, uma ação verdadeiramente política com desdobramentos, intenções, uma ação de fato e não mera reação de descontentamento.
Eu celebro o artigo de Dom Odilo e tenho a clara compreensão de que ele pode repetir mil vezes que o ocorrido no último domingo foi algo desrespeitoso e anti-democrático e – no atual contexto – isso pouco vai influenciar em nosso mundo. Enquanto o dizer não é fazer, ele volta-se contra todas as possibilidades que lhe aguardam.
Os tempos, minha gente, somos nós que os fazemos ou que os deixamos fazer.

Nenhum comentário: