sábado, 11 de setembro de 2010

Entrevista com Frei Elias Vella - O inimigo quer que pensemos que ele não existe

Frei conventual da Ilha européia de Malta de Malta, um dos maiores exorcistas da atualidade, lança no Brasil o livro "O Anticristo: quem é e como age". Em entrevista, Frei Elias fala sobre as táticas de ação do maligno e indica como se defender de todas elas. Denuncia que uma das estratégias mais utilizadas pelo demônio no Brasil é a de levar os líderes religiosos a não acreditarem em sua existência e manifestação.

O senhor está lançando um livro sobre o anticristo. De onde surgiu a necessidade de falar sobre este assunto?


Frei Elias: Este é um assunto muito importante e as pessoas não conhecem muito sobre ele. Jesus veio para lutar e trazer a vitória sobre o mal. Somos, agora, os representantes do Senhor. Todos nós, cristãos, estamos no campo de batalha e não saber quem é exatamente o inimigo com o qual estamos lutando e quais são as táticas dele, torna-se a ser uma perturbação em nossas vidas. Eu sei que, muitas vezes, em nossos Seminários de Teologia nós não lidamos muito com esse assunto, por isso eu senti a necessidade de me aprofundar nele e escrever um livro sobre o maligno.

Quais são as principais estratégias do inimigo para atacar os filhos de Deus?

Frei Elias: A principal estratégia dele é fazer com que nós não acreditemos que ele exista ou que não seja tão perigoso, assim não damos tanta importância a ele. Desta maneira, ele pode trabalhar tranqüilo, sem que seja perturbado. Assim, ele nos distrai e tira a nossa atenção de Jesus. Então, ao invés de buscarmos ao Senhor para nossa cura e libertação, convencemo-nos de buscar o espiritismo e as forças ocultas; pois o maligno nos faz acreditar que temos forças em nós mesmos para nos curar e nos libertar, e não precisamos de Jesus para isso. A meta principal dele é a de fazer com que pensemos que Jesus não é o Senhor de nossas vidas.

Referindo-se especificamente à situação do Brasil, como o senhor vê a ação do inimigo de Deus no país?


Frei Elias: Acredito que há duas coisas que ele [o maligno] está utilizando, aqui, no Brasil. Uma delas é fazer com que os sacerdotes não creiam que ele exista, porque se os próprios pastores, líderes da Igreja, não acreditam na existência dele, fica muito fácil dispersar o rebanho deles.
A segunda estratégia utilizada por ele, no Brasil, é a da macumba e do espiritismo, pois, por meio dessas práticas, ele tira a atenção das pessoas de Jesus. Isso não exclui as estratégias gerais de que ele faz uso em todos os outros países, como a ganância pelo poder e a desunião. No que diz respeito à falta de unidade, ele também se serve bastante no Brasil.

O maligno se serve também de outros métodos para atingir a juventude, como músicas e filmes consagrados a ele?

Frei Elias: Claro. Algumas das estratégias dele são diretas, outras indiretas. Até certo tempo atrás, ele fazia uso das estratégias indiretas, mas, atualmente, ele está utilizando-se das bem diretas. Como, por exemplo, por meio de bandas de rock que escrevem letras de músicas se referindo diretamente a ele, consagrando-se a ele. Ele se serve delas [letras] para enganar aos jovens que dizem assim: "Eu não ligo para a letra, mas sim, para a melodia, para a música que é legal". O truque então é esse: porque gostam da melodia, começam a cantar a letra, e esta vai entrando aos poucos em suas mentes e almas. É claro que a partir disso a juventude vai se tornando cada vez mais distante de Jesus, e a grande tragédia da atualidade é que os jovens têm vergonha de proclamá-Lo, mas não têm vergonha de proclamar nem de falar sobre satanás.

Há algum caso de libertação que o senhor tenha ministrado nos últimos tempos que tenha chamado a sua atenção de modo particular?

Frei Elias: De fato, casos de pessoas possuídas são raros, mas para um exorcista, lidar com esses fatos é uma coisa cotidiana. Por ser o nosso trabalho, encontramos sempre casos de pessoas possuídas. Por estar sempre viajando, encontro muitas pessoas que precisam de ajuda para serem libertas e exorcizadas.
Neste momento, por exemplo, nós estamos atendendo a duas pessoas em Malta que estão recebendo orações de libertação e exorcismo. Acredito que já estamos quase no final do atendimento, pois as pessoas estão praticamente libertas e exorcizadas.

O senhor se sente mais atacado pelo demônio por fazer este trabalho de exorcismo pelo mundo?

Frei Elias: Tenho certeza disto. Muitas coisas acontecem na minha vida e eu não tenho explicações lógicas para elas, mas nós [exorcistas], com o tempo, ficamos treinados para esse tipo de ataque, tendo sempre a certeza de que a vitória será sempre de Jesus! É claro que ninguém fica feliz com sofrimentos que vêm até nós por causa do inimigo, mas temos o consolo de saber que Jesus está sempre nos protegendo.

Como se defender dos ataques do maligno?

Frei Elias: Entre todos os meios de que podemos fazer uso para nos proteger dele, vou deixar três.
O primeiro meio de defesa contra o inimigo de Deus é a Eucaristia, porque ele tem um medo terrível da força que vem dela. O segundo, é o sacramento da confissão, pois este entra numa luta direta contra o maligno quando o recebemos. E, finalmente, posso dizer que a derrota final do inimigo é Maria, pois ele nunca conseguiu exercer nenhum papel na vida dela. Então, se nós tivermos a ajuda dos três meios em nossas vidas, então teremos armas poderosas e poderemos ter certeza de que com elas nós o derrotaremos.

fonte: Frei Elias Vella

Nenhum comentário: