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Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju/SE |
Meu caro Leitor, que bom que durante a Semana Santa e o sagrado Tempo da Páscoa o assunto fosse Jesus, sua salvação, sua bendita e santificante presença nos sacramentos da Igreja, sua amada Esposa.
Mas, não! Estamos às voltas como temas sórdidos, como a pedofilia em membros do clero e a tentativa tão porca quanto a pedofilia de incriminar o Santo Padre e tornar a Igreja como um todo culpada pelos crimes de alguns. Percebo mesmo em certos católicos e pessoas de boa vontade uma confusão muito grande ao tratar deste tema. Sendo assim, coloco aqui alguns esclarecimentos:
1. A origem da onda de notícias sobre pedofilia na Igreja – A atual onda de reportagens sobre este tema é maldosa e artificial. Se alguém examinar com calma verá que se tratam de casos antigos, de vinte, trinta, até quarenta anos atrás. Foram suscitados agora devido a uma reportagem do importante jornal americano anticatólico e inimigo ferrenho do Santo Padre, o New York Times, que pertence a uma família judia hostil à Igreja. Este jornal, de modo desonesto e mentiroso, tomou um antigo caso de um padre que molestou crianças surdas numa escola católica norte-americana. Era um caso já há muito noticiado, julgado e encerrado pela justiça norte-americana. Mas, o que o jornal nova-iorquino dizia de novo? Uma mentira forjada em documentos falsos: que o Papa, quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, sabia do caso e livrou o padre de ser punido. É verdade isto? Não! Era mentira! O jornal fundou-se, para fazer denúncia tão grave, num documento da Congregação para a Doutrina da Fé, traduzindo do italiano para o inglês com o tradutor automático do Yahoo! Todo mundo sabe que essas traduções são imprecisas e não têm como traduzir termos canônicos. Resultado: deturpou e adulterou o conteúdo do documento! Como pode um jornal de importância mundial fazer uma gravíssima acusação contra o Papa sem averiguar acuradamente suas fontes? Somente o ódio e a má fé podem explicar tal fato! O importante jornal norte-americano Wall Street Journal desmascarou a má fé do New York Times: mostrou claramente a verdade dos fatos: Bento XVI, à época Cardeal Ratzinger, não encobriu nada e, pelo contrário, fez tudo o que tinha que ser feito para que o padre fosse punido. E realmente, o referido Pe. Lawrence Murphy foi punido conforme as leis da Igreja: foi afastado de todo o trabalho pastoral, suspenso e submetido a tratamento psiquiátrico. E olhe que quando o caso chegou às mãos do Cardeal já havia passado quase vinte anos e o padre já era idoso. O caso já tinha sido arquivado pela justiça comum norte-americana! Mas, ao New York Times interessa não a verdade, mas difamar o Papa. E a campanha continuou, tomando casos antigos já conhecidos, em parceria com um advogado norte-americano que se especializou em extorquir dinheiro da Igreja em casos de abusos sexuais, um tal de Jeff Anderson. O que propõe o New York Times? A ordenação de mulheres, a renúncia de Bento XVI, o fim do celibato e a reabilitação do teólogo anti-Ratzinger, Hans Küng... O que temos aqui? Uma verdadeira tropa de laicistas e católicos secularizados, que não suportam o Papa e preferem jogar a Igreja na sarjeta, desde que consiga atingir o Santo Padre! Imediatamente após a notícia tendenciosa e mentirosa do jornal norte-americano, o jornal alemão Der Spiegel, anticatólico até a medula, publicou duas notícias falsas: (1) afirmou que no tempo em que o irmão do Papa, Mons. Georg Ratzinger, era maestro dos meninos do famoso coral da Catedral de Ratisbona, houve casos de pedofilia e o irmão do Papa os encobriu. Qual era o interesse? Atingir o Papa: eis o sobrenome maldito: Ratzinger! Depois, ficou provado que não era verdade: não houve caso algum de abuso de crianças no tempo do Mons. Ratzinger. Então, veio a denúncia de que ele espancava as crianças. Mentira também. O Monsenhor apenas era um mestre severo, como tantos de quarenta, cinquenta anos atrás, e, às vezes, aplicou punições corporais nos meninos, como tantos e tantos bons professores fizeram no passado. Era o método comum de educação da época. Mas, o objetivo do jornal foi atingido: difamar, dar notícia negativa com o nome do Papa, levantar suspeição! (2) O mesmo jornal desonesto afirmou que no tempo em que era Arcebispo de Munique, Ratzinger acobertou um sacerdote pedófilo. E fez o que o New York Times já havia feito: pediu a renúncia do Papa! Logo tudo foi desmentido: o sacerdote aludido foi acolhido sim pelo então Arcebispo Ratzinger, mas sem atividade pastoral alguma, morando na casa paroquial com um outro padre para se submeter a tratamento psicológico. Em todo tempo em que esteve à frente da Arquidiocese de Munique não houve caso algum de abuso sexual por parte de sacerdotes de sua Arquidiocese. É importante ainda recordar quando apareceu a reportagem do New York Times: logo após o Papa ter escrito sua Carta aos católicos irlandeses sobre a questão de pedofilia na Irlanda: é só ler a carta para compreender a linha de ação de Bento XVI: clareza, reconhecimento dos erros dos sacerdotes, demissão do estado clerical, renúncia do Bispo que não soube conduzir a situação! Mas, aos jornais anticatólicos interessa não a verdade, não o trabalho que o Papa tem feito, mas difamá-lo e desautorizá-lo! Aliás, a onda de matérias contra o Papa estourou logo após a sua Carta aos irlandeses, de caso pensado: como o Santo Padre tem forçado a renúncia de todos os Bispos que não puniram padres pedófilos, procura-se incriminar o Santo Padre para depois dizer: renuncia tu também! Aqui o alvo é principalmente o Papa - que fique bem claro! E é contra isto que os católicos e as pessoas de boa vontade mais perspicazes e informadas têm se insurgido! Os casos de pedofilia que existam devem ser extirpados, os padres, demitidos do estado clerical, as vítimas assistidas e reparadas... Mas, atacar exatamente o homem que mais tem combatido a pedofilia no âmbito do clero, é de uma injustiça e desonestidade inaceitáveis!
2. A linha do Papa – É preciso ter presente que desde que era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé a linha do Cardeal Ratzinger nos casos de pedofilia ou imoralidade do clero em geral sempre foi a de tolerância zero: o padre deveria ser demitido do estado clerical! Mas, aqui há um detalhe que muitas vezes as pessoas não recordam: na Igreja existe o Direito Canônico, com suas regras e suas punições. É preciso segui-lo: nenhum cardeal está acima do Direito. Todos estes casos de pedofilia, do ponto de vista da Igreja, têm que ser levados adiante de acordo com as normas do Direito e não na arbitrariedade, caso contrário, entraríamos na injustiça, no arbítrio e na anarquia: bastava uma denúncia sem prova nem fundamento e lá se vai à caça às bruxas! Isto, a Igreja não fará nunca! No entanto, foi por influência de Ratzinger que João Paulo II simplificou o processo para punir os padres pedófilos e o Cardeal nunca perdeu tempo em puni-los! O caso de pedofilia no clero dos EUA explodiu em 2002 e foi então que ficou estabelecida a linha da Tolerância zero. Um exemplo claro da postura de Ratzinger foi o caso do Pe. Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo. Durante o pontificado de João Paulo II havia um processo contra o padre e o Cardeal Ratzinger teve enorme dificuldade de levá-lo adiante, pois alguns cardeais influentes na Cúria não admitiam que o Pe. Maciel fosse culpado. Pensavam que se tratavam de calúnias contra os Legionários, que ainda hoje têm poderosos inimigos dentro e fora da Igreja. Ratzinger, ao contrário, queria o caso investigado a fundo e até o fim, com todas as conseqüências! Assim que foi eleito Papa, Bento XVI mandou desarquivar o processo e puniu o Padre: proibiu-o de aparecer em público, de exercer o sacerdócio publicamente e o confinou numa das casas dos legionários, ordenando que até o fim da vida ele se dedicasse à penitência e ao arrependimento e não mais tivesse nenhuma influência sobre os legionários. E o padre já tinha mais de oitenta anos! Ainda no ano passado determinou uma visita apostólica aos legionários para extirpar qualquer resquício das más ações do Padre Marcial... É importante ainda lembrar que Ratzinger foi o primeiro Papa a falar publicamente dos casos de pedofilia, a pedir desculpas em nome da Igreja e a querer encontrar pessoalmente as vítimas de abuso! Mais ainda: obrigou a todos os Bispos que não enfrentaram essa questão de modo apropriado a renunciar. Só na Irlanda foram cinco! Sua posição é clara: não há lugar para padres pedófilos na Igreja! Sua determinação aos Bispos é transparente: devem ser demitidos do estado clerical. Portanto, nosso Papa é um homem íntegro, claro e decidido no seu modo de proceder.
3. O motivo do ódio a Bento XVI – O ódio da imprensa a Bento XVI é antigo: desde os tempos de Cardeal ele é visto como o inimigo número um de toda cultura relativista e hedonista atual. Pense-se em temas como aborto, casamento gay, eutanásia, ordenação de mulheres, celibato dos padres, adoção de crianças por parte de casais gays, preservativos... Tudo isto fez de Ratzinger e agora de Bento XVI o catalisador da cultura do politicamente correto e do relativismo dominante! De tal modo criou-se por parte de alguns teólogos progressistas e de setores do pensamento laicista um ódio a Ratzinger, que qualquer coisa que ele diga ou faça é deturpada e, depois, duramente criticada! É importante para a cultura ocidental atual desautorizar e desmoralizar a Igreja, pois ela é a instituição que mais se opõe e de modo mais forte e articulado, ao pensamento dominante atual. E qual o melhor modo de desautorizar a Igreja? Desmoralizando o Papa! Baste recordar o que já deformaram e difamaram em relação ao Papa: o discurso de Ratisbona e a confusão com os muçulmanos, provocada pela BBC (que é dominada pelas organizações gays), a suspensão da excomunhão dos bispos lefebvrianos, a liberação da missa de São Pio V e a oração pelos judeus, a declaração do Papa sobre os preservativos na África... Todas as decisões e palavras do Papa são interpretadas de modo desonesto e jogadas ao público de modo truncado para tornarem o Santo Padre odioso. E, infelizmente, há gente na Igreja, a começar pelo famigerado “teólogo” Hans Küng que promove e apóia esse programa de perseguição ao Papa.
4. A Igreja e a pedofilia – Primeiramente é necessário deixar claro que nem de longe a pedofilia é um problema inerente à Igreja católica. Hoje se sabe que essa chaga está presente no mundo inteiro, em todas as culturas e mesmo entre os ministros de todas as religiões. Mais ainda: os abusos de crianças acontecem sobretudo no seio da família, por parte do pai, do padrasto ou de tios... Estudos sérios dão conta que nas escolas, nas várias religiões, nas famílias este triste fenômeno está presente. Os abusos sexuais e físicos em relação às crianças e jovens são uma chaga mundial, desde a bolinação até o estupro puro e simples e a prostituição. Só nos EUA os estudos indicam que há trinta e nove milhões de jovens que sofreram abuso sexual! É um número estarrecedor! 6 a 10% dos jovens das escolas públicas norte-americanas sofreram abuso sexual entre 1991 e 2000, isto é cerca de 290 mil jovens! Segundo estudos recentes 2% desses molestadores eram do clero católico. A partir do ano 2002, com a linha dura assumida pela Igreja, graças a Deus esse número despencou absolutamente! Mas por que todo o furor contra a Igreja católica? Por que somente ela aparece, como o epicentro da pedofilia, como uma organização criminosa que protege pedófilos? Eis os motivos fundamentais: (1) A questão é política: é necessário tirar a todo custo a Igreja do debate político mundial! Sua posição é incômoda demais e ela tem força internacional! (2) Para isso, aproveitam-se erros do passado: até cerca de dez anos atrás, houve pouca vigilância de vários Bispos no trato da questão da pedofilia. Os motivos? Ei-los: um triste espírito de corporativismo em certos setores do clero, falta de responsabilidade pastoral, ingênua esperança de curar os pedófilos com psicoterapia, a crise de vocações, que levou Bispos a cair na tentação de manter no ministério padres indignos, a crise de fé e o relativismo moral e teológico que tomou conta de muitos corações! Esta é a culpa de setores da Igreja. Uma culpa que todos nós católicos deploramos e pela qual nos envergonhamos, porque as vítimas foram os mais fracos e indefesos, aqueles que são preferidos de Cristo, aqueles pelos quais a própria Igreja sempre lutou, aqueles que nos foram confiados por tantos pais e mães católicos! Disso o Papa já falou claramente. Nos Estados Unidos, emocionado, ele não disse às vítimas “É uma vergonha!”, mas “Eu tenho vergonha!”. É o sentimento de todos nós e aqui não queremos em nada diminuir a gravidade e a culpa de quem fez isso, inclusive jogando na lama o nome da Santa Igreja de Cristo! É preciso deixar claro que os abusos sexuais na Igreja são fruto de uma crise de fé: os padres que vivem autenticamente seu sacerdócio não molestam crianças, os Bispos que levam a sério o cuidado do rebanho protegem os jovens e, mesmo que doa, não hesitam em demitir do estado clerical aqueles que desonram de modo grave o sacerdócio! Pois bem, este erro do passado foi aproveitado pelos inimigos da Igreja para voltarem sempre ao ponto, requentando e reintroduzindo as mesmas acusações, ainda que as escolas católicas continuem o lugar mais seguro para crianças e jovens, seja nos Estados Unidos seja pelo mundo a fora! Disso ninguém tenha dúvida! Nos últimos nove anos, nenhuma outra instituição manteve uma atitude de tanta transparência quanto aos próprios erros na área da pedofilia quanto a Igreja católica e nenhuma outra empregou tantos esforços para remediar o problema. Demorou sim para tomar uma atitude, mas, graças a Deus a tomou! Mas, nada disso é publicado, porque aqui não interessa a verdade, mas o escândalo fabricado para difamar, para calar a Igreja, para tornar sua voz absolutamente insignificante. Deseja-se criar sobre a Igreja e sobre Bento XVI a mesma lenda negra que se criou sobre Pio XII! Depois de criada, pronto! A coisa está feita! E é muito triste que até certos católicos caem nesse jogo porco!
5. A pedofilia, o celibato e a ordenação de mulheres – Num escândalo artificialmente colocado, com objetivos bem determinados, é claro que não faltam as bandeiras ideológicas. E também aqui, alguns católicos escorregam, coitados! Primeiro, o celibato: o culpado pela pedofilia, além do Papa, é o celibato! Claro que não! É só perguntar a qualquer especialista. O pedófilo não é alguém apto ao casamento e há muitos casados que são pedófilos! Mas, o mundo jamais aceitará ou compreenderá o celibato! Disso já estamos cansados de saber! No entanto, a Igreja não está colocando o celibato em discussão nem colocará: os padres continuarão celibatários! Existem padres infieis ao celibato? Existem! Como existem esposos infieis às esposas! A questão aqui é a velha fraqueza humana, pela qual Cristo veio ao mundo: para curá-la, redimi-la, extirpar seus maléficos efeitos! A solução é acabar com o celibato? É acabar com o matrimônio indissolúvel e monogâmico? A solução é deixar de pregar a castidade? Não! A solução é educar melhor segundo o Evangelho, é acompanhar melhor e mais atentamente nossos jovens candidatos ao sacerdócio, e dar-lhes melhor a mística do celibato por amor a Cristo e ao Reino dos céus! Só este é o caminho autêntico! Quanto à ordenação de mulheres, defendida pelos liberais mais assanhados dentro e fora da Igreja, de modo algum é solução para pedofilia e não tem nada a ver com a questão. Depois, é doutrina de fé da Igreja católica que, por vontade do próprio Senhor Jesus, somente os homens podem ser sacerdotes. Tal doutrina é definitiva e não poderá nunca ser mudada, por motivo ou pretexto algum.
6. A punição dos pedófilos – No caso de um padre que cometa ato de pedofilia é necessário compreender uma coisa: à Igreja cabe instaurar processo canônico, seguindo todos os trâmites previstos pela lei canônica. Cabe ao Bispo diocesano fazer isto e só a ele! Ficando provado que se trata de pedofilia, envia-se à Santa Sé e ele é demitido do estado clerical imediatamente. Claro que, por prudência, o Bispo já deve logo afastar o sacerdote do contato com o serviço pastoral. Quanto à dimensão do crime propriamente dito, cabe à justiça civil investigar e julgar quem cometeu tal crime. Bento XVI sempre deixou claro que os Bispos devem colaborar com a justiça quando solicitados. O que não se pode é sair condenando pessoas mediante acusações levianas ou sem prova. O Bispo deve guiar-se pelo bom senso: buscar a justiça e o bem do rebanho sem ceder à paranóia de caça às bruxas.
7. Quanto às vítimas da pedofilia – A Igreja tem o dever moral de dar-lhes toda a assistência necessária e a primeira delas é fazer-lhes justiça não encobrindo quem tenha cometido tais atos nem tolerando sacerdotes que sejam pedófilos!
Quis escrever este longo texto para servir de reflexão e orientação para você, que me honra com sua visita a este Site. Fico muito triste quando vejo católicos deixarem-se guiar pela pauta da mídia e simplesmente engolir tudo quanto é colocado sem critério nem discernimento. Imagine, por exemplo: que interesse tem a Rede Record do Edir Macedo pela verdade? Particularmente quando se trata da Igreja, como essa emissora coloca as coisas? E a Globo, que é espírita? Não culpo a imprensa de modo indiscriminado. Ela tem o direito e o dever de investigar, e isto quando se trate de qualquer instituição, inclusive a Igreja. O que entristece, chateia e até revolta é a injustiça e a difamação – e nós sabemos que a grande tentação da imprensa é o sensacionalismo, ainda que se passe por cima da verdade e da boa fama de pessoas inocentes. Bento XVI que o diga.
Feitas estas considerações, não mais darei explicações sobre a questão da pedofilia. Basta! Tenho coisas mais reais e sérias a tratar! Rezemos pela Igreja! E que os Bispos que tenham casos de sacerdotes pedófilos tomem as devidas providências. E que a pedofilia seja combatida sempre em todos os ambientes onde se manifesta – e não é, nem de longe, principalmente na Igreja. Aliás, o grande problema da Igreja do Brasil nunca foi a pedofilia...
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Por Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju/SE
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