quinta-feira, 17 de março de 2011

Bento XVI: Cristo é a rocha de nossa vida

Pontífice falou aos peregrinos durante o Angelus
Apresentamos a seguir a intervenção de Bento XVI neste domingo, ao introduzir a oração do Angelus com os peregrinos congregados na Praça de São Pedro.

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Queridos irmãos e irmãs!

O Evangelho deste domingo apresenta a conclusão do “Discurso da montanha”, onde o Senhor Jesus, através da parábola das duas casas construídas uma sobre a rocha e outra sobre a areia, convida seus discípulos a escutar suas palavras e colocá-las em prática (cf. Mt 7, 24). Deste modo, Ele coloca o discípulo e seu caminho de fé no horizonte da Aliança, constituída pela relação que Deus estabeleceu com o homem, através do dom de sua Palavra, entrando em comunicação conosco. O Concílio Vaticano II afirma: “Deus invisível “Deus invisível, na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele (Const... dogm. sobre a revelação divina, Dei Verbum, 2). “Nesta perspectiva, todo o homem aparece como o destinatário da Palavra, interpelado e chamado a entrar, por uma resposta livre" (Exort. Ap. postsin. Verbum Domini, 22). Jesus é a Palavra vivente de Deus. Quando ensinava, as pessoas reconheciam em suas palavras a própria autoridade divina, sentiam a proximidade do Senhor, seu amor misericordioso, e louvavam a Deus. Em toda época e em todo lugar, quem tem a graça de conhecer Jesus, especialmente através da leitura do santo Evangelho, fica fascinado por Ele, reconhecendo que em sua pregação, em seus gestos, em sua Pessoa, Ele nos revela o verdadeiro rosto de Deus, e ao mesmo tempo revela-nos, faz-nos sentir a alegria de ser filhos do Pai que está nos céus, indicando-nos a base sólida sobre a qual edificar nossa vida.

Mas frequentemente o homem não constrói sua atuação, sua existência, sobre esta identidade, e prefere as areias das ideologias, do poder, do sucesso e do dinheiro, pensando encontrar neles estabilidade e a resposta à inapagável demanda de felicidade e de plenitude que leva na própria alma. E nós, sobre o que queremos construir nossa vida? Quem pode responder verdadeiramente à inquietude de nosso coração? Cristo é a rocha de nossa vida! Ele é a Palavra eterna e definitiva que não faz temer nenhum tipo de adversidade, de dificuldade, de moléstia (cf. Verbum Domini, 10). Que a Palavra de Deus possa permear toda nossa vida, pensamento e ação, assim como proclama a primeira leitura da Liturgia de hoje, tomada do livro do Deuteronômio: “Gravai estas minhas palavras em vosso coração e em vossa alma; prendei-as como sinal às vossas mãos, e sejam elas como faixas entre os vossos olhos" (11, 18). Queridos irmãos, eu vos exorto a se encontrar, todo dia, com a Palavra de Deus, e nutrir-vos dela, meditá-la continuamente. É uma ajuda preciosa também para se proteger de um ativismo superficial, que pode satisfazer por um momento o orgulho, mas que, ao final, deixa-nos vazios e insatisfeitos.

Invocamos a ajuda da Virgem Maria, cuja existência esteve marcada pela fidelidade à Palavra de Deus. Contemplamo-la na Anunciação, aos pés da Cruz, e agora, partícipe da glória de Cristo Ressuscitado. Como ela, queremos renovar nosso “sim” e entregar com confiança a Deus nosso caminho.

[Após o Angelus, o Papa fez uma saudação em língua portuguesa:]

Saúdo cordialmente os fiéis das paróquias de Brandoa e Calhariz de Benfica, no Patriarcado de Lisboa, e demais peregrinos de língua portuguesa, sobre cujos passos e compromissos cristãos imploro, pela intercessão da Virgem Mãe, as maiores bênçãos divinas. Deixai Cristo tomar posse da vossa vida, para serdes cada vez mais vida e presença de Cristo! Ide com Deus.



[Traduzido por ZENIT
©Libreria Editrice Vaticana]

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