sábado, 11 de junho de 2011

Pe. Lombardi: testemunho de cristãos na internet

Porta-voz vaticano pede qualidade no mundo virtual

DUBLIN, sexta-feira, 3 de junho de 2011 (ZENIT.org) - O mundo está se transformando em uma grande rede social graças ao papel dominante da internet na sociedade e os cristãos devem estar atentos para manter no centro a dignidade da pessoa humana.

Esta foi a reflexão do Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, em uma entrevista a Intercom magazine, um recurso pastoral e litúrgico da Conferência Episcopal da Irlanda.

Refletindo sobre a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será comemorado neste domingo, o porta-voz vaticano afirma que as relações virtuais nunca deveriam ser meramente superficiais nem deveriam perder sua qualidade.

"Que tipo de amizades se constroem on-line? - pergunta-se. A rede é um lugar no qual podemos dar 'testemunho' convincente e confiável ou é somente um entorno de presenças sem compromisso, perfis fictícios, nos quais não somos capazes de admitir a verdade sobre nós mesmos?"

"Esta é a uma cultura na qual especialmente os jovens estão profundamente envolvidos - diz o sacerdote -, experimentando simultaneamente oportunidades maravilhosas de novas relações e riscos crescentes de isolamento ou afastamento da vida diária."

O Pe. Lombardi destaca que os cristãos devem refletir sobre estas questões e acrescenta que Bento XVI sempre se aproxima positivamente da nova cultura digital em seus discursos pastorais.

"A mensagem deste ano é um forte convite a uma reflexão profunda sobre como vivemos nossa experiência humana e nosso compromisso cristão na era e na cultura da internet", explica Lombardi.

Irlanda

Na mesma entrevista, o jesuíta comenta a Carta pastoral de Bento XVI aos católicos da Irlanda, que descreve como "o texto mais compreensivo que o Papa escreveu sobre a questão dos abusos sexuais a menores por parte do clero".

Lombardi afirma que a carta, divulgada em março de 2010, atraiu uma atenção especial porque foi na Irlanda que a tragédia dos abusos atingiu mais fortemente a Igreja.

No entanto, a carta foi escrita também para uma audiência internacional, já que o abuso afetou a Igreja universal, explicou.

"Ainda que alguma partes da carta estejam dirigidas mais especificamente à Irlanda - diz o Pe. Lombardi -, à luz da história cristã e dos compromissos com uma renovação concreta, a maioria do documento poderia facilmente referir-se a outros países e situações, como a seção dedicada às vítimas, às suas famílias, aos que abusam, aos diversos membros da comunidade."

A questão do abuso "marcou dramaticamente e continua marcando a vida da Igreja nos últimos anos, de maneira profunda", afirma.

"Deixou feridas muito profundas e causou um dano tremendo, especialmente em alguns países, mas também em toda a comunidade universal da Igreja."

"Bento XVI tem de guiar a Igreja neste tempo de crise e o faz com admirável coragem e humildade, expondo-nos o exemplo das atitudes evangélicas que é preciso adotar e a ação que é necessário realizar."

Ainda que os católicos irlandeses tenham sido talvez os mais provados pela tragédia dos abusos, o Pe. Lombardi indica: "Se podem se renovar e levantar novamente, se podem se mostrar dignos de sua grande tradição, então prestarão de novo um grande serviço à Igreja na Europa e no mundo, oferecendo sua valiosa experiência de verdadeira penitência, purificação e renovação, renascimento da vida comunitária na qual as crianças são protegidas eficazmente e estão seguras em seu crescimento humano e cristão".

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