segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um cristianismo oficializado e beneficiado pelo poder público

A partir de Constantino (306-337 d.C.) a situação dos cristãos no Império Romano muda substancialmente. Seus sucessores desenvolvem uma política de integração da Igreja no sistema imperial. Sob o governo de Teodósio I (379-395) o cristianismo torna-se "religião do Estado". Num Edito de 380 esta religião é imposta a todos os súditos, proibindo-se, na prática, o antigo paganismo.

"Queremos que as diversas nações sujeitas à nossa clemência e moderação continuem professando a religião legada aos romanos pelo apóstolo Pedro, tal como a preservou a tradição fiel como é presentemente observada pelo pontíficie Dâmaso e por Pedro, Bispo de Alexandria e varão de santidade apostólica. De conformidade com a doutrina dos apóstolos e o ensino do Evangelho, creiamos, pois, na única divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo em igual majestade e em Trindade santa. Autorizamos aos seguidores dessa lei a tomarem o título de cristãos católicos. Referente aos outros - que julgamos loucos e cheios de tolices - queremos que sejam qualificados com o nome ignominoso de hereges e que não se atrevam a dar a seus conventículos o nome de Igrejas. Estes sofrerão, em primeiro lugar, o castigo da divina condenação e, em segundo lugar, a punição que nossa autoridade, de acordo com a vontade do céu, decida infligir-lhes" (15).

A religião cristã ocupará doravante o lugar do paganismo na ordenação pública do Império: servir de suporte ideológico aos interesses pólíticos e à autoridade do soberano. Começa a fazer parte do "corpus" estatal, com subvenções, doações e privilégios, mas igualmente sofrendo a constante intervenção do poder civil em sua vida interna.

Em 392 um novo Edito de Teodósio proscreve o paganismo ameaçando seus adeptos com severas sanções. Uma ambígua vitória do cristianismo!

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