sábado, 22 de janeiro de 2011

Papa a todos os cristãos: mundo precisa do nosso testemunho forte

Dedica a audiência geral à Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
Os cristãos têm hoje uma responsabilidade comum no mundo, indicou Bento XVI: oferecer um testemunho forte para levar uma mensagem que ilumina o caminho do homem atual.

O Papa dedicou sua catequese de hoje à Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, na audiência geral realizada na Sala Paulo VI, com peregrinos do mundo inteiro.

"Como discípulos do Senhor, temos uma responsabilidade comum para com o mundo, devemos fazer um serviço comum", exortou.

Falando do tema da Semana de Oração, de 18 a 25 de janeiro, o Pontífice destacou o modelo dos primeiros cristãos, segundo narra o livro dos Atos dos Apóstolos.

"Como a primeira comunidade cristã de Jerusalém, partindo do que já compartilhamos, devemos oferecer um testemunho forte, espiritualmente baseado e apoiado pela razão, do único Deus que se revelou e que nos fala em Cristo, para ser portadores de uma mensagem que oriente e ilumine o caminho do homem da nossa época, frequentemente privado de pontos de referência claros e válidos", afirmou.

Para isso, indicou a importância de "crescer diariamente no amor mútuo, empenhando-nos em superar essas barreiras que ainda existem entre os cristãos; sentir que há uma verdadeira unidade interior entre todos aqueles que seguem o Senhor; colaborar, tanto quanto possível, trabalhando em conjunto sobre questões ainda abertas; e, acima de tudo, estar cientes de que, neste itinerário, o Senhor deve nos ajudar".

E convidou a perseverar na oração, "implorando de Deus o dom da unidade, para que se cumpra no mundo inteiro seu desígnio de salvação e de reconciliação".

Os primeiros cristãos

O Papa explicou as quatro características que definem a primeira comunidade cristã de Jerusalém como "um lugar de unidade e de amor" e extraiu lições para a atualidade.

Esta comunidade se caracterizava pela "escuta do ensinamento dos apóstolos" e pela "comunhão fraterna"; e nela "também era essencial o momento da fração do pão" e "a oração" como uma atitude constante que acompanha a vida cotidiana, disse.

Sobre a escuta do testemunho que os apóstolos dão da missão, morte e ressurreição de Cristo, o Papa destacou que, "ainda hoje, a comunidade dos crentes reconhece, na referência ao ensinamento dos Apóstolos, a própria norma de fé".

"Todos os esforços feitos para construir a unidade entre os cristãos passam pelo aprofundamento da fidelidade ao depositum fidei que recebemos dos Apóstolos - explicou. A firmeza na fé é a base da nossa comunhão, é o fundamento da unidade dos cristãos."

Em segundo lugar, qualificou a comunhão fraterna como "a expressão mais tangível, especialmente para o mundo exterior, da unidade entre os discípulos do Senhor" e recordou que os primeiros cristãos "tinham tudo em comum".

Neste sentido, sublinhou que "a história do movimento ecumênico é marcada por dificuldades e incertezas, mas é também uma história de fraternidade, de colaboração e de comunhão humana e espiritual".

Quanto à fração do pão, indicou que "a comunhão no sacrifício de Cristo é o ponto culminante de nossa união com Deus e, portanto, também representa a plenitude da unidade dos discípulos de Cristo".

Neste sentido, destacou que, "durante esta semana de oração pela unidade, está particularmente vivo o lamento pela impossibilidade de partilhar a mesma mesa eucarística, um sinal de que ainda estamos longe de alcançar a unidade pela qual Cristo orou".

Finalmente, afirmou que "a oração é, desde sempre, uma atitude constante dos discípulos de Cristo, que acompanha sua vida diária em obediência à vontade de Deus".

Único corpo

Bento XVI recordou que "a Igreja abraça desde o começo as pessoas de diversas origens e, no entanto, justamente a partir dessas diferenças, o Espírito cria um único corpo".

Afirmou que "Pentecostes, como o início da Igreja, marca a expansão da Aliança de Deus a todas as criaturas, a todos os povos e a todas as épocas, para que toda a criação caminhe rumo ao seu verdadeiro objetivo: ser lugar de unidade e de amor".

E concluiu com um convite: "Abramo-nos à fraternidade que deriva de ser filhos de um Pai celeste e, portanto, a estar dispostos ao perdão e à reconciliação".

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