Desde o início do ministério público de Jesus, fariseus e adeptos de Herodes, com sacerdotes e escribas, mancomunaram-se para matá-lo. Por causa de certos atos por ele praticados (expulsão de demônios, perdão dos pecados, curas em dia de sábado, interpretação original dos preceitos de pureza da Lei, de pureza da Lei, familiaridade com os publicanos e com pecadores públicos), Jesus pareceu a alguns mal-intencionados, suspeito de possessão demoníaca. Ele é acusado de blasfêmia e de falso profetismo, crimes religiosos que a Lei punia com a pena de morte sob forma de apedrejamento. (CIC§574)
O relacionamento de Jesus para com os Doutores da Lei da sua época, sempre foi complicado, pode-se dizer “conturbado”. Nós como católicos, precisamos entender isso de forma muito clara e transparente. Em primeiro lugar devemos perceber que dentre os líderes religiosos da época podíamos destacar quatro tipos: O partido dos fariseus, o partido dos saduceus, os sacerdotes e os escribas.
E dentre todos esses haviam quem quisesse matar Jesus. Primeiro, ao perceber a seriedade do ministério de Jesus, quiseram fazer com que Ele caísse em contradição, depois passaram a desejar a sua morte. Como diz o catecismo no parágrafo já citado, procuraram acusar Jesus de todo tipo de coisa: Possessão, charlatanismo, blasfemador, falso profeta, etc…
A grande pergunta que fica é: Porque odiavam tanto a Jesus?
Na minha opinião existiam dois motivos:
1. É preciso entender que naquela época existiam muitos falsos profetas que se diziam “messias”. Recorde-se que já no Antigo Testamento, já haviam profecias sobre a vinda do Messias e por isso sempre apareciam pessoas dizendo ser o prometido do Pai. Na cabeça dos judeus, Jesus de Nazaré era apenas mais um desses. Era difícil para os líderes religiosos de Israel, fazer com que os judeus não seguissem falsos profetas. Muitos deles, na tentativa de ajudar o povo a não fazer besteira e seguir esses “malucos”, acabaram não percebendo que o verdadeiro “Messias Salvador” havia chegado. Eram pessoas tinham “boas intenções”, mas que não tinham o discernimento adequado, pois embora fossem pessoas que frequentavam o templo ao ponto de se tornarem líderes religiosos, não tinham intimidade com Deus. Quando não se tem essa intimidade, nosso discernimento fica comprometido. É certo que não podemos dizer que todas as novidades que aparecem são de Deus. Na verdade a grande maioria das novidades que aparecem vem das cabeças loucas que existem por ai, que também por falta de intimidade com Deus acabam dizendo loucuras. Mas a intimidade ajudará…
2. Existiam muitos desses líderes (e não eram todos) que acabavam vivendo uma fé de preceitos. Faziam aquilo que a lei pedia e eram impecáveis em cumprir a lei. Mas quando tinham que agir com a misericórdia, ou fazer algo além da lei de Moisés, se recusavam. Com o tempo, alguns destes passaram a usar da lei em benefício próprio… Embora a situação seja diferente, a razão pela qual eles chegaram a esse ponto foi a mesma: A falta de intimidade com Deus.
Não quero isentar aqui esses líderes religiosos de Jerusalém do fato de terem tramado contra Jesus. Apenas quero alertar que seja por um “bom motivo” ou por um “mal motivo”, quando deixamos a intimidade com Deus, e ao mesmo tempo não nos afastamos da Igreja, corremos o risco de nos tornarmos fechados em preceitos e normas, e não abrirmos os olhos para as açoes de Deus na nossa vida e no mundo. É preciso ser íntimo de Deus, ser íntimo do Espírito. Se conseguirmos essa intimidade, dificilmente erraremos, pois o Espírito nos ajudará e nos conduzirá ao novo de Deus. Porém essa intimidade é mérito de luta e fidelidade a vida de oração.
Já dizia um santo (ou uma santa - não me recordo agora): Antes falar com Deus, do que falar de Deus.
A missão de alguém que tem um papel importante na Igreja é falar de Deus. Mas só pode falar de Deus quem é íntimo Dele. Se não, ainda que com palavras fale muito bem, as atitudes acabam se desvirtuando. Ser um líder na Igreja ou na paróquia (seja coordenador de uma movimento, pastoral, ou até mesmo do famoso “conselho paroquial”) é um desafio imenso! Não apenas pelos afazeres que são tantos, mas sobretudo porque você se torna um formador de opinião, e que triste seria se você que exerce qualquer tipo liderança, formasse seu povo contra a vontade do Senhor…
Por isso, antes que seja tarde, retome sua vida de oração e sua intimidade com Deus. Busque horários para rezar e meditar a palavra. Seja humilde naquilo que você não entende e procure a interpretação correta da Igreja. Assim você trilha um caminho muito bom para estar com Deus.
Pax Domini
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