Esta formação é continuação do texto da semana passada. Para ver o artigo anterior, clique aqui.
Muitas vezes, em nossos grupos, os jovens são chamados a obedecer aos mandamentos de Deus e da Igreja para a área da sexualidade, mas nem sempre recebem a formação necessária para encontrar o equilíbrio nessas áreas. Todos precisam conhecer sua própria natureza e os mecanismos que podem levar à cura e ao equilíbrio. Não basta a lei – esta mata – é preciso a Graça. Clamemos em nossos grupo de oração pela cura da nossa sexualidade e busquemos conhecer o que isso significa.
É importante citar o que a Igreja chama de desordens na vivência de sexualidade. Os temas a seguir são elencados de acordo com o texto do Catecismo da Igreja Católica:
a) Luxúria
A luxúria é o desejo desordenado do prazer venéreo. É a busca do prazer em si mesmo, ou seja, o prazer sexual só tem a finalidade de levar a um prazer pessoal. A busca incessante do prazer pelo prazer gera um desequilíbrio emocional que pode levar a uma dependência física e psíquica. “O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidade de procriação e de união” (CEC 2351). Além disso, em função de tudo o que já foi dito, constitui-se um exercício da sexualidade que não está integrado à vontade de Deus.
Uma manifestação da luxúria é a masturbação, que é “um ato intrínseca e gravemente desordenado. Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade” (CEC 2352). É importante destacar que a misericórdia do Senhor – que prefere “a misericórdia e não o sacrifício” – se reflete na Igreja. Ao mesmo tempo em que ela afirma que a masturbação é pecado grave, diz que “para formar justo juízo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos e orientar a ação pastoral, deve-se levar em conta a imaturidade afetiva, a força dos hábitos contraídos, o estado de angústia ou outros fatores psíquicos e sociais que minoram ou deixam mesmo extremamente atenuada a culpabilidade moral” (CEC 2352).
Isso quer dizer que a Igreja reconhece e compreende as particularidades psicológicas e afetivas que levam o ser humano a buscar a masturbação. Lamentavelmente não é raro encontrar psicólogos, conselheiros e até mesmo membros da Igreja que dizem ao jovem que a masturbação não é pecado. Afirmam eles ser uma ‘necessidade’ e ainda imputam à Igreja o ônus de ser ultrapassada e pouco esclarecida sobre essas questões. Ora, aquela que recebeu do próprio Senhor a missão de pastorear o seu rebanho (cf. Jo 21, 15) aqui na terra não reconhece as reais necessidades do ser humano? Claro que conhece, e sabe qual é a verdadeira necessidade: ser um homem ou uma mulher feitos à imagem e semelhança de Deus. É por isso que o ensinamento moral da Igreja é tão claro e constante. Independentemente da moda vigente, das inovações da ciência, da reforma dos costumes, da substituição de valores, a Igreja sempre estará chamando o homem a assumir sua verdadeira natureza, a de ser imagem e semelhança de Deus.
Mas isso sempre é feito usando o mesmo método de Jesus, o da misericórdia. No caso da masturbação, a Igreja não recua em alertar que é pecado grave, mas que essa gravidade pode ser atenuada em certas circunstâncias. Damos alguns exemplos. Em situações de estresse, principalmente os rapazes – mas também as moças – podem ser levados a ‘descarregar’ sua tensão através do prazer sexual. Ou, inseridos numa cultura hedonista, onde a sensualidade esteja presente de maneira intensa em veículos de comunicação de massa, conversas, anúncios, revistas, de tal modo que seja praticamente impossível desviar o olhar e a atenção de todas as mensagens – e isso é o que vimos em quase todas as grandes cidades brasileiras – as imagens que bombardeiam o jovem ficam em seu inconsciente. Quando sozinho, essas imagens voltam à sua mente e podem levar à masturbação. Estes são dois exemplos dos fatores que a Igreja ensina poderem atenuar a gravidade. A masturbação sempre é pecado e, portanto, deve ser confessado. É através do sacramento da penitência e da fuga das ocasiões de pecado que ela é vencida em nós pela Graça. Devemos viver e anunciar isso sempre, porém, utilizando a pedagogia de Jesus praticada pela Igreja: a misericórdia. Nunca acusando o jovem, mas incentivando-o a entregar seus pecados ao Senhor.
Sobre a atitude das lideranças para com o jovem, a Igreja nos ensina: “Um educador e conselheiro perspicaz deve esforçar-se por individualizar as causas do desvio, para ajudar o adolescente a superar a imaturidade que está por baixo deste hábito. Do ponto de vista educativo, é preciso lembrar que a masturbação e outras formas de autoerotismo são sintomas de problemas muito mais profundos, os quais provocam uma tensão sexual que o sujeito procura superar recorrendo a tal comportamento. Este fato exige também a necessidade de que a ação pedagógica seja orientada mais para as causas do que para a repressão direta do fenômeno. Mesmo tendo em consideração a gravidade objetiva da masturbação, use-se da cautela necessária na apreciação da responsabilidade subjetiva” (Sagrada Congregação para a Educação Católica – ‘Orientações educativas para o amor humano. Linhas gerais para uma educação sexual’ 99).
“Para ajudar o adolescente a sentir-se acolhido numa comunhão de caridade e arrancado da cela do próprio eu, o educador deverá tirar todo o drama do fato da masturbação e não diminuir a sua estima e benevolência para com o sujeito; deverá ajuda-lo a integrar-se socialmente, abrir-se e interessar-se pelos outros, para poder libertar-se desta forma de autoerotismo, encaminhando-se para o amor oblativo, próprio de uma afetividade madura; ao mesmo tempo o estimulará a recorrer aos meios indicados pela ascese cristã, como sendo a oração e os sacramentos e a empenhar-se nas obras de justiça e de caridade (Sagrada Congregação para a Educação Católica – ‘Orientações educativas para o amor humano. Linhas gerais para uma educação sexual’ 99-100).
b) Fornicação
“A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens” (CEC 2353).
c) Pornografia
“A pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desfigura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito. Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. É uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos” (CEC 2354).
d) Prostituição
“A prostituição vai contra a dignidade da pessoa que se prostitui, reduzida assim ao prazer que dela se obtém. Aquele que paga peca gravemente contra si mesmo; viola a castidade à qual se comprometeu em seu batismo e mancha seu corpo, templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6, 15-20). A prostituição é um flagelo social” (CEC 2355). Em muitos lugares do nosso país, é prática comum ‘iniciar’ o rapaz na prática sexual através do contrato com uma prostituta. A Igreja ensina que, além de ser pecado grave contra Deus, atenta contra a dignidade do jovem e da mulher que está sendo contratada, transformada em ‘objeto’. É preciso fomentar em nossas comunidades a cultura da vida e do respeito, para que eles mesmos desejem a castidade e para que amanhã, quando tiverem seus filhos, lhes ensinem o caminho da justiça e da paz.
e) Homossexualidade
A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo [...]. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários a lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.
A posição da Igreja frente ao homossexualismo muitas vezes é tida como uma postura de preconceito, ou que reforça o preconceito. Esse discurso pode ser encontrado até mesmo dentro do Corpo Místico de Cristo. Afirmar isso é ignorar os motivos que levam a Igreja a manter-se nessa posição ou querer atingir de má fé os crentes mais despreparados em relação a essa questão.
Quando a Igreja se baseia ‘na Sagrada Escritura’, está pensando em textos como Lv 18, 22; Lv 20, 13; 1Cor 6, 9ss; Rm 1, 18-32 ou 1Tm 1, 10. Todos eles, escritos em épocas bem diferentes, condenam veementemente a prática homossexual. Muitos argumentam que textos como esses não são produtos de ‘revelação’ e sim do ‘contexto social’, como se fossem apenas normas sociais de conduta, restritas ao tempo e ao espaço em que foram proferidas e passíveis de modificação, de acordo com os valores vigentes. Argumentam ainda que em uma sociedade que valoriza mais o ‘politicamente correto’ do que o ‘eticamente correto’, teriam de ser modificados então para aceitar uma prática que a sociedade já reconhece como legítima, inclusive legalmente.
Vale lembrar que em muitos países as ‘uniões de fato’ entre pessoas do mesmo sexo ganham o mesmo ‘status’ da união conjugal estável, aquela entre um homem e uma mulher. No Brasil, tais mudanças constitucionais estão em discussão e cabe aos cidadãos e aos políticos cristãos lutarem pela preservação do reconhecimento legal dos valores cristãos. “Angustia-nos profundamente a pretensão de outorgar um reconhecimento legal, com os seus efeitos jurídicos, que a tradição dos povos reconhecia de modo exclusivo ao matrimônio um bem eminentemente público às chamadas ‘uniões de fato’, nas suas diversas uniões e etapas. A nossa apreensão é ainda maior, nos casos em que esta pretensão se refere às pessoas do mesmo sexo. É inadmissível que se queira fazer passar como uma união legítima, e inclusivamente como ‘matrimônio’, as uniões de pessoas homossexuais e lésbicas, até mesmo com a reivindicação do direito a adotar filhos. Elas apresentam-se implícita e explicitamente como uma alternativa à família. Reconhecer este novo tipo de união e equipará-la à família significa discriminá-la e atentar contra a mesma” (Declaração de Santo Domingo sobre o tema “Situação e perspectivas da família e da vida na América Latina” 07).
Voltando ao argumento dos que dizem que a condenação bíblica às práticas homossexuais é algo cultural, portanto, mutável, a Igreja sabiamente responde: “A doutrina da Igreja sobre este ponto não se baseia apenas em fases isoladas, das quais se podem deduzir informações teológicas discutíveis, e sim nos sólido fundamento de um testemunho bíblico constante. [...] A teologia da criação, presente no livro de Gênesis, fornece o ponte de vista fundamental para a adequada compreensão dos problemas suscitados pela homossexualidade. Na sua infinita sabedoria e em seu amor onipotente, Deus chama à existência toda a criação, como reflexo de sua bondade. Cria o homem à sua imagem e semelhança, cria o homem e a mulher. Por isso mesmo, os seres humanos são criaturas de deus chamadas a refletir, na complementaridade dos sexos, a unidade interna do Criador. Eles realizam esta função, de modo singular, quando, mediante a recíproca doação pessoal, cooperam com Deus na transmissão da vida” (CDF, Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a atenção pastoral às pessoas homossexuais).
Porém é importante frisar que as pessoas que apresentam tendências homossexuais devem ser acolhidas e amadas. É tão falsa a acusação de preconceito feita contra a Igreja que ela mesma condena qualquer tipo de discriminação para com essas pessoas: “Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta” (CEC 2358). Como sempre, o Magistério repete a pedagogia de Jesus: acolhe o pecador e abomina o pecado. Todo comportamento discriminatório, seja por atitudes ou por palavras, deve ser evitado. É comum vermos jovens repetirem, dentro de nossos grupos, comportamentos aprendidos na sociedade. A mesma sociedade que acusa a Igreja de discriminação ensina nossos jovens a discriminar aqueles que são diferentes. Não podemos permitir que, sob a desculpa de reforçar um comportamento equilibrado na área da sexualidade, as lideranças permitam que os jovens adotem palavras ou comportamentos discriminatórios. O motivo primeiro é a caridade: “Nenhuma palavra má saia de vossa boca, mas só a que for útil para a edificação e benfazeja aos que ouvem. Antes sede uns com os outros bondosos e compassivos” (Ef 4, 29.32). Além disso, aquele que já obteve uma sexualidade verdadeiramente equilibrada não precisa afirma-la através da humilhação do outro. Antes, se sente impelido a contribuir para que este também encontre o equilíbrio de sua sexualidade.
A Igreja, que nos aponta o que é certo e errado, diante da irrefutável realidade da Encarnação do Verbo, também nos dá a esperança de que podemos encontrar o caminho do acerto, o caminho da retidão, do equilíbrio da sexualidade. Juntamente com o ensinamento, ela nos apresenta a possibilidade da cura na área da sexualidade. Todos os desvios ou vícios de conduta na área sexual podem ser curados pelo Senhor. Isso vale para a masturbação, para luxúria, para a fornicação e também para a homossexualidade.
Psicólogos católicos afirmam que na maioria dos casos, a homossexualidade tem origem na formação afetiva do indivíduo. Durante toda a vida precisamos do referencial afetivo de nossos pais, mas há momentos em que essa necessidade é crucial. Aos três anos, por exemplo, o menino começa a entender que sua natureza é diferente da de sua mãe. Nesse momento, a presença masculina do pai é fundamental para afirmar a masculinidade do menino. Ele precisa se identificar com o pai, com os gestos do pai, com o comportamento do pai, com as características masculinas do pai. Quando o pai é ausente afetivamente, ou de alguma forma não inspira essa identificação, provocando antes a negação ou um comportamento repulsivo no menino, a criança não apenas nega o pai, nega também a masculinidade do pai. E ao negar a masculinidade do pai, nega a sua própria masculinidade. Dessa forma, o menino vai carregar pela sua vida a carência de referencial masculino.
Quando a criança completa seis ou sete anos, na sua ‘segunda infância’, ela começa a buscar novamente modelos de sexualidade. É o tempo do ‘clube do Bolinha’ ou da ‘Luluzinha’. Meninos e meninas não se relacionam entre si. Querem apenas estar com amiguinhos do mesmo sexo. Obviamente neste comportamento não há nenhum desejo sexual. O que há é uma necessidade afetiva de identificação, de modelos. Nessa fase, a criança também está afirmando o seu gênero (masculino ou feminino), e podem, nesse processo, acontecer desequilíbrios que neguem tal gênero.
Na puberdade, com o despertar dos desejos sexuais, com a explosão dos hormônios, o que até então era uma carência afetiva, um desejo de identificação afetivo, pode transformar-se em desejo sexual. É aí que comportamentos homossexuais podem surgir. Muitos jovens encontram nesse desequilíbrio a fonte de dores e conflitos intermináveis. A maioria não aceita tal condição. Outros são encorajados por falsos conselheiros a assumirem sua condição. Há casos em que a astúcia e a mentira chegam a tal ponto que o desequilíbrio sexual é visto como ‘vontade de Deus’. Outros afirmam que assumir sua condição homossexual é usufruir a própria liberdade. Ora, a palavra é clara: “Todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo” (Jo 8, 34).
Mas na mesma passagem, o Senhor nos dá a esperança da verdadeira libertação de toda escravidão: “Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8, 36). Graças a Deus por isso, por que essa promessa atinge todos os sofrimentos humanos. A cura para o desvio de sexualidade passa necessariamente pela aceitação. Isso mesmo. É preciso que o jovem aceite as situações e as pessoas que provocaram suas carências afetivas em sua infância e adolescência e que não afirmaram a sua sexualidade no tempo devido. Depois é preciso que ele se aceite como uma pessoa que precisa da Graça, da cura, como um pecador que clama ao único que pode curar e perdoar, Jesus, o Senhor. Em seguida, ele precisa aceitar as situações de pecado que vivenciou. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32). Somente apresentando-nos como verdadeiramente somos diante do Senhor é que abrimos o caminho para a sua Graça e para a nossa cura. Se escondermos nosso pecado, com vergonha ou medo, Jesus não invadirá nosso coração para tirá-lo de lá. Ao contrário, se com sinceridade e confiança o entregamos em Suas mãos, Ele vira, Consolador, devolver-nos o equilíbrio que perdemos.
Depois disso é preciso uma firme decisão e um clamor a Deus para abandonar as práticas homossexuais. É preciso também buscarem Deus o referencial de masculinidade e feminilidade que o jovem ou a jovem não receberam durante a infância. Para isso, as meditações e orações feitas diante da pessoa de Jesus – para os homens – e diante da pessoa de Maria – para as mulheres – são muito úteis.
É claro que não há fórmulas mágicas para obter a cura. Ela é dada pela Graça. Este registro é feito aqui apenas para animar as lideranças e aqueles que padecem com os desvios da sexualidade a buscar a cura definitiva para o problema. Ela é possível! Muitas vezes nos limitamos a acolher e aconselhar os irmãos que sofrem com o homossexualismo. Devemos também anunciar e ministrar a cura. Precisamos ajuda-los a redescobrir sua sexualidade equilibrada. As pessoas homossexuais não são chamadas apenas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadora da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã. Temos os carismas! Devemos suplicar ao Espírito Santo que devolva ao equilíbrio primeiro de imagem e semelhança de Deus tudo o que foi desvirtuado pelo pecado e, através dos carismas, reconstruir o que foi destruído. Não podemos ser negligentes com os irmãos. Sobre esses aspectos, recomentamos a urgente leitura de dois pequenos, mas preciosos, livros: A Cura do homossexual, Payne, Leanne, Ed. Louva-a-Deus; e Homossexualismo: Um testemunho, uma solução, Ed. Shalom.
Sobre o procedimento das lideranças juvenis, tidos também como educadores dos jovens que lhes foram confiados, o Magistério exorta: “A homossexualidade, que impede à pessoa de alcançar a sua maturidade sexual, seja do ponto de vista individual, como interpessoal, é um problema que deve ser assumido pelo sujeito e pelo educador, quando se apresentar o caso, com toda a objetividade.
Na ação pastoral, estes homossexuais devem ser acolhidos com compreensão e sustentados na esperança de superar as suas dificuldades pessoais e sua desadaptação social. A sua culpabilidade será julgada com prudência; porém não se pode usar nenhum método pastoral que, julgando estes atos conformes à condição daquelas pessoas, lhes atribua uma justificação moral. Conforme a ordem moral objetiva, as relações homossexuais são atos carentes da sua regra essencial e indispensável.
Será tarefa da família e do educador procurar, antes de tudo, individualizar os fatores que levam à homossexualidade: descobrir se trata de fatores fisiológicos ou psicológicos, se esta será o resultado de uma falsa educação ou da falta de uma evolução sexual normal, se provém de um hábito contraído ou de maus exemplos ou de outros fatores. Muito particularmente, ao procurar as causas desta desordem, a família e os educadores, deverão ter em conta os elementos de juízo propostos pelo Magistério e, ao mesmo tempo, servir-se das contribuições que as várias disciplinas podem oferecer. Dever-se-á, de fato, levar em consideração, para avaliar, elementos de diversa índole: falta de afeto, imaturidade, impulsos obsessivos, sedução, isolamento social, depravação de costumes, licenciosidade de espetáculos e de publicações. E, além de tudo isso, existe mais no profundo, a congênita fraqueza do homem, como consequência do pecado original; esta fraqueza pode levar à perda dos sentidos de Deus e do homem e ter suas repercussões na esfera da sexualidade.
Descobertas e entendidas as causas, a família e os educadores devem proporcionar uma ajuda eficaz no processo de crescimento integral: acolhendo com compreensão, criando um clima de confiança, encorajando o indivíduo à libertação e domínio de si, promovendo um autêntico esforço moral para a conversão ao amor de Deus e do próximo; sugerindo, se for necessário, a assistência médico-psicológica de uma pessoa que atenda e respeite os ensinamentos da Igreja” (Sagrada Congregação para a Educação Católica – ‘Orientações educativas para o amor humano. Linhas gerais para uma educação sexual’ 101-103).
É importante lembrar mais uma vez que nosso Senhor é um Deus que prefere a misericórdia ao sacrifício. Isso vale em primeiro lugar para nós mesmos, como indivíduos, como filhos amados pelo Pai. Diante dos nossos maiores pecados, Deus aí está, pronto para nos acolher. Precisamos sim do seu perdão. Precisamos busca-lo no sacramento da penitência, que é um sacramento de cura. Pela absolvição o próprio Senhor nos dá a capacidade de não mais pecar: “Vai e não peques mais!” (Jo 8, 11). Devemos buscar nesse sacramento a cura definitiva de nossos desequilíbrios, sempre confiantes no amor e na misericórdia de Deus para conosco. “Se reconhecermos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade” (1Jo 1, 9). E não podemos levar este conhecimento aos irmãos como um peso acusatório ou lei bruta e estéril a ser cumprida. Isto não é lei, é vida. E é o próprio Senhor que vê o coração humano, o único que pode julgá-lo.
Que o Santo Espírito do Senhor que dá equilíbrio a todas as coisas nos dê a graça de vivermos de maneira plena e equilibrada nossa sexualidade.
São José, pai da castidade, rogai por nós!
QUIROGA, Aldo Flores e FLORES, Fabiana Pace Albuquerque. Práticas de Vida e Relacionamento– Ministério Jovem RCCBrasil. Módulo Serviço – Apostila I. 2ª edição.
Siglas:
CIC - Catecismo da Igreja Católica
DV - Constituição Dogmática Dei Verbum
FR - Carta Encíclica Fides et Ratio
GS - Constituição Pastoral Gaudium et Spes