"Deixem que a mocidade se divirta" diz-se por aí comumente; "a própria saúde assim o exige". O demônio não se poderia expressar melhor. Isso não é desculpar, é legitimar; é tornar necessária a devassidão, é proclamá-la indispensável para quem quiser gozar boa saúde. O celibato, no entender desses libertinos, é uma instituição contra a natureza, que leva a monstruosas aberrações. Alguns médicos, obcecados pelo anti-clericalismo, fizeram-se cúmplices dessa teoria difamatória, alegando que a própria higiene condena o celibato. Afirmações dessas, principalmente quando se pretende falar em nome da ciência, são altamente perniciosas para a moral pública. Nunca se fará demais, para defender a mocidade honesta, contra a influência desses princípios deletérios e corruptores e prepará-la para resistir às sugestões do meio imoral em que vive. Em 1902, o Boletim da Sociedade de Moralidade Pública reproduzia, sobre o assunto, uma conferência de L. Comte, refutando estes sofismas da perversidade moderna, com o testemunho das mais altas autoridades científicas. Aqui vão as palavras de James Paget, uma das glórias ela medicina:
O Dr. Perier não é menos categórico:
O fisiologista Kraft e os doutores Lionel Beale, Acton, Mantegazza, Good exprimem-se com singular energia, no mesmo sentido. Ouçamos o que diz o Dr. Surbled:
Vale a pena deixar consignada aqui a opinião da faculdade de medicina de Cristiania:
Assinada: J. Nicolayson, E. Winge, Jockmann, J. Heiberg, J. Ijort, T. Wann, Müller, E. Schönberg, professores de medicina da Universidade de Cristiania. Good em seu tratado: Higiene e Moral, escreve:
Na conferência a que nos referimos acima, L. Comte dá os seguintes conselhos à mocidade:
Os jovens que puserem em prática estes conselhos, serão maridos exemplares; mas, é preciso que a donzela escolhida para esposa, mais tarde, tenha as qualidades que se requerem em uma mulher boa, ativa, piedosa, capaz de dirigir por si mesma um lar, em suas múltiplas e variadas exigências. Se, hoje em dia, jovens honestos e virtuosos, não se atrevem a arcar com os riscos do matrimônio, é porque não encontram ou temem não encontrar aquela que o coração lhes pede e o lar exige. Um jornal norte-americano prometera um prêmio aquele de seus assinantes, que melhor respondesse a esta pergunta: Que faremos de nossas filhas? Aí vai a resposta premiada, que muitas mães poderão meditar com proveito: Primeiramente faremos delas boas cristãs e depois, dar-lhes-emos uma boa instrução elementar. Ensine-se-lhes a preparar convenientemente um jantar, a cerzir meias, a pregar botões, a fazer uma camisa e a confeccionar os próprios vestidos. Saibam elas fazer pão e lembrem-se de que, uma cozinha bem dirigida, poupa muitas despesas de farmácia. Ensine-se-lhes que um mil réis tem dez tostões e que, para poupar, é preciso gastar menos e que a miséria é fatal, quando os gastos são maiores do que as rendas; que um vestido de algodão pago, é melhor que um de seda que se fica devendo. E' preciso que aprendam, desde cedo, a fazer compras e a dar contas do que gastaram. Repita-se-lhes que vale muito mais um operário à mesa de trabalho e em mangas de camisa, ainda que sem um vintém no bolso, do que meia dúzia de imbecis e vadios. Ensinai-lhes a cultivar as flores e a ver a Deus em todas as criaturas. Feito isto, proporcionai-lhes algumas lições de piano e pintura, se as vossas condições o permitirem, advertindo, porém, que estas artes ocupam lugar secundário e são de pouco proveito no lar. Ensinai-lhes a desprezar as vãs aparências e acostumai-as a guardarem a palavra empenhada e os bons propósitos; que o sim delas seja sim e o não seja não. Quando chegar o tempo de casá-las, inculcai-lhes bem que a felicidade no casamento não depende da fortuna que lhes há de trazer o marido, nem da posição que ele ocupar na sociedade, mas do caráter, dos dotes e virtudes da alma. Com esses princípios bem ensinados e aprendidos, ficai certos de que vossas filhas serão felizes, no caminho que escolherem; quanto ao mais, deixemo-lo a Deus. E, se depois de tudo isso, um rapaz achar que a vossa filha não corresponde às suas aspirações, não se vos dê com isso; é a melhor prova de que esse rapaz é destituído de bom senso e não merece a confiança de uma moça bem educada. Melhor é ficar solteira, do que fazer a desgraça própria e alheia. Mas, pelo amor de Deus, procurai que as vossas filhas possuam as virtudes e conhecimentos necessários à vida e que sejam capazes de inspirar a um rapaz honesto e virtuoso, atrativos pelo casamento. Há tantas que lhes metem medo! (Quando eu for moça por J. Nysten, Centro da Boa Imprensa - com imprimatur, 1925) |
sexta-feira, 1 de julho de 2011
A castidade e os falsos argumentos da "pornografia médica"
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