Primeira oração do Ângelus de 2011
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Queridos irmãos e irmãs:
Neste primeiro Ângelus de 2011, dirijo a todos meus votos de paz e bem, confiando este ano à intercessão de Maria Santíssima, a quem hoje celebramos como Mãe de Deus. No início de um novo ano, o povo cristão se reúne espiritualmente diante da gruta de Belém, onde a Virgem Maria deu à luz Jesus. Peçamos à Mãe a bênção e Ela nos abençoa mostrando-nos o Filho: de fato, Ele em pessoa é a Bênção. Doando-nos Jesus, Deus nos doou tudo: o seu amor, a sua vida, a luz da verdade, o perdão dos pecados; doou-nos a paz. Sim, Jesus é a nossa paz. Ele trouxe ao mundo a semente do amor e da paz, que é mais forte do que a semente do ódio e da violência; mais forte porque o Nome de Jesus é superior a qualquer outro nome, contém o senhorio de Deus, conforme anunciado pelo profeta Miqueias: "Mas tu, Belém de ti sairá para mim aquele que será o dominador... Ele se erguerá e apascentará o rebanho pela força do Senhor, com a majestade do nome do Senhor, seu Deus... Ele mesmo será a paz" (5,1-4).
Por isso, diante do ícone da Virgem Mãe, a Igreja neste dia pede a Deus, através de Jesus Cristo, o dom da paz: é o Dia Mundial da Paz, ocasião propícia para refletirmos juntos sobre os grandes desafios que o nosso tempo impõe à humanidade. Vemos hoje duas tendências opostas, dois extremos, ambos negativos: de um lado, o laicismo, que, de forma enganadora, marginaliza a religião, colocando-a na esfera privada; do outro lado, o fundamentalismo, que gostaria de impô-la a todos com a força. Na realidade, "Deus chama a si a humanidade com um desígnio de amor que envolve toda a pessoa em sua dimensão natural e espiritual e pede para ser correspondido em termos de liberdade e responsabilidade, com todo o coração e com todo o próprio ser, individual e comunitário" (Mensagem, 8). Onde a liberdade religiosa é reconhecida, a dignidade da pessoa humana é respeitada em sua raiz e através de uma sincera busca da verdade e do bem, fortalece-se a consciência moral e se reforçam as instituições e a convivência civil (cf. ibid., 5). Por isso, a liberdade religiosa é o caminho privilegiado para construir a paz.
Queridos amigos, dirijamos novamente o olhar a Jesus, nos braços de Maria, sua Mãe. Olhando para Ele, que é o Príncipe da Paz, nós entendemos que a paz não se obtém com as armas, nem com o poder econômico, político, cultural e midiático. A paz é obra de consciências que se abrem à verdade e ao amor. Que Deus nos ajude a progredir neste caminho no novo ano que Ele nos doa.
[Depois do Ângelus, disse:]
Queridos irmãos e irmãs, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz, de hoje, sublinhei que as grandes religiões podem constituir um importante fator de unidade e de paz para a família humana, e recordei, a propósito disso, que neste ano de 2011 se celebrará o 25º aniversário do Dia Mundial de Oração pela Paz, que o Venerável João Paulo II convocou em Assis, em 1986. Por isso, no próximo mês de outubro, deslocar-me-ei como peregrino à cidade de São Francisco, convidando a unirem-se a mim, neste caminho, os irmãos cristãos das diversas confissões, os expoentes das tradições religiosas do mundo e, idealmente, todos os homens de boa vontade, com o objetivo de fazer memória daquele gesto histórico querido pelo meu predecessor e de renovar solenemente o empenho dos crentes de todas as religiões a viver a própria fé religiosa como serviço à causa da paz. Quem caminha em direção a Deus não pode deixar de transmitir paz; quem constrói paz não pode deixar de se aproximar de Deus. Eu vos convido a acompanhar esta iniciativa desde já, com a vossa oração.
Neste contexto, saúdo e encorajo os que, desde ontem à noite e durante o dia de hoje, em toda a Igreja, rezam pela paz e pela liberdade religiosa. Na Itália, a marcha tradicional proposta pela CEI, Pax Christi e Cáritas teve lugar em Ancona, uma cidade que vai acolher, em setembro próximo, o Congresso Eucarístico Nacional. Aqui em Roma e em outras cidades do mundo, a Comunidade de Sant'Egídio voltou a propor a iniciativa "Paz em todas as terras": saúdo cordialmente todos os seus participantes. Saúdo também os participantes do Movimento do Amor Familiar, que nesta noite velaram, na Praça de São Pedro e na diocese de L'Aquila, rezando pela paz nas famílias e entre as nações.
[Tradução realizada por ZENIT.
©Libreria Editrice Vaticana]
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