Philip Kosloski - publicado em 04/01/22
São João Paulo II acreditava que a doença só tem sentido quando vista à luz de Jesus Cristo
Às vezes, desprezamos naturalmente qualquer doença que aparece em nosso caminho. Mas ela atrapalha nossos planos e, nos casos mais graves, pode até levar à morte.
Fora da fé em Deus, a doença é vista como uma maldição que precisa ser eliminada.
No entanto, segundo São João Paulo II, a doença pode ser transformada em um momento profundo de encontro com Deus.
Ele reflete sobre isso em sua mensagem para o primeiro Dia Mundial dos Doentes em 1992:
“A doença, que na experiência cotidiana é percebida como uma frustração da força natural da vida, torna-se para os crentes um apelo a “ler” a nova situação difícil na perspectiva própria da fé. Além da fé, como podemos descobrir no momento da prova a contribuição construtiva da dor? Como podemos dar sentido e valor à angústia, ao mal-estar e aos males físicos e psíquicos que acompanham nossa condição mortal? Que justificativa podemos encontrar para o declínio da velhice e a meta final da morte, que, apesar de todo progresso científico e tecnológico, permanece inexorável?”
A doença aproxima de Deus
No entanto, para João Paulo II, a doença pode nos aproximar de Deus:
“Sim, só em Cristo, Verbo encarnado, Redentor da humanidade e vencedor da morte, é possível encontrar respostas satisfatórias a tais questões fundamentais.
À luz da morte e ressurreição de Cristo, a doença não aparece mais como um evento exclusivamente negativo, é vista como uma “visita de Deus”, uma oportunidade “para liberar o amor, para fazer nascer obras de amor para com o próximo, para transformar toda a civilização humana em uma civilização do amor” (Carta Apostólica Salvifici doloris, n. 30).
A história da Igreja e da espiritualidade cristã oferece um amplo testemunho disso. Ao longo dos séculos, páginas brilhantes foram escritas sobre o heroísmo no sofrimento, aceito e oferecido em união com Cristo. E páginas não menos maravilhosas foram traçadas através do serviço humilde aos pobres e enfermos, em cuja carne atormentada foi reconhecida a presença do pobre e crucificado Cristo.”
Testemunhos
Embora seja certamente natural desprezar qualquer doença, o testemunho dos santos nos desafia a encará-la como um dom que pode ser unido à cruz de Jesus Cristo.
Quando nossa doença é oferecida a Deus, podemos encontrar significado na dor e no sofrimento, além de conseguir enxergar a luz nas trevas.